Drogas, migração e meio ambiente: Papa conversa com latino-americanos

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27 de outubro de 2017

 Papa deixou o Vaticano na tarde de quinta-feira, 26,  para visitar a sede romana de "Scholas Ocurrentes", fundação de direito pontifício que nasceu no empenho do então Arcebispo Bergoglio nas periferias de Buenos Aires.

Francisco foi recebido por estudantes, além de empresários, jornalistas e voluntários da fundação. Na sede romana de Scholas, o Papa fez se conectou ao vivo com estudantes e inaugurou novas seções no Paraguai, México e Argentina.

Drogas, migração e o cuidado com meio ambiente foram alguns dos temas tratados pelo Pontífice. Com um grupo de crianças do México, o Papa ouviu as consequências do terremoto que atingiu o país nos dias 7 e 19 de setembro, que causou a morte de 471 pessoas.

Com um grupo de Porto Rico, os jovens relataram a Francisco o rastro de destruição provocado pelo furacão Maria há cerca de um mês. O Papa aproveitou a ocasião para encorajar os latino-americanos residentes no Texas (EUA), que sofreram recentemente com a passagem da tempestade tropicalHarvey, e explicou a eles a importância de cuidar do meio ambiente para que se verifiquem menos catástrofes.

Em outro momento da conversa, Francisco se dirigiu a um grupo de mulheres presas numa penitenciária mexicana, encorajando-as a olharem sempre avante – uma mensagem repetida mais de uma vez pelo Papa no decorrer do encontro que durou cerca de duas horas.

Falou-se ainda da problemática do suicídio, já os jovens de Buenos Aires condenaram a violência e a guerra provocada pelo narcotráfico. Por sua vez, os do Paraguai relataram sua experiência na promoção da cultura do encontro.

Scholas Ocurrentes está presente atualmente em 190 países, congregando através de sua rede mais de 446.000 escolas.

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Papa: a luta dos cristãos não leva à tranquilidade, mas à paz

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26 de outubro de 2017

“Jesus nos chama a mudar de vida, a mudar de rumo, nos chama à conversão”. Isso comporta lutar contra o mal, inclusive no nosso coração, “uma luta que não traz tranquilidade, mas paz”.

Assim disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, explicando – inspirado pelo Evangelho do dia – que este é o “fogo” que Jesus lança sobre a terra. Um fogo que requer transformação:

“Mudar o modo de pensar, mudar o modo de sentir. O seu coração que era mundano, pagão, agora se torna cristão com a força de Cristo: mudar, esta é a conversão. E mudar no modo de agir: as suas obras devem mudar.”

Uma “conversão que envolve tudo, corpo e alma, tudo”, destacou Francisco:

“É uma transformação, mas não é uma transformação que se faz com a maquiagem: é uma transformação que o Espírito Santo faz, dentro. E eu devo ajudar para que o Espírito Santo possa agir e isso significa luta, lutar!”

“Não existem cristãos tranquilos, que não lutam”, acrescentou o Papa, “estes não são cristãos, são ‘mornos’”. A tranquilidade para dormir “pode ser encontrada inclusive numa pastilha”, disse, “mas não existem pastilhas para a paz” interior.

“Somente o Espírito Santo” pode dar “aquela paz da alma que dá a fortaleza aos cristãos. “E nós devemos ajudar o Espirito Santo” – exortou o Papa – “abrindo espaço no nosso coração”: “E nisto, muito nos ajuda o exame de consciência, de todos os dias”, para “lutar contra as doenças do Espírito, aquelas que semeiam o inimigo e que são as doenças da mundanidade”.

“A luta que Jesus travou contra o diabo, contra o mal – recordou o Papa – não é algo antigo, é algo muito moderno, é algo de hoje, de todos os dias”, porque “aquele fogo que Jesus veio nos trazer está no nosso coração”. Por isso devemos deixá-lo entrar, e “perguntar-se todos os dias: como passei da mundanidade, do pecado, à graça, abri espaço para o Espírito Santo para que Ele pudesse agir?”

“As dificuldades na nossa vida não se resolvem aguando a verdade. A verdade é esta, Jesus trouxe fogo e luta, o que eu faço?”

Para a conversão, concluiu Francisco, é preciso “um coração generoso e fiel”: “generosidade, que sempre vem do amor, e fidelidade, fidelidade à Palavra de Deus”.

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Papa: mergulhar no mistério de Cristo com o coração, não com palavras

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24 de outubro de 2017

O mistério de Jesus Cristo esteve no centro da homilia que o Papa Francisco pronunciou na manhã de terça-feira, 24, na capela da Casa Santa Marta.

A homilia do Pontífice teve como ponto de partida a Primeira Leitura extraída da Carta aos Romanos, na qual São Paulo usa contraposições – pecado, desobediência, graça e perdão – para que possamos compreender algo, mas sente que é “impotente" para explicar este mistério. Por detrás disso tudo, está a história da salvação, da criação, da queda e da redenção. São Paulo, portanto, nos leva a ver Cristo, e não tendo palavras suficientes para explicá-Lo,  “nos impulsiona”, “nos empurra, para que caiamos no mistério” de Cristo, explica Francisco.

Essas contraposições, portanto, são somente passos no caminho para imergir-se no mistério de Cristo, que não é fácil de entender: é tão “superabundante”, “generoso”,  “inexplicável”, que não se pode entender com argumentações, porque estas levam até certo ponto. Para entender “quem é Jesus Cristo para você”, “para mim”, “para nós”, o Papa exorta, portanto, a imergir-se neste mistério.

Em outro trecho, São Paulo, olhando Jesus Cristo diz: “Amou-se e deu a si mesmo por mim”.  Dificilmente se encontra alguém disposto a morrer por uma pessoa justa, mas somente Jesus Cristo quer dar a vida “por um pecador como eu”. Com essas palavras, São Paulo tenta nos introduzir no mistério de Cristo. Não é fácil, “é uma graça”. Isso foi compreendido não somente pelos santos canonizados, mas também por muitos santos “escondidos n avida cotidiana”, pessoas humildes que depositam unicamente a sua esperança no Senhor: entraram no mistério de Jesus Cristo crucificado, “que é uma loucura”, afirma Paulo.

O Papa evidencia que, quando vamos à missa, vamos rezar, sabemos que ele está na Palavra, que Jesus vem, mas isto não é suficiente para poder entrar no mistério: 

“Entrar no mistério de Jesus Cristo é mais, é deixar-se ir naquele abismo de misericórdia onde não existem palavras: somente o abraço do amor. O amor que o levou à morte por nós. Quando nós vamos nos confessar porque pecados – sim, devo tirar os pecados, digamos; ou “que Deus me perdoe os pecados” – vamos, contamos os pecados ao confessor e ficamos tranquilos e contentes. Se eu vou lá, vou encontrar Jesus Cristo, entrar no mistério de Jesus Cristo, entrar naquele abraço de perdão do qual fala Paulo; daquela gratuidade de perdão”.

À pergunta sobre “quem é Jesus Cristo para ti”, se poderia responder “o Filho de Deus”, se poderia recitar todo o Credo, todo o Catecismo e é verdade, mas se chegaria a um ponto em que não conseguiríamos dizer o centro do mistério de Jesus Cristo, que “me amou” e “entregou-se a si mesmo por mim”. “Entender o mistério de Jesus Cristo não é uma coisa de estudo” – observa o Papa – porque “Jesus Cristo é entendido somente por pura graça”.

É então assinalado um exercício de piedade que ajuda:  a Via-Sacra, que consiste em caminhar com Jesus no momento em que nos dá “o abraço de perdão e de paz”:

“É bonito fazer a Via-Sacra. Fazê-la em casa, pensando nos momentos da Paixão do Senhor. Também os grandes Santos aconselhavam sempre começar a vida espiritual com este encontro com o mistério de Jesus Crucificado. Santa Teresa aconselhava as suas monjas: para chegar à oração de contemplação, a elevada oração que ela tinha, começar com a meditação da Paixão do Senhor. A Cruz com Cristo. Cristo na Cruz. Começar a pensar. E assim, tentar entender com o coração, que ‘me amou e deu a si mesmo por mim’, ‘deu a si mesmo até a morte por mim’”.

Na primeira leitura, São Paulo quer justamente revelar o abismo do mistério de Cristo, reitera o Papa Francisco:

“’Eu sou um bom cristão, vou à Missa no domingo, faço obras de misericórdia, recito as orações, educo bem os meus filhos’: isto está muito bem. Mas a pergunta que faço: “Você faz tudo isto: mas entra no mistério de Jesus Cristo? Aquilo que você não pode controlar... Peçamos a São Paulo, verdadeira testemunha, alguém que encontrou Jesus Cristo e deixou-se encontrar por Ele e entrou no mistério de Jesus que nos amou, deu a si mesmo até à morte por nós, que nos fez justos diante de Deus, que perdoou todos os pecados, também as raízes do pecado: de entrar no mistério do Senhor”.

O convite conclusivo do Papa é justamente o de olhar para o crucifixo, “Cristo crucificado, centro da História, centro da minha vida”.

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Papa: a idolatria do dinheiro mata; Deus é o fundamento da existência

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23 de outubro de 2017

O Papa começou a segunda-feira, 23, celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.

Em sua homilia, Francisco comentou o Evangelho de Lucas, que propõe a parábola do homem rico cujo dinheiro “é o seu deus”. Para o Papa, esta parábola nos leva a refletir sobre quanto é vão apoiar-se sobre os bens terrenos, destacando que o verdadeiro tesouro, ao invés, é a relação com o Senhor.

Diante da abundância da sua colheita, aquele homem não para: pensa em ampliar o próprio armazém e, “na sua fantasia”, explica o Pontífice, a “prolongar a vida”: isto é, aposta em “ter mais bens, até a náusea”, não conhece “saciedade”: entra naquele movimento do consumismo exasperado”, denuncia o Papa.

“É Deus que coloca o limite a este apego ao dinheiro. Quando o homem se torna escravo do dinheiro. E esta não é fábula que Jesus inventa: esta é a realidade. É a realidade de hoje. É a realidade de hoje. Muitos homens que vivem para adorar o dinheiro, para fazer do dinheiro o próprio deus. Tantas pessoas que vivem somente para isto e a vida não tem sentido. ‘Assim faz quem acumula tesouros para si – diz o Senhor – e não se enriquece junto a Deus’: não sabem o que é enriquecer-se junto a Deus”.

O Papa cita um episódio que aconteceu anos atrás na Argentina – “na outra diocese”, como gosta de definir Buenos Aires –, quando um rico empresário, mesmo consciente de sua doença, decide comprar teimosamente uma mansão, bem sabendo que em pouco tempo deveria se apresentar “diante de Deus”. E também hoje existem essas pessoas famintas de dinheiro e de bens terrenos, pessoas que tem “muitíssimo” diante de “crianças que não têm remédios, que não têm educação, que estão abandonadas”: se trata “de uma idolatria que mata”, que faz “sacrifícios humanos”, denuncia Francisco sem meias palavras.

“Esta idolatria mata de fome muitas pessoas. Pensemos somente num caso: em 200 mil crianças rohingya nos campos para refugiados. Ali existem 800 mil pessoas. 200 mil são crianças. Mal têm o suficiente para comer, estão desnutridas, sem medicamentos. Também hoje isso acontece. Não é algo que o Senhor fala daqueles tempos: não. Hoje! E a nossa oração deve ser forte: Senhor, por favor, toca o coração dessas pessoas que adoram o deus, o deus dinheiro. Toca também o meu coração para que eu não caia nisso, que eu saiba ver”.

Outra consequência, prossegue o Papa, é a guerra. Inclusive a guerra familiar:

“Todos nós sabemos o que acontece quando está em jogo uma herança: as famílias se dividem e acabam no ódio uma pela outra. O Senhor destaca com suavidade, no final: ‘Quem não se enriquece junto a Deus’. Este é o único caminho. A riqueza, mas em Deus. E não é um desprezo pelo dinheiro, não. É justamente a cobiça, como Ele diz: a cobiça. Viver apegados ao deus dinheiro”.

O Papa conclui explicando o motivo pelo qual nossa oração deve ser forte: rezemos para buscar em Deus o sólido fundamento da nossa existência. 

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Papa convoca Sínodo para a Pan-Amazônia

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19 de outubro de 2017

Antes de rezar a oração do Ângelus, Francisco fez, no domingo, 15, um anúncio surpreendente. Após saudar todos os peregrinos e delegações oficiais presentes às canonizações dos novos santos, o Pontífice disse: 

“Atendendo o desejo de algumas Conferências Episcopais da América Latina, assim como ouvindo a voz de muitos pastores e fiéis de várias partes do mundo, decidi convocar uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica. O Sínodo será em Roma, em outubro de 2019. O objetivo principal dessa convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e, por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.

Há vários meses, tem-se cogitado a realização de um encontro do Papa no Vaticano com os bispos de toda a região - nove países compõem a Pan-Amazônia - para avaliar os desafios e buscar respostas comuns para seus mais de 30 milhões de habitantes.

Já em maio de 2017, o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, em entrevista à rádio Vaticano , indicou dois aspectos fundamentais que deveriam ser tratados neste Sínodo: “O propriamente missionário e evangelizador naquela região, e a questão ecológica: a importância da floresta Amazônica e a ameaça que ela está sofrendo de destruição, degradação e desmatamento.” 

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Papa: "Diante da morte, conservar a chama da fé"

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18 de outubro de 2017

Na audiência geral desta quarta-feira, 18, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses que vem fazendo sobre a esperança cristã, refletindo sobre o tema ‘Felizes os mortos que morrem no Senhor’.

Cerca de 30 mil pessoas participaram do encontro na Praça São Pedro. Deficientes visuais, enfermos e muitos peregrinos idosos vieram de várias cidades da Itália, tomando parte do ‘Dia dos avós’.

O Papa saudou especialmente os grupos vindos do Brasil, em particular os fiéis da arquidiocese de Natal com o bispo, Dom Jaime, e os da arquidiocese de Londrina, convidando todos a permanecer fiéis a Cristo Jesus, como os Protomártires do Brasil.

“O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja”.

“Hoje eu gostaria de fazer uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte, uma realidade que a nossa civilização moderna tende cada vez mais a cancelar. Assim, quando chega a morte de alguém que nos é querido, ou a nossa própria morte, nos encontramos despreparados”, disse o Papa, iniciando a catequese.

Francisco mencionou o trecho do Evangelho de João, quando a Marta, que chora pela morte de seu irmão Lázaro, Jesus assegura: “Teu irmão ressuscitará, pois quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá”. “Eu não sou a morte; Eu sou a ressurreição e a vida. Crês nisto?” – pergunta ele a Marta.

O Papa lembrou que Jesus faz a mesma pergunta a cada um de nós, sempre que a morte dilacera o tecido da vida e dos afetos. Com a morte, a nossa existência toca o ápice, tendo diante de nós a vertente da fé ou o precipício do nada.

 

A filha de Jairo e a dor do pai

O desafio que então nos lança Jesus é continuar a crer. Assim fez Ele com Jairo, a quem acabam de comunicar que a sua filha morreu, não há mais nada a fazer... de que serve incomodar o Mestre?! Jesus ouve e apressa-se a tranquilizar Jairo: “Não tenhas receio; crê somente!”.

O Senhor sabe que aquele pai é tentado a deixar-se cair na angústia e no desespero, e recomenda-lhe que conserve acesa a chamazinha que arde no seu coração: a fé.

“Não tenhas medo! Continua a manter acesa a chama da fé!” E valeu? Sim; Jesus, chegando na casa dele, ressuscita a menina e entrega-a viva aos pais. No caso de Lázaro, ressuscita-o quatro dias depois de ele ter morrido; já estava sepultado. E Jesus manda-o sair do túmulo”.

Concluindo, o Papa afirmou que a esperança cristã se apoia e se alimenta desta posição que Jesus assume contra a morte. Por nós, nada podemos; ficamos indefesos perante o mistério da morte.

“Não tenhas receio – diz-nos Jesus –; crê somente!”. A graça de que necessitamos naquele momento – uma graça imensa! – é conservar acesa no coração a chama da fé. Porque Jesus há de vir, tomar-nos-á pela mão, como fez com a filha de Jairo, e ordenar-nos-á: “Levanta-te, ressuscita”.

(cm)

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Papa: quem não sabe escutar transforma a fé em ideologia

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17 de outubro de 2017

Não cair na insensatez que consiste na incapacidade de escutar a Palavra de Deus e conduz à corrupção”. Foi o conceito expresso pelo Papa na homilia da missa matutina, presidida na Casa Santa Marta. Jesus chora com nostalgia – recorda o Papa – quando o povo amado se afasta, por insensatez, preferindo aparências, ídolos ou ideologias.

A reflexão do Papa Francisco dessa manhã de terça-feira,17, na Casa Santa Marta, começou pela palavra ‘insensatos’, que consta duas vezes na Liturgia do dia. Jesus a diz aos fariseus e São Paulo aos pagãos. Mas também aos Gálatas, cristãos, o apóstolo dos gentios havia dito “tolos”. Esta palavra, além de uma condenação, é uma assinalação – afirma Francisco – porque mostra o caminho da insensatez, que conduz à corrupção. “Estes três grupos de insensatos são corruptos”, observa o Papa.

Aos doutores da lei, Jesus havia dito que pareciam sepulcros decorados: tornam-se corruptos porque se preocupavam apenas em embelezar ‘o exterior’ das coisas, mas não daquilo que estava dentro, onde está a corrupção. Eram, portanto, “corruptos pela vaidade, pela aparência, pela beleza exterior, pela justiça exterior”.

Os pagãos, ao contrário, têm a corrupção da idolatria: se tornaram corruptos porque trocaram a glória de Deus pelos ídolos. Existem também idolatrias de hoje, como o consumismo - nota o Papa –, procurar um deus ‘cômodo’.

Enfim, os Gálatas, os cristãos, que se deixaram corromper pelas ideologias, ou seja, deixaram de ser cristãos para serem ‘ideólogos do cristianismo’.

Todos os três grupos, por causa desta insensatez, acabam na corrupção. Francisco explica no que consiste esta insensatez:

“A insensatez é não escutar, literalmente ‘não saber’, ‘não ouvir’: a incapacidade de escutar a Palavra. Quando a Palavra não entra, eu a deixo entrar porque não a escuto. O tolo não escuta. Ele crê que ouve, mas não ouve, não escuta. Fica na dele, sempre. E por isso, a Palavra de Deus não pode entrar no coração e não há lugar para o amor. E quando entra, entra destilada, transformada pela mia concepção da realidade. Os tolos não sabem ouvir. E esta surdez os leva à corrupção. Quando não entra a Palavra de Deus, não há lugar para o amor e enfim, não há espaço para a liberdade”. 

E eles se tornam escravos porque trocam “a verdade de Deus com a mentira” e adoram as criaturas em vez do Criador.

“Não são livres, e não escutam, essa surdez não deixa espaço para o amor nem para a liberdade: isso sempre nos leva à escravidão. Eu ouço a Palavra de Deus? Mas a deixo entrar? Esta Palavra, da qual ouvimos cantando o Aleluia, a Palavra de Deus é viva, eficaz, revela os sentimentos e os pensamentos do coração. Corta, vai para dentro. Esta Palavra, eu a deixo entrar ou sou surdo a essa palavra? E a transformo em aparência, a transformo em idolatria, hábitos idólatras ou a transformo em ideologia? E não entra ... Esta é a insensatez dos cristãos”.

O Papa exorta, em conclusão, a olhar para os “ícones dos tolos de hoje”: “há cristãos tolos e também pastores tolos”. “Santo Agostino - afirma -, “ataca-lhes duro, com força”, porque “a tolice dos pastores faz mal ao rebanho”. A referência é à “tolice do pastor corrupto”, à “insensatez do pastor satisfeito de si  mesmo, pagão”, e à “insensatez do ideólogo”.

“Olhemos o ícone dos cristãos tolos” - insiste o Papa – “e ao lado desta insensatez, olhamos para o Senhor que está sempre à porta”, ele bate e espera. Seu convite final é, portanto, de pensar na nostalgia do Senhor por nós: “do primeiro amor que ele teve conosco”:

“E se caímos nesta insensatez, nos afastamos dele e ele sente essa nostalgia. Nostalgia de nós. E Jesus com essa nostalgia chorou, chorou sobre Jerusalém: era precisamente a nostalgia de um povo que tinha escolhido, tinha amado, mas que tinha se afastado por insensatez, que tinha preferido as aparências, os ídolos ou as ideologias”. 

(CM-SP)

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Papa na FAO: incluir na linguagem da cooperação a categoria do amor

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16 de outubro de 2017

O Papa Francisco visitou, na manhã desta segunda-feira, 16, Dia Mundial da Alimentação, a sede do Fundo das Nações Unidos para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma.

Após agradecer ao diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, e demais autoridades, o Papa recordou, em seu discurso, que em 16 de outubro de 1945, os governos decidiram eliminar a fome no mundo através do desenvolvimento do setor agrícola, instituindo a FAO.

“Era um período de uma grave insegurança alimentar e grandes deslocamentos da população, com milhões de pessoas à procura de um lugar para sobreviver às misérias e adversidades causadas pela guerra. À luz desse contexto, refletir sobre os efeitos da segurança alimentar na mobilidade humana significa retornar ao compromisso pelo qual a FAO nasceu, a fim de renová-lo. A realidade atual exige uma maior responsabilidade em todos os níveis, não só para garantir a produção necessária ou a distribuição equitativa dos frutos da terra - isso deve ser dado por certo – mas sobretudo para garantir o direito de todo ser humano de alimentar-se segundo as próprias necessidades, participando das decisões que o afetam e na realização das próprias aspirações, sem ter que se separar de seus entes queridos.”

Segundo Francisco, “diante de tal objetivo, o que está em jogo é a credibilidade de todo o sistema internacional. Sabemos que a cooperação está cada vez mais condicionada por compromissos parciais, limitando inclusive a ajuda nas emergências. Também as mortes por causa da fome e o abandono da própria terra são notícias comuns, com o perigo da indiferença. Precisamos urgentemente encontrar novas maneiras de transformar as possibilidades que dispomos numa garantia que permita a cada pessoa encarar o futuro com confiança, e não apenas com alguma ilusão”.

O cenário das relações internacionais mostra uma capacidade crescente de responder às expectativas da família humana, também com o contribuição da ciência e da tecnologia que, ao estudarem os problemas, propõem soluções adequadas.

“No entanto, essas novas conquistas não conseguem eliminar a exclusão de grande parte da população mundial: quantos são vítimas da desnutrição, de guerras e  mudanças climáticas! Quantos precisam de trabalho ou dos bens necessários e são obrigados a abandonar suas terras, expondo-se a muitas e terríveis formas de exploração. Valorizar a tecnologia para o desenvolvimento é certamente um caminho a seguir, desde que sejam tomadas ações concretas para reduzir o número de pessoas que passam fome ou para controlar o fenômeno da migração forçada.”

Segundo o Papa, “a relação entre fome e migração só pode ser enfrentada se formos a raiz do problema. A este respeito, os estudos realizados pelas Nações Unidas, como tantos outros realizados por organizações da sociedade civil, concordam que existem dois obstáculos a serem superados: conflitos e mudanças climáticas”.

“Como os conflitos podem ser superados? O direito internacional nos indica os meios para preveni-los ou resolvê-los rapidamente, evitando que se prolonguem e produzam fome e destruição do tecido social. Pensemos nas populações martirizadas por guerras que duram décadas e que poderiam ter sido evitadas, propagando efeitos desastrosos e cruéis como a insegurança alimentar e o deslocamento forçado de pessoas.”

Para Francisco, “são necessários boa vontade e diálogo para frear os conflitos e um compromisso total contra o desarmamento gradual e sistemático, conforme previsto pela Carta das Nações Unidas, e para remediar a chaga do tráfico de armas. Do que adianta denunciar que por  causa dos conflitos milhões de pessoas são vítimas da fome e da desnutrição, se não agimos de forma eficaz em favor da paz e do desarmamento”?

“Quanto às mudanças climáticas, vemos suas consequências todos os dias. Graças aos conhecimentos científicos, sabemos como enfrentar os problemas; e a comunidade internacional também desenvolveu instrumentos jurídicos necessários, como o Acordo de Paris, que, infelizmente, alguns estão se afastando. No entanto, reaparece a negligência em relação aos delicados equilíbrios dos ecossistemas, a presunção de manipular e controlar os recursos limitados do Planeta, e a ganância do lucro. Portanto, é necessário  esforçar-se por um consenso concreto e prático, a fim de evitar os efeitos mais trágicos, que continuarão afetando os mais pobres e indefesos. Somos chamados a propor uma mudança nos estilos de vida, no uso dos recursos, nos critérios de produção, mesmo no consumo, que em termos de alimentos apresenta um aumento de perdas e de desperdício. Não podemos nos conformar em dizer ‘outro o fará’.”

Segundo o Papa, “estes são os pressupostos de qualquer discurso sério sobre segurança alimentar relacionada com o fenômeno da migração. É claro que as guerras e as mudanças climáticas provocam a fome, então evitemos apresentá-la como uma doença incurável”.

“As recentes previsões feitas por seus especialistas contemplam um aumento da produção global de cereais, a níveis que permitem dar maior consistência às reservas mundiais. Este dado nos dá esperança e nos ensina que, se trabalharmos, prestando atenção às necessidades e independentemente de especulações, os resultados chegam. Na verdade, os recursos alimentares são muitas vezes expostos à especulação, que os mede apenas em termos de benefício econômico dos grandes produtores ou em relação às estimativas de consumo, e não em relação às exigências reais das pessoas. Desta forma, os conflitos e o desperdício são favorecidos, e aumenta o número dos últimos da Terra que buscam um futuro distante de seus territórios de origem.”

Francisco afirmou que diante desta situação podemos e devemos mudar o rumo. Frente ao aumento da demanda de alimentos é preciso que os frutos da terra estejam a disposição de todos. Para alguns, bastaria diminuir o número das bocas a serem alimentadas e dessa maneira se resolveria o problema; porém esta é uma falsa solução se se leva em consideração o nível de desperdício de comida e os modelos de consumo que desperdiçam tantos recursos. Reduzir é fácil, compartilhar, ao contrário, implica una conversão, e isso é exigente.

O Santo Padre fez em seguida uma pergunta, a si mesmo e também aos presentes:

"Seria exagerado introduzir na linguagem da cooperação internacional a categoria do amor, conjugada como gratuidade, igualdade de tratamento, solidariedade, cultura do dom, fraternidade e misericórdia? Essas palavras efetivamente expressam o conteúdo prático do termo "humanitário", tão usado na atividade internacional. Amar os irmãos, tomando a iniciativa, sem esperar a ser correspondidos, é o princípio evangélico que encontra também  expressão em muitas culturas e religiões, convertendo-se em princípio de humanidade na linguagem das relações internacionais".

É necessário que a diplomacia e as instituições multilaterais alimentem e organizem essa capacidade de amar, porque é o caminho principal que garante, não só a segurança alimentar, mas também a segurança humana em seu aspecto global. Não podemos agir somente se os outros o fazem, nem nos limitarmos a piedade, porque a piedade se limita às ajudas de emergência, enquanto o amor inspira a justiça e é essencial para realizar uma ordem social justa entre realidades diferentes que aspiram o encontro recíproco. Amar significa contribuir para que cada país aumente a produção e alcance a autossuficiência alimentar. Amar se traduz em pensar em novos modelos de desenvolvimento e consumo, e em adotar políticas que não piorem a situação das populações menos avançadas ou sua dependência externa. Amar significa não continuar a dividir a família humana entre aqueles que gozam do supérfluo e aqueles que não têm o necessário.

Falando sobre o compromisso da diplomacia, o Papa salientou que a mesma nos mostrou, também em eventos recentes, que é possível deter o uso de armas de destruição em massa. Todos estamos cientes da destruição de tais instrumentos. Mas estamos igualmente conscientes dos efeitos da pobreza e da exclusão? Como deter as pessoas dispostas a arriscar tudo, a gerações inteiras que podem desaparecer porque não têm o pão cotidiano ou são vítimas de violência ou das mudanças climáticas? Eles se deslocam para onde veem uma luz ou percebem uma esperança de vida. Eles não podem ser detidos por barreiras físicas, econômicas, legislativas e ideológicas. Somente uma aplicação coerente do princípio de humanidade pode conseguir isso.

Por outro lado, vemos que diminui a ajuda pública ao desenvolvimento e se limita a atividade das instituições multilaterais, enquanto se utilizam acordos bilaterais que subordinam a cooperação ao cumprimento de agendas e alianças particulares ou, simplesmente, a uma momentânea tranquilidade.

Francisco fez um pedido:

"Vamos ouvir o grito de tantos nossos irmãos marginalizados e excluídos: "Tenho fome, sou estrangeiro, estou nu, doente, confinado em um campo de refugiados”. É um pedido de justiça, não uma súplica ou um chamado de emergência. É necessário, que em todos os níveis, se dialogue de forma ampla e sincera, para que se encontrem as melhores soluções e amadureça uma nova relação entre os vários atores do cenário internacional, caracterizada pela responsabilidade recíproca, a solidariedade e a comunhão".

O Santo Padre na conclusão do seu denso discurso afirmou que a Igreja Católica, com suas instituições, com um conhecimento direto e concreto das situações a serem enfrentadas ou das necessidades a serem satisfeitas, quer participar diretamente desse esforço em virtude de sua missão, que a leva a amar a todos e a faz lembrar àqueles que têm responsabilidade nacional ou internacional, o grande dever de enfrentar às necessidades dos mais pobres.
Gostaria que cada um descubra, no silêncio da própria fé ou das próprias convicções, as motivações, os princípios e as contribuições para infundir na FAO e outras instituições intergovernamentais, o valor de melhorar e trabalhar incansavelmente para o bem da família.

(MJ-SP)

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A renovação da fé e as vocações dependem de padres bem formados

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13 de outubro de 2017

O Papa Francisco concluiu sua série de audiências, na manhã do sábado, 7, recebendo 268 participantes do Congresso Internacional sobre a Formação Sacerdotal, promovido pela Congregação para o Clero. O encontro, que teve início no dia 4, concluiu-se com a audiência do Papa sobre o tema “Norma fundamental para a formação sacerdotal”

Na ocasião, o Santo Padre afirmou: “O tema da formação sacerdotal é determinante para a missão da Igreja; a renovação da fé e o futuro das vocações só será possível se tivermos padres bem formados. A formação sacerdotal depende, em primeiro lugar, da ação de Deus na nossa vida e não das nossas atividades. É uma obra que requer a coragem de deixar-se plasmar pelo Senhor, para que transforme o nosso coração e a nossa vida”

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“A formação - explicou o Pontífice - não se resolve apenas com a atualização cultural ou com iniciativas locais. É Deus o artesão paciente e misericordioso da nossa formação sacerdotal. A sua obra dura por toda a vida: Ele nos plasma e nos transforma como o oleiro. Assim, o sacerdote mantém o entusiasmo no coração e o frescor do Evangelho.”

O Papa propôs um segundo aspecto para a reflexão sacerdotal: “Cada um de nós, sacerdotes, é chamado a colaborar com o Oleiro divino. Não somos somente argila, mas colaboradores do Oleiro, da sua graça. Na formação sacerdotal, podemos reconhecer pelo menos três protagonistas, que se encontram na olaria: nós mesmos, os formadores e/ou os bispos e o povo de Deus”

Francisco passou, então, a esclarecer cada um dos protagonistas da formação sacerdotal: “Nós mesmos, porque somos os primeiros e principais responsáveis da própria formação permanente, deixando-nos plasmar por Deus.”

O segundo protagonista, formadores ou bispos, também exerce papel essencial: “A nossa vocação nasce, cresce e se desenvolve na Igreja. Com as mãos do Senhor, que modelam o vaso de argila, trabalham para a formação dos candidatos ao sacerdócio. Se eles não colaborarem com a obra de Deus, não haverá sacerdotes bem formados.”

Sobre o terceiro protagonista na formação, o povo de Deus, disse o Papa: “O povo é confiado ao sacerdote, mas o sacerdote também é confiado ao povo. Trata-se de uma verdadeira escola de formação humana, espiritual, intelectual e pastoral. O padre é o intermediário entre Deus e o povo.”

Francisco concluiu seu discurso propondo algumas reflexões aos sacerdotes: “Que tipo de padre quero ser? Um padre tranquilo e assegurado em suas comodidades ou um discípulo missionário que trabalha pelo Mestre e pelo Povo de Deus? Um padre cômodo em seu bem estar ou um discípulo a caminho?”

(Com informações da Rádio Vaticano)

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Papa: que os cristãos sejam vigilantes para não cair na mundanidade

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13 de outubro de 2017

Somente Cristo crucificado nos salvará dos demônios que nos fazem “deslizar lentamente para a mundanidade”, salvando-nos até mesmo da “insensatez” da qual fala São Paulo aos Gálatas – e “da sedução”.

Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Capela da Casa Santa Marta, ao inspirar sua homilia do Evangelho de Lucas, onde Jesus diz: “Mas se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus”.

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O Pontífice exorta ao exame de consciência e às obras de caridade, “aquelas que custam”, mas que “nos levarão a ser mais atentos” e vigilantes para que não entrem “astutos” personagens, ou seja, os demônios.

O Senhor – explica o Papa – “pede para sermos vigilantes”, para não cairmos em tentação. Por isto, o cristão está sempre “em vigilância, vigia, está atento”, como “um sentinela”.

O Evangelho fala da luta entre Jesus e o demônio e de “alguns” que disseram que Cristo tinha “a permissão de Belzebú” para expulsá-lo.

Jesus não conta uma parábola – observa o Papa - mas “diz uma verdade”: quando o espírito impuro “sai do homem”, vagueia “por lugares desertos” buscando um repouso e não encontrando, decide retornar para a casa de onde saiu, onde habita o homem “livre”.

Então o demônio decide trazer consigo “outros sete espíritos piores do que ele”, de forma que também a “condição daquele homem” fique “pior do que antes”.

Precisamente a palavra “pior” – evidencia o Pontífice – tem “tanta força” nesta passagem, porque os demônios entram  “na surdina”:

“Começam a fazer parte da vida. Também com as suas ideias e as suas inspirações, ajudam aquele homem a viver melhor... e entram na vida do homem, entram em seu coração e por dentro começam a mudar este homem, mas tranquilamente, sem fazer barulho. É diferente, este modo é diferente daquele da possessão diabólica que é forte: esta é uma possessão diabólica um pouco “de salão”, digamos assim. E isto é o que o diabo faz lentamente, em nossa vida, para mudar os critérios, para levar-nos à mundanidade. Mimetiza-se em nosso modo de agir, e nós dificilmente nos damos conta. E assim, aquele homem, liberto de um demônio, torna-se um homem prisioneiro, um homem oprimido pela mundanidade. E isto é aquilo que o diabo quer, a mundanidade”.

A mundanidade, por outro lado, é “um passo adiante na ‘possessão’ do demônio”, acrescenta Francisco. É um “encantamento”, é a “sedução”. Porque é o “pai da sedução”. E quando o demônio entra “tão suavemente, educadamente e toma posse de nossas atitudes”, explica o Papa, os nossos valores “vão do serviço a Deus à mundanidade”. Assim nos tornamos “cristãos mornos, cristãos mundanos” com uma “mistura” - que o Papa chama de “salada de frutas” - entre “o espírito do mundo e o espírito de Deus”. Tudo isso nos “afasta do Senhor”. Francisco responde então à questão do que fazer para “não cair” e para sair de tal situação. Reafirma o tema da “vigilância” sem “se assustar”, com “calma”:

“Vigiar significa entender o que acontece no meu coração, significa parar um pouco e examinar a minha vida. Sou cristão? Eu educo mais ou menos bem os meus filhos? Minha vida é cristã ou é mundana? E como posso entender isso? A mesma receita de Paulo: olhar para Cristo crucificado. A mundanidade só vê onde está e se destrói diante da cruz do Senhor. E este é o propósito do Crucifixo em nossa frente: não é um ornamento; É exatamente o que nos salva desses encantamentos, dessas seduções que nos levam à mundanidade”.

O Pontífice exorta a nos perguntarmos se olhamos para o “Cristo crucificado”, se fazemos “a Via Sacra para ver o preço da salvação”, não só dos pecados, mas também da mundanidade”:

“Então, como eu disse, o exame de consciência, para ver o que ocorre. Mas sempre diante do Cristo crucificado. A oração. E depois, fará bem fazer-se uma fratura, não nos ossos: uma fratura nas atitudes confortáveis: as obras de caridade. Estou confortável, mas vou fazer isso, que me custa. Visitar uma pessoa doente, ajudar alguém que precisa... não sei, uma  obra de caridade. E isso rompe a harmonia que procura fazer esse demônio, esses sete demônios com o chefe, para fazer a mundanidade espiritual”.

 (JE-SP)

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