‘Nunca se cansem de rezar pelos seus padres’, diz Pontífice em ordenação

Por
08 de dezembro de 2017

Assim com fez São João Paulo II, o Papa Francisco presidiu na sexta-feira, 1º, uma missa de ordenação de 16 sacerdotes durante sua visita a Bangladesh. Na homilia, o Papa agradeceu ao povo presente e pediu: “Rezem sempre pelos seus sacerdotes.” 

Segundo ele, “o povo de Deus sustenta os sacerdotes com a oração” e “é responsabilidade de vocês apoiar os sacerdotes”. Para saber como ajudar os padres, é preciso “confiar na própria generosidade”, disse. “O coração generoso que vocês têm lhes dirá como apoiar os sacerdotes. Mas, o primeiro apoio é a oração. O povo de Deus, quer dizer, todos, apoia o padre com a oração. Não se cansem, jamais, de rezar pelos seus padres! Sei que o farão. Muito obrigado.” 

Aos padres que seriam ordenados, o Papa recomendou: “Conscientes de terem sido escolhidos entre os homens e constituídos para atender às coisas de Deus, exercitem, com alegria e a caridade sincera, a obra sacerdotal de Cristo, intencionados unicamente em agradar a Deus, e não a vocês mesmos.” 

Também aos religiosos e religiosas, agradeceu o testemunho de missionários e pediu que continuem a transmitir a alegria que recebem do encontro com Cristo. O País foi visitado uma vez também pelo Beato Paulo VI, mas ainda não era independente do Paquistão. 

Comente

Em Bangladesh, Papa chama atenção do mundo para a periferia

Por
08 de dezembro de 2017

A viagem do Papa Francisco a Bangladesh, após Mianmar, foi principalmente para encontrar a comunidade católica presente no pequeno país de 163 milhões de habitantes. Mas, o fato de que os cristãos não chegam nem a 1% da população mostra, mais uma vez, como Francisco tem alcançado as periferias da Igreja e, ao viajar, obriga o mundo a olhar para os problemas do país visitado. Na quinta-feira, 30 de novembro, Francisco elogiou os esforços de Bangladesh que, mesmo sendo um país pobre, recebe cerca de 700 mil refugiados Rohingya de Mianmar. 

“É necessário que a comunidade internacional tome medidas decisivas para fazer frente a esta grave crise [dos refugiados em Bangladesh], não só trabalhando para resolver os problemas políticos que provocaram o deslocamento massivo de pessoas, mas também oferecendo assistência imediata a Bangladesh em seu esforço para responder eficazmente às urgentes necessidades humanas”, disse.

Perguntado no voo papal sobre a pobreza e a exploração da mão de obra em Bangladesh, onde trabalhadores da indústria têxtil se submetem a condições precárias e salários muito baixos ao prestar serviço para grandes empresas multinacionais, o Papa declarou que “este é um dos problemas mais sérios” do País.

“Falei disso nos encontros pessoais [com autoridades]. Eles estão conscientes disso e do fato de que a liberdade deles é condicionada não só pelos militares, mas também pelos grandes trustes internacionais. Apontaram para a educação, e creio que seja uma escolha sábia”, analisou. “Há planos educativos, e me mostraram os percentuais dos últimos anos. Diminuiu a carência de educação.” 

Comente

Papa Francisco e a questão Rohingya

Por
08 de dezembro de 2017

 

A viagem do Papa Francisco a Mianmar e Bangladesh, de 27 de novembro a 2 de dezembro, começou com uma sinuca diplomática: falar ou não falar da perseguição à minoria étnica muçulmana Rohingya? Esse povo, considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos mais sofridos do mundo, vem sendo massacrado pelo regime militar de Mianmar, um país asiático de maioria budista. Chamava-se Birmânia. “Ousaria o Papa usar a palavra Rohingya em Mianmar?”, perguntavamse os vaticanistas e observadores. Sim e não. Na verdade, as cartas dessa viagem já estavam marcadas. Na primeira visita de um Papa a Mianmar, ele e a diplomacia da Santa Sé já sabiam o que fazer. 

 
 

Leia também:

"Em Bangladesh, Papa chama atenção do mundo para a periferia"
"‘Nunca se cansem de rezar pelos seus padres’, diz Pontífice em ordenação"
"Sobre armas nucleares, Papa afirma que ‘estamos no limite da legalidade’"

 

O Papa Francisco já rezou pelos Rohingya publicamente no Vaticano e inúmeras vezes chamou a atenção do mundo para a “globalização da indiferença” diante de minorias perseguidas. A dúvida, entretanto, era se ele tocaria no assunto em solo birmano, pois a questão é extremamente delicada no País. Os Rohingya eram cerca de 1 milhão até o ano passado, mas foram reduzidos a menos da metade, mortos ou expulsos. São vistos pelos birmanos como um povo estrangeiro, embora vivam na região há milhares de anos. São tratados como cidadãos de segunda classe, marginalizados e, quando têm sorte, são simplesmente ignorados na pobreza.

A Governante do País, Aung San Suu Kyi, tem um prêmio Nobel da Paz na prateleira (1991) e vem tentando liderar uma transição rumo à democracia após décadas de ditadura militar. Mas, à custa de evitar conflitos com os militares e perder o que já foi conquistado, evita o problema Rohingya. E vem sendo acusada de omissão pela comunidade internacional. A ONU e países como os Estados Unidos falam de uma “limpeza étnica” desse povo, que pode sofrer um genocídio.

 

Em vez de uma palavra, um encontro

Nesse contexto, o Papa não comentou explicitamente dos Rohingya em Mianmar. Mas, falou com os Rohingya em Bangladesh, país vizinho, pobre e superpopuloso, que abriga cerca de 700 mil refugiados Rohingya. Segundo o Papa, ter um encontro com pessoas dessa etnia marginalizada era “uma condição para que essa viagem acontecesse”. Não se sabia no início como ou onde realizá- lo, mas, por fim, decidiu-se por um encontro inter-religioso em Bangladesh, do qual participaram 16 representantes dos refugiados Rohingya.

O protocolo previa que o grupo simplesmente cumprimentasse o Papa, mas o encontro foi conduzido por ele de forma mais espontânea. O Papa os cumprimentou, mas quis conversar com cada um. “Queriam tirá-los logo do palco. Eu ali fiquei um pouco nervoso e gritei um pouco, sou pecador, e disse muitas vezes a palavra ‘respeito’, ‘respeito’. Parei a coisa e eles ficaram ali”, contou Francisco, na coletiva de imprensa realizada na viagem de retorno a Roma. Ele pediu o microfone para falar: “Naquele momento, eu chorava. Fazia em modo que não se visse. Eles também choravam.”

Improvisando, o Papa disse em claro e bom tom: “A presença de Deus, hoje, também se chama Rohingya”, pois todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus. “Eles também são a imagem de Deus vivente.” Afirmou, ainda, que “todos estamos próximos de vocês” e que “há espaço para vocês nos nossos corações”. Francisco lhes pediu perdão “em nome de todos os que os perseguem, aqueles que lhes fizeram mal, especialmente pela indiferença do mundo”. O Pontífice convidou líderes de outras religiões, presentes, a saudá-los e pediu que um dos representantes Rohingya liderasse uma oração.

 

Em vez de acusações, valores 

Como escreveu o comentarista de religião da rede norte-americana CNN , Daniel Burke, o Papa raramente faz acusações contra o país que o acolhe em uma viagem apostólica. E o Vaticano acaba de estabelecer relações diplomáticas com Mianmar, que ainda é politicamente instável. Em vez de criticá-los pelo que fazem de errado, o Pontífice procura lembrar o povo anfitrião dos valores e virtudes que os guiam. E não foi diferente em Mianmar. 

“O difícil processo de construir a paz e reconciliação nacional só pode avançar por meio do compromisso com a justiça e o respeito dos direitos humanos”, declarou o Papa em encontro com autoridades de Mianmar, inclusive a Conselheira de Estado, San Suu Kyi. “A sabedoria dos antigos definiu a justiça como vontade de reconhecer a cada um o que lhe é devido”, acrescentou. 

E continuou: “O futuro de Mianmar deve ser a paz, uma paz baseada no respeito da dignidade e dos direitos de cada membro da sociedade, o respeito por cada grupo étnico e sua identidade, em respeito pelo Estado de direito e uma ordem democrática que permita a cada indivíduo e a cada grupo – sem excluir ninguém – oferecer sua contribuição legítima ao bem comum.”

 

Em vez de uma estratégia, uma mensagem 

Na coletiva de imprensa, o Papa Francisco explicou que a estratégia diplomática adotada por ele é, na verdade, tomar o cuidado de usar as palavras certas para transmitir uma mensagem central, e não insistir em pontos que fechariam canais de diálogo. “Para mim, a coisa mais importante é que a mensagem chegue e, para isso, preciso procurar dizer as coisas passo a passo, e escutar as respostas, para que a mensagem chegue”, disse aos jornalistas.

“Eu vi que, se no discurso oficial [em Mianmar], eu tivesse usado aquela palavra [Rohingya], teria fechado a porta na cara dos outros. Mas, descrevi as situações, os direitos de cidadania, ‘ninguém excluído’, para me permitir, nas conversas privadas, ir além.” 

Segundo Francisco, o resultado desses colóquios privados com as autoridades de Mianmar foi positivo. “Fiquei muito, muito satisfeito, porque não tive, digamos, o prazer de bater a porta na cara publicamente, com uma denúncia, mas tive a satisfação de dialogar, de fazer o outro falar, de dizer a minha parte e, assim, a mensagem chegou.” 

Para ele, o verdadeiro comunicador deve ter a preocupação “que a mensagem chegue”, e, às vezes, no discurso midiático, a agressividade, muitas vezes, fecha as portas do diálogo. Com os militares, “não negociei a verdade”, afirmou, justificando ter usado as palavras necessárias para fazer-lhes compreender melhor seu pensamento, que já conheciam.

Além de cuidar das palavras com os políticos, o Papa fez o mesmo com o clero budista, que é muitas vezes um dos principais canais de difusão do nacionalismo birmano. O Bispo de Roma os lembrou do compromisso do Buda com a compaixão e a não violência. Discursou: “As palavras de Buda nos oferecem a todos uma guia: ‘Conquiste um homem irritado por meio do amor; conquiste o homem de má vontade por meio da bondade. Conquiste o avarento por meio da generosidade. Conquiste o mentiroso por meio da verdade.” 

E continuou: “São sentimentos parecidos aos que se expressam na oração atribuída a São Francisco de Assis: ‘Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão... Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.”
 

 

Comente

Crianças fazem arte em preparação para receber a visita do Papa ao Chile

Por
08 de dezembro de 2017

Em uma atmosfera de grande emoção, a exposição “EmPAPArte” foi inaugurada na sala de exposições do arcebispo de Concepción, segunda região mais populosa do Chile, com pinturas projetadas e criadas por crianças e adolescentes de diferentes programas desenvolvidos pela Fundação Ciudad del Niño.

A exposição é uma iniciativa promovida pelo arcebispo de Concepción,  dom Fernando Chomali, e faz parte das atividades de preparação para a visita apostólica do Papa Francisco ao Chile, em janeiro de 2018.

O presidente do conselho da Fundação, padre José Cartes, disse que, para realizar a iniciativa, formou-se uma equipe e a colaboração especial do casal missionário francês, Gustav de Pennart e sua esposa Claire, que coordenaram as oficinas de catequese e, mais tarde, pintura. “A catequese com crianças e jovens era muito importante, para que conhecessem o Papa Francisco. Estamos muito felizes e até surpreendidos pelo modo como assumiram esse desafio “, afirmou o padre José.

Dom Chomali reconheceu que, nas crianças, “há muito talento artístico e foi uma bela oportunidade, considerando a visita do Santo Padre, para divulgar esses talentos. Portanto, conseguimos os tecidos e ficamos impressionados com o excelente trabalho que as crianças fizeram, o que nos mostra que a arte não é proibida para ninguém, mas como adultos nos oferecem oportunidades e oportunidades. Espero que este seja um começo para continuar desenvolvendo muitas outras atividades com eles “.

A exposição com 52 obras, muitas delas consideradas excelentes, foram até premiadas, serão exibidas até 15 de dezembro na Sala de Exposições da Arquidiocese e em vários lugares. Dom Chomali não excluiu a preparação de uma forma de consolidar este trabalho e enviá-lo ao Papa Francisco: “Isso nos lembrará que as crianças não são o futuro do Chile, mas que são o presente do Chile. Aqui há artistas muito bons. Estou muito feliz e nunca esperei nada disso com esses jovens que tiveram uma vida difícil, mas, apesar disso, eles podem criar e isso nos dá muita esperança para todos “.

 

Matéria publicada no site da Conferência Episcopal do Chile.

Comente

Papa encoraja formação dos jovens ao diálogo em Taiwan

Por
07 de dezembro de 2017

O Papa recebeu na manhã desta quinta-feira, 07, os membros do Conselho Nacional de Igrejas de Taiwan.  

Recém-chegado de visita a Myanmar e Bangladesh, Francisco pôde constatar a vitalidade que caracteriza os povos asiáticos, e ao mesmo tempo, o rosto sofredor daquela humanidade muitas vezes carente de prosperidades materiais e bem-estar social. E em seu discurso ao grupo, lembrou:

“A Igreja católica está comprometida em promover uma maior unidade entre os cristãos. Reforçar as relações entre os cristãos, aliado ao anúncio de Jesus, conduz a obras de caridade e projetos formativos para os jovens, mas que beneficiarão toda a sociedade. Um futuro melhor para todos requer a formação das jovens gerações, especialmente na arte do diálogo. Protagonistas de uma cultura da harmonia e da reconciliação, serão dispostos a percorrer o caminho que vai do conflito à comunhão, tão frutuoso no percurso ecumênico”.

Francisco se despediu do grupo encorajando-o a prosseguir no caminho da fraternidade e colaboração entre as comunidades, até alcançarmos o dia em que será realizado o desejo de Jesus ‘sejam uma só coisa... a fim que o mundo creia’. 

Comente

Papa: o futuro da Ásia é de quem semeia fraternidade

Por
06 de dezembro de 2017

Quarta-feira é de dia de Audiência Geral no Vaticano. Devido ao frio, os cerca de 8 mil peregrinos foram acomodados na Sala Paulo VI, e do corredor central Francisco saudou os fiéis.

O Papa dedicou a catequese à sua recente viagem a Mianmar e Bangladesh, que definiu como um “grande dom de Deus”. E agradeceu às autoridades e bispos dos dois países que permitiram esta visita.

 

Mianmar

A primeira etapa da 21° viagem apostólica foi Mianmar, que pela primeira vez recebeu o sucessor de Pedro. “Quis expressar a proximidade de Cristo e da Igreja a um povo que sofreu por causa de conflitos e repressões, e que agora está lentamente caminhando rumo a uma nova condição de paz e liberdade”, disse o Papa.

Num país de maioria budista, os cristãos estão presentes como pequeno rebanho e fermento do Reino de Deus. Francisco recordou o encontro com os Bispos e as suas celebrações eucarísticas. A primeira foi no campo esportivo no centro de Yangun, e o Evangelho daquele dia recordou que as perseguições por causa da fé em Jesus são normais para os seus discípulos. Já a segunda missa foi dedicada aos jovens. “Nos rostos daqueles jovens vi o futuro da Ásia: um futuro que não será de quem constrói armas, mas de quem semeia fraternidade.”

Francisco comentou ainda os encontros com as autoridades de Mianmar, às quais encorajou os esforços de pacificação e auspiciando que todos os membros da nação, ninguém excluído, possam cooperar neste processo no respeito recíproco. O Papa mencionou ainda o diálogo inter-religioso, de modo especial quando se reuniu com o Conselho Supremo dos monges, ao qual manifestou a confiança de que cristãos e budistas possam juntos ajudar as pessoas a amar Deus e o próximo, rejeitando toda violência e opondo-se ao mal com o bem.

 

Bangladesh

Ao deixar Mianmar, o Pontífice visitou Bangladesh, país de maioria muçulmana. “Nas pegadas do Beato Paulo VI e de São João Paulo II, a minha visita marcou um passo ulterior em favor do respeito e do diálogo entre o cristianismo e o islamismo."

Às autoridades, Francisco expressou em particular a solidariedade ao país em seu empenho em socorrer os refugiados Rohingya, que confluíram em massa ao território bengalês, onde a densidade da população já é uma das mais altas do mundo.

O Papa voltou a falar dos Rohingya na saudação em árabe, acrescentando que pediu a eles "que nos perdoem pelas nossas faltas e pelo nosso silêncio, pedindo à comunidade internacional que os ajude e socorra todos os grupos oprimidos e perseguidos no mundo".

Com a comunidade católica, o Papa recordou a missa, com a ordenação de 16 sacerdotes, “onde graças a Deus não faltam vocações”, o encontro com os bispos, sacerdotes, consagradas e consagrados, e também com os seminaristas, as noviças e os noviços. Francisco citou ainda a visita à “Casa Madre Teresa”, onde a santa residia quando se encontrava em Daca e que acolhe inúmeros órfãos e pessoas com deficiência. O Pontífice fez uma homenagem especial às irmãs “que estão sempre com o sorriso no rosto. Sempre: um belo testemunho”.

Assim como em Mianmar, o último evento em Bangladesh foi com os jovens bengaleses, rico de testemunhos, cantos e danças, “e como dançam bem os bengaleses”. “No encontro estavam presentes também jovens muçulmanos e de outras religiões: um sinal de esperança para Bangladesh, para a Ásia e para o mundo.”

Comente

Papa: aceitar as humilhações para assemelhar a Jesus

Por
05 de dezembro de 2017

Depois de sua viagem a Mianmar e Bangladesh, o Papa Francisco retomou nesta terça-feira, 05, a celebração da missa na capela da Casa Santa Marta.

A humildade é um dom indispensável na vida de um cristão: foi o que disse o Papa na sua homilia. Inspirado por uma passagem do profeta Isaías, Francisco recordou que todo cristão é como “um pequeno broto onde se  pousará o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor do Senhor”. “Esses são os dons do Espírito Santo. Da pequenez do broto à plenitude do Espírito. Esta é a promessa, este é o Reino de Deus”. Esta é “a vida do cristão”, recomendou o Papa:

Ser consciente que cada um de nós é um broto daquela raiz que deve crescer, crescer com a força do Espírito Santo, até a plenitude do Espírito Santo em nós. E qual seria a tarefa do cristão? Simplesmente proteger o broto que cresce em nós, proteger o crescimento, proteger o Espírito.

E, qual é o estilo de vida cristão? “Um estilo como o de Jesus, de humildade”, explicou Francisco:

“É preciso fé e humildade para acreditar que este broto, este dom assim tão pequeno chegará à plenitude dos dons do Espírito Santo. É preciso humildade para acreditar que o Pai, Senhor do Céu e da Terra, como diz o Evangelho de hoje, escondeu essas coisas aos sábios, aos doutos e as revelou aos pequeninos. Humildade é ser pequeno, como o broto, pequeno que cresce todos os dias, pequeno que necessita do Espírito Santo para poder ir avante, rumo à plenitude da própria vida”.

“Alguém acredita que ser humilde - observou o Papa - é ser educado, cortês, fechar os olhos em oração ...”. “Não, ser humilde não é isso”. Então, “como posso saber se sou humilde?”, perguntou Francisco:

“Há um sinal, um sinal, o único: aceitar as humilhações. A humildade sem humilhações não é humildade. Humilde é aquele homem, aquela mulher que é capaz de suportar as humilhações como Jesus as suportou, o humilhado, o grande humilhado”.

Francisco recordou o exemplo de tantos santos “que não só aceitaram as humilhações, mas as solicitaram para se assemelharem a Jesus”. Que o Senhor - concluiu sua homilia o Papa - nos conceda essa graça de proteger o pequeno em direção da plenitude do Espírito, de não esquecer a raiz e aceitar as humilhações”.

(SP-BF)

Comente

Com os jovens, Papa conclui viagem a Mianmar: coragem e alegria

Por
30 de novembro de 2017

O Papa dedicou aos jovens seu último compromisso em terras birmanesas.

Com a missa celebrada na Catedral Santa Maria, em Yangun, Francisco se despediu de Mianmar com uma mensagem de encorajamento à futura geração.

Com a capacidade para acolher 1.500 pessoas, inúmeros fiéis acompanharam a celebração do lado de fora da Catedral e até mesmo pelas ruas.

Comoventes cantos da tradição local animaram a cerimônia, vivida em espírito de recolhimento pelos jovens vestidos todos com trajes típicos. 

“Vocês são uma boa-nova, porque são sinais concretos da fé da Igreja em Jesus Cristo, que nos traz uma alegria e uma esperança que jamais terão fim”, disse o Papa em italiano, intercalando a homilia com a tradução em birmanês.

Mas é possível falar de boas-novas quando tanta injustiça, pobreza e miséria estende a sua sombra sobre nós e o nosso mundo?, questionou Francisco.

“Contudo gostaria que deste lugar partisse uma mensagem muito clara. Gostaria que as pessoas soubessem que vocês não têm medo de acreditar na boa-nova da misericórdia de Deus, porque essa boa-nova tem um nome e um rosto: Jesus Cristo.”

O Pontífice pediu que os jovens sejam mensageiros desta boa-nova a todos que precisam de suas orações, solidariedade e paixão pelos direitos humanos, pela justiça e pelo crescimento daquilo que Jesus dá: amor e paz.

Comentando a primeira Leitura, em que São Paulo formula perguntas sobre o anúncio da boa-nova, Francisco disse que como “avô” gostaria de apontar aos jovens o caminho para serem mensageiros de Cristo.

Antes de tudo, que falem com Deus na oração, compartilhando com Ele os medos e as preocupações, os sonhos e as esperanças.

“Não tenham medo de colocar perguntas que façam as pessoas a pensar! Gostaria de pedir para gritar, mas não com a voz; gostaria que gritassem com a vida, com o coração, de modo a ser sinais de esperança para quem está sozinho.”

Não se atirem para a frente com as próprias forças, acrescentou Francisco, mas sigam Cristo. “Seja qual for a vocação, eu os exorto: sejam corajosos, sejam generosos e, sobretudo, sejam alegres!”

O Papa confiou todos os jovens à intercessão de Maria e com a saudação em birmanês – Myanmar pyi ko Payarthakin Kaung gi pei pa sei (Deus abençoe Mianmar) – concluiu sob aplausos a sua homilia. 

A Catedral Santa Maria ficou pequena para acolher todos os que gostariam de participar da Missa com Francisco, de modo que ao saír da igreja o Papa foi acolhido com alegria contagiante destes jovens que o aguardavam.

Comente

Papa em Mianmar: só o perdão cura as feridas da violência

Por
29 de novembro de 2017

“O caminho da vingança não é o caminho de Jesus”: num país ferido por conflitos internos, o Papa falou do perdão e da compaixão na missa desta quarta-feira, 29, que marcou o tão aguardado encontro de Francisco com a comunidade católica de Mianmar.

Cerca de 150 mil fiéis participaram da celebração no complexo esportivo de Kyaikkasan Ground, a poucos quilômetros do Arcebispado de Yangun, para a primeira e única missa pública no país.

Caravanas de inúmeras partes do país compareceram cedo ao local e, mesmo após horas de espera, saudaram calorosamente Francisco do papamóvel, antes do início da cerimônia.

Em sua homilia, comentando as leituras do dia, o Pontífice recordou que Jesus não nos ensinou a sua sabedoria com longos discursos ou por meio de grandes demonstrações de poder político ou terreno, mas com a oferta da sua vida na cruz. O Senhor crucificado é a nossa bússola segura.

E da cruz vem também a cura, acrescentou o Papa. “Sei que muitos em Mianmar carregam as feridas da violência, quer visíveis quer invisíveis. A tentação é responder a estas lesões com uma sabedoria mundana que, como a do rei na primeira leitura, está profundamente deturpada. Pensamos que a cura possa vir do rancor e da vingança. Mas o caminho da vingança não é o caminho de Jesus.”

O caminho de Jesus é radicalmente diferente, afirmou Francisco, pois quando o ódio e a rejeição conduziram Cristo à paixão e à morte, Ele respondeu com o perdão e a compaixão.

O Pontífice falou do empenho da Igreja em Myanmar, que faz o que pode para levar o “bálsamo salutar da misericórdia de Deus” aos outros, especialmente aos mais necessitados.

“Há sinais claros de que, mesmo com meios muito limitados, numerosas comunidades proclamam o Evangelho a outras minorias tribais, sem nunca forçar ou constringir, mas sempre convidando e acolhendo. No meio de tanta pobreza e inúmeras dificuldades, muitos de vocês prestam assistência prática e solidariedade aos pobres e aos doentes”, destacou o Papa.

Ressaltando a missão caritativa “sem distinções de religião ou de origem étnica” da Caritas local e das Pontifícias Obras Missionárias, Francisco encorajou os católicos a continuarem a partilhar com os demais “a inestimável sabedoria” de Deus, que brota do coração de Jesus.

Comente

“Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz” 27/11/2017 Santa Sé

Por
28 de novembro de 2017

Os migrantes e refugiados voltam ao centro das reflexões e intenções do papa Francisco. Na sexta-feira, 24, foi divulgada a Mensagem do pontífice para o 51º Dia Mundial da Paz, que será celebrado no dia 1° de janeiro de 2018, com o tema: “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz”.

“A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta”, escreveu Francisco, que desejou recordar os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados.

Recordando Bento XVI, disse que são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz. “Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”, escreveu Francisco.

Francisco voltou a citar os quatro verbos necessários para a ação com migrantes e refugiados: “Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar”.

CONFIRA A MENSAGEM NA ÍNTEGRA 

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.