Em encontro extraoficial, Papa recebe líderes religiosos em Yangun

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28 de novembro de 2017

Depois de presidir a celebração da missa na sede do Arcebispado, a terça-feira,28, do Papa Francisco em Yangun começou com um evento extraoficial: o Pontífice recebeu 17 líderes das diferentes religiões presentes em Mianmar.

Tratou-se de um reunião inserida sucessivamente à programação para ressaltar o valor que o país atribui ao diálogo inter-religioso – uma das finalidades desta 21ª viagem apostólica seja em Mianmar, seja em Bangladesh.

“Como é bonito ver irmãos unidos” foi o versículo de um Salmo citado por Francisco logo ao início, acentuando porém, que isto não quer dizer “iguais”.

“A unidade não é uniformidade, mesmo dentro da mesma Confissão (...). Somos todos diferentes e cada Confissão tem suas riquezas, suas tradições, suas riquezas para dar, para compartilhar. E isto somente pode existir, quando se vive em paz. E a paz se constrói no coro das diferenças. A unidade sempre se dá com as diferenças”, insistiu Francisco, e “a paz é isto, a harmonia”.

O Pontífice alertou sobre a tendência mundial à uniformidade, de fazer tudo igual. “Isto é matar a humanidade. Isto é uma colonização cultural”.

Nós devemos entender a riqueza de nossas diferenças, e é a partir destas diferenças que se dá o diálogo, enfatiza o Papa.

“Não tenhamos medo das diferenças. Um é o nosso Pai. Nós somos irmãos, disse Francisco. Nos queiramos como irmãos. E se discutimos entre nós, que seja como irmãos. Que em seguida se reconciliam. Sempre voltam a ser irmãos. Eu penso que somente assim se constrói a paz”.

“Obrigado, construam a paz, exortou Francisco. Não se deixem uniformizar pela colonização das culturas. A verdadeira harmonia divina se faz por meio das diferenças. As diferenças são uma riqueza para a paz”.

Ao concluir, o Papa “"permitiu-se" uma oração, de irmãos para irmãos”, rezando a Bênção Apostólicas contida no Livro dos Números.

No total, foram 40 minutos de encontro, no qual estavam presentes líderes budistas, hinduístas, muçulmanos, judeus, batistas e anglicanos.

Depois do almoço, o Papa regressou ao aeroporto de Yangun rumo à capital, Nay Pyi Taw, para a cerimônia oficial de boas-vindas e o encontro com as autoridades. Nesta ocasião, Francisco pronuncia seu primeiro discurso em terras birmanesas.

Em Nay Pyi Taw, o Pontífice se reúne também com “A Senhora”, como é conhecida a histórica ativista Aung San Suu Kyi, hoje Conselheira de Estado e a figura mais emblemática deste momento de transição da política birmanesa.

No final da tarde, o Papa volta a Yangun.

 

Imprensa

A imprensa local, seja os jornais em inglês, seja em birmanês, dedicou a primeira página à chegada do Pontífice, ressaltando a multidão em festa pelas ruas de Yangun.

“Milhares de pessoas lotam as avenidas para receber o Papa”, “multidão colorida acolhe o Santo Padre” foram algumas manchetes.

Os jornalistas prontamente noticiaram a visita inesperada ao Pontífice do Chefe das Forças Armadas, Min Aung Hlaing, e as palavras dirigidas a Francisco de que “não existe opressão ou discriminação religiosa em Mianmar”. 

 

A capital

A cidade foi construída e planejada para ser a sede do governo, e é assim oficialmente desde 2006. Nay Pyi Taw também é conhecida pela desproporção entre a densidade populacional e o seu tamanho, suas avenidas largas e longas. Pelas ruas, se alternam momentos de vida ordinária com o absoluto silêncio e a ausência total de movimento. 

Com a capital, cresce também a Igreja Católica. Na cidade, existem somente duas paróquias. A reportagem do Programa Brasileiro visitou uma delas: a de São Miguel Arcanjo. Dois sacerdotes conduzem esta paróquia frequentada apenas por 30 famílias. Enquanto a igreja está em construção, as missas são celebradas só aos domingos num templo improvisado e a única atividade é a catequese para as crianças.

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Papa reza junto com a Praça pelas vítimas no Egito

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27 de novembro de 2017

Após a oração do Angelus, domingo, 26, o Papa recordou o ataque ocorrido sexta-feira, 24, em uma mesquita no norte do Sinai, assegurando suas constantes orações “pelas numerosas vítimas, pelos feridos e por toda aquela comunidade duramente atingida”. “Deus nos liberte – acrescentou – destas tragédias e ampare os esforços de todos os que trabalham pela paz”. O Pontífice pediu aos 30 mil que estiveram presentes que rezassem juntos, em silêncio, pelas vítimas.

O Papa mencionou também a tragédia do Holodomor, “a morte por fome provocada pelo regime estalinista que deixou milhões de vítimas” e a Ucrânia, “que possa curar as feridas do passado e promover caminhos de paz, com a ajuda da fé”.

Seu pensamento se dirigiu em seguida à madre Catalina de María Rodríguez, beatificada sábado, 25, na Argentina, fundadora da Congregação das Hermanas Esclavas del Corazón de Jesús, primeiro instituto religioso feminino de vida apostólica no país.

Antes de se despedir, o Papa pediu orações por sua viagem apostólica a Mianmar e Bangladesh, dizendo esperar que sua presença “seja para aqueles povos um sinal de proximidade e esperança”.

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Papa cria Diocese de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano

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24 de novembro de 2017

O Papa Francisco criou, na quarta-feira, 22, uma nova diocese no Brasil. Desmembrada da Arquidiocese de São Salvador (BA), a Diocese de Cruz das Almas abrange os municípios de Cabaceira do Paraguaçu, Cachoeira, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Maragogipe, Muritiba, Santo Amaro, São Félix, Sapeaçu e Saubara.  

No mesmo ato, o Santo Padre nomeou como primeiro bispo da nova Igreja particular o atual Bispo Auxiliar de Olinda e Recife (PE), Dom Antônio Tourinho Neto.

A instalação da nova diocese acontecerá no dia 28 de janeiro, às 10h, na matriz da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Cruz das Almas (BA).

Fonte: CNBB 

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Cardeal Sergio da Rocha será relator do Sínodo da Juventude

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24 de novembro de 2017

O Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília (DF) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi nomeado pelo Papa Francisco como Relator Geral da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre “Juventude e Discernimento Vocacional”, que será realizada no Vaticano, do dia 3 a 28 de outubro de 2018.

O anúncio foi feito após o encerramento da reunião do Conselho da Secretaria do Sínodo dos Bispos, nos dias 16 e 17, da qual Dom Sergio participou.

Em entrevista concedida à rádio Vaticano, o Cardeal definiu o Sínodo como um convite à juventude para que escolham uma vida de testemunho da fé cristã e o atendimento do chamado à evangelização de outros jovens.

Fonte: Rádio Vaticano

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Papa: A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos

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22 de novembro de 2017

“A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos”. É o que afirma o Papa na quinta edição do programa “Padre nostro”, conduzido pelo Padre Marco Pozza, a apresentado esta quarta-feira, às 21h05min, na TV2000 dos bispos italianos.

Francisco conversa com o jovem capelão da prisão de Pádua, Padre Marco Pozza, no início de cada programa, nascido da colaboração entre a Secretaria para a Comunicação da Santa Sé e a TV 2000.

Esta série comporta nove encontros, sempre nas quartas-feiras, durante os quais o sacerdote recebe também conhecidos personagens leigos do mundo da cultura e do espetáculo. Nesta quinta edição, o hóspede é o fundador da Slow Food, Carlo Petrini.

E justamente das palavras e das respostas do Papa ao Padre Marco surgiu o livro “Padre nostro”, a ser lançado este 23 de novembro pela Livraria Editora Vaticana e Editora Rizzoli.

“O reino de Deus – acrescenta o Papa – é uma festa, estamos à mesa. A força da presença de Deus hoje no mundo é justamente à mesa, na Eucaristia com Jesus. Por isto peçamos que dê de comer a todos nós. Dar de comer aquele alimento espiritual que nos fortifica, à mesa na Eucaristia, mas também dar de comer a todos, neste mundo onde o reino da fome é tão cruel”.

“Desde criança, recordou o Papa – em casa nos ensinavam que quando o pão caía, imediatamente se devia recolhê-lo e beijá-lo. O pão não se joga fora nunca. O pão é símbolo da unidade da humanidade”.

(JE/TV2000)

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Papa: colonização cultural ou ideológica não tolera diferenças

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21 de novembro de 2017

A colonização cultural ou ideológica não tolera as diferenças e torna tudo igual, terminando por perseguir também os cristãos. É o que sublinha o Papa Francisco na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, refletindo sobre o martírio de Eleazar, narrado no livro dos Macabeus e proposto na primeira leitura.

O Papa Francisco releva que existem três tipos diferentes de perseguição: uma perseguição apenas religiosa, outra político-religiosa, por exemplo a ‘Guerra dos 30 anos’ ou a ‘noite de São Bartolomeu’ e uma terceira perseguição, puramente “cultural”, quando chega “uma nova cultura que quer fazer tudo novo e fazer uma ‘limpeza’ nas tradições, na história e também na religião de um povo”. Este último tipo de perseguição é aquela em que se encontra Eleazar, condenado a morrer por fidelidade a Deus.

O relato desta perseguição cultural – observa o Papa – começou ontem, quando alguns, ao ver o poder e a beleza magnífica de Antíoco Epífanes, pensaram em fazer uma aliança para ser modernos. Assim, umas pessoas do povo tomaram a iniciativa e foram até o rei, que “lhes deu a possibilidade de introduzir instituições pagãs nas nações”. Não as ideias ou os deuses, mas instituições – frisa Francisco. Portanto, este povo que havia crescido em torno da Lei do Senhor, faz entrar ‘novas instituições’, uma nova cultura que faz uma ‘limpeza’ de tudo: cultura, religião, lei, tudo”.

Trata-se de uma verdadeira colonização ideológica que quer impor ao povo de Israel este ‘hábito único’ que alguns aceitaram porque parecia ser uma coisa boa. O povo então começou a viver de um modo diferente. 

Surgem porém algumas resistências para defender “as boas tradições do povo”, como aquela de Eleazar que era um homem digno, muito respeitado, e o Livro dos Macabeus narra a história destes mártires, destes heróis.

Assim, tem continuidade uma perseguição surgida por uma colonização ideológica que destrói, “faz tudo igual, não é capaz de tolerar as diferenças”.

A palavra-chave que o Papa evidencia é precisamente “raiz perversa”, isto é, Antíoco Epifanes.

Se tira, portanto, a raiz do povo de Israel e se faz entrar esta raiz perversa para fazê-la crescer no povo de Deus, “com o poder”, estes hábitos “novos, pagãos mundanos”:

“E este é o caminho das colonizações culturais que acabam por perseguir também os fiéis. Mas não devemos ir muito longe para ver alguns exemplo: pensemos aos genocidas do século passado, que era uma coisa cultural, nova: “Todos iguais e estes que não têm o sangue puro, fora, e estes..”. Todos iguais, não há lugar para as diferenças, não há lugar para os outros, não há lugar para Deus. É a raiz perversa. Diante destas colonizações culturais que nasces da perversidade de uma raiz ideológica, Eleazar, ele mesmo, se faz raiz”.

E o Papa observa que Eleazar morre pensando nos jovens, para deixar a eles um nobre exemplo. Assim, Eleazar “o mártir, aquele que dá a vida, por amor a Deus e à lei, se faz raiz para o futuro”.

Diante daquela raiz perversa, portanto, “existe esta outra raiz que dá a vida para fazer crescer o futuro”.

O Papa observa que aquilo que veio do reino de Antíoco, era uma novidade e que as novidades não são todas más, basta pensar no Evangelho, em Jesus, que é uma novidade, mas é preciso saber distinguir.

“É preciso discernir as novidades. Esta novidade é do Senhor, vem do Espírito Santo, vem da raiz de Deus ou esta novidade vem de uma raiz perversa? Mas, antes, sim, era pecado, não podia matar as crianças; mas, hoje, pode, não tem tanto problema, é uma novidade perversa. Ontem, as diferenças eram claras, como Deus fez. A criação era respeitada; mas hoje, somos um pouco modernos... você faz, você entende..., as coisas não são tão diferentes e se faz uma mistura de coisas.”

A novidade de Deus, ao invés, “nunca faz uma negociação”, mas faz crescer e olha o futuro:

“As colonizações ideológicas e culturais somente olham o presente, renegam o passado e não olham o futuro. Vivem no momento, não no tempo, e por isso não podem nos prometer nada. Com esse comportamento de fazer todos iguais e cancelar as diferenças, cometem, fazem o pecado feito da blasfêmia contra o Deus criador. Toda vez que chega uma colonização cultural e ideológica se peca contra Deus criador, porque se quer mudar a Criação como Ele a criou. E contra esse fato que ao longo da história aconteceu muitas vezes, existe somente um remédio: o testemunho, ou seja, o martírio”.

Eleazar dá um testemunho da vida pensando na herança que dará com o seu exemplo: “Eu vivo assim. Sim, dialogo com aqueles que pensam diferente, mas o meu testemunho é assim, segundo a lei de Deus”. Eleazar não pensou em deixar dinheiro ou outra coisa, mas pensou no futuro, “na herança do próprio testemunho”, ao testemunho que teria sido “para os jovens uma promessa de fecundidade”. Portanto, se cria raiz para dar vida aos outros. E o Papa concluiu, desejando que o seu exemplo “nos ajude nos momentos talvez de confusão, diante das colonizações culturais e espirituais que nos são propostas”.

(CM/JE/MJ)

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Papa: "pensar na morte faz bem, será o encontro com o Senhor"

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17 de novembro de 2017

Refletir sobre o fim do mundo e também sobre o fim de cada um de nós: é o convite que a Igreja nos faz através do trecho evangélico de Lucas, comentado pelo Papa na homilia da missa matutina, na Casa Santa Marta.

O trecho narra a vida normal dos homens e mulheres antes do dilúvio universal e nos dias de Lot: comiam, bebiam, compravam, vendiam, se casavam... mas depois, como um trovão, chega o dia da manifestação do Filho do homem... e as coisas mudam.

A Igreja, que é mãe – diz o Papa na homilia – quer que cada um de nós pense em sua própria morte. Todos nós estamos acostumados à normalidade da vida: horários, compromissos, trabalho, momentos de descanso... e pensamos que será sempre assim. Mas um dia, prossegue Francisco, Jesus chamará e nos dirá: ‘Vem!’ Para alguns, este chamado será repentino, para outros, virá depois de uma longa doença; não sabemos.

No entanto, repete o Papa, “O chamado virá!”. E será uma surpresa, mas depois, virá ainda outra surpresa do Senhor: a vida eterna. Por isso, “a Igreja nestes dias nos diz: pare um pouco, pare e pense na morte”. O Papa Francisco descreve o que acontece normalmente: até participar do velório ou ir ao cemitério se torna um evento social. Vai-se, fala-se com os outros e em alguns casos, até se come e se bebe: “É uma reunião a mais, para não pensar”.

“E hoje a Igreja, hoje o Senhor, com aquela bondade que é sua, diz a cada um de nós: ‘Pare, pare, nem todos os dias serão assim. Não se acostume como se esta fosse a eternidade. Haverá um dia em que você será levado e o outro ficará, você será levado’. É ir com o Senhor, pensar que a nossa vida terá fim. Isto faz bem”.

Isto faz bem – explica o Papa – diante do início de um novo dia de trabalho, por exemplo, podemos pensar: ‘Hoje talvez será o último dia, não sei, mas farei bem meu trabalho’. E o mesmo nas relações de família ou quando vamos ao médico.

“Pensar na morte não é uma fantasia ruim, é uma realidade. Se é feia ou não feia, depende de mim, como eu a penso, mas que ela chegará, chegará. E ali será o encontro com o Senhor, esta será a beleza da morte, será o encontro com o Senhor, será Ele a vir ao seu encontro, será Ele a dizer: “Vem, vem, abençoado do meu Pai, vem comigo”.

E ao chamado do Senhor não haverá mais tempo para resolver nossas coisas. Francisco relata o que um sacerdote lhe disse recentemente:

“Dias atrás encontrei um sacerdote, 65 anos mais ou menos, e ele tinha algo que não estava bem, ele não se sentia bem ... Ele foi ao médico que lhe disse: “Mas olhe - isso depois da visita – o senhor tem isso, e isso é algo ruim, mas talvez tenhamos tempo para detê-lo, nós faremos isso, se não parar, faremos isso e, se não parar, começaremos a caminhar e eu vou acompanhá-lo até o fim”. “Muito bom aquele médico”.

Assim também nós, exorta o Papa, vamos nos fazer acompanhar nesta estrada, façamos de tudo, mas sempre olhando para lá, para o dia em que “o Senhor virá me buscar para ir com Ele”.

(CM-SP)

 

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Papa: força militar não pode dominar o mundo; desenvolvimento humano é o caminho

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16 de novembro de 2017

“Paciência e constância para realizar a utopia de um mundo sem armas nucleares”. Esta foi a exortação que o Papa Francisco fez aos participantes de um simpósio organizado no Vaticano sobre o desarmamento integral, nos dias 10 e 11, promovido pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, presidido pelo Cardeal Peter Turkson. 

Para o Pontífice, “trata-se de temas cruciais diante do atual cenário internacional, marcado por um clima instável de conflitualidade. Mas não se deve ceder ao pessimismo, mesmo diante da constatação de que a corrida armamentista não conhece limites e a produção de armas - não somente nucleares - representa uma considerável despesa para as nações, a ponto de colocar em segundo plano as prioridades reais da humanidade sofredora. De fato, luta contra a pobreza, promoção da paz, saúde, educação, direitos humanos e meio ambiente ficam relegados ao descaso.” Além disso, “as armas nucleares provocam um sentimento de inquietação em decorrência de suas catastróficas consequências humanitárias e ambientais, como testemunham os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki.”

O Papa afirmou, ainda, que “as relações internacionais não podem ser dominadas pela força militar, pelas intimidações recíprocas e pela ostentação dos arsenais bélicos. As armas de destruição em massa não podem constituir a base da pacífica convivência entre os membros da família humana.” Francisco também advertiu para o uso indiscriminado da ciência para este fim e as lacunas no direito internacional, que não impedem que mais nações se tornem detentoras de armas atômicas. “Trata-se de cenários angustiantes se pensarmos nos desafios da geopolítica contemporânea como o terrorismo ou os conflitos assimétricos”, disse.

“Mas há sinais de esperança, como a recente votação na sede da ONU que estabeleceu que as armas nucleares não são só imorais, mas devem ser consideradas um ilegítimo instrumento de guerra”. O Papa citou a atualidade do magistério do Beato Paulo VI e de São João XXIII, que décadas atrás insistiam na importância do desenvolvimento humano integral e no desarmamento completo: “É preciso rejeitar a cultura do descarte e cuidar das pessoas e dos povos que sofrem as mais dolorosas desigualdades, por meio de uma obra que saiba privilegiar, com paciência, os processos solidários em relação ao egoísmo dos interesses contingentes.” 

Acreditar num mundo sem armas pode ser utopia ou idealismo, concluiu o Pontífice, garantindo que a Igreja não se cansa de oferecer ao mundo a consciência de que o desenvolvimento integral é a estrada do bem que a família humana é chamada a percorrer.

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Papa: o reino de Deus cresce dentro de nós, não é carnaval

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16 de novembro de 2017

O reino de Deus não é um espetáculo nem um carnaval, “não ama a propaganda”: é o Espirito Santo que o faz crescer, não “os planos pastorais”. Foi o que disse o Papa na missa da manhã de quinta-feira, 16, na capela da Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia (Lc 17,20-25).

Francisco se deteve na pergunta que os fariseus fazem a Jesus: “quando virá o reino de Deus?”. Uma pergunta simples, que nasce de um coração bom e aparece tantas vezes no Evangelho. João Batista, por exemplo, quando estava na prisão, angustiado, pede a seus discípulos que perguntem a Jesus se é ele mesmo que deve vir ou se devem esperar outra pessoa. Outras vezes, a pergunta foi feita “sem rodeios”, “se é você, desça da cruz”. “Há sempre a dúvida”, a “curiosidade” de quando virá o Reino de Deus, disse o Papa.

“O reino de Deus está em meio a vós”: é a resposta de Jesus. Assim como a semente que, semeada, cresce a partir de dentro, também o reino de Deus cresce “escondido” e no meio “de nós” – reiterou o Pontífice – ou se encontra escondido como “pedra preciosa ou o tesouro”, mas “sempre na humildade”.

“Mas quem faz crescer aquela semente, quem faz germinar? Deus, o Espírito Santo que está em nós. E o Espírito Santo é espírito de mansidão, espírito de humildade, é espírito de obediência, espírito de simplicidade. É ele que faz crescer dentro o reino de Deus, não são os planos pastorais, as grandes coisas... Não, é o Espírito, escondido. Faz crescer, chega o momento e aparece o fruto”.

No caso do Bom Ladrão, o Papa se pergunta quem fez semear a semente do reino de Deus no seu coração: talvez a mãe, faz uma hipótese – ou talvez um rabino quando lhe explicava a lei. Depois, talvez, se esquece, mas a um certo momento “escondido”, o Espírito a faz crescer.

Por isso, Francisco repete que o reino de Deus é sempre “uma surpresa”, porque é “um dom que o Senhor dá”. Jesus explica também que “o reino de Deus não vem para chamar a atenção e ninguém dirá: ‘Ei-lo aqui, ei-lo lá’”. “Não é um espetáculo ou pior ainda – mas às vezes se pensa assim – “um carnaval”, reitera o Papa.

“O reino de Deus não se mostra com a soberba, com o orgulho, não ama a propaganda: é humilde, escondido e assim cresce. Penso que quando as pessoas olhavam Nossa Senhora, ali, que seguia Jesus: ‘Aquela é a mãe, ah…’. A mulher mais santa, mas escondida, ninguém conhecia o mistério do reino de Deus, a santidade do reino de Deus. E quando estava perto da cruz do filho, as pessoas diziam: ‘Mas pobre mulher com este criminoso como filho, pobre mulher …’. Nada, ninguém sabia”.

O reino de Deus, portanto, cresce sempre escondido, porque “o Espírito Santo está dentro de nós” – recordou o Papa – que “o faz germinar até dar o fruto”.

“Nós todos somos chamados a fazer esta estrada do reino de Deus: é uma vocação, é uma graça, é um dom, é gratuito, não se compra, é uma graça que Deus nos dá. E nós todos batizados temos dentro o Espírito Santo. Como é a minha relação com o Espírito Santo, que faz crescer em mim o reino de Deus? Uma bela pergunta para todos nós fazermos hoje: eu acredito, acredito realmente que o reino de Deus está no meio de nós, está escondido ou gosto mais do espetáculo?”.

Francisco conclui exortando a pedir ao Espírito Santo a graça de fazer germinar “em nós e na Igreja, com força, a semente do reino de Deus para que se torne grande, dê refúgio a tantas pessoas e dê frutos de santidade”. 

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Viagem do Papa ao Chile e Peru: 6 cidades em 6 dias

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14 de novembro de 2017

 A viagem do Papa Francisco ao Chile e Peru, de 15 a 22 de janeiro de 2018, já tem um programa detalhado, e foi divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Vaticano. 

Atividades começam dia 16 em Santiago

De Roma, o Papa voa direto, dia 15 para Santiago, no Chile, onde chega à noite. Terça-feira, pela manhã, está marcado o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático no Palácio de La Moneda, onde está previsto o primeiro pronunciamento do Papa. A seguir, haverá um encontro de cortesia com o presidente, no Salão Azul do Palácio.

Ainda no mesmo dia, o Francisco presidirá a missa no Parque O’Higgins e fará uma breve visita ao Centro Penitenciário Feminino Santiago. Ele fará uma saudação aos presentes.

Depois o Papa irá à Catedral de Santiago para o encontro com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas. Na sacristia, sucessivamente, o Papa se reunirá com os bispos. A programação do dia 16 se encerra com uma visita ao Santuário de San Alberto Hurtado e um encontro a portas fechadas com os sacerdotes da Companhia de Jesus.

Quarta-feira, 17 de janeiro: Temuco

No dia seguinte, quarta-feira, 17, Francisco parte do aeroporto de Santiago e depois de 1h30 de voo, chega a Temuco, onde presidirá a Santa Missa no aeroporto de Maquehue e almoçará com moradores de Aracaunia na casa Madre de la Santa Cruz.

Na volta a Santiago, os jovens o esperam no Santuário de Maipu e enfim, fechando o dia, irá à Pontifícia Universidade Católica do Chile, último compromisso na capital chilena.

Quinta-feira, 18 de janeiro: Iquique

A terceira e última cidade visitada pelo Papa no Chile será Iquique. Ali, no dia 18, preside uma missa no Campus Lobito. Em seguida almoça na casa de retiros dos padres oblatos no Santuário Nossa Senhora de Lourdes. Após a cerimônia de despedida, o Papa segue às 17h para a segunda etapa de sua viagem apostólica: Lima, capital do Peru.

Chegando ao aeroporto, o protocolo prevê a tradicional cerimônia de boas-vindas, que encerra o programa oficial do dia.

No Peru, 19 de janeiro, de Lima para Puerto Maldonado 

Sexta-feira, 19, o dia começa bem cedo, com o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, seguido da visita de cortesia ao presidente do país. Às 10h, depois de 2 horas de voo, um dos eventos mais aguardados da viagem: o encontro no Coliseu Regional Madre de Dios com os povos da Amazônia, na cidade fronteiriça de Puerto Maldonado e com a população local, além de uma visita à casa infantil Principito. Retornando a Lima, Francisco terá um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus na Igreja de São Pedro, último compromisso do dia.

Sábado, 20 de janeiro: Trujillo

Sábado, 20 de janeiro, Francisco faz outro voo, de 1h30, até a cidade de Trujillo, onde preside a missa na esplanada costeira de Huanchaco, faz uma volta em papamóvel pelo bairro “Buenos Aires” e visita a Catedral. Estão previstos ainda um encontro com os sacerdotes, religiosos e seminaristas no Colégio Seminário SS. Carlos y Marcelo e uma celebração mariana na Praça das Armas, antes de retornar para a capital.

Domingo, 21 de janeiro: Lima

Domingo,21, último dia da viagem, o Papa rezará a oração da Hora Média com religiosas de vida contemplativa no Santuário do Senhor dos Milagres  na catedral de Lima, fará uma oração junto às relíquias dos santos peruanos. No final da manhã terá um encontro com os bispos no Palácio Arquiepiscopal e rezará o Angelus na Praça das Armas. O almoço com a comitiva será na Nunciatura.

À tarde, a última missa do Papa no Peru, na Base Aérea “Las Palmas”, de onde segue para o aeroporto e parte para Roma. A chegada está prevista para segunda-feira, 22 de janeiro, no aeroporto romano de Ciampino. 

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