Papa Francisco: 'O verdadeiro comunicador se entrega, não se poupa'

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23 de setembro de 2019

Comunicar o amor com o corpo e alma, dando tudo de si, foram as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos membros do Dicastério para a Comunicação, nesta segunda-feira, 23, em audiência realizada na Sala Regia, no Vaticano, na presença de inúmeros funcionários.

COMUNICAÇÃO CRISTÃ

“Comunica-se com a alma e com o corpo, comunica-se com a mente, com o coração, com as mãos; comunica-se com tudo. O verdadeiro comunicador se entrega, não se poupa. É verdade que a comunicação maior é o Amor, quando no amor se vê que há a plenitude da comunicação: amor a Deus e nosso.”, reforçou o Pontifice.

Todavia, o Papa advertiu que comunicar não é fazer propaganda. “Gostaria que a nossa comunicação fosse cristã” e não feita de proselitismo, afirmou, recordando o que dizia o Papa Emérito Bento XVI.

“Se quiserem comunicar uma verdade ‘mais ou menos’, mas sem se envolver, sem testemunhar com a própria vida, com a própria carne aquela verdade, parem, não o façam. Há sempre a assinatura do testemunho em cada coisa que fazemos. Testemunhas: cristãos quer dizer testemunhas. Mártires. Esta é a dimensão do martírio da nossa vocação: ser testemunhas”, acrescentou o Santo Padre.

COMUNIQUEM COM ALEGRIA

O Pontífice finalizou repetindo o uso de adjetivos e advérbios, em detrimento do substantivo – costume ao qual o Papa disse sentir “alergia”.

“O comunicador deve fazer entender o peso da realidade dos substantivos que refletem a realidade das pessoas. E esta é uma missão do comunicar: comunicar com a realidade, sem edulcorar com os adjetivos e os advérbios”, enfatizou o Pontífice, motivando os comunicadores a passarem “da cultura do adjetivo à teologia do substantivo” e a comunicarem o Evangelho com alegria.

INSTRUMENTOS DA VERDADE

Na saudação ao Santo Padre, em nome de todos os presentes, o Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, agradeceu Francisco pelo encontro com os participantes da plenária.

Falando sobre o Dicastério, Ruffini recordou que o mesmo é “uma única grande comunidade ao redor do Papa” formada por cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. “O que une todos é a vontade de levar a palavra do Papa ao mundo, de olhar os homens e as coisas com os olhos do Evangelho e torná-las visíveis através do rádio, web, jornal, redes sociais e de todos os instrumentos de difusão”, destacou.

O Prefeito salientou, ainda, que todos os dias se deparam com a dificuldade de estar à altura da tarefa que lhes foi confiada. “A distância entre o que somos e que gostaríamos de ser. Experimentamos a tristeza pelo que não conseguimos realizar. Mas também e sobretudo a beleza do ser, com as nossas imperfeições, os nossos erros, a nossa pequenez, testemunhas e instrumentos da verdade, que contamos através das nossas fotos, nossos vídeos, nossos artigos, nossas vozes”, concluiu.

O DICASTÉRIO

O Dicastério para a Comunicação foi criado em 27 de junho de 2015, ainda com o nome de Secretaria para a Comunicação, por meio de uma Carta Apostólica na forma de Motu Proprio, integrando os organismos da Cúria Romana que até então existiam: Pontifício Conselho das Comunicações Sociais; Sala de Imprensa da Santa Sé; Serviço Internet Vaticano; Rádio Vaticano; Centro Televisivo Vaticano; L’Osservatore Romano; Tipografia Vaticana; Serviço Fotográfico; Livraria Editora Vaticana.

A reformulação da comunicação vaticana aconteceu dentro do processo de reforma da Cúria Romana iniciado por Francisco. “O atual contexto comunicativo, caracterizado pela presença e pelo desenvolvimento das mídias digitais, pelos fatores da convergência e da interatividade, requer uma reformulação do sistema informativo da Santa Sé e uma reorganização que proceda decididamente rumo a uma integração e gestão unitária”, diz o Motu Proprio.

Ainda dentro do processo de reformulação da Cúria, em 23 de junho de 2018, o Santo Padre alterou o nome do organismo de Secretaria para Dicastério para a Comunicação.

(Colaborou Flávio Fogério Lopes)

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Vaticano confirma viagem do Papa para Tailândia e Japão

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23 de setembro de 2019

O Papa Francisco irá a Tailândia e o Japão entre os dias 19 e 26 de novembro. O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, confirmou a viagem apostólica na sexta-feira, 13. Após uma longa viagem de avião, o Santo Padre ficará na Tailândia entre os dias 20 e 23 de novembro. No Japão, estará entre os dias 23 e 26 daquele mês.
Enquanto na Tailândia deve ser destacado o aspecto missionário da Igreja presente na Ásia, continente no qual os cristãos são uma minoria, no Japão o tema principal será a defesa da vida. O cuidado à “casa comum”, o planeta Terra, e à vida humana em todas as suas etapas será o fio condutor da visita aos japoneses. Francisco já havia dito, um ano atrás, que pretendia ir ao Japão. 

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Primeiro encontro sobre a ‘Fraternidade Humana’

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20 de setembro de 2019

Realizou-se no Vaticano o primeiro encontro do comitê superior criado em agosto para colocar em prática os objetivos do “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”. A reunião ocorreu no dia 11. Esse documento foi assinado em fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, pelo Papa Francisco e pelo Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
Composto por sete membros, entre cristãos e muçulmanos, o comitê tem por objetivo “construir vida e fraternidade onde outros semearam morte e destruição”, conforme comunicado publicado pelo Vaticano. O Papa cumprimentou os membros, doou-lhes uma cópia do documento e disse que eles são “artesãos de fraternidade”.
Em uma das audiências públicas de fevereiro deste ano, o Papa comentou o texto. “O Grande Imã e eu afirmamos juntos a comum vocação de todos os homens e mulheres a serem irmãos, como filhos e filhas de Deus”, explicou. “Condenamos toda forma de violência, especialmenteaquela revestida de motivações religiosas, e nos empenhamos em difundir no mundo os valores autênticos e a paz.”
O Papa pede que todos leiam o documentopara estimular o diálogo e perceber que não há “confronto entre as civilidades cristã e islâmica” e tampouco os valores comuns das religiões são fonte de conflito.

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Cardeal Scherer fala sobre encontro do Papa com a presidência do Celam

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18 de setembro de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, conceceu uma entrevista ao Vatican News sobre o encontro do Papa Francisco com a presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), nesta terça-feira, 12. Desde maio, Dom Odilo é o Primeiro Vice-Presidente da Entidade. 

As novas perspectivas do Celam, sua renovação, o serviço intercontinental às Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, a promoção de iniciativas e subsidiariedade foram alguns dos temas citados por Dom Odilo na entrevista. 

OUÇA A ENTREVISTA COM CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

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Papa Francisco: "projetos humanos sempre falham, somente a força de Deus permanece"

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18 de setembro de 2019

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, na Audiência Geral desta quarta-feira (18/09), realizada na Praça São Pedro, na qual participaram doze mil pessoas.

O tema da catequese do Papa foi extraído do Capítulo 3, 39 dos Atos dos Apóstolos: “Cuidado para não se meterem contra Deus! Os participantes do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel”.

 

Obediência da fé

“Diante da proibição dos judeus de ensinar no nome de Cristo, Pedro e os Apóstolos respondem com coragem que não podem obedecer aos que desejam interromper a viagem do Evangelho no mundo. Os Doze mostram que possuem a “obediência da fé” que eles desejam despertar em todos as pessoas. A partir de Pentecostes, eles deixam de ser pessoas sozinhas. Vivem uma sinergia especial que os descentraliza de si mesmos e os leva a dizer: «nós e o Espírito Santo». Sentem que não podem dizer “eu” sozinho, mas “nós”, o «Espírito Santo e nós»”, disse Francisco, acrescentando:

Na força desta aliança, os Apóstolos não se deixam assustar por ninguém. Tinham uma coragem impressionante. Pensamos que eram covardes: todos fugiram, fugiram quando Jesus foi detido pela polícia. Todos. Mas, passaram de covardes a corajosos. Por quê? Porque o Espírito Santo estava com eles. O mesmo acontece conosco: se tivermos o Espírito Santo dentro nós, teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas lutas, não por nós mesmos, mas pelo Espírito que está conosco.

 

Os mártires de hoje

Segundo Francisco, os Apóstolos “não recuam em sua marcha como testemunhas intrépidas do Ressuscitado, como os mártires de todos os tempos, inclusive o nosso".

Os mártires dão a vida, não escondem que são cristãos. Pensemos, alguns anos atrás, hoje também existem muitos mas, pensemos nos cristãos coptas ortodoxos verdadeiros, trabalhadores que foram todos degolados na praia da Líbia, quatro anos atrás. A última palavra que disseram foi “Jesus, Jesus”. Eles não venderam a fé, porque o Espírito Santo estava com eles. São os mártires de hoje.

“Os Apóstolos são os megafones do Espírito Santo, enviados por Jesus ressuscitado a difundir com prontidão e sem hesitação a Palavra que salva. Esta determinação deles faz tremer o sistema religioso judaico, que se sente ameaçado e responde com violência e condenações à morte. A perseguição dos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não querem o cristianismo sentem-se ameaçadas e levam os cristãos à morte.”

Mas, no Sinédrio, eleva-se a voz de Gamaliel, um fariseu diferente que escolhe conter a reação dos demais, “um homem prudente, doutor da lei estimado por todo o povo”. Na escola de Gamaliel, São Paulo aprendeu a observar “a Lei de nossos pais”, conforme ele diz no Capítulo 22 dos Atos dos Apóstolos. Gamaliel toma a palavra e convida os seus correligionários a exercer a arte do discernimento, diante de situações que excedem os padrões usuais.

 

A força que os homens têm em si não é duradoura

“Ele mostra, citando alguns personagens que se fingiram Messias, que todo projeto humano pode primeiro receber elogios e depois naufragar, enquanto tudo o que vem do alto e tem a “assinatura” de Deus está destinado a durar.”

Os projetos humanos sempre falham; eles têm um tempo, como nós. Pensem em tantos projetos políticos, e como eles mudam de um lado para o outro, em todos os países. Pensem nos grandes impérios, pensemos nas ditaduras do século passado. Sentiam-se poderosos, que podiam dominar o mundo. Depois todos desabaram. Pensem também nos impérios de hoje: desabarão, se Deus não estiver com eles, porque a força que os homens têm em si não é duradoura. Somente a força de Deus permanece. Pensemos na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados, tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes escandalizamos. Mas Deus está conosco. Deus sempre salva. A força é “Deus conosco.

“Portanto, Gamaliel conclui que, se os discípulos de Jesus de Nazaré creram num impostor, são destinados a desaparecer; se ao invés seguem alguém que vem de Deus, é melhor desistir de combatê-los; e adverte: “Cuidado para não se meterem contra Deus. Nos ensina a fazer esse discernimento”, sublinhou Francisco.

 

Hábito do discernimento

As palavras de Gamaliel, são palavras pacatas e sensatas, que nos permitem ver o evento cristão com uma nova luz. Tocam os corações e obtêm o efeito desejado: os outros membros do Sinédrio aceitam o seu parecer e renunciam aos propósitos de morte, ou seja, matar os apóstolos.

O Papa concluiu a sua catequese, convidando-nos a pedir ao Espírito Santo para agir em nós a fim de que possamos “adquirir o hábito do discernimento”.

Que o Espírito Santo nos ajude a “ver sempre a unidade da história da salvação através dos sinais da passagem de Deus em nosso tempo e nos rostos daqueles que nos rodeiam, e a aprender que o tempo e os rostos humanos são mensageiros do Deus vivo”.

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Papa Francisco recebe Patriarca de Constantinopla

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17 de setembro de 2019

O Papa Francisco recebeu na manhã desta terça-feira, 17, o Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, no Vaticano. De acordo com o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, “o encontro ocorreu em um ambiente fraterno e foi seguido pelo almoço conjunto, com as respectivas delegações, na Casa Santa Marta”.

Essa não é a primeira vez que o Pontífice Romano e o líder ortodoxo se encontram. Foram diversos encontros e manifestações de amizade e respeito mútuos.  O primeiro deles foi durante a missa de inauguração do pontificado de Francisco, em 19 de março de 2013. Foi a primeira vez em quase mil anos que um patriarca ortodoxo assistiu a uma entronização papal.

EM JERUSALÉM

Em 25 de maio de 2014, os dois líderes se encontraram novamente em Jerusalém, na comemoração dos 50 anos do histórico encontro entre São Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, símbolo da retomada do diálogo entre as Igrejas Católica e Ortodoxa. Na ocasião, ambos assinaram uma declaração conjunta, a exemplo de seus antecessores, pela qual firmam o compromisso de buscarem o diálogo e a unidade

Um mês depois, no dia 8 de junho, Bartolomeu I foi convidado por Francisco para participar do encontro de oração pela paz entre o presidente israelense, Shimon Peres, e o líder palestino, Mahmud Abbas, nos jardins do Vaticano.

PEDRO E ANDRÉ

Em outubro de 2016, o Santo Padre visitou a Turquia e participou de momentos de oração e diálogo com o Bartolomeu I, que o acolheu na sede do Patriarcado de Constantinopla, em Istambul. O Pontífice participou da Divina Liturgia por ocasião da festa de Santo André Apóstolo, irmão de São Pedro e patrono do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Francisco fez um discurso destacando o caminho de unidade percorrido por católicos e ortodoxos. O Santo Padre ressaltou que a Igreja católica não impõe nenhuma exigência para que se chegue à plena unidade, exceto a profissão da fé comum.

Na ocasião, foi assinada uma nova declaração conjunta em que reiteram intenções e preocupações comuns, como a unidade entre os cristãos.

RELÍQUIAS

A última vez que os dois líderes haviam se encontrado foi na cidade italiana de Bari em 7 de julho de 2018, no dia especial de oração e reflexão pela paz no Oriente Médio, que reuniu patriarcas e líderes cristãos do Oriente Médio.

Foram muitos os gestos de estima e apreço entre ambos. O mais conhecido deles ocorreu em 29 de junho, Solenidade de São Pedro e São Paulo, quando o Papa Francisco presenteou o Patriarca Bartolomeu I com algumas relíquias do apóstolo São Pedro. Trata-se de nove fragmentos de ossos do primeiro Papa que, em 1968, ficavam em uma urna de bronze na capela privada do apartamento papal a pedido São Paulo VI. Os demais fragmentos dos restos mortais do Apóstolo permanecem depositados debaixo do altar da Basílica de São Pedro.

CHAMADO À UNIDADE

“Senti que teria tido um significado importante que alguns fragmentos das relíquias do Apóstolo Pedro fossem colocados ao lado das relíquias do Apóstolo André, que é venerado como padroeiro celeste da Igreja de Constantinopla”, explicou Francisco na carta enviada há poucos dias a Bartolomeu I.

Pontífice concluiu fazendo votos de que a reunificação das relíquias seja “um chamado constante e um encorajamento para que as divergências não sejam mais um obstáculo para o testemunho comum e para a missão evangelizadora “a serviço da família humana, que hoje está tentada a construir um futuro puramente mundano, um futuro sem Deus”.

O Patriarca Ecumênico, em entrevista concedida ao Vatican News às vésperas de sua viagem a Roma, disse ter ficado surpreso ao ter sido presentado pelo “nosso irmão Papa Francisco, “com tal tesouro”. “Nem mesmo a delegação do Patriarcado Ecumênico que estava em Roma para a festa patronal de nossa Igreja irmã esperava isso", assegurou Bartolomeu.

(Com informações de Vatican News)

 

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Papa exorta novos bispos à proximidade com Deus e com o povo

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12 de setembro de 2019

O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira, 12, no Vaticano, os bispos de recente nomeação participantes do curso anual promovido pelo pelas congregações para os Bispos e para as Igrejas Orientais, entre os dias 4 e 12.

Dos 13 prelados brasileiros participantes estavam Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar de São Paulo nomeado em 23 de janeiro, e o Monsenhor Jorge Pierozan, nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo em 24 de julho.

PRÓXIMOS DE DEUS E DO POVO

Em seu discurso, o Santo Padre destacou a palavra “proximidade” como atitude essencial para os bispos.

Francisco explicou que proximidade a Deus é a fonte do ministério do Bispo. Para isso, o Bispo deve cultivar a intimidade com Cristo diariamente na oração. “Somente estando com Jesus somos preservados da presunção pelagiana de que o bem deriva da nossa capacidade”, afirmou o Pontífice.

O Papa também ressaltou a proximidade do bispo com o seu povo. Ele advertiu que a proximidade ao povo não é uma estratégia oportunista, mas a condição essencial do ministro ordenado. “Não é uma obrigação externa, mas uma exigência interna à lógica do dom”, continuou.

DISPONIBILIDADE

Ainda de acordo com Francisco, a proximidade do Bispo, não é retórica, não é feita de anúncios autorreferenciais, mas de disponibilidade real. É preciso deixar-se surpreender e aprender verbos concretos, como ver, cuidar e curar. É colocar-se em jogo e sujar as mãos.

“Por favor, não deixem que prevaleçam os temores pelos riscos do ministério, retraindo-se e mantendo as distâncias”, pediu o Bispo de Roma.

SIMPLICIDADE

O Santo Padre exortou os bispos a levarem uma vida simples testemunhando que Jesus basta em suas vidas. Ele afirmou que são necessários bispos capazes de sentir o palpitar de suas comunidades e de seus sacerdotes, que não se contentem de presenças formais, mas que sejam “apóstolos da escuta”. “Por favor, não se circundem de bajuladores”, recomendou.

Por fim, o Papa encorajou as visitas pastorais regulares e uma proximidade especial aos sacerdotes. “Também eles estão expostos às intempéries de um mundo que, mesmo cansado das trevas, não poupa hostilidade à luz. Eles precisam ser amados, seguidos e encorajados.”

 

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Papa nomeia cardeal Raymundo enviado para o centenário da coroação de Nossa Senhora de Chiquinquirá

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26 de junho de 2019

O Papa Francisco nomeou o arcebispo emérito de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, seu Enviado Especial para a celebração dos cem anos da coroação de “Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá”, Padroeira da Colômbia.

A celebração do centenário de coroação se realizará no Santuário Mariano Nacional de Chiquinquirá, em 9 de julho próximo. A notícia foi divulgada, nesta terça-feira (25/06), pela Sala de Imprensa da Santa Sé. A celebração coincide com as comemorações do bicentenário de Independência da Colômbia.

Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, cuja festa é celebrada no dia 09 de julho, foi proclamada padroeira da Colômbia pelo Papa Pio VII em 1829. Em 1919, foi coroada canonicamente pelo Papa São Pio X. E em 1927, o Santuário foi declarado Basílica pelo Papa Pio XI.

Chinquinquirá é uma pequena cidade situada às margens do rio Suárez, na Colômbia. É também conhecida como capital da província do ocidente e capital religiosa da nação. Seu nome, na língua dos índios Chibcha, significa “povo sacerdotal”.

 

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma saudação ao cardeal Raymundo. Eis o texto: 

 

Brasília-DF, 25 de junho de 2019

Estimado irmão, Cardeal Raymundo,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) alegra-se com a sua designação como Enviado Especial para a celebração do Centenário da Coroação da “Virgem del Rosário de Chinquinquirá”, padroeira da Colômbia, que acontecerá no próximo dia 9 de julho, coincidindo com as comemorações do bicentenário da Independência daquele país.

Saudando-o por esta designação, recordamos as palavras de Pio XII, mais tarde repetidas por são João Paulo II, em junho de 1986: “A Colômbia é um jardim Mariano, em cujos santuários domina, como o sol entre as estrelas, Nossa Senhora de Chiquinquirá”.

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva

Bispo de Roraima (RR)

Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

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Papa Francisco: "não há lugar para o egoísmo na alma do cristão"

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26 de junho de 2019

O Papa Francisco se reuniu com cerca de 15 mil fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira (26/06) – a última antes da pausa de verão. De fato, o Pontífice retomará seu encontro semanal no dia 7 de agosto.

Sob um forte sol - os doentes foram acomodados na Sala Paulo VI -, o Papa deu continuidade ao seu ciclo sobre os Atos dos Apóstolos e hoje comentou a vida da primeira comunidade cristã de Jerusalém.

O extraordinário se faz ordinário

Esta primeira comunidade nasceu no dia de Pentecostes com a efusão do Espírito Santo e é considerada o paradigma de toda a comunidade. Cerca de três mil pessoas ingressaram naquela fraternidade, que é o “habitat” dos fiéis e o fermento eclesial da obra de evangelização. “O extraordinário se faz ordinário e a cotidianidade se torna o espaço da manifestação de Cristo vivo”, explicou o Papa.

A narração de Lucas permite observar dentro dos muros da “domus” onde os primeiros cristãos se recolhem como família de Deus, espaço da “koinonia”, isto é, da comunhão de amor entre irmãos e irmãs em Cristo.

Eles vivem de uma maneira bem clara: “perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações” (2, 42).

Eis os traços do bom cristão: ouvir assiduamente o ensinamento apostólico, praticar uma alta qualidade de relações interpessoais, fazer memória do Senhor através da Eucaristia e dialogar com Deus na oração.

Divisões não têm vez

Diferentemente da sociedade humana, onde se tende a fazer os próprios interesses, inclusive em detrimento dos outros, a comunidade dos fiéis baniu o individualismo para favorecer a compartilha e a solidariedade. Autorreferencialidade, antagonismos e divisões não têm vez.

“ Não há lugar para o egoísmo na alma do cristão. Se o seu coração é egoísta, você não é cristão. Você é um mundano que pensa no próprio lucro. A proximidade e a unidade são o estilo dos redimidos. ”

Francisco recordou a importância de se colocar no lugar do outro, de se preocupar, não para fofocar, mas para ajudar, dar esmola, visitar os doentes e quem necessita de consolação.

E nessa estrada de comunhão e partilha com os necessitados, os primeiros cristãos eram capazes de seguir uma autêntica vida litúrgica.

O Papa então concluiu: “Peçamos ao Espírito Santo para que faça de nossas comunidades locais nas quais acolher e praticar a vida nova, as obras de solidariedade e de comunhão, locais em que as liturgias sejam encontro com Deus, que se torna comunhão com os irmãos e irmãs, locais que sejam portas abertas sobre a Jerusalém celeste.”

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Papa Francisco: "Espírito Santo, artífice da comunhão e artista da reconciliação"

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19 de junho de 2019

Praça São Pedro, aquecida pelo calor do verão e lotada de fiéis, turistas, peregrinos e romanos, foi o palco da audiência geral do Papa nesta quarta-feira (19/06). Depois de dar uma longa volta com o papamóvel saudando de perto as pessoas, Francisco proferiu uma catequese baseada no relato de Pentecostes.

Cinquenta dias depois da Páscoa, os Apóstolos, reunidos em oração no Cenáculo de Jerusalém, vivenciam uma experiência muito além de suas expectativas: experimentam a irrupção de Deus. De repente veio do céu um ruído como de um vento forte como um sopro primordial; apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ao vento somou-se então o fogo, que na tradição bíblica, acompanha a manifestação de Deus. É a expressão simbólica de sua obra de aquecer, iluminar e tocar os corações e seu cuidado com as obras humanas.

 

Amor, sinceridade, verdade, gestos: linguagem universal

A palavra dos Apóstolos fica impregnada do Espírito do Ressuscitado e se torna uma palavra nova e diferente, mas que pode ser compreendida como se fosse traduzida simultaneamente em todas as línguas: de fato, cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua.

“ Trata-se da linguagem da verdade e do amor, que é universal: mesmo os analfabetos podem compreendê-la. Todos entendem a linguagem da verdade e do amor. Se você usar a verdade, a sinceridade e o amor, todos entendem, até um gesto amoroso… ”

O Papa deu uma explicação bastante clara deste fenômeno: o Espírito Santo não se manifesta apenas mediante uma sinfonia de sons que une e compõe harmonicamente as diversidades, mas é também o maestro de uma orquestra que executa partituras das grandes obras de Deus. O Espírito Santo é o artífice da comunhão, o artista da reconciliação que sabe remover as barreiras entre judeus e gregos, escravos e libertos, e fazer deles um único corpo.

 

Todos ficam tão maravilhados que se pensa que estejam embriagados

“Então Pedro intervém em nome de todos os Apóstolos, definindo o ocorrido como a ‘sóbria embriaguez do Espírito’, que acende no povo a profecia com sonhos e visões. E este é um dom de todos os que invocam o nome do Senhor”, assegurou o Papa.

A palavra de Pedro, frágil e capaz até de renegar o Senhor, quando fica permeada pelo fogo do Espírito ganha força, torna-se capaz de tocar os corações e movê-los à conversão. A Aliança nova e definitiva está fundada, já não sobre uma lei escrita em tábuas de pedra, mas na ação do Espírito de Deus.

“O Espírito opera a atração divina: Deus nos seduz com seu Amor e assim nos envolve, para mover a história e iniciar processos através dos quais filtra a vida nova. Só o Espírito de Deus tem o poder de humanizar e confraternizar cada contexto, a partir de quem o recebe. Peçamos ao Senhor que nos faça experimentar um novo Pentecostes, que abra os nossos corações e sintonize os nossos sentimentos com os de Cristo, para que possamos anunciar sem vergonha a sua palavra transformadora e testemunhar a força do amor que chama à vida tudo o que encontra".

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