Como Santo Inácio, colocar-se a serviço do próximo

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31 de julho de 2017

“Como Santo Inácio de Loyola, deixemo-nos conquistar pelo Senhor Jesus e, guiados por Ele, coloquemo-nos ao serviço do próximo.” Esta é a mensagem do Papa Francisco no Twitter, no dia em que a Igreja recorda o Santo fundador da Companhia de Jesus.

Se é um dia um dia especial para os jesuítas em todo o mundo, o é também para o Papa Francisco, que pertence à Companhia. Em 2014, o Papa festejou a data com seus confrades na Cúria Geral, que fica a dois passos da Praça S. Pedro.

A última vez que almoçou com eles foi no dia 12 de fevereiro deste ano, por ocasião da despedida do Pe. Adolfo Nicolás, Prepósito da Companhia de 2008 a 2016, que agora desempenha sua missão nas Filipinas.

 

Discernimento

Desde outubro do ano passado, esta função é desempenhada pelo venezuelano Arturo Sosa, que em entrevista à Rádio Vaticano falou dos dois grandes desafios da Companhia hoje:

“Eu gostaria de sintetizar os desafios da Companhia em dois grupos. O primeiro é como nós podemos entender a nossa melhor contribuição à missão de reconciliação da Igreja que, segundo a 36ª Congregação Geral, tem três dimensões: a reconciliação com Deus, a reconciliação dos homens entre si e a reconciliação com a criação. Nós nos sentimos colaboradores deste processo, pois compartilhamos a missão do Senhor entregue à Igreja. A contribuição tem um fundamento, e o fundamento é a fé. Portanto, o primeiro desafio é discernir onde Deus trabalha neste momento da história humana e como o faz, para sermos seus instrumentos e para colaborarmos àquilo que Ele faz.”

 

Desigualdade

Pe. Arturo Sosa afirma que é preciso olhar para os crucifixos do mundo de hoje – mundo marcado pela desigualdade e pela pobreza. “Sem justiça social, a reconciliação não é possível”, afirma, acrescentando que é preciso entender as causas da injustiça e pensar em modelos alternativos de convivência humana. “O desafio que temos diante de nós é buscar reconciliar este processo, para garantir às futuras gerações uma vida melhor do que temos hoje em meio à desigualdade e à pobreza.”

 

Conversão

O segundo grande grupo de desafios identificado pelo Prepósito é adaptar a Companhia de Jesus aos tempos atuais, “colocar a Companhia em condições de oferecer uma colaboração mais eficaz a esses desafios”. Para o sacerdote venezuelano, isso começa com a conversão pessoal, com a conversão da vida comunitária e, a mais difícil, a conversão institucional.

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Tweet aos avós: comunicar o patrimônio de humanidade e fé

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26 de julho de 2017

“Quanto são importantes os avós na vida da família para comunicar o patrimônio de humanidade e fé essencial para cada sociedade!”.

Com o tweet publicado esta quarta-feira, 26 de julho, dia em que a Igreja recorda São Joaquim e Santa Ana, o Papa Francisco enfatiza mais uma vez o papel desempenhado pelos avós no seio da família e da sociedade, também na transmissão da fé.

Desde o início de seu Pontificado, Francisco insiste na importância deste “arco da vida” que liga a infância e juventude - repletas de ímpetos de mudança – com a velhice, cheia de sabedoria.

Não faltaram iniciativas nestes anos como o Dia dos Idosos, realizado na Praça São Pedro em 2014, assim como a série de catequeses a eles dedicadas.

Na Audiência Geral de 11 de março de 2015, Francisco falou que a velhice é uma vocação:

“A velhice é uma vocação. Não é ainda o momento de “tirar os remos do barco”. Este período da vida é diferente dos precedentes, não há dúvida; devemos também “criá-lo” um pouco, porque as nossas sociedades não estão prontas, espiritualmente e moralmente, para dar a isso, a esse momento da vida, o seu pleno valor. Uma vez, de fato, não era assim normal ter tempo à disposição; hoje é muito mais. E mesmo a espiritualidade cristã foi pega um pouco de surpresa e se trata de delinear uma espiritualidade das pessoas idosas. Mas graças a Deus não faltam os testemunhos de santos e santas idosos!”

Na mesma ocasião, o Papa exortou os avós a seguirem os passos de Simeão e Santa Ana, dois “anciãos extraordinários”, acrescentando:

“Tornemo-nos também nós um pouco poetas da oração: tomemos gosto por procurar palavras nossas, reapropriemo-nos daquelas que a Palavra de Deus nos ensina. É um grande dom para a Igreja, a oração dos avós e dos idosos! A oração dos idosos e dos avós é um dom para a Igreja, é uma riqueza! Uma grande injeção de sabedoria também para toda a sociedade humana: sobretudo para aquela que está muito ocupada, muito presa, muito distraída. Alguém deve, então, cantar, também para eles, cantar os sinais de Deus, proclamar os sinais de Deus, rezar por eles!”

Não poucas vezes, especialmente nas homilias das Missas na Casa Santa Marta, Bergoglio recordou de sua avó, uma pessoa fundamental para a sua vida de fé e familiar.

“As palavras dos avós têm algo de especial para os jovens. E eles sabem disso. As palavras que a minha vó me entregou por escrito, no dia de minha ordenação sacerdotal, eu as levo ainda comigo, sempre, no breviário, e as leio e me faz bem”.

“Aos avós que receberam a bênção de verem os netos  – disse o Papa em outra ocasião – foi confiada a tarefa de transmitir a experiência de vida, a história da família e partilhar com simplicidade a sabedoria e a fé, que é a herança mais preciosa”. “Bem-aventuradas as famílias que têm os avós próximos! O avô é pai duas vezes e a avó é mãe duas vezes”.

Ao celebrar os 25 anos de ordenação episcopal com uma missa concelebrada com os Cardeais na Capela Paulina no Vaticano em 27 de junho, o Papa ressaltava que “não somos gerontes, somos avôs... (...) Avôs para quais os netos olham e esperam de nós a experiência sobre o sentido da vida. Avôs não fechados...(...) Somos avôs chamados a sonhar e dar o nosso sonho à juventude de hoje, que necessita disso, porque tirarão dos nossos sonhos a força para profetizar e levar avante a sua missão.”

Assim, neste Dia dos Avós, podemos refletir sobre outra frase tão repetida por Francisco: “Um povo que não respeita os avós é um povo sem memória, e consequentemente sem futuro”.  

(JE)

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Papa solidário com sofrimento de Charlie e seus pais

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25 de julho de 2017

“O Papa Francisco está rezando por Charlie e por seus pais e se sente particularmente próximo a eles neste momento de grande sofrimento. O Santo Padre pede para nos unirmos em oração para que possam encontrar a consolação e o amor de Deus”.

No final da tarde de segunda-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nota assinada pelo seu Diretor, Greg Burk, a respeito da decisão dos pais de Charlie Gard, de retirar do Tribunal o pedido de levar o bebê aos Estados Unidos, dando assim por encerrado o processo.

“Havia uma possibilidade de dois meses. Infelizmente para Charlie agora é muito tarde. O tratamento não oferece mais chance de sucesso”, disseram os pais na segunda-feira (24/07).

 

Episcopado da Inglaterra

Também a Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales expressou “sua mais profunda simpatia e compaixão” pelos pais de Charlie e por seu filho.

"De fato, é por Charlie, seus pais e família que todos oramos, esperando que eles possam, como família, receber o apoio e o espaço para encontrar a paz nos próximos dias. A despedida de seu filho, pequeno e precioso, toca os corações de todos os que, como o Papa Francisco, seguiram essa história triste e complexa. A vida de Charlie será apreciada com amor até seu fim natural”

No comunicado, os bispos destacam a importância de recordar “que todos os envolvidos nessas decisões agonizantes têm procurado agir com integridade e para o bem de Charlie como eles o veem. O profissionalismo, o amor e o cuidado por muitas crianças gravemente enfermas no Hospital Great Ormond Street também devem ser reconhecidos e aplaudidos”.

 

A história

Charlie Gard nasceu saudável em 4 de agosto de 2016. Cerca de dois meses mais tarde, os pais – Chris Gard e Connie Yates – perceberam que o bebê tinha dificuldades em se movimentar.

Os médicos descobriram então que Charlie era portador de uma doença genética rara, que provocava um progressivo enfraquecimento dos músculos e danos cerebrais. No momento, não existe nenhum tratamento.

Em outubro de 2016, começaram a se manifestar claras dificuldades respiratórias: Charlie foi então internado no Great Ormond Street Hospital, onde foi mantido vivo graças a aparelhos que o ajudavam a respirar e a absorver substâncias nutritivas.

Em janeiro de 2017 os pais de Charlie lançaram uma campanha de coleta de fundos para levá-lo aos Estados Unidos e submetê-lo a uma terapia experimental.

 

Batalha legal

Os médicos do Grand Ormond Street Hospital se opuseram, defendendo que a terapia não melhoraria a qualidade de vida de Charlie.

O caso foi parar nos tribunais britânicos - que sempre se pronunciaram favoráveis aos médicos: em 11 de abril em primeira instância, em 25 de maio no apelo, em 8 de junho na Corte Suprema – e na Corte Europeia dos Direitos do Homem, que em 27 de junho indeferiu definitivamente o apelo dos pais.

Chris Gard e Connie Yates haviam pedido para levar Charlie para casa e ali desligar os aparelhos que o mantém vivo. Médicos e juristas explicaram a eles que no hospital existem instrumentos necessários para reduzir ao mínimo o sofrimento das crianças.

Uma última esperança foi oferecida por instituições italianas e estadunidenses, que se ofereceram em acolher Charlie e submetê-los a tratamentos experimentais.

Os pais do pequeno haviam sustentado esta batalha nos tribunais até a decisão de ontem, segunda-feira. (JE)

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Papa beatificará dois mártires colombianos durante sua visita ao país

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25 de julho de 2017

A Santa Sé confirmou à Conferência Episcopal da Colômbia que no próximo dia 8 de setembro o Papa Francisco beatificará o Bispo de Arauca, Dom Jesús Emilio Jaramillo Monsalve e o sacerdote Pedro María Ramírez Ramos, conhecido como o "Cura de Armero".

A proclamação do Decreto que reconheceu o martírio por ódio a fé dos dois religiosos foi autorizado pelo Santo Padre em 7 de julho.

“Tenho a alegria de comunicar que o Santo Padre dispôs que o rito de beatificação dos Veneráveis Servos de Deus Jesús Jaramillo Monsalve, Bispo de Arauca, e Pedro María Ramírez Ramos, sacerdote diocesano, será presidido pessoalmente por ele no dia 8 de setembro de 2017, e terá lugar em Villavicencio, por ocasião de sua viajem Apostólico à Colômbia", diz a carta assinada pelo Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, enviada a Dom Óscar Urbina Ortega, Arcebispo de Villacencio.

 

Dom Jesús Emilio Jaramillo

Oriundo de Santo Domingo, Antioquia, Dom José Emilio Jaramillo nasceu em 14 de fevereiro de 1916. Em 1940 foi ordenado sacerdote dos Missionários Xaverianos de Yarumal, quando tinha 24 anos.

Em 11 de novembro de 1970 foi designado pelo Papa Paulo VI como Vigário Apostólico de Arauca. Recebeu a ordenação episcopal em 10 de janeiro de 1971.

Foi designado Bispo de Arauca em 19 de julho de 1984, missão que cumpriu até ser sequestrado e assassinado pelo Exército de Libertação Nacional, em 2 de outubro de 1989.

 

Padre Pedro María Ramírez Ramos

Conhecido como o "Cura de Armero", este presbítero nasceu no  município de La Plata, Departamento de Huila, em 23 de outubro de 1899.

Ingressou no Seminário de Maria Imaculada de Garzón em 4 de outubro de 1915. Sua formação sacerdotal foi realizada no Seminário de Ibagué, tendo sido ordenado em 1931.

 Em 1948 foi nomeado pároco de Armero, Tolima.

Em meio às manifestações e revoltas causadas pelo assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán, em 10 de abril um grupo irrompeu na  igreja do sacerdote, assassinando-o a golpes de facão.

 

(JE com Conferência Episcopal da Colômbia)

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Jesus não se impõe, mas se propõe doando-se

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17 de julho de 2017

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, neste domingo, 16, com os fiéis e peregrinos de várias partes do mundo, presentes na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice disse que “quando Jesus falava usava uma linguagem simples e usava também imagens que eram exemplo de vida cotidiana a fim de ser compreendido facilmente por todos. Por isso, as pessoas o ouviam com boa vontade e apreciavam a sua mensagem que chegava diretamente ao coração”.

Não era uma linguagem complicada de entender como as dos doutores da lei daquele tempo, que não se entendia muito bem, pois “era cheia de rigidez e distanciava as pessoas”. “Com essa linguagem, Jesus faz entender o mistério do Reino de Deus. Não era uma teologia complicada e o exemplo disso nos é apresentado no Evangelho de hoje”.

 

Generosidade

“O semeador é Jesus. Observamos que com essa imagem, Ele se apresenta com um que não se impõe, mas se propõe. Não nos atrai conquistando-nos, mas doando-se. Ele propaga com paciência e generosidade a sua Palavra, que não é uma gaiola ou uma emboscada, mas uma semente que pode dar fruto”, disse Francisco, se estivermos dispostos a acolhê-la.

“Portanto, a parábola diz respeito sobretudo a nós. De fato, fala mais do terreno que do semeador. Jesus faz, por assim dizer, uma radiografia espiritual do nosso coração, que é o terreno sobre o qual cai a semente da Palavra. O nosso coração, como um terreno, pode ser bom e então a Palavra dá fruto, mas pode ser também duro, impermeável. Isso acontece quando ouvimos a Palavra, mas ela bate com força sobre nós, como numa estrada”.

 

Coração superficial

Entre o terreno bom e a estrada existem dois terrenos intermédios que, de várias medidas, podem existir em nós.

“O primeiro é o pedregoso. Vamos imaginá-lo! Um terreno pedregoso é um terreno onde não há muita terra. A semente germina, mas não consegue se enraizar profundamente. Assim, é o coração superficial, que acolhe o Senhor, quer rezar, amar e testemunhar, mas não persevera, se cansa e nunca decola. É um coração sem consistência onde as pedras da preguiça prevalecem sobre a terra boa, onde o amor é inconstante e passageiro. Quem acolhe o Senhor somente quando quer, não dá fruto”.

 

Vícios

Depois, há o último terreno, o espinhoso, cheio de sarças que sufocam as plantas boas.

“O que essas sarças representam? «A preocupação do mundo e a sedução da riqueza», diz Jesus. As sarças são os vícios que lutam com Deus, que sufocam a presença: sobretudo os ídolos da riqueza mundana, o viver com avidez, para si mesmo, para o ter e o poder. Se cultivamos essas sarças, sufocamos o crescimento de Deus em nós. Cada um pode reconhecer as suas pequenas ou grandes sarças que não agradam a Deus e impedem ter um coração limpo. É preciso arrancá-las, caso contrário a Palavra não dá fruto”.

O Papa disse ainda que “Jesus nos convida hoje a nos olhar por dentro, a agradecer pelo nosso terreno bom e a trabalhar os terrenos que ainda não são bons. Perguntemo-nos se o nosso coração está aberto para acolher com fé a semente da Palavra de Deus. Perguntemo-nos se em nós as pedras da preguiça são ainda numerosas e grandes. Devemos encontrar e chamar por nome as sarças dos vícios. Encontremos a coragem de recuperar o terreno, levando ao Senhor na confissão e na oração as nossas pedras e nossas sarças”.

 

Purificar o coração

“Ao fazer isso”, sublinhou Francisco, “Jesus, o Bom semeador, ficará feliz de realizar um trabalho adicional: purificar os nossos corações, removendo as pedras e os espinhos que sufocam a sua Palavra”.

O Papa pediu à Virgem Maria, que hoje recordamos com o título de Nossa Senhora do Carmo, para que nos ajude a purificar o coração e conservar nele a presença do Senhor.

 

Saudações

Após a oração mariana do Angelus, o Santo Padre saudou todos os fiéis de Roma, os peregrinos de várias partes do mundo, famílias, grupos paroquias e associações.

Saudou de modo particular as Irmãs de Nossa Senhora das Dores que celebram 50 anos da aprovação pontifícia do instituto. Saudou também as Irmãs Franciscanas de São José que comemoram 150 anos de fundação, os diretores e hóspedes da “Domus Croata” de Roma, no 30° aniversário de sua instituição.

O Papa dirigiu uma saudação especial à comunidade católica da Venezuela, presente na Itália, renovando sua oração por esse "amado país".

(MJ)

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Defesa da vida até o fim, um compromisso de amor

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06 de julho de 2017

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado afirmando que “o Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e manifesta a sua proximidade aos seus pais. Ele reza por eles, fazendo votos de que não seja negligenciado o seu desejo de acompanhar e cuidar do próprio filho até o fim”.

Charlie Gard, de apenas 10 meses de vida, sofre de uma doença genética rara tida por incurável, a Síndrome da Depleção do DNA Mitocondrial. Contra o desejo de seus pais, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos autorizou o desligamento dos aparelhos que o mantêm vivo.

O caso de Charlie está no centro de uma batalha judicial: os pais de Charlie haviam lançado uma campanha de coleta de recursos para poder levar o pequeno aos Estados Unidos, onde seria submetido a um tratamento experimental. No entanto, os tribunais britânico e europeu haviam decidido que manter o bebê com aparelhos somente prolongaria seu sofrimento, pois não havia esperança de recuperação da doença, que provoca fra-queza muscular progressiva, inclusive em órgãos-chave, como o coração.

O Papa já havia se manifestado sobre o caso na noite da sexta-feira, 30 de junho, com um tweet, que dizia: “Defender a vida humana, sobretudo quando é ferida pela doença, é um compromisso de amor que Deus confia a cada ser humano”.

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Solenidade de São Pedro e São Paulo: O chamado ao apostolado

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05 de julho de 2017

Na quinta-feira, 29, o Papa Francisco presidiu a Solenidade de São Pedro e São Paulo no Vaticano, comemorando os padroeiros de Roma e os alicerces da Igreja. Na homilia, o Pontífice retomou três aspectos essenciais para a vida de um apóstolo: a confissão, a perseguição e a oração.

Sua pregação começou a partir da pergunta que Cristo fez aos seus apóstolos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Esta pergunta, segundo o Papa, “Jesus dirige a todos nós e, de modo particular, a nós pastores. É a pergunta decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida.”

Francisco continuou questionando se somos ‘Seus’ não só por palavras, mas com os fatos e a vida.

“Somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração? Quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até o fim; não até um certo ponto, mas até o fim”.

E assim como os apóstolos foram capazes de sofrer perseguições e o próprio martírio por Cristo, “também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e, não raro, sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados”, prosseguiu o Pontífice.

Por fim, Francisco alertou que somente com uma vida de oração, o apóstolo é capaz de suportar tudo por Cristo: “A vida do apóstolo, que brota da confissão e desagua na oferta, flui dia a dia na oração. A oração é a água indispensável que irriga a esperança e faz crescer a confiança. A oração faz-nos sentir amados e permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a luz de Deus. Na Igreja, é a oração que nos sustenta a todos e nos faz superar as provações.”

Ainda nessa missa, o Romano Pontí-fice abençoou e entregou os pálios - símbolo de serviço e de comunhão entre os bispos da província eclesiástica - para os arcebispos metropolitanos nomeados desde o ano passado - são 36 ao todo, sendo cinco provenientes do Brasil: Dom Julio Akamine, de Sorocaba (SP); Dom João José da Costa, de Aracajú (SE); Dom Delson Pereira da Cruz, de Campina Grande (PB); Dom Orlando Brandes, de Aparecida (SP); e Dom Geremias Steinmetz, de Londrina (PR). Cada arcebispo, posteriormente, entregará seu pálio ao Núncio Apostólico, que o imporá sobre cada um em suas respectivas catedrais.

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Fome não é fatalidade, é consequência humana

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04 de julho de 2017

“As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, é o que escreve o Papa Francisco na mensagem enviada aos participantes da 40ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que foi inaugurada esta segunda-feira na sede da instituição, em Roma.

A mensagem foi lida pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin. No texto, o Pontífice afirma que a Santa Sé acompanha com muitas atenção a atividade internacional e quer cooperar para uma real erradicação da fome e da desnutrição, e não somente orientar para favorecer um simples progresso ou objetivos teóricos de desenvolvimento.

 

 

Pão cotidiano

“Todos estamos conscientes de que não basta a intenção de garantir a todos o pão cotidiano, mas que é necessário reconhecer que todos têm direito a ele e que devem, portanto, beneficiar-se do mesmo. Para Francisco, se os contínuos objetivos propostos permanecem distantes, isso depende da falta de uma cultura da solidariedade e de atividades internacionais que ficam ligadas somente ao pragmatismo das estatísticas.

Quando um país não é capaz de oferecer respostas adequadas à desnutrição devido a seu grau de desenvolvimento, suas condições de pobreza, mudanças climáticas ou insegurança, é necessário que a FAO e as demais instituições intergovernamentais possam ter a capacidade de intervir especificamente para empreender uma adequada ação solidária.

 

Solidariedade

“A partir da consciência de que os bens que Deus Criador nos entregou são para todos, se requer urgentemente que a solidariedade seja o critério inspirador de qualquer forma de cooperação nas relações internacionais.”

A fome e a desnutrição, reforçou o Papa, não são fenômenos naturais ou estruturais de determinadas áreas geográficas, mas o resultado de uma complexa condição de desenvolvimento, causada pela inércia de muitos ou pelo egoísmo de poucos.

 

Fatalidade

“As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, escreve ainda Francisco, afirmando se tratar de um mecanismo que castiga principalmente as categorias mais vulneráveis, excluídas não só dos processos produtivos, mas também obrigadas a deixar suas terras em busca de refúgio e esperança de vida. O Papa também lamentou as ajudas cada vez mais reduzidas aos países necessitados. A respeito, o Pontífice anuncia a contribuição da Santa Sé ao Programa da FAO para fornecer sementes às famílias rurais que vivem em áreas onde se somaram os efeitos dos conflitos e das secas. Este gesto se acrescenta ao trabalho que a Igreja leva avante segundo a própria vocação de estar ao lado dos pobres da terra.

 

Objetivo inadiável

Por fim, Francisco cita a Agenda para o desenvolvimento 2030, em que se reitera o conceito de segurança alimentar como objetivo não adiável. “Mas somente um esforço de autêntica solidariedade será capaz de eliminar o número de pessoas desnutridas e sem o necessário para viver. Trata-se de um desafio ao qual a Igreja se sente engajada na primeira linha”, escreve ainda o Papa, fazendo votos de que as sessões da Conferência possam dar um novo impulso à atividade da Organização.

 

Papa na FAO em 16 de outubro

Ao concluir a leitura da mensagem de Francisco, o Cardeal Parolin anuncia que o Papa visitará novamente a sede da FAO em 16 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que este ano propõe a refletir sobre o tema “Mudar o futuro da migração”. O Pontífice visitará a sede da FAO a convite do Diretor-Geral, José Graziano da Silva.

 

Reunião bienal

A 40ª Assembleia Geral da Fao será realizada de 3 a 8 de julho. Trata-se do máximo órgão de governo da instituição e se realiza a cada dois anos.

A finalidade é reunir os Estados-membros para examinar e votar o Programa de trabalho proposto pelo Diretor-Geral (que desde 2011 é o brasileiro Graziano) e debater questões alimentares e agrícolas.

Um dos pontos mais salientes da 40ª Conferência é como passar do compromisso à ação com para alcançar a Fome Zero. Este ano participam do evento mil participantes, incluindo 70 ministros, 15 vice-ministros e um Presidente.

O Papa Francisco visitou a sede da FAO em 2014. Já em 2016, o Pontífice visitou o Programa Alimentar Mundial (PAM), com sede também em Roma.

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O Papa recebe bispos da Venezuela

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09 de junho de 2017

O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira, 08, no Vaticano os membros da Presidência da Conferência Episcopal da Venezuela. “O Papa – referiu Dom Diego Rafael Padron Sanchez, Bispo de Cumaná e presidente da Conferência Episcopal venezuelana, já estava muito bem informado sobre a situação, mas esta audiência confirma as suas informações e marca uma aproximação maior à conferência episcopal e fortalece nossas atividades e nossas decisões”.

“O Papa, acrescentou, está muito preocupado e sente a necessidade do povo venezuelano”. O bispo disse em seguida que é necessário “reconhecer a vontade do povo que pede alimentos, medicamentos, liberdade e eleições livres e, antes das eleições, um referendo popular sobre a Assembleia Constituinte”

Os bispos da Venezuela encontraram o Papa em um momento difícil para o país. Nos protestos que tiveram início em abril contra o presidente Nicolas Maduro já perderam a vida mais de 65 pessoas. A última vítima, quarta-feira, um rapaz de 17 anos foi morto em Caracas nas manifestações que eclodiram após o Conselho Nacional Eleitoral ter convocado para o dia 30 de julho eleições para a Assembleia Constituinte. “Queremos encontrar o Santo Padre que demostrou grande interesse, uma grande preocupação, um grande amor pela Venezuela que vive esta situação difícil”, dissera dias atrás o Cardeal Jorge Urosa Savino, Arcebispo de Caracas.

Os Bispos “esperam que o Papa Francisco se manifeste o quanto antes sobre a situação da Venezuela para que o mundo saiba sobre a gravidade da situação” daquilo que esta acontecendo. Dom Padron está convencido de “que o governo tenta a todo custo se manter no poder, subjugando e silenciando o povo, através da manobra de uma nova Assembleia constituinte para não realizar novas eleições”.

Para sair da crise humanitária e política “é necessário o diálogo entre as duas partes e o respeito dos quatro pontos indicados na carta do Cardeal Parolin: libertação dos presos políticos, abertura de corredores humanitários, processo eleitoral e respeito da Assembleia Nacional”. Mas, por enquanto, “não existem as condições”. Quando ao envio de ajudas humanitárias do exterior, em particular dos remédios, Dom Padron afirmou que duas semanas atrás foi assinada a autorização, mas a burocracia e os entraves alfandegários estão deixando tudo como está. (SP)

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Papa recebe delegação de Ahiara, Nigéria

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08 de junho de 2017

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira, 8, uma delegação da Diocese de Ahiara, na Nigéria, acompanhada pelo Arcebispo de Abuja e Administrador Apostólico de Ahiara, Cardeal John Onaiyekan, pelo Arcebispo Metropolita de Owerri, Dom Anthony Obinna, pelo Arcebispo de Jos e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Dom Ignatius Kaigama e pelo Bispo de Ahiara, Dom Peter Okpaleke, informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Nos dias precedentes, no âmbito da visita ad Limina Apostolorum, a delegação manteve encontros com o Cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin e o Prefeito e os Superiores da Congregação para a Evangelização dos Povos, com os quais foi examinada largamente a penosa situação da Igreja em Ahiara.

Na audiência desta manhã, o Santo Padre, após atenta avaliação, considerou ser “inaceitável” a situação em Ahiara”, afirmando que tomará “oportunas providências”, lê-se na nota.

Francisco também confiou ao materno cuidado de Maria e Diocese de Ahiara.

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