Papa: os pobres não são lixo humano, precisam do nosso amor

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13 de junho de 2019

A esperança dos pobres jamais se frustrará» (Sal 9, 19): as palavras do salmista são o tema escolhido pelo Papa Francisco para o III Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 17 de novembro.

Esta celebração instituída pelo Pontífice é fruto do Jubileu Extraordinário da Misericórdia e se realiza no domingo anterior ao da festa de Cristo Rei.

Não aprendemos com a história

Em sua mensagem para a edição deste ano, Francisco faz uma comparação entre a situação do pobre no tempo do salmista e a situação atual e constata que pouco mudou.

“ Passam os séculos, mas permanece imutável a condição de ricos e pobres, como se a experiência da história não ensinasse nada. Assim, as palavras do salmo não dizem respeito ao passado, mas ao nosso presente submetido ao juízo de Deus. ”

Francisco cita as “muitas formas de novas escravidões”, como famílias obrigadas a deixar a sua terra; órfãos que perderam os pais; jovens em busca duma realização profissional; vítimas de tantas formas de violência, da prostituição à droga; sem esquecer os milhões de migrantes instrumentalizados para uso político.

Lixeira humana

O Papa fala também das periferias de nossas cidades, repletas de pessoas que vagueiam pelas ruas, em busca de alimento. “Tendo-se tornado eles próprios parte duma lixeira humana, são tratados como lixo, sem que isto provoque qualquer sentido de culpa em quantos são cúmplices deste escândalo.”

Não obstante a descrição de injustiça e sofrimento no salmo, há uma definição do pobre: é aquele que «confia no Senhor» (cf. 9, 11), pois tem a certeza de que nunca será abandonado.

“Na Escritura, o pobre é o homem da confiança!”, escreve o Pontífice.

“É precisamente esta confiança no Senhor, esta certeza de não ser abandonado, que convida o pobre à esperança. Sabe que Deus não o pode abandonar.”

Compromisso intrínseco ao Evangelho

Jesus, por sua vez, não teve medo de Se identificar com cada um deles. Francisco então adverte: esquivar-se desta identificação equivale a ludibriar o Evangelho e diluir a revelação.

Sobretudo num período como o nosso, prossegue o Papa, é preciso reanimar a esperança e restabelecer a confiança. “É um programa que a comunidade cristã não pode subestimar. Disso depende a credibilidade do nosso anúncio e do testemunho dos cristãos.”

Francisco recorda que a promoção dos pobres, mesmo social, não é um compromisso extrínseco ao anúncio do Evangelho; pelo contrário, manifesta o realismo da fé cristã e a sua validade histórica. Como exemplo, o Santo Padre cita Jean Vanier, que faleceu recentemente, e o define como um “grande apóstolo dos pobres”.

Mudança de mentalidade

Por ocasião deste Dia Mundial, Francisco não pede somente iniciativas de assistência, mas faz votos de que aumente em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade.

“Não é fácil ser testemunha da esperança cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a aumentar um bem-estar superficial e efêmero. Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus.”

Em sua mensagem, o Pontífice não deixa de enaltecer o trabalho de inúmeros voluntários pelo mundo, mas recorda que os pobres não precisam somente de uma “sopa quente ou de um sanduíche”. “Precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor...”

Eis então a exortação final do Papa:

“ A todas as comunidades cristãs e a quantos sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade. ”

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Papa Francisco: "abandonar o egocentrismo e não temer a diversidade"

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12 de junho de 2019

Cerca de 20 mil pessoas foram à Praça São Pedro participar da audiência geral do Papa Francisco nesta quarta-feira, 12 de junho. Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, o Papa iniciou afirmando que a Ressurreição de Cristo não foi um evento entre outros, mas a fonte da vida nova.

A 'viagem' do Evangelho

Seus discípulos sabiam e por isso, ficaram unidos a Maria, perseverantes na oração e fortalecidos na comunhão. Os apóstolos buscaram recompor o seu corpo que, após os eventos dolorosos da Paixão do Senhor, ficara reduzido a 11 membros.

Judas Iscariotes, muito embora recebera a grande graça de ser parte do círculo íntimo de Jesus e de participar do seu ministério, num determinado momento isolou-se, apegando-se ao dinheiro e caindo no orgulho ao ponto de preferir a morte à vida.

Recompor o corpo, fechar a ferida

Os Apóstolos, ao contrário, escolheram a vida e a bênção e, para tal, decidiram eleger alguém para o lugar de Judas. Pedro indica que deveria ser um discípulo de Jesus desde o Batismo no Jordão até a Ascensão de Jesus ao Céu.

Elegeu-se Matias através do discernimento comunitário, ou seja, procurando olhar a realidade com os olhos de Deus segundo a ótica da unidade e comunhão.

“ O novo corpo dos Doze é um sinal de que a comunhão vence sobre as divisões e o isolamento, que a comunhão é o primeiro testemunho oferecido pelos Apóstolos da obra de salvação de Cristo e da ação de Deus na história, na fidelidade às palavras do Senhor. ”

Eles não expressam ao mundo uma presumível perfeição, mas através da graça da unidade, fazem emergir um Outro, que vive de um modo novo em meio a seu povo: o Senhor Jesus.
Ao terminar sua reflexão, o Papa exortou: “Nós também precisamos redescobrir a beleza de testemunhar o Ressuscitado, abandonando atitudes egocêntricas, renunciando a apropriar-nos dos dons de Deus e não cedendo à mediocridade. A recomposição do colégio apostólico demonstra que no DNA da comunidade cristã existem unidade e liberdade de si mesmos. Isto permite não temer a diversidade, não apegar-se às coisas e dons e tornarmo-nos mártires testemunhas luminosas do Deus vivo e atuante na história". 

 

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Francisco chega a Bucareste

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31 de mai de 2019

Vinte anos depois de João Paulo II, o Papa retorna à Romênia. Francisco visitará não só Bucareste, como ocorreu com Wojtyla, mas também diferentes regiões, cada uma com a sua própria história e cultura, onde encontrará as diferentes comunidades católicas. Um país com uma maioria ortodoxa, em que os católicos são cerca de 7%.

Francisco chega a um país que saiu do comunismo 30 anos atrás, que desde 2007 faz parte da União Europeia, e neste semestre tem a Presidência da União Europeia; um país que olha para o futuro. Este primeiro dia será todo dedicado a Bucareste, a "pequena Paris", assim chamada por causa dos belos edifícios do centro em estilo “liberty” e “art nouveau”. Uma cidade vivaz que recebe Francisco. Nas largas avenidas arborizadas ao longo caminho que do aeroporto leva o Papa até o coração da capital, bandeiras do Vaticano e da Romênia, e o povo que o espera.

O avião papal tocou terra às 05h09, hora de Brasília, 11h09 na Romênia. Francisco foi recebido pelo Presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis, de uma antiga família de saxões da Transilvânia, e sua esposa. Estes primeiros momentos serão marcados pela cerimônia de boas-vindas no complexo do Palácio Presidencial, ao Palácio Cotroceni, pela visita de cortesia ao Presidente, pelo encontro com a primeira-ministra da Romênia, Vasilica Viorica Dancila e, posteriormente, com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático.

A alegria da Igreja Ortodoxa

O ecumenismo será uma das características essenciais do dia de hoje e entrando no vivo depois do almoço, quando o Papa irá ao Patriarcado Ortodoxo Romeno, onde João Paulo II também esteve com Teoctistas. Um acontecimento esse que permaneceu no coração e na história, tanto que uma placa recorda o evento. A acolher Francisco será o Patriarca da Igreja Ortodoxa romena, Daniel, estimado teólogo, que também estudou em Estrasburgo e Friburgo. Em seguida, o encontro com o Sínodo permanente, um dos mais altos órgãos de decisão da Igreja Ortodoxa romena. Momento importante, também para os fiéis, será a Oração do Pai Nosso na nova catedral ortodoxa, a Catedral da Salvação do Povo, inaugurada em novembro passado e ainda não concluída, com medidas imponentes e uma esplêndida iconóstase no seu interior. O Patriarcado fez um forte convite a todos  para participarem do evento, como confirmado por Ionut Mavrichi, arquidiácono e vice-diretor do gabinete de imprensa do Patriarcado Ortodoxo. "O Papa é bem-vindo à Romênia", disse, sublinhando que a Igreja Ortodoxa partilha a alegria da Igreja Católica pela visita de Francisco e recordando que a mensagem cristã de paz e unidade, de que a Europa precisa, pode contribuir para o futuro da sociedade.

O abraço da comunidade católica

O dia terminará com um encontro com a comunidade católica na catedral de São José, construída a partir de meados do século XIX. No interior, as relíquias do Beato Vladimir Ghika, sacerdote e mártir, e de São João Paulo II. O abraço com os fiéis católicos encerrará, portanto, este primeiro intenso dia de Francisco na Romênia, o "jardim da Mãe de Deus", como a chamou também João Paulo II, tão querida ao povo romeno. Hoje o povo romeno recebe novamente o Papa, que chega como peregrino "para caminhar junto com os irmãos da Igreja Ortodoxa Romena e com os fiéis católicos".

VEJA A PROGRAMAÇÃO DA VIAGEM NO FIM DE SEMANA

Sábado, 1º de junho de 2019

BUCARESTE-BACAU-SUMULEU-CIUC-IASI-BUCARESTE

9:30 Partida de avião para Bacau
10:10 Chegada ao Aeroporto de Bacau e deslocamento de helicóptero até a Base Aérea Miercurea-Ciuc
11:30 Santa Missa no Santuário de Sumuleu-Ciuc
16:10 Deslocamento do Santo Padre de helicóptero até o Aeroporto di Iasi
17:25 Visita à Catedral de Santa Maria Rainha em Iasi
17:45 Encontro mariano com os jovens e as famílias na praça diante do Palácio da Cultura em Iasi
19:00 Partida de avião para Bucareste
20:00 Chegada ao Aeroporto Henri Coanda-Otopeni em Bucareste

Domingo, 2 de junho de 2019

BUCARESTE-SIBIU-BLAJ-SIBIU-ROMA

9:00 Partida de avião para Sibiu
9:40 Chegada ao Aeroporto de Sibiu e deslocamento de helicóptero até Blaj
11:00 Divina Liturgia com a Beatificação de 7 Bispos Greco-Ortodoxos Mártires no Campo da Liberdade em Blaj
12:00 Regina Coeli
13:25 Almoço com a Comitiva Papal
15:45 Encontro com a comunidade Rom de Blaj
16:35 Deslocamento do Santo Padre até o Aeroporto de Sibiu
17:20 Cerimônia de despedida no Aeroporto de Sibiu
17:30 Partida para Roma/Ciampino
18:45 Chegada ao Aeroporto de Roma/Ciampino

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Irmã Dulce será proclamada santa

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15 de mai de 2019

Os católicos brasileiros receberam a notícia de que uma das grandes testemunhas do amor a Deus e serviço ao próximo no Brasil, Irmã Dulce dos Pobres, será canonizada.

Na terça-feira, 14, o Papa Francisco reconheceu o segundo milagre atribuído à intercessão da Bem-Aventurada baiana, o que possibilita, assim, ser proclamada santa da Igreja.

A notícia foi recebida com alegria na Arquidiocese de Salvador (BA), onde Irmã Dulce nasceu e dedicou a sua vida ao cuidado dos pobres, tornando-se conhecida como “O Anjo bom da Bahia”.

Segundo informações divulgadas pela Arquidiocese de Salvador, o milagre reconhecido tem relação com uma pessoa cega que recuperou a visão enquanto dormia. Ainda não foi divulgada, no entanto, a identidade da pessoa miraculada nem quando e onde o milagre aconteceu.

 

GRAÇA E RESPONSABILIDADE

O Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, afirmou para a rádio 9 de Julho que a canonização de Irmã Dulce é para a Igreja no Brasil, ao mesmo tempo, uma graça e uma responsabilidade. “Uma graça porque será a primeira santa nascida no Brasil, em Salvador, onde viveu a maior parte de sua vida”, disse.

Dom Murilo destacou, ainda, que Irmã Dulce demonstra que não é necessário ter dons extraordinários, cultura excepcional ou muitos recursos para ser santo. “Muito pelo contrário, ela nos ensina que o importante é fazermos a nossa parte, deixarmos que o Espírito Santo nos conduza.”

O Arcebispo acrescentou que os conterrâneos e devotos de Irmã Dulce têm a responsabilidade de imitar o seu exemplo. “Não nos tornamos santos automaticamente porque ela será canonizada. Temos nela um modelo, uma maneira de seguir Jesus Cristo e o estímulo da Igreja que nos lembra que precisamos de santos.”

 

MODELO DE SANTIDADE

“Irmã Dulce fez a parte dela e agora nos motiva a fazer a nossa parte para construirmos um mundo mais solidário e fraterno”, continuou o Arcebispo, lembrando que, na medida em que se dedicou aos pobres, a Bem-Aventurada soube multiplicar as pessoas que se dedicavam aos mais necessitados.

“Ela pedia a todos, ao presidente da República, governador, prefeito, ao quitandeiro, a uma pessoa simples que a encontrava. Pedia sempre em função dos seus pobres. Seu coração estava voltado para Jesus e, consequentemente, para os pobres.”

 

Quem foi o Anjo bom da Bahia

 

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914 em Salvador (BA). Aos 13 anos, manifestou o desejo de se consagrar a Deus. Já naquela época, inconformada com a pobreza, amparava miseráveis e carentes.

Aos 18 anos, recebeu o diploma de professora e entrou para a Congregação da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito religioso e adotou, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

 

OS POBRES

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio mantido pela Congregação, em Salvador. No encontro, o seu pensamento estava voltado para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas localizado na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começou a atender também os operários que viviam no bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco.

Em 1937, fundou, com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.

 

A OBRA

No mesmo ano, ocupando um barracão, passou a abrigar pessoas em situação de rua e doentes, levados depois ao Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim. Desalojados pela Prefeitura da cidade, acolheu-os, com a permissão da madre superiora, no galinheiro do Convento, transformado, em 1960, em Albergue Santo Antônio, com 150 leitos (hoje o Hospital Santo Antônio).

Irmã Dulce inaugurou ainda um asilo, o Centro Geriátrico Júlia Magalhães, e um orfanato, o Centro Educacional Santo Antônio e, em 1983, inaugurou o novo Hospital Santo Antônio.

Em 1988, foi indicada, pelo então presidente da República José Sarney, ao Prêmio Nobel da Paz.

Em 7 de julho de 1980, teve seu primeiro encontro com São João Paulo II por ocasião da visita dele ao País. O segundo encontro foi em 20 de outubro de 1991, quando ela já estava bastante debilitada por problemas respiratórios. O Anjo bom da Bahia morreu em 13 de março de 1992, com 77 anos.

 

PROCESSO DE CANONIZAÇÃO

A causa da canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Suas virtudes heroicas foram reconhecidas em abril de 2009, sendo, então, considerada Venerável.

Em 10 de dezembro de 2010, o Pontífice reconheceu o primeiro milagre e autorizou a beatificação da Religiosa. Trata-se da recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica.

Para a Santa Sé, são necessárias quatro exigências para o reconhecimento de um milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração e o pedido de intercessão), duradouro e perfeito.

 

BEATIFICAÇÃO

A beatificação de Irmã Dulce aconteceu em 22 de maio de 2011, em Salvador, em missa presidida pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e delegado papal do rito de beatificação, então Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, com a participação de 70 mil pessoas. A Religiosa recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo como data de sua memória litúrgica o dia 13 de agosto.

No mesmo dia da beatificação, após a oração do Ângelus, no Vaticano, Bento XVI dirigiu uma saudação aos fiéis de Língua Portuguesa, destacando que a Bem-Aventurada “deixou atrás de si um prodigioso rastro de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela ‘a mãe dos desamparados’”.

(Colaborou Flávio Rogério Lopes)
 

O LEGADO DE IRMÃ DULCE

Fundadas em 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) atualmente são um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do Brasil. São 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes químicos e pessoas em situação de rua.

De acordo com as OSID, nos últimos 25 anos, foram contabilizados 60 milhões de atendimentos ambulatoriais e mais de 280 mil cirurgias realizadas.

 

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Novo ataque contra igreja em Burkina Fasso: a dor do Papa

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13 de mai de 2019

“Papa Francisco recebeu com dor a notícia do ataque à igreja de Dablo, em Burkina Fasso. Ele reza pelas vítimas, seus familiares e por toda a comunidade cristã do país”, assim referiu o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, a respeito do atentado ocorrido em Dablo, na manhã do domingo, 12 de maio.

 

A dor das testemunhas

A Missa tinha começado há pouco na paróquia do Beato Isidoro Bakania em Dablo, no norte do país, quando um comando de 20 jihadistas, chegaram a bordo de motos, e circundaram a igreja. É o terrível testemunho, segundo a agência de notícias Ansa, do ataque à igreja, obtido de fontes locais. O objetivo, explicam as fontes, era o sacerdote burkinabé, Abbé Siméon Yampa, 34 anos, encarregado do diálogo inter-religioso na sua diocese: quando alguns tentaram escapar, os terroristas foram atrás e atiraram. Depois, dentro da igreja, fizeram todos deitarem no chão e escolheram cinco deles e os mataram. A sangue frio, sem piedade.

 

Os terroristas incendiaram a igreja   

Os terroristas, declarou o prefeito de Dablo, Ousmane Zongo, “incendiaram a igreja para depois assaltar um ambulatório e incendiar também este”. A cidade entrou em pânico, as pessoas ficaram dentro de suas casas e todas as atividades comerciais ficaram fechadas. Em seguida, foram enviados militares de Barsalogho, cidade vizinha a 45 quilômetros, que rastrearam a localidade durante todo o dia.

 

Em 29 de abril tinha sido atacada uma igreja protestante

Em 29 de abril passado, o terrorismo islâmico tinha atacado outra igreja, também no domingo e durante uma celebração. Na ocasião mataram um pastor protestante e cinco fiéis na localidade de Silgadji, a 60 quilômetros de Djibo, capital da província de Soum.

 

Os atentados dos jihadistas na região de Sahel causaram 350 mortes

Desde 2014, a França convocou 4.500 militares na zona do Sahel, dentro do programa de operações anti-jihadistas Narkhane – em colaboração com os países do G5 Sahel (Burkina Fasso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger) – mas sem chegar aos líderes de organizações como Ansaroul Islã, o Estado islâmico do grande Sahara, o grupo de apoio ao islã e aos muçulmanos, que desde 2015, apenas em Burkina Fasso, causaram pelo menos 350 mortes.

 

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Francisco leva mensagem de paz à Bulgária e à Macedônia do Norte

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09 de mai de 2019

O Papa Francisco concluiu na terça-feira, 7, sua viagem apostólica à Bulgária e à Macedônia do Norte, a 29ª viagem internacional de seu pontificado. Ele desembarcou em Sófia, capital do País, no domingo, 5, sendo acolhido pelo presidente Rumen Radev

Como fez seu predecessor, São João Paulo II, na visita em maio de 2002, Francisco visitou a Catedral Patriarcal Ortodoxa de São Alexander Nevsky, para uma oração privada diante do trono dos Santos Cirilo e Metódio.

 

PONTE ENTRE ORIENTE E OCIDENTE

Depois de ser acolhido com as palavras de boas-vindas de Rumen Radev, Francisco fez seu primeiro discurso no País, expressando sua alegria por se encontrar na Bulgária, para confirmar seus irmãos na fé e encorajá-los no caminho e testemunho de vida cristã.

O Papa encorajou os governantes da Bulgária a continuar a criar condições para que, sobretudo os jovens, não sejam obrigados a emigrar. “Que esta terra fértil pelo trabalho humilde de tantas gerações e aberta aos intercâmbios culturais e comerciais, integrada à União Europeia e com sólidos laços com a Rússia e a Turquia – possa oferecer aos seus filhos um futuro de esperança!”, concluiu o Pontífice.

Ao encontrar-se com a comunidade católica da Bulgária, na Igreja São Miguel Arcanjo, em Rakovsky, o Papa motivou os fiéis a não se cansar de ser “uma Igreja que continua a gerar, por entre contradições, amarguras e necessidades, os filhos de que esta terra precisa hoje, no começo do século XXI, mantendo um ouvido atento ao Evangelho, e o outro ao coração do seu povo”.

 

COM O PATRIARCA

O Papa Francisco encontrou o Patriarca ortodoxo de toda a Bulgária, Sua Santidade Neofit, acompanhado de metropolitas e bispos ortodoxos. Ao saudar o Patriarca, o Santo Padre afirmou que as feridas abertas entre os cristãos ao longo da história são “dolorosos golpes infligidos no Corpo de Cristo, que é a Igreja”.

O Pontífice destacou que o ecumenismo se manifesta, sobretudo, de três maneiras: pelo sangue, pelo pobre e pela missão. Francisco lembrou-se dos cristãos que continuam a sofrer por causa da fé, dizendo que são como sementes que crescem e dão frutos. Recordando o exemplo dos Santos Cirilo e Metódio, “apóstolos eslavos”, o Papa afirmou: “Missão e comunhão: duas palavras sempre presentes na vida dos dois Santos e que iluminam o nosso caminho para crescermos em fraternidade. O ecumenismo da missão”, disse.

 

EUCARISTIA

Na Bulgária, o Papa Francisco presidiu duas missas. A primeira delas foi na Praça Knyaz Alexandar I, em Sófia. Nessa ocasião, ele recordou o povo que ser cristão é um chamado a ter confiança que o amor de Deus é maior do que qualquer limite ou pecado.

Na segunda-feira, 6, o Santo Padre presidiu missa na Igreja do Sagrado Coração, em Rakovsky, onde 245 crianças receberam a primeira Comunhão. “Jesus está vivo e está aqui conosco. Não O vemos com estes olhos, mas O vemos com os olhos da fé”, disse o Papa às crianças. “Fazer a primeira Comunhão significa querer estar cada dia mais unido a Jesus, crescer na amizade com Ele e desejar que também os outros possam gozar da alegria que Jesus nos quer dar”, acrescentou.

 

MACEDÔNIA

Na terça-feira, 7, o Papa foi acolhido na capital da Macedônia do Norte, Skopje, pelo presidente da República, Gjorge Ivanov. Francisco é o primeiro Pontífice Romano a visitar o país independente da antiga Iugoslávia em 1991.

Ao saudar as autoridades, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático, o Santo Padre afirmou que o patrimônio mais precioso e válido daquele País “é a composição multiétnica e multirreligiosa da fisionomia do seu povo”.

“Quero ainda salientar o generoso esforço feito pelo seu País (…) para acolher e prestar assistência ao grande número de migrantes e refugiados vindos de vários países do Oriente Médio: fugiam da guerra ou de condições de pobreza extrema”, continuou o Pontífice.

 

MADRE TERESA

Na breve visita, o Pontífice presidiu uma missa campal, encontrou-se com sacerdotes e religiosas e participou de um encontro ecumênico e inter-religioso com os jovens.

O Papa também visitou o memorial dedicado à “ilustre compatriota” do povo da Macedônia, Santa Teresa de Calcutá. No local, Francisco fez uma oração especial pedindo a intercessão da Santa para “sermos sinal de amor e esperança no nosso tempo, que vê tantos indigentes, abandonados marginalizados e migrantes. Faça com que o nosso amor não seja só palavras, mas seja eficaz e verdadeiro”.

 

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Intenção de Maio do Papa: "que a Igreja na África seja fermento de unidade"

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02 de mai de 2019

“As divisões étnicas, linguísticas e tribais da África podem ser superadas promovendo a unidade na diversidade”, é o que afirma o Papa Francisco na videomensagem, divulgada nesta quinta-feira (02/05), sobre a intenção de oração para este mês de maio.

O Santo Padre agradece “às religiosas, aos sacerdotes, leigos e missionários por seu trabalho em favor do diálogo e da reconciliação entre os diversos setores da sociedade africana”.

“Rezemos neste mês para que, por meio do compromisso dos próprios membros, a Igreja na África seja fermento de unidade entre os povos e sinal de esperança para este continente”, exorta o Papa Francisco, neste mês de maio, especialmente dedicado a Maria.

Como já assinalaram os bispos africanos, e tal como se afirma na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, muitas vezes se quer converter os países da África em simples “peças de um mecanismo e de uma engrenagem gigantesca”.

África soma 17,6% dos católicos do mundo

Isso acontece frequentemente com os meios de comunicação social, que, dirigidos majoritariamente por organizações do Hemisfério Norte, “nem sempre têm a devida consideração com as prioridades e os problemas próprios desses países, nem respeitam sua fisionomia cultural”.

A África soma 17,6% dos católicos do mundo, segundo dados do Anuário Pontifício de 2018. A Igreja Católica africana se caracteriza por ser muito dinâmica: o número de católicos aumentou de pouco mais de 185 milhões, em 2010, para mais de 228 milhões em 2016, com uma variação relativa de 23,2%.

A República Democrática do Congo é o país com o maior número de católicos batizados, com mais de 44 milhões, seguida por Nigéria, com 28 milhões, mas também Uganda, Tanzânia e Quênia registram cifras respeitáveis e em crescimento.

De fato, as circunscrições eclesiásticas aumentaram 3% na África, revelando-se o continente com maior dinamismo na demanda de serviços pastorais. Dos 15 países onde houve maior aumento na porcentagem de batizados, 4 estão no continente africano: República Democrática do Congo, Nigéria, Uganda e Angola.

Viver mais a unidade na diversidade

Por sua vez, o  diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa e do Movimento Eucarístico Jovem, padre Frédéric Fornos SJ,  afirma que “para que a Igreja na África seja um fermento de unidade entre todos os povos, a comunidade cristã deverá viver mais esta unidade na diversidade, conforme o desejo do próprio Cristo: “que todos sejam um” (João 17,21).

“Os sinais de divisão entre os cristãos nos países que já estão despedaçados pela violência provocam mais motivos de conflitos da parte dos que deveriam ser um atrativo fermento de paz”, afirma o Papa Francisco na Exortação apostólica Evangelii Gaudim.

É urgente buscar caminhos de unidade devido à gravidade da divisão entre cristãos, particularmente na África. O empenho pela unidade entre cristãos ajudará a Igreja na África a ser sal e luz para seu próprio continente, um sinal de esperança para os povos.

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Papa Francisco: "é tempo de uma renovada solidariedade internacional, não de nacionalismos"

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02 de mai de 2019

Os neopopulismos e suas consequências foram o tema do longo e articulado discurso do Papa Francisco aos participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

De fato, o tema da Plenária é “Nação, Estado. Estado-Nação”. Infelizmente, constatou o Pontífice, alguns Estados nacionais atuam mais em espírito de contraposição do que de cooperação. As fronteiras de um país nem sempre coincidem com demarcações de populações homogêneas e muitas tensões provêm de uma excessiva reivindicação de soberania por parte dos Estados.

Amor à pátria

O Papa recordou que a Igreja sempre exortou “ao amor do próprio povo e da pátria”, todavia, sempre advertiu para os desvios deste sentimento quando resulta na exclusão e no ódio pelos demais, quando se torna “nacionalismo conflituoso que levanta muros” ou se torna racismo ou antissemitismo.

Por isso, a Igreja observa com preocupação o reemergir em todo o mundo de correntes agressivas contra os estrangeiros, especialmente os imigrantes, como também de um crescente nacionalismo que ignora o bem comum. Isso pode comprometer formas já consolidadas de cooperação internacional.

Para Francisco, o modo com que uma nação acolhe os migrantes revela a sua visão da dignidade humana e da sua relação com a humanidade. “Quando uma pessoa ou uma família é obrigada a deixar a própria terra, deve ser acolhida com humanidade”, afirmou Francisco, citando os quatro verbos sobre os quais os governos têm responsabilidade perante a migração: acolher, proteger, promover e integrar.

Um Estado que suscita sentimentos nacionalistas do próprio povo contra outras nações ou grupos de pessoas, não realiza a sua missão. E a história ensina para onde conduzem semelhantes desvios.

O sonho de Simón Bolivar ainda é válido

O Papa destacou que nenhum Estado pode ser considerado um absoluto, uma ilha, sobretudo na atual situação de globalização não somente da economia, mas dos intercâmbios tecnológicos e culturais. O Estado nacional não é mais capaz de obter sozinho o bem comum para as suas populações. “O bem comum se tornou mundial e as nações devem se associar para o próprio benefício”, afirmou Francisco, citando os desafios das mudanças climáticas, das novas escravidões e da paz.

Neste âmbito, o Pontífice encorajou o caminho de cooperação regional empreendido, por exemplo, pela União Europeia e o “sonho” de Simón Bolivar na América Latina de uma Pátria Grande.

Com o multilateralismo a humanidade poderia evitar o perigo de conflitos armados toda vez que surgem disputas entre Estados nacionais, assim como o perigo da colonização econômica e ideológica das superpotências.

Já a crescente tendência dos nacionalismos está enfraquecendo o sistema multilateral, com o êxito de uma escassa credibilidade na política internacional e de uma progressiva marginalização dos membros mais vulneráveis da família das nações.

Holocausto nuclear

A este ponto do discurso, Francisco manifestou sua preocupação com o abrir-se de uma “nova estação de confronto nuclear”, que cancela os progressos do passado recente e multiplica o risco de guerras.

“ Se, agora, não somente sobre a terra, mas também no espaço forem colocadas armas nucleares ofensivas e defensivas, a chamada nova fronteira tecnológica terá aumentado e não diminuído o perigo de um holocausto nuclear. ”

Portanto, para o Pontífice, é tempo de uma maior responsabilidade e de uma renovada solidariedade internacional. Hoje, é tarefa do Estado participar da edificação do bem comum da humanidade, sempre mantendo a soberania de cada país e preservando a identidade e a riqueza de cada povo.

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Papa Francisco a jovens: "sejam construtores de pontes entre as pessoas"

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25 de abril de 2019

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (25/04), na Sala do Consistório, no Vaticano, cerca de cem jovens franceses da Diocese de Aire et Dax, que se encontram em peregrinação a Roma.

Francisco agradeceu a Deus pela iniciativa dos responsáveis da Pastoral Juvenil, que com o apoio do bispo, propuseram aos jovens viver as “Jornadas da Juventude de Landes”, uma região  do sudoeste da França.

 

Revigorar o dom da fé

Segundo o Papa, esta é uma boa ocasião oferecida aos jovens  franceses para que possa revigorar neles “o dom da fé, aqui, em Roma, junto aos Apóstolos Pedro e Paulo e todas as testemunhas, dentre as quais alguns jovens, que sofreram o martírio por terem permanecido fiéis a Jesus Cristo”.

“O contexto atual não é fácil, por causa também da questão dolorosa e complexa dos abusos perpetrados por membros da Igreja. Todavia, digo que hoje não é mais difícil do que em outras épocas da Igreja: é apenas diferente.”

“Por isso, aproveitem essa peregrinação para redescobrir que a Igreja, da qual vocês são membros, “caminha há dois mil anos, compartilhando as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens. E caminha como é, sem recorrer a nenhuma cirurgia estética”, disse Francisco citando um trecho da Exortação apostólica pós-sinodal, Christus vivit.

 

Deixem-se transformar pelo Espírito Santo

O Papa disse ainda que olhando para os jovens, reconhece a obra de Jesus que não abandona a sua Igreja, permitindo que ela, através da juventude, seu entusiasmo e talento, se renove e rejuvenesça nas várias fases de sua longa história.

Francisco chamou a atenção para a imagem da árvore emblemática dessa região francesa, o pinheiro de Landes, que ajudou a sanear áreas pantanosas. “Enraízem-se no amor de Deus”, disse o Papa aos jovens, “fazendo com que nos lugares onde vocês vivem a Igreja seja amada. Deixem-se transformar e renovar pelo Espírito Santo a fim de levar Cristo a todos os ambientes e testemunhar a alegria e a juventude do Evangelho!”

 

Exemplo de São Vicente de Paulo

Seguindo o exemplo de São Vicente de Paulo, que também era da região de Landes, “tornem visível o amor de Deus, amando com a força dos braços e o suor da fronte”.

“Nesse sentido, sejam construtores de pontes entre as pessoas, fazendo crescer a cultura do encontro e do diálogo, a fim de contribuir para o advento de uma autêntica fraternidade humana.  Com a atenção aos pequenos e pobres, vocês podem acender as estrelas nas noites de muitas pessoas que passam por provações. Manifestem com gestos e palavras que Deus é sempre novidade e nos conduz onde se encontra a humanidade mais ferida e onde os seres humanos continuam buscando uma resposta ao sentido da vida.”

“A Igreja precisa do seu ímpeto, de suas intuições, sua fé e coragem”, concluiu o Papa, confiando os jovens à proteção de Nossa Senhora de Buglose e São Vicente de Paulo.

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Papa Francisco: "nem tudo se resolve com a justiça; é preciso perdoar"

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25 de abril de 2019

Com a Praça São Pedro ainda enfeitada com as flores da Páscoa, o Papa Francisco se reuniu com milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral.

O Pontífice retomou seu ciclo de catequeses sobre a oração do “Pai-Nosso”, comentando hoje a frase “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

 

Não existem na Igreja "self made man"

Realmente não existe espaço para a presunção quando unimos as mãos para rezar, disse o Papa. “Não existem na Igreja 'self made man', homens que se fizeram sozinhos. Somos devedores de Deus e de tantas pessoas que nos deram condições de vida favoráveis. A nossa identidade se constrói a partir do bem recebido, sendo a vida o primeiro deles.

"Quem reza, aprende a dizer 'obrigado' e nós esquecemos disso, somos egoístas", disse o Papa. Quem reza, prosseguiu, pede a Deus que seja benévolo com ele. Por mais que nos esforcemos, permanece sempre uma dívida diante de Deus, que jamais poderemos restituir: Ele nos ama infinitamente mais do que aquilo que nós podemos amá-Lo. E por mais que nos comprometamos a viver segundo os ensinamentos cristãos, sempre haverá algo para o qual pedir perdão.

 

Quem recebe, deve doar

Todo cristão sabe que existe para ele o perdão dos pecados, nada no Evangelho faz pensar o contrário. Todavia, a graça de Deus assim tão abundante, é sempre empenhativa. “Quem recebeu deve aprender a dar, e não prender para si o que recebeu." No Evangelho de Mateus se dá destaque justamente a esta frase do perdão fraterno: Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.

“Isso é forte. Ouvi algumas vezes pessoas dizerem que jamais perdoariam. Mas se você não perdoa, Deus não perdoará.”  Francisco contou a experiência de um sacerdote que foi ministrar o último sacramento a uma idosa que não estava disposta a perdoar. “Se você não perdoar, Deus não perdoará”, repetiu o Papa. “Pensemos aqui se somos capazes de perdoar. Se não conseguir, peça ao Senhor que lhe dê a força.”

 

Nem tudo se resolve com a justiça

Aqui reencontramos a junção entre o amor por Deus e pelo próximo. Amor chama amor, perdão chama perdão. Francisco então citou a parábola da dívida do servo com o Rei. “Se você não se esforçar em perdoar, não será perdoado; se não se esforçar em amar, não será amado.”

Jesus insere nas relações humanas a força do perdão. Na vida, nem tudo se resolve com a justiça. É preciso amar além do devido, pois o mal conhece as suas vinganças e se não for interrompido, corre o risco de se expandir sufocando o mundo inteiro.

 

Lei de talião

Jesus substitui a lei de talião pela lei do amor: Agora não é mais “o que fizer a mim, eu restituo a você”, mas “o que Deus fez a mim, eu faço a você”. “Pensemos nesta semana de Páscoa tão bela se eu estou disposto a perdoar e, se não me sinto capaz, pedir ao Senhor a graça de perdoar. Perdoar é uma graça”, convidou o Pontífice, que concluiu:

“ Deus doa a cada cristão a graça de escrever uma história de bem na vida dos seus irmãos, especialmente daqueles que realizaram coisas ruins. Com uma palavra, um abraço e um sorriso podemos transmitir aos outros aquilo que recebemos de mais precioso: o perdão. ”

 

Revezamento pela Esperança

Ao final da Audiência, o Papa saudou os jovens da Arquidiocese de Milão, que no dia anterior haviam recebido terços da JMJ por parte do Pontífice, por ocasião do seu onomástico (23 de abril, festa de São Jorge).

Na Praça também estava presente uma delegação do “Revezamento pela Esperança – Direção Papa Francisco”.

Trata-se de uma maratona dedicada a crianças e jovens que sofrem de leucemia, tumores e doenças raras. O revezamento atravessou cinco regiões italianas, percorrendo 530 km de Pádua até a Praça São Pedro, no Vaticano.

O último bastão foi entregue ao Papa por uma criança de quatro anos que foi curada de uma grave forma de tumor.

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