O pequeno Panamá ganha as cores do mundo

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24 de janeiro de 2019

Jovens de todo o mundo que estão no Panamá para participar da JMJ aguardam ansiosos pela chegada do Papa Francisco ao país centro-americano, prevista para a tarde desta quarta-feira, 23, pelo horário local.

O clima de JMJ já contagia o país e os peregrinos de toda a parte do mundo que lá estão, muitos destes brasileiros.

NOS PASSOS DE UMA JOVEM

Ao fim da JMJ de 2016, em Cracóvia, o Papa Francisco anunciou que em 2019, o maior encontro de jovens do mundo aconteceria no Panamá. O tema escolhido pelo Pontífice foi: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”, desde então, todos foram chamados a refletir sobre os exemplos deixados por Maria e, desta forma, viver os dias de encontro com o Santo Padre.

Essa é a expectativa de Lucas Galhardo, jovem do Movimento de Schoenstatt: “Vamos aprender muito por meio dos exemplos de Maria, acredito que a jornada vai nos aproximar ainda mais de Nossa Senhora”. Ele também espera que este seja um momento de enaltecer e, aproximar os peregrinos ao Sínodo dos Jovens, fé e discernimento vocacional.

ESTAR AO LADO DO PAPA

São muitos os motivos que fazem com que, a cada Jornada, milhares de jovens tomem a decisão de se tornar peregrino e, em um País diferente, tenham uma experiência de fé, missão e encontro.

Em Jundiaí, no interior de São Paulo, vive Tiago Henrique Paneque, 22, que vê na oportunidade de estar perto do Papa Francisco a maior motivação para a ida à sua segunda JMJ: “Encontrar com os seus princípios e naquilo que ele acredita, na maneira como reconhece Jesus nas pessoas e no carinho que tem por todos, sem nenhuma distinção”, salientou o jovem da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na Diocese de Jundiaí.

Após retornar de Cracóvia, na Polônia, ele e mais 21 jovens iniciaram com o apoio da paróquia a preparação para o desembarque no Panamá, com a realização de almoço, jantares, venda de rifas.

MUITA FÉ E ALEGRIA

“Desde a Jornada passada, o que mais me encantou foi o carisma do povo panamenho, que é muito receptivo e carinhoso, sem ao menos eles saberem que a próxima jornada seria em seu País”, contou sobre seu primeiro contato com a população que, este ano, acolhe a Jornada e que segundo ele, tem fé e devoção fortes.

As belezas naturais do Panamá estão encantando Thiago, que organiza junto com seu grupo uma visita a praia San Blas, zelada e administrada por índios nativos panamenhos.

NUNCA DEIXAR DE SONHAR

Dom momentos marcantes desde que chegou à JMJ, Tiago lembrou das palavras do Arcebispo do Panamá, que dizia: “Nunca deixaremos de ser jovens, enquanto não pararmos de sonhar”.

Para ele, esta é a motivação para quando retornar ao Brasil, continuando sua missão na Diocese que participa e, a exemplo de Maria, trasbordar seu sim a Deus. E, imitando ao povo que o acolheu, ser alegre e não fazer distinção entre as pessoas, mas oferecer a elas, somente amor.

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JMJ 2019: Papa Francisco a caminho do Panamá

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23 de janeiro de 2019

O Papa Francisco já está a caminho do Panamá. O voo da companhia italiana partiu do aeroporto de Fiumicino esta manhã, às 9h51 locais.

O Pontífice e sua comitiva chegarão à capital panamenha depois de percorrer 9.500 quilômetros em 13 horas de voo.

 

Acolhimento

A chegada está prevista às 16h30 locais, onde haverá o acolhimento oficial no aeroporto internacional de Tocumen. Lá, receberão Francisco o presidente da Repúiblica, Juan Carlos Varela Rodríguez, acompanhado de sua esposa.

Duas crianças, em hábitos tradicionais, oferecerão flores ao Papa. Também estarão presentes no aeroporto os bispos do país e cerca de dois mil fiéis. O acolhimento oficial não prevê discursos.

Do aeroporto, o Pontífice percorrerá 28 km até a Nunciatura Apostólica do Panamá, onde pernoitará durante os cinco dias de sua estada no país.

Já o primeiro discurso do Santo Padre está marcado para a quinta-feira, no palácio presidencial, por ocasião da visita de cortesia ao presidente da República.

 

Refugiados

Antes de deixar a sua residência, a Casa Santa Marta, o Santo Padre encontrou um grupo de oito jovens refugiados de várias nacionalidades. Eles estão hospedados no Centro Pedro Arrupe, de Roma.

 

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Para muitos jovens, JMJ abre as portas para a maturidade na vida cristã

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22 de janeiro de 2019

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá início nesta terça-feira, 22, é o maior encontro do Papa com jovens de todo o mundo, e por isso sempre muito esperado. Neste ano, já são mais de 150 mil inscritos e os participantes podem chegar a 700 mil.

Ainda há quem questione a realização de grandes eventos deste tipo pela Igreja: uns dizem que os cantos, danças e festas dos jovens ao longo da semana são superficiais e não os levam a uma ação social efetiva junto aos mais necessitados; outros dizem que falta nos jovens consciência e até interesse na fé e na liturgia, que deveriam praticar melhor.

Mas quem já participou de uma JMJ sabe que ela não é nem uma coisa nem outra. E quem participou ainda jovem sabe o impacto que tem na vida adulta vivenciar um grande encontro centrado em Jesus Cristo e na sua Igreja.

FESTA DOS JOVENS COM O SUCESSOR DE PEDRO

É, sim, uma grande festa. Mas é uma festa dos jovens com o sucessor do apóstolo Pedro. Sem a presença do Papa, a JMJ, fundada por São João Paulo II em 1985, perderia muito do seu sentido original. É um símbolo visível de unidade, universalidade e fidelidade da Igreja, corpo de Cristo, como poucos outros eventos.

Em um mundo dominado pela “cultura do descarte”, como denuncia o Papa Francisco, ainda há milhares, milhões de jovens que procuram algo mais profundo, algo perene e duradouro. A festa é parte da alegria de ser jovem e da alegria de ser cristãos, mas é a fé ou a busca por um “algo mais” que inspira a maioria dos jovens na JMJ.

COM  MARIA

O tom dessa Jornada será fortemente mariano: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua Palavra” é o lema que inspira os encontros e catequeses. Como já é tradição antes de uma viagem internacional, o Papa Francisco passou hoje pela Basílica de Santa Maria Maior, no centro de Roma, para pedir sua proteção na visita ao Panamá. Ele embarca amanhã rumo à Jornada Mundial da Juventude.

O ícone mariano sempre esteve presente nas Jornadas, mas neste ano Maria está no centro das atividades. Foi forte e original a ideia de colocar sua entrega como referência para os jovens de hoje – às vezes avessos a tomar decisões. Maria é humana como todos nós, era jovem como aqueles que viajaram ao Panamá e, talvez até por isso, soube acolher o chamado de Deus com seu “sim” corajoso e incondicional. Aos jovens, a Igreja faz agora o mesmo convite.

NA MEMÓRIA DE FÉ

Gerações e gerações de jovens católicos, hoje esposas, maridos, mães e pais, padres, irmãs e irmãos têm imagens da JMJ na memória. Muitos jovens vivenciam verdadeiras experiências de conversão durante a Jornada. Apesar da “muvuca”, há momentos em que milhões de pessoas ficam em silêncio profundo, em Adoração. Mesmo com tanta conversa, há oportunidades para encontrar um ouvido amigo, no sacramento da Reconciliação. Embora nem todos saibam rezar, muitos participam da Eucaristia diariamente.

Na JMJ, os jovens conhecem outros que os apoiam na fé, aproximam-se humanamente dos bispos e padres que os acompanham, seus pastores, às vezes dão o primeiro passo para um discernimento vocacional mais aprofundado, e às vezes passam a viver os sacramentos com mais maturidade. Muitos participam uma vez e querem ir de novo, e de novo – às vezes até depois que não são mais tão jovens.

APENAS O COMEÇO

A JMJ não é o fim da Jornada. Para muitos, com 15, 16, 19, 25 anos, é um passo importante e, certamente, inesquecível. Aprendem a compartilhar a fé com semelhantes e diferentes e aprendem que a Igreja, apesar da fraqueza de seus membros, é de Cristo e, portanto, casa onde serão sempre bem-vindos.

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Sentir-se em casa, mesmo a mais de 4 mil km do Brasil

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22 de janeiro de 2019

O País que em 2019 recebe a Jornada Mundial da Juventude concentrou seus esforços para que peregrinos de todo o mundo pudessem ser bem recebidos antes mesmo da abertura oficial da JMJ nesta terça-feira, 22, e, desta forma, vivam intensamente os dias do evento que termina no domingo, 27, com missa presidida pelo Papa Francisco.

DESEMBARQUE

Um grupo de peregrinos da Freguesia do Ó, da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, chegou ao Panamá no dia 12 de janeiro e foi recebido pelos moradores de um bairro chamado Tanara, no Distrito de Chepo. Dentre eles está Diego Brigatto: “É uma comunidade muito simples, mas muito acolhedora. Todos se conhecem e muitos são familiares ou grandes amigos”, contou ao O SÃO PAULO.

Houve por parte dos meios de comunicação local uma grande divulgação. Dessa forma, todos puderam compreender a grandiosidade da jornada e por isso a população local faz de tudo para que os peregrinos se sintam, verdadeiramente, em casa.

“Sempre muito animados e acolhedores. Fazendo o máximo para nos deixar felizes e em casa. A polícia local e os responsáveis perguntam por nós a cada 20 minutos e querem saber sempre por onde estamos”, completou Diego.

CAMINHANDO POR CHEPO

Diego explicou que as casas, diferentes do que está habituado em São Paulo, não possuem portões, pois a população vive em clima de segurança. Entretanto, ele pôde perceber que o maior desafio da cidade diz respeito ao seu saneamento básico: “Eles ficam muito tristes por um país banhado por dois mares e com muita água doce ainda não ter água encanada em muitos locais”, reiterou.

Como sinal de gesto concreto, o grupo pretende dialogar com o prefeito local, sobre a importância da água e do bom uso dos recursos financeiros.

TERCEIRA JMJ

O Panamá é a terceira cidade em que Diego visita em virtude da JMJ. Ele esteve no Rio de Janeiro em 2013, e em Cracóvia, na Polônia, em 2016.

Diego afirmou que a relação dos jovens brasileiros com a JMJ mudou após os dias na cidade maravilhosa: “A Jornada no Brasil foi muito importante para os jovens brasileiros conhecerem o evento. Fez perceber que não estamos sozinhos e que a Igreja Católica é viva e ativa no mundo todo”.

Após a primeira experiência vivida no próprio País, ele que também é membro do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, decidiu unir esforços com outros jovens de sua comunidade paroquial para vivenciar mais essa oportunidade de renovação: “Participar da Jornada dá um novo gás para viver a vida em comunidade”, concluiu.

CORES LATINAS

O povo brasileiro sempre foi conhecido por sua alegria e forma diferenciada de receber a todos. A tantos quilômetros de distância, a professora de francês Lívia Miranda, 29, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, da Região Episcopal Sé, destacou que desde que chegou ao Panamá, no dia 14, percebeu a cordialidade com que os panamenhos lidam com os peregrinos e a felicidade em receber um evento desta magnitude.

O colorido das ruas deixa tudo mais divertido segundo ela, que está no Panamá como voluntária, e desde outubro contribui com o conteúdo para o site oficial da jornada: “É a JMJ da América Latina. Somos a maioria”. Lívia também enfatizou sobre a enorme divisão entre a grande cidade e problemas sociais que pode ver em uma semana de Jornada.  

DESDE MADRID

“A JMJ é um grande sinal de esperança para o mundo. Entendi isso quando acompanhei as notícias da JMJ de Madrid, em 2011. Quando o Brasil foi anunciado, não tive dúvidas de me inscrever como voluntária para poder ajudar na realização desse milagre dos nossos tempos”, explicou. Ela foi voluntária também em Cracóvia e em 2019 faz parte do grupo da comunicação.

Inspirada no lema da JMJ de 2019, Lívia espera que as experiências vividas ao longo de tantos dias continuem ressoando em todo jovens e comunidades para um concreto compromisso com Deus.

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JMJ: Papa vai encontrar e confesssar jovens detentos

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19 de janeiro de 2019

O encontro com os jovens em uma prisão juvenil e com os jovens com AIDS: Estes são alguns dos momentos mais significativos da viagem apostólica do Papa Francisco ao Panamá, de 23 a 28 de janeiro, por ocasião da XXXIV Jornada Mundial da Juventude. O diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, falou sobre os dois eventos aos jornalistas, destacando que a viagem do Papa terá "uma forte dimensão mariana".

O Papa junto às periferias existenciais

Na sexta-feira, 25 de janeiro, o Pontífice visitará o "Centro de Cumplimento de Menores Las Garzas de Pacora", onde encontrará 200 jovens detentos. Na ocasião, o Papa confessará alguns jovens prisioneiros nos confessionários feitos por alguns deles.

“ É um sinal da proximidade de Francisco com os jovens que não podem participar da Jornada Mundial da Juventude ”

No dia 27 de janeiro, último dia da JMJ, o Papa irá à Casa Hogar do Bom Samaritano para encontrar jovens com deficiência e com AIDS. "O Papa - concluiu Gisotti - quer estar também nesta ocasião próximo de todas as periferias existenciais".

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As tarefas da Comissão Ecclesia Dei passam à Doutrina da Fé

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19 de janeiro de 2019

Com uma Carta Apostólica sob forma de “Motu proprio”, Papa Francisco estabeleceu neste sábado (19/01) a supressão da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, instituída em 2 de julho de 1988 por São João Paulo II com a “tarefa de colaborar com os Bispos e com os Dicastérios da Cúria Romana, a fim de facilitar a plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou de cada religioso ou religiosa até agora ligados de diversos modos à Fraternidade de fundada por Mons. Lefebvre, que desejem permanecer unidos ao sucessor de Pedro na Igreja Católica, conservando as próprias tradições espirituais e litúrgicas”.

Tarefas da Comissão passam à Congregação para a Doutrina da Fé

“As tarefas da Comissão são integralmente atribuídas à Congregação para a Doutrina da Fé, dentro da qual será instituída uma Seção especial comprometida em continuar a obra de vigilância, de promoção e de tutela até então controlada pela suprimida Pontifícia Comissão Ecclesia Dei”.

Condições mudadas

O Papa explica esta sua decisão pelas “condições mudadas” que tinham levado o santo Pontífice João Paulo II à instituição da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei”. De fato, Francisco constata “que os Institutos e as Comunidades religiosas que habitualmente celebram na forma extraordinária, hoje encontraram a própria estabilidade de número e de vida” e toma ato “que as finalidades e as questões tratadas pela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, são de ordem prevalentemente doutrinais”. Com este Motu Proprio deseja “que tais finalidades se tornem cada vez mais evidentes à consciência das comunidades eclesiais”.

Summorum Pontificum de Bento XVI

Por mais de 30 anos – escreve Papa Francisco – a Comissão Ecclesia Dei “realizou com sincera solicitude e louvável premura” a sua tarefa. E recorda dois documentos de seu “Venerável Predecessor Bento XVI”: com o Motu proprio Summorum Pontificum, de 7 de julho de 2007, a Pontifícia Comissão tinha “ampliado a autoridade da Santa Sé sobre os Institutos e Comunidades religiosas, que tinham aderido à forma extraordinária do Rito Romano e tinham assumido as precedentes tradições da vida religiosa, vigiando na observância e na aplicação das disposições estabelecidas”.

Questões de natureza primariamente doutrinais

Dois anos depois, o Motu proprio Ecclesiae unitatem, de 2 julho de 2009, reorganizou a estrutura da Comissão, “com o objetivo de torná-la mais adequada à nova situação criada com a retirada da excomunhão dos quatro Bispos consagrados sem mandato pontifício”. Além disso – acrescenta o Papa Francisco – considerando que depois deste ato de graça, as questões tratadas pela Comissão “fossem primariamente de natureza doutrinal”, Bento XVI a tinha ligado “diretamente à Congregação para a Doutrina da Fé, conservando ainda as finalidades iniciais, mas modificando sua estrutura”.

Depois de “muita reflexão”

A decisão de hoje – explica Francisco – chegou “depois de muita reflexão” e depois de algumas medidas: na reunião de 15 de novembro de 2017, a Congregação para a Doutrina da Fé solicitou a condução direta do diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X “por se tratarem de questões de caráter doutrinal”, o Papa aprovou este pedido em 24 de novembro seguinte e esta proposta foi acolhida pela Sessão Plenária do Dicastério em janeiro deste ano. 

A Carta Apostólica de João Paulo II

Voltando à criação da Comissão, podemos recordar alguns passos da Carta Apostólica “Ecclesia Dei” de São João Paulo II, escrita depois da ilegítima ordenação episcopal conferida em 30 de junho de 1988 por Mons. Marcel Lefebvre, que rejeitava algumas “atualizações” decididas pelo Concilio Vaticano II. Um ato – afirmava Papa Woytyla – que oferece “a todos a ocasião para uma profunda reflexão e para um renovado empenho de fidelidade a Cristo e à Sua Igreja”.

A Tradição é viva e "progride"

“A raiz deste ato cismático – observava João Paulo II - pode localizar-se numa incompleta e contraditória noção de Tradição. Incompleta, porque não tem em suficiente consideração o caráter vivo da Tradição, que - como é claramente ensinado pelo Concílio Vaticano II - sendo transmitida pelos Apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo: com efeito, progride a percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, cresce tanto com a contemplação e estudo dos crentes, que as meditam no seu coração, quanto com a íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, assim como com a pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade".

É contraditória uma Tradição que se opõe ao Papa

“Mas é sobretudo contraditória – escrevia João Paulo II - uma noção de Tradição que se opõe ao Magistério universal da Igreja, do qual é detentor o Bispo de Roma e o Colégio dos Bispos. Não se pode permanecer fiel à Tradição rompendo o vínculo eclesial com aquele a quem o próprio Cristo, na pessoa do Apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja”.

Apelo para permanecer unidos ao Vigário de Cristo

Portanto o Papa lançava um forte apelo: “Nas presentes circunstâncias, desejo sobretudo dirigir um apelo, ao mesmo tempo solene e comovido, paterno e fraterno, a todos aqueles que até agora, de diversos modos, estiveram ligados ao movimento do Arcebispo Lefebvre, a fim de que cumpram o grave dever de permanecerem unidos ao Vigário de Cristo na unidade da Igreja Católica, e de não continuarem a apoiar de modo algum esse movimento. Ninguém deve ignorar que a adesão formal ao cisma constitui grave ofensa a Deus e comporta a excomunhão estabelecida pelo Direito da Igreja".

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Papa pela unidade da família cristã: mais solidariedade, menos divisão

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18 de janeiro de 2019

"Começou hoje a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na qual somos todos convidados a implorar de Deus este grande dom. A unidade dos cristãos é fruto da graça de Deus, pelo que nos devemos predispor a recebê-la com coração pronto e generoso. Nesta tarde, sinto-me particularmente feliz por rezar juntamente com os representantes das outras Igrejas presentes em Roma, aos quais dirijo uma cordial e fraterna saudação. Saúdo também a delegação ecuménica da Finlândia, os alunos do Instituto Ecuménico de Bossey que visitam Roma para aprofundar o seu conhecimento da Igreja Católica e os jovens ortodoxos e ortodoxos orientais que aqui estudam com o apoio do Comité de Cooperação Cultural com as Igrejas Ortodoxas, ativo junto do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

O livro do Deuteronómio oferece-nos a imagem do povo de Israel acampado nas planícies de Moab, prestes a entrar na Terra que Deus lhe prometeu. Lá Moisés, como pai solícito e chefe designado pelo Senhor, repete a Lei ao povo, instrói-o e lembra-lhe que deverá viver com fidelidade e justiça, quando se estabelecer na terra prometida.

A passagem que acabamos de ouvir indica como celebrar as três festas principais do ano: Pesach (Páscoa), Shavuot (Pentecostes), Sukkot (Tabernáculos). Cada uma destas festas convida Israel à gratidão pelos bens recebidos de Deus A celebração duma festa requer a participação de todos; ninguém pode ficar excluído: «Alegrar-te-ás na presença do Senhor, teu Deus, com os teus filhos, as tuas filhas, os teus servos e as tuas servas, o levita que viver dentro das portas da tua cidade, o estrangeiro, o órfão e a viúva, que estiverem junto de ti» (Dt 16, 11).

Por ocasião de cada festa, é preciso realizar uma peregrinação «ao santuário que o Senhor tiver escolhido para ali estabelecer o seu nome» (16, 2). O fiel israelita deve ir lá colocar-se diante de Deus; e, embora todo o israelita tivesse sido escravo no Egito, sem qualquer propriedade pessoal, «ninguém aparecerá com as mãos vazias diante do Senhor» (16, 16) e o dom de cada um será segundo a medida da bênção que o Senhor lhe tiver concedido. Assim, todos receberão a sua parte de riqueza do país e beneficiarão da bondade de Deus.

Não nos deve surpreender o facto do texto bíblico passar da celebração das três festas principais para a nomeação dos juízes. As próprias festas exortam o povo à justiça, lembrando a igualdade fundamental entre todos os membros, todos igualmente dependentes da misericórdia divina, e convidando cada um a partilhar com os outros os bens recebidos. O dar honra e glória ao Senhor nas festas do ano caminha de mãos dadas com o prestar honra e justiça ao seu vizinho, sobretudo se é vulnerável e necessitado.

Ao debruçar-se sobre a escolha do tema para esta Semana de Oração, os cristãos da Indonésia decidiram inspirar-se nestas palavras do Deuteronómio: «Deves procurar a justiça e só a justiça» (16, 20). Neles, está viva a preocupação pelo facto de o crescimento económico do seu país, animado pela lógica da concorrência, deixar muitos na pobreza, permitindo que se enriqueçam enormemente apenas alguns. Isto põe em perigo a harmonia duma sociedade onde vivem lado a lado pessoas de diferentes etnias, línguas e religiões que compartilham um sentido de mútua responsabilidade.

Mas isto não se aplica só à Indonésia; deparamo-nos com a mesma situação no resto do mundo. Quando a sociedade deixa de ter como fundamento o princípio da solidariedade e do bem comum, assistimos ao escândalo de pessoas que vivem em extrema pobreza ao lado de arranha-céus, hotéis imponentes e centros comerciais luxuosos, símbolos de incrível riqueza. Esquecemo-nos da sabedoria da lei mosaica, segundo a qual, se a riqueza não for partilhada, a sociedade divide-se.

São Paulo, quando escreve aos Romanos, aplica a mesma lógica à comunidade cristã: aqueles que são fortes devem ocupar-se dos fracos. Não é cristão «procurar aquilo que nos agrada» (Rom 15, 1). De facto, seguindo o exemplo de Cristo, devemos esforçar-nos por edificar os que são fracos. A solidariedade e a responsabilidade comum devem ser as leis que regem a família cristã.

Também nós, como povo santo de Deus, sempre nos encontramos prestes a entrar no Reino que o Senhor nos prometeu. Mas, estando divididos, precisamos de recordar o apelo à justiça que Deus nos dirigiu. Também entre nós, cristãos, há o risco de prevalecer a lógica conhecida pelos israelitas dos tempos antigos e pelo povo indonésio nos dias de hoje, ou seja, tentando acumular riqueza, esquecermo-nos dos vulneráveis e dos necessitados. É fácil esquecer a igualdade fundamental que existe entre nós: originariamente todos nós éramos escravos do pecado, mas o Senhor salvou-nos no Batismo, chamando-nos seus filhos. É fácil pensar na graça espiritual que nos foi dada como sendo nossa propriedade, algo que nos é devido e pertence. Além disso, é possível que os dons recebidos de Deus nos tornem cegos aos dons dispensados a outros cristãos. É um grave pecado desdenhar ou desprezar os dons que o Senhor concedeu a outros irmãos, pensando que estes sejam de algum modo menos privilegiados aos olhos de Deus. Se alimentarmos tais pensamentos, consentimos que a própria graça recebida se torne fonte de orgulho, injustiça e divisão. E então como poderemos entrar no Reino prometido?

O culto condizente a este Reino, o culto que a justiça exige, é uma festa que engloba a todos, uma festa na qual se disponibilizam e partilham os dons recebidos. Para realizar os primeiros passos rumo à terra prometida que é a nossa unidade, devemos, em primeiro lugar, reconhecer humildemente que as bênçãos recebidas não são nossas por direito, mas por dádiva, tendo-nos sido concedidas para as partilharmos com os outros. Em segundo lugar, devemos reconhecer o valor da graça concedida às outras comunidades cristãs. Consequentemente será nosso desejo participar nos dons dos outros. Um povo cristão, renovado e enriquecido por esta troca de dons, será um povo capaz de caminhar, com passo firme e confiante, pelo caminho que leva à unidade."

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O nascimento da JMJ: João Paulo II confia a Cruz aos jovens

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18 de janeiro de 2019

"Queridos jovens, ao final do Ano Santo confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Levem-a ao mundo, como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade e anunciem a todos, que somente em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção".

A Cruz entregue aos jovens

 

O Papa João Paulo II pronuncia estas palavras em 22 de abril de 1984, do adro da Basílica de São Pedro, depois de ter fechado a Porta Santa pelo Jubileu da Redenção. A grande cruz de madeira, de 3,8 metros de altura, colocada perto do altar principal, está à sua esquerda e depois de ter sido um farol de fé durante um ano inteiro, é entregue nas mãos dos peregrinos do mundo: será "anúncio" e "encontro", se tornará a “Cruz da JMJ".

A "Cruz do Ano Santo" é transferida para o Centro San Lorenzo - um lugar para jovens fundado pelo Papa - onde costuma ser encontrada quando não está em peregrinação pelo mundo: sua primeira viagem foi à Alemanha. (Atualmente o Centro está aos cuidados da Comunidade Shalom).

300 mil com o Papa

 

Em 31 de março de 1985, Domingo de Ramos, uma multidão de mais de 300 mil jovens dos cinco continente, dirige-se à Praça São Pedro com a "Cruz do Ano Santo". Eles vieram para o grande encontro de jovens por ocasião do Ano Internacional da Juventude, proclamado pela ONU. João Paulo II fica visivelmente tocado.

A instituição da JMJ

Em dezembro do mesmo ano, durante as felicitações de Natal à Cúria Romana, o Papa afirma: "Ainda tenho em meus olhos as imagens do encontro daquela assembleia de jovens de todas as raças e proveniências". Ele reitera que não se trata de uma "massa anônima" ou de "número, mas presença viva e pessoal" que "tomou parte com uma alegria esmagadora e composta, em um ato comunitário de amor e fé a Cristo, o Senhor". E institui a Jornada Mundial da Juventude: "O Senhor abençoou aquele encontro de maneira extraordinária, tanto que, para os próximos anos, foi instituída a Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada no Domingo de Ramos, com a valorosa colaboração da Conselho para os leigos".

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Papa Francisco: "a Palavra de Deus é vida, não endurece o coração"

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17 de janeiro de 2019

"Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo". Esta advertência contida na Carta aos Hebreus, extraída da Primeira Leitura, inspirou a homilia do Papa Francisco ao celebrar a missa esta manhã (17/01) na capela da Casa Santa Marta.

Todos os membros da comunidade cristã, afirmou o Pontífice, padres, freiras e bispos, correm o risco de ficar com o coração endurecido. Mas o que significa para nós esta advertência?

O Papa indicou três palavras, extraídas sempre da Primeira Leitura, que podem nos ajudar a entender: "dureza", "obstinação" e "sedução".

Cristãos pusilânimes, sem a coragem de viver

Um coração endurecido é um coração “fechado”, “que não quer crescer, se defende, se fecha". Na vida, isso pode acontecer em decorrência de inúmeros fatores, por exemplo, uma “forte dor”, porque “os golpes endurecem a pele", notou Francisco. Aconteceu com os discípulos de Emaús e também com Tomé. E quem permanece nesta atitude negativa é "pusilânime", e um "coração pusilânime é perverso":

Podemos nos questionar: eu tenho o coração duro, tenho o coração fechado? Eu deixo o meu coração crescer? Tenho medo que cresça? E se cresce sempre com as provações, com as dificuldades, se cresce como crescemos todos nós quando crianças: aprendemos a caminhar caindo, do engatinhar ao caminhar quantas vezes caímos! Mas se cresce com as dificuldades. Dureza. E o mesmo, fechamento. Mas quem permanece nisto… “Quem são, padre?” São os pusilânimos. A pusilanimidade é uma atitude ruim no cristão, lhe falta a coragem de viver. Ele se fecha…

Cristãos obstinados

A segunda palavra é "obstinação": "animai-vos uns aos outros, dia após dia,
para que nenhum de vós se endureça" está escrito na Carta aos Hebreus e é a acusação que Estevão faz àqueles que o lapidarão. A obstinação é "a teimosia espiritual ": um coração obstinado – explicou Francisco - é "rebelde", é "teimoso", está fechado no próprio pensamento, não “aberto ao Espírito Santo". É o perfil dos “ideólogos”, também orgulhosos e soberbos:

A ideologia é uma obstinação. A Palavra de Deus, a graça do Espírito Santo, não é ideologia: é vida que o faz crescer, ir avante e também abrir o coração aos sinais do Espírito, aos sinais dos tempos. Mas a obstinação é também orgulho, é soberba. A teimosia, aquela teimosia que faz muito mal: fechados de coração, duros – primeira palavra – são os pusilânimes; os teimosos, os obstinados, como diz o texto, são os ideólogos. Mas eu tenho um coração teimoso? Cada um pense. Eu sou capaz de ouvir as outras pessoas? E se penso diversamente, dizer: “Mas eu penso assim…” Sou capaz de dialogar? Os obstinados não dialogam, não sabem, porque se defendem sempre com as ideias, são ideólogos. E as ideologias quanto mal fazem para o povo de Deus, quanto mal! Porque fecham a atividade do Espírito Santo.

Cristãos escravos da sedução

A última palavra sobre a qual o Papa reflete é a "sedução", a sedução do pecado, obra do diabo, o “grande sedutor”, “um grande teólogo, mas sem fé, com ódio", o qual quer "entrar e dominar" o coração e sabe como fazê-lo. Então, conclui o Papa, um “coração perverso é aquele que se deixa conquistar pela sedução e a sedução o leva à obstinação, ao fechamento e a tantas outras coisas":

E com a sedução ou você se converte e muda de vida, ou tenta fazer pactos: um pouco aqui e um pouco ali. “Sim, sim, eu sigo o Senhor, mas eu gosto desta sedução, mas um pouco...” E você começa a fazer uma vida cristã dupla. Para usar a palavra do grande Elias ao povo de Israel naquele momento: “Vocês mancam com as duas pernas”. Mancar com as suas pernas, sem ter uma firme. É a vida de pactos: “Sim, eu sou cristão, sigo o Senhor, sim, mas este eu o deixo entrar …”. E assim são os mornos, aqueles que sempre fazem pactos: cristãos de pactos. Também nós muitas vezes fazemos isso: o pacto. Quando o Senhor nos indica a estrada, também com os mandamentos, com a inspiração do Espírito Santo, mas eu gosto de outra coisa e busca o modo de caminhar nos dois trilhos, mancando com as duas pernas.

A invocação final do Papa é para que o Espírito Santo nos ilumine para que ninguém tenha um coração perverso: "um coração duro, que o leva à pusilanimidade; um coração obstinado que o leva à rebelião; um coração seduzido, escravo da sedução, que o leva a um cristianismo de pacto”.

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Papa Francisco: rezar é dizer "Abbà" com a confiança de uma criança

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16 de janeiro de 2019

“Basta evocar esta expressão - Abbà – para que se desenvolva uma oração cristã. (...) Nesta invocação há uma força que atrai todo o resto da oração". E para rezar bem, é preciso ter um coração de criança.

Dando continuidade a sua série de catequeses sobre a oração do Pai Nosso, o Papa inspirou-se nesta quarta-feira na Carta de São Paulo aos Romanos 8, 14-16 para falar sobre nossa filiação divina: “hoje partimos da observação de que, no Novo Testamento, a oração parece querer chegar ao essencial, até concentrar-se em uma única palavra: Abbà, Pai”. Nesta invocação afirmou, dirigindo-se aos 7 mil fiéis presentes na Sala Paulo VI -  concentra-se toda a novidade do Evangelho:

“ Depois de ter conhecido Jesus e ouvido sua pregação, o cristão não considera Deus mais como um tirano a temer, não sente mais  medo dele, mas floresce em seu coração a confiança nele: pode falar com o Criador, chamando-o de "Pai". A expressão é tão importante para os cristãos, que muitas vezes é conservada intacta em sua forma original. Paulo conservou intacta 'Abbà'”.

“É raro que no Novo Testamento as expressões aramaicas não são traduzidas para o grego”, observa o Papa. “Temos que imaginar que, nestas palavras em aramaico permanece como que "gravada" a voz do próprio Jesus, "respeitaram o idioma de Jesus". Nas primeiras palavras do "Pai Nosso", encontramos imediatamente a novidade radical da oração cristã”.

 

Rezar com verdade o Pai Nosso

Se entendermos que não se trata apenas de usar a figura do pai como um símbolo para relacionar ao mistério de Deus, mas  o mundo inteiro de Jesus transvasado no próprio coração, podemos rezar com verdade o “Pai Nosso”:

“Dizer "Abbà" é algo muito mais íntimo, mais comovente do que simplesmente chamar Deus de "Pai". Eis porque alguém propôs traduzir esta palavra aramaica original "Abbà" como "Papai" ou “Babbo" (ndr - em italiano) (...). Nós continuamos a dizer "Pai nosso", mas com o coração somos convidados a dizer "Papai", a ter uma relação com Deus como a de uma criança com o seu papai, que diz "papai" (...).  Na verdade, essas expressões evocam afeto, evocam calor, algo que nos remete no contexto da infância: a imagem de uma criança completamente envolvida pelo abraço de um pai que sente infinita ternura por ele. E por isso, queridos irmãos e irmãs, para rezar bem é preciso chegar a ter um coração de criança. Para rezar bem, não um coração autossuficiente. Assim não se pode rezar bem. Mas como uma criança nos braços de seu Pai, seu papai.”

 

Deus conhece somente amor

Mas são os Evangelhos no entanto – completa o Papa - a nos apresentarem melhor o sentido desta palavra. O "Pai Nosso"  ganha sentido e cor se aprendemos a rezá-lo depois de ter lido a parábola do Pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32):

“Imaginemos esta oração pronunciada pelo filho pródigo, depois de ter experimentado o abraço de seu pai, que o havia esperado por um tempo, um pai que não recorda as palavras ofensivas que ele havia dito, um pai que agora o faz perceber simplesmente a falta que sentiu dele.  Então descobrimos como aquelas palavras ganham vida, ganham força. E nos perguntamos: como é possível que Tu, ó Deus, conheça somente o amor? Mas Tu não conheces o ódio? Não, responderia Deus. Eu conheço somente o amor. Onde está em Ti a vingança, a pretensão de justiça, a ira pela sua honra ferida? E Deus responderia: eu conheço somente amor.”

 

A força da palavra "Abbà" 

A forma como o pai da parábola age – observa o Papa -  “recorda muito o espírito de uma mãe”, pois no geral  são as mães que desculpam seus filhos, que os cobrem, que não rompem a empatia que têm por eles, que continuam a querê-los bem. Mesmo quando não mereceriam mais nada:

“Basta evocar esta expressão - Abbà – para que se desenvolva uma oração cristã. (...) Nesta invocação há uma força que atrai todo o resto da oração”:

Deus busca você, mesmo que você não o procure. Deus ama você, mesmo que você tenha se esquecido dele. Deus vê em você uma beleza, ainda que você pense ter desperdiçado inutilmente todos os seus talentos. Deus é não somente um Pai, é como uma mãe que nunca deixa de amar sua criação. Por outro lado, há uma "gestação" que dura para sempre, bem além dos nove meses daquela física, e que gera um circuito infinito de amor."

 

Ter a confiança de uma criança

Para um cristão, "rezar é simplesmente dizer "Abbà", dizer papai (...), mas com a confiança de uma criança. E acrescentou ao concluir:

“Pode acontecer que também a nós aconteça de caminhar por caminhos  distantes de Deus, como aconteceu com o filho pródigo; ou de precipitar em uma solidão que nos faz sentir abandonados no mundo; ou ainda de errar e ser paralisados por um sentimento de culpa. Nesses tempos difíceis,  podemos ainda encontrar a força de rezar, recomeçando pela  palavra "Abbà", mas dita com o sentido terno de uma criança, "Abbá", papai. Ele não esconderá de nós o seu rosto. Recordem bem, talvez alguém tenha dentro de si coisas ruins, coisas que não...não sabe como resolver, tanta amargura por ter feito isto ou aquilo. Ele não esconderá o seu rosto. Ele não se fechará no silêncio. Você diz "Pai" e Ele responderá a você. Você tem um Pai! "Sim, mas eu sou um delinquente". Mas você tem um Pai que ama você. Diga a Ele "Pai" e comece a rezar assim, e no silêncio nos dirá que nunca nos perdeu de vista. "Mas Senhor, eu fiz isto e aquilo". Mas eu nunca perdi você de vista. Eu vi tudo. Mas sempre estive ali, próximo de você, fiel ao meu amor por você. Esta será a resposta. Não esqueçam nunca de dizer Pai. Obrigado!". 

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