Francisco visita Temuco e encontra povo Mapuche

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17 de janeiro de 2018

No segundo dia de seu intenso calendário de atividades no Chile, o Papa Francisco se transfere nesta quarta-feira da capital Santiago para Temuco, no sul do país, onde encontra os povos indígenas Mapuche, -  que há tempo  - reivindicam um maior reconhecimento de sua cultura e de seus direitos.

O Papa vai celebrar a Santa Missa no aeroporto de Maquehue, com a presença de uma ampla representação de grupos étnicos indígenas. Às 12.45, hora local, na casa “Mãe da Santa Cruz”, almoçará com 11 habitantes da região da Araucanía, entre os quais oito membros do povo mapuche.

Às 15h30 locais, Francisco retornará de avião para Santiago, onde chegará uma hora e meia depois, e onde às 17h30 está previsto o encontro com os jovens no Santuário de Maipu. Enfim, o Papa fará uma visita à Pontifícia Universidade Católica do Chile, prevista para as 19:00 horas locais.

 

Vatican News

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Programação intensa marca primeiro dia do Papa no Chile

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16 de janeiro de 2018

O Papa Francisco já está no Chile. Depois de 15 horas de voo, o avião com a bordo o Pontífice aterrissou por volta das 1915 (hora local) no aeroporto de Santiago.

Ao descer da aeronave, Francisco recebeu um pequeno maço de flores de duas crianças e foi acolhido pela presidente chilena, Michelle Bachelet. Da pista do aeroporto, em carro fechado, o Papa seguiu em direção ao túmulo de Dom Enrique Alvear Urrutia, conhecido como o “bispo dos pobres”.

Foi o primeiro “ato” do Pontífice e a primeira modificação do programa pré-estabelecido.

 

Bispo dos pobres

Na paróquia San Luis Beltran, di Pudahuel, o Papa se deteve em oração diante do túmulo do bispo salesiano que morreu em 1982. Dom Alvear foi Arcebispo de Santiago. O Papa João XXIII o criou cardeal em 1962. Entre 1962 e 1965 participou do Concílio Vaticano II. Durante o seu episcopado, foi incansável defensor dos direitos humanos violados sistematicamente no seu país depois de 1973.

Sob a sua inspiração e direção, nasceu em 1976 a “Vicaria de la Solidaridad”, um refúgio para as vítimas das violações dos direitos humanos, aos quais era oferecido proteção jurídica e assistência médica.

Ao deixar a paróquia, o Santo Padre seguiu de carro fechado até o cruzamento da rua Brasil com a Avenida Libertador Bernardo O’Higgins, onde subiu a bordo do papamóvel até chegar à Nunciatura. No trajeto, foi saudado por milhares de chilenos, no primeiro contato com a multidão.

 

Transmissões ao vivo

A programação nesta terça-feira será intensa para o Papa. O dia começa com o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático no Palácio “La Moneda”. Depois, será a vez de celebrar a primeira missa no Parque O’Higgins. Na parte da tarde, Francisco visita o Centro Penitenciário Feminino de Santiago e, na Catedral, se encontra com sacerdotes, religiosos e religiosas, consagrados e seminaristas. O último evento previsto é o encontro com os bispos na sacristia da Catedral. Todos estes eventos serão transmitidos ao vivo pelo Vatican News com comentários em português.

 

Brasil

No trajeto de Roma que o levou ao Chile, o avião papal sobrevoou o território brasileiro.

E como prevê o protocolo, o Papa envia um telegrama ao presidente do país.

A Michel Temer, Francisco faz seus melhores votos, assim como a todos os cidadãos brasileiros, garantindo suas orações pela paz e a prosperidade do Brasil.

 

Vatican News

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Chile: peça de contexto

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15 de janeiro de 2018

O Papa Francisco vai visitar o Chile a partir desta segunda-feira dia 15 de janeiro. Encontrará grande entusiasmo e satisfação pela sua visita.

O Chile é uma República situado na ponta da América do Sul entre a cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. Faz fronteira a norte com o Peru, a nordeste com a Bolívia, e a leste com a Argentina. O Chile possui um território com 4 300 quilómetros de comprimento e, 175 quilómetros de largura, o que dá ao país um clima muito variado, indo do deserto mais seco do mundo — o Atacama — no norte do país, a um clima mediterrânico no centro, até um clima alpino propenso à neve no sul. A capital é a cidade de Santiago do Chile.

Foi a partir do centro que se constituiu o país integrando no séc. XIX as regiões norte e sul. É aí no centro que está o maior número de população e de recursos agrícolas. Também as principais estruturas políticas, financeiras e culturais.

Antes da chegada dos europeus no século XVI, o norte do Chile estava sob o domínio inca, enquanto os índios Mapuches habitavam o centro e o sul do território. O Chile declarou a sua independência da Espanha em 1817, e venceu a Bolívia e o Peru na Guerra do Pacífico acontecida entre 1879 e 1883. No século XX o Chile viveu um período sangrento da sua história entre 1973 e 1990 durante a ditadura militar de Augusto Pinochet. Nesses anos morreram mais de 3 mil pessoas.

Atualmente, o Chile, dentro do contexto da América Latina, é um dos melhores países em termos de desenvolvimento humano. Em maio de 2010, o Chile tornou-se no primeiro país sul-americano a aderir à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a OCDE. O Chile é governado por um regime presidencialista.

No próximo dia 11 de março tomará posse o novo presidente Sebastian Piñera que sucede a Michelle Bachelet, primeira presidente mulher da história do Chile. O país vive atualmente alguma instabilidade política.

A primeira missa em solo chileno teve lugar em 1520, ano em que por ali passou o navegador português Fernão de Magalhães. Ali chegaram os padres mercedários, dominicanos, franciscanos e jesuítas no século XVI. Nesta época a Igreja coloca-se na defesa das populações indígenas contra os colonos espanhóis. Um período marcado pelo martírio de vários missionários.

No século XIX a diocese de Santiago transforma-se em Arquidiocese Metropolita. Em 1888 foi fundada a Universidade Católica do Chile. 1925 foi o ano em que uma nova constituição promove a separação entre o Estado e a Igreja. O primeiro cardeal do Chile foi o Mons. José María Caro Rodríguez, arcebispo de Santiago em 1947. Durante a ditadura a Igreja escolheu a via do diálogo que teve um forte apoio em 1987 com a visita de S. João Paulo II que exortou o episcopado a dar todo o apoio à reconciliação do país. Em 1990 o Chile passou a ser um regime democrático.

De salientar que em 2008 a conferência episcopal chilena lançou um programa pastoral centrado sobre a atuação do Documento da Aparecida de 2007 aprovado na 5ª conferência do Celam o conselho episcopal latino-americano. Isto recordará Bento XVI aos bispos chilenos em dezembro de 2008 pedindo-lhes um renovado empenho missionário na formação dos jovens e na ajuda aos mais débeis.

Recorde-se que a 9 de outubro de 2012 D. Marco Antonio Órdenes Fernández, bispo de Iquique, foi obrigado a apresentar a sua demissão depois de denúncias que o ligavam a abusos contra adolescentes. Em julho de 2015 foram aprovadas pela Santa Sé as novas linhas da Conferência Episcopal do Chile contra a pedofilia.

Em 2017 foi legalizado o aborto no país. Em novembro passado os bispos chilenos publicaram uma carta pastoral com o título: “Chile, uma casa para todos”. Nesse texto os bispos exortam os chilenos a contribuírem para a superação do clima de desconfiança devido a escândalos e à situação atual de crise política. Nessa carta os bispos não esquecem um apelo para melhorar as condições nas prisões e assinalam com preocupação o clima de conflito com os indígenas Mapuche. Referem também a defesa do ambiente.

Esta é a Igreja e o país que o Papa Francisco visitará a partir desta segunda-feira dia 15 de janeiro. Uma visita com o lema: “Dou-vos a minha paz”.

 

Rui Saraiva (Lisboa) - Vatican News

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Papa: ter uma oração corajosa e perseverante que nasce da fé

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12 de janeiro de 2018

Como é a oração no Evangelho daqueles que conseguem obter do Senhor aquilo que pedem? Desta pergunta, partiu a reflexão do Papa na homilia da missa celebrada na sexta-feira, 12, na Casa Santa Marta.

 

A oração na fé e a partir da fé

O Evangelho de Marcos, tanto ontem como hoje, fala de duas curas: a do leproso e a do paralítico. Ambos rezam para obter a cura, ambos o fazem com fé: o leproso, destacou o Papa, desafia Jesus com coragem, dizendo: "Se queres, tens o poder de curar-me!". E a resposta do Senhor é imediata: "Eu quero". Portanto, tudo é possível para quem crê, como ensina o Evangelho":

Sempre, quando nos aproximamos do Senhor para pedir algo, se deve partir da fé e fazê-lo na fé: “Eu tenho fé que tu podes cura-me, eu creio que tu podes fazer isto” e ter a coragem de desafiá-lo, como este leproso de ontem, este homem de hoje, este paralítico de hoje. A oração na fé. 

 

Não rezamos como papagaios

O Evangelho nos leva portanto a interrogar-nos sobre nosso modo de rezar. Não o fazemos como "papagaios" e “sem interesse" naquilo que pedimos,  mas ao contrário, sugere o Papa,  suplicamos o Senhor que “ajude a nossa pouca fé” também diante das dificuldades.

De fato, são muitos os episódios do Evangelho em que aproximar-se do Senhor é difícil para quem se encontra em dificuldades e isso serve de exemplo para cada um de nós.

O paralitico, no Evangelho de hoje de Marcos, por exemplo, vem até mesmo baixado do teto para que sua maca chegue até o Senhor que está pregando entre a multidão. “A vontade leva a encontrar uma solução”, destacou Francisco, faz “ir além das dificuldades”:

Coragem para lutar e chegar ao Senhor. Coragem para ter fé, no início: “Se tu queres, tens o poder de curar-me. Se tu quiseres, eu creio”. E coragem para aproximar-me do Senhor, quando existem tantas dificuldades. Aquela coragem… Muitas vezes, é preciso paciência e saber esperar os tempos, mas não desistir, ir sempre em frente. Mas se eu com fé me aproximo do Senhor e digo: “Mas se queres, podes me dar esta graça” e depois mas... como a graça depois de três dias não veio, então uma outra coisa....e me esqueço. Coragem. 

 

Se a oração não é corajosa, não é cristã

Santa Mônica, mãe de Agostinho, rezou e "chorou muito" pela conversão do seu filho e conseguiu obtê-la. Então, o Papa a coloca entre os tantos Santos que tiveram grande coragem em sua fé. Coragem “para desafiar o Senhor”, coragem para “acreditar”, mesmo que não se obtenha logo o que se pede, porque na “oração se joga tudo” e “se a oração não é corajosa, não é cristã”:

A oração cristã nasce da fé em Jesus e segue sempre com a fé, para além das dificuldades. Uma frase para trazê-la hoje no nosso coração nos ajudará, do nosso pai Abraão, a quem foi prometida a herança, isto é, ter um filho aos 100 anos. Diz o apóstolo Paulo: “Creiam” e com isto foi justificado. A fé e “se colocou em caminho”: fé e fazer de tudo para chegar àquela graça que estou pedindo. O Senhor nos disse: “Peçam e vos será dado”. Tomemos também esta Palavra e tenhamos confiança, mas sempre com fé e acreditando. Esta é a coragem que tem a oração cristã. Se uma oração não é corajosa, não é cristã.

 

Vatican News

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Papa: "Missa, uma escola de oração para os fiéis"

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10 de janeiro de 2018

Nesta quarta-feira, 10 de janeiro, o Papa recebeu os fiéis na Sala Paulo VI, no Vaticano, para o encontro semanal aberto ao público. Cerca de 7 mil pessoas participaram da audiência, durante a qual o Pontífice fez uma catequese sobre o canto do Glória e a oração da coleta no âmbito da missa.  

O Papa explicou que depois do Ato Penitencial, quando nos despojamos de nossas presunções na esperança de sermos perdoados, expressamos gratidão a Deus cantando o hino do Glória, que assim como os Anjos cantaram no nascimento de Jesus, é um glorioso abraço entre o céu e a terra.

Logo após o ‘Glória’, na missa, temos a oração denominada ‘do dia’ ou ‘coleta’.

Com o convite ‘Oremos’, o sacerdote nos exorta a unirmo-nos a ele em um momento de silêncio para tomarmos consciência de estar diante de Deus e deixar emergir, de nossos corações, as nossas intenções pessoais

O sacerdote diz ‘Oremos’ e depois vem um momento de silêncio e cada um pensa nas coisas de que precisa ou quer pedir na oração”.

 

Rezar pelo silêncio em silêncio

Antes desta oração inicial, o silêncio nos ajuda no recolhimento, a pensarmos no porquê estamos ali: para invocar ajuda ao Senhor, pedir a sua proximidade nos momentos de fadiga, alegrias e dores; por familiares ou amigos doentes, ou ainda, para confiar a Deus o futuro da Igreja e do mundo.

“A isto serve o breve silêncio antes que o sacerdote, reunindo as preces de cada um,  expressa em voz alta em nome de todos a comum oração que conclui os ritos de introdução com a ‘coleta’ das intenções dos fiéis. Eu recomendo vivamente aos sacerdotes que observem este momento de silêncio e não terem pressa".

“ Oremos para que se faça silêncio; sem este silêncio, corremos o risco de subestimar o recolhimento da alma ”
 

O sacerdote faz um gesto como o de Cristo

O sacerdote a reza com os braços abertos, um gesto que os cristãos realizam desde os primeiros séculos para imitar Cristo com os braços abertos no lenho da Cruz. No Crucifixo reconhecemos o sacerdote que oferece a Deus a obediência final.

Concluindo, Francisco afirmou que as orações do Rito Romano são breves, mas ricas de significado; e meditar sobre seus textos, também fora da missa, pode nos ajudar a aprender como falar com Deus, o que  pedir, que palavras usar.

“ Que a liturgia possa se tornar para nós uma verdadeira escola de oração ”

No final do encontro, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica.

 

Por Vatican News

 

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Antes de viajar, Papa envia mensagem aos povos do Chile e Peru

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09 de janeiro de 2018

Faltando poucos dias para sua próxima viagem apostólica ao Chile e Peru, a partir do dia 15 de janeiro, o Papa Francisco gravou uma mensagem em vídeo aos irmãos e irmãs destes povos.

“ Vou até vocês como peregrino da alegria do Evangelho, para compartilhar com todos a paz do Senhor e confirmá-los numa única esperança ”

“Desejo encontrar-me com vocês, olhá-los nos olhos, ver seus rostos e, em meio a todos, sentir a proximidade de Deus, sua ternura e misericórdia que nos abraça e consola”, prossegue.

 

Fé e amor pelos descartados

Conhecedor da história dos dois países, “construída  com afinco e entrega”, o Papa quer, a seu lado, agradecer a Deus pela fé e o amor aos irmãos mais necessitados, especialmente aos descartados da sociedade.

 

O desejo de ser partícipe

“Quero ser partícipe de suas alegrias, tristezas, dificuldades e esperanças, e dizer-lhes que não estão sós, que o Papa está com vocês, que a Igreja inteira os acolhe e os guarda”.

“Com vocês desejo experimentar a paz que vem de Deus... É o dom que Cristo nos fez a todos, fundamento de nossa convivência e da sociedade; a paz que se baseia na justiça... que traz alegria e nos impulsa a ser missionários, reavivando o dom da fé que nos conduz ao encontro, à comunhão compartilhada de uma mesma fé, celebrada e entregada”, prossegue a mensagem.

 

O encontro com Cristo ressuscitado nos confirma na esperança

“ Não queremos ficar ancorados nas coisas deste mundo, nosso olhar vai muito mais além, nossos olhos estão voltados à Sua misericórdia, que cura nossas misérias ”

 Somente Ele nos dá a força para nos erguermos e prosseguir. Sentir esta proximidade de Deus nos faz comunidade viva, capaz de nos comovermos com quem está ao nosso lado e dar passos firmes de amizade e fraternidade. Somos irmãos que vamos ao encontro dos demais para nos confirmarmos na mesma fé e esperança”.

O Papa encerra o vídeo colocando “nas mãos de Maria, Mãe da América, esta viagem apostólica e todas as intenções que temos em nossos corações, para que seja ela, como boa Mãe, nos acolha e nos ensine o caminho rumo a seu Filho”. 

 

Por Vatican News

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Papa: vida dupla dos pastores é ferida na Igreja

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09 de janeiro de 2018

Comoção, proximidade e coerência. Essas são as características do pastor e da sua “autoridade”, nas palavras do Papa na missa esta manhã na Casa Santa Marta.

Comentando o Evangelho do dia, de Marcos, dedicado a Jesus que ensinava “como quem tem autoridade”, Francisco explicou que se trata de um “ensinamento novo”: a “novidade” de Cristo é justamente o “dom da autoridade” recebido pelo Pai.

Diante dos ensinamentos dos escribas, dos doutores da lei, que mesmo “dizendo a verdade”, evidenciou o Papa, as pessoas “pensavam a outra coisa”, porque o que diziam “não chegava ao coração”: ensinavam “da cátedra e não se importavam com as pessoas”.

Ao invés, acrescentou Francisco, “o ensinamento de Jesus provoca o estupor, movimento no coração”, porque aquilo que “dá autoridade” é precisamente a proximidade e Jesus “tinha autoridade porque se aproximava das pessoas”, entendia os problemas, dores e pecados:

“Porque estava próximo, entendia; mas acolhia, curava e ensinava com proximidade. Aquilo que dá autoridade a um pastor ou desperta a autoridade que é dada pelo Pai é a proximidade: proximidade a Deus na oração – um pastor que não reza, um pastor que não busca Deus perdeu a proximidade das pessoas. O pastor separado das pessoas não chega a elas com a mensagem. Proximidade, esta dupla proximidade. Esta é a unção do pastor que se comove diante do dom de Deus na oração, e se pode comover diante dos pecados, do problema, das doenças das pessoas: deixa comover o pastor”.

 Os escribas, prosseguiu o Papa, tinham perdido a “capacidade” de se comover justamente porque “não estavam nem próximos das pessoas nem de Deus”. E quando se perde esta proximidade, destacou Francisco, o pastor acaba “na incoerência de vida”.

Jesus é claro nisto: “Façam aquilo que dizem” – digam a verdade – “mas não aquilo que fazem”:

“A vida dupla. É duro ver pastores com vida dupla: é uma ferida na Igreja. Os pastores doentes, que perderam a autoridade e seguem em frente com esta vida dupla. Existem tantas maneiras para levar em frente esta vida dupla: mas é dupla... E Jesus é muito forte com eles. Não somente diz às pessoas para ouvi-los, mas PARA não fazer aquilo que fazem, mas o que diz a eles? “Mas vocês são sepulcros caiados”: belíssimos na doutrina, por fora. Mas por dentro, podridão. Este é o fim do pastor que não tem proximidade com Deus na oração e com as pessoas na compaixão”.

Francisco cita a primeira leitura e repropõe a figura de Ana, que ora ao Senhor pedindo para ter um filho homem, e do sacerdote, o “velho Eli”, que “era um fraco, havia perdido a proximidade com Deus e com as pessoas”: havia considerado que Ana estava embriagada. Ela pelo contrário, estava rezando em seu coração, movendo somente os lábios.

Foi ela a explicar a Eli  estar “amargurada” e a falar foi o “excesso” de sua “dor” e de sua “angústia”.

E enquanto ela falava, Eli “foi capaz de aproximar-se daquele coração”, até dizer para ir em paz: “Vai em paz e que o Deus de Israel te conceda o que lhe pediste”.

Deu-se conta – observa o Papa – “de ter errado e brotou de seu coração a bênção e a profecia”, porque depois Ana deu à luz a Samuel:

“Eu diria aos pastores que viveram a vida separados de Deus e do povo, das pessoas: “Mas, não percam a esperança. Sempre existe a possibilidade. Para isto foi suficiente olhar, aproximar-se a uma mulher, ouvi-la e despertar a autoridade para abençoar e profetizar; a profecia foi feita e o filho da mulher veio”. A autoridade: a autoridade, dom de Deus. Somente vem d’Ele. E Jesus a dá aos seus. Autoridade no falar, que vem da proximidade com Deus e com as pessoas, as duas coisas sempre juntas. Autoridade que é coerência, não dupla vida. É autoridade, e se um pastor a perde, que ao menos não perca a esperança, como Eli: sempre há tempo para aproximar-se e despertar a autoridade e a profecia”.

 

Por: Rádio Vaticano

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Papa: a busca da paz supõe combater a injustiça e a violência

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08 de janeiro de 2018

Na segunda-feira (08/01), o Papa Francisco acolheu na Sala Régia, no Vaticano, os embaixadores acreditados juntos à Santa Sé para as felicitações de Ano Novo. A tradicional audiência é a ocasião para o Pontífice fazer um dos mais importantes discursos do ano, por tratar de temas de interesse global e internacional.

Inicialmente, Francisco recordou as viagens realizadas em 2017 (Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar e Bangladesh) e a recorrência este ano do centenário do fim da I Guerra Mundial. Segundo o Papa, deste evento podemos tirar duas lições:

A primeira: vencer nunca significa humilhar o adversário derrotado. “Não é a lei do medo que dissuade de futuras agressões”. A segunda: a paz consolida-se quando as nações podem se confrontar num clima de igualdade. “Premissa fundamental desta atitude é a afirmação da dignidade de toda a pessoa humana, cujo desprezo e desrespeito levam a atos de barbárie que ofendem a consciência da humanidade.”

 

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Mas o discurso do Santo Padre foi mesmo dedicado aos 70 anos que a Declaração Universal dos Direitos do Homem completa em 2018.

“ Na verdade, para a Santa Sé, falar de direitos humanos significa, antes de mais nada, repropor a centralidade da dignidade da pessoa, enquanto desejada e criada por Deus à sua imagem e semelhança. ”

Uma visão redutiva da pessoa humana, recordou, abre o caminho à difusão da injustiça, da desigualdade social e da corrupção.

Todavia, o Papa afirma que a interpretação de alguns direitos foi sendo progressivamente modificada, a ponto de se incluir uma multiplicidade de “novos direitos”, com frequência contrapondo-se entre si.

“Consequentemente pode haver o risco de que, em nome dos próprios direitos humanos, se venham a instaurar formas modernas de colonização ideológica dos mais fortes e dos mais ricos em detrimento dos mais pobres e dos mais fracos.”

Setenta anos depois, o Santo Padre constata com pesar que muitos direitos fundamentais são violados ainda hoje, sendo o primeiro deles o direito à vida, à liberdade e à inviolabilidade de cada pessoa humana. A lesá-los, não são apenas a guerra ou a violência, mas há formas mais sutis: o descarte de crianças ainda antes de nascer e dos idosos; a violência sofrida pelas mulheres e pelas vítimas do tráfico de pessoas; e a falta de acesso à saúde.

 

Proliferação de armas

Francisco recordou que a busca da paz supõe combater a injustiça e erradicar, de forma não violenta, as causas da discórdia que levam às guerras.

“A proliferação de armas agrava claramente as situações de conflito e implica enormes custos humanos e materiais, deteriorando assim o desenvolvimento e a busca duma paz duradoura”, disse o Papa, que manifestou sua satisfação com o resultado “histórico” alcançado no ano passado com a adoção do Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares.

Neste ponto do seu discurso, Francisco citou os conflitos em diversas partes do mundo: Coreia do Norte, Síria, Iraque, Iêmen, Afeganistão, Jerusalém, Venezuela, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria, República Centro-Africana e Ucrânia. E agradeceu aos países que oferecem acolhimento a quem foge desses mesmos conflitos: Jordânia, Líbano, Turquia, Itália, Grécia e Alemanha.  

 

Instituição familiar

O Papa falou ainda da importância de se proteger a família, mesmo sendo considerada uma instituição superada em muitos países.

“Em vez da estabilidade dum projeto definitivo, preferem-se hoje ligações fugazes. (…) Por isso, considero urgente que se adotem políticas efetivas em apoio da família, da qual aliás depende o futuro e o desenvolvimento dos Estados. Sem ela, de fato, não se podem construir sociedades capazes de enfrentar os desafios do futuro.

Francisco citou o inverno demográfico e a situação de famílias dilaceradas por causa da pobreza, das guerras e das migrações.

 

Migração

Aos fluxos migratórios, aliás, o Pontífice dedicou amplos parágrafos do seu discurso, recordando que a liberdade de movimento pertence aos direitos humanos fundamentais.

“ Por isso é necessário sair duma generalizada retórica sobre o assunto e partir da consideração essencial de que se encontram diante de nós, antes de mais nada, pessoas. ”

O Papa mencionou sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano dedicada justamente ao migrantes e refugiados.

“Embora reconhecendo que nem todos estão sempre animados pelas melhores intenções, não se pode esquecer que a maior parte dos migrantes preferiria permanecer na sua própria terra, mas é forçada a deixá-la «por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”, disse Francisco, ressaltando a obrigação dos migrantes de obedeceram às leis dos países que os acolhem.

De modo especial, o Santo Padre mencionou sua última viagem internacional de 2017: “Conservo ainda vivo no coração o encontro que tive em Daca com alguns membros do povo rohingya e quero renovar os sentimentos de gratidão às Autoridades do Bangladesh pela assistência que lhes prestam no seu território”.

Francisco manifestou sua confiança em vista da adoção de dois Pactos Mundiais (Global Compacts) que serão debatidos este ano, respectivamente sobre os refugiados e para uma migração segura, ordenada e regular.

“A Santa Sé não pretende interferir nas decisões que competem aos Estados: a eles cabe – à luz das respectivas situações políticas, sociais e económicas, bem como das próprias capacidades e possibilidades de recepção e integração – a responsabilidade primeira do acolhimento. Mas ela considera que deve desempenhar um papel de «recordação» dos princípios de humanidade e fraternidade, que fundamentam toda a sociedade coesa e harmoniosa.”

 

Trabalho infantil

O Papa falou ainda do direito à liberdade religiosa e do direito ao trabalho. “Não há paz nem desenvolvimento, se o homem está privado da possibilidade de contribuir pessoalmente para a edificação do bem comum.”

Sobre o aumento do número de crianças empregadas em atividades laborais e das vítimas das novas formas de escravidão, declarou: “Não se pode pensar em projetar um futuro melhor se se continua a manter modelos económicos orientados meramente para o lucro e a exploração dos mais fracos, como as crianças. Eliminar as causas estruturais de tal flagelo deveria ser uma prioridade de Governos e organizações internacionais.”

 

Proteção da natureza

Depois de falar dos direitos, Francisco concluiu seu discurso com as obrigações de cada indivíduo para edificação do bem comum. Entre elas, destacou o dever de cuidar da natureza.

O Papa recordou as vítimas de terremotos e furacões no México, Caribe, Estados Unidos, Irã e Filipinas.

“As alterações climáticas, com o aumento  global das temperaturas e os efeitos devastadores que isso comporta, são também consequência da ação do homem. Por conseguinte, é preciso enfrentar, com um esforço conjunto, a responsabilidade de deixar às gerações seguintes uma terra mais bela e habitável, esforçando-se, à luz dos compromissos concordados em Paris no ano de 2015, por reduzir as emissões de gás nocivas à atmosfera e prejudiciais para a saúde humana.”

Por fim, Francisco renovou a cada um dos embaixadores presentes, extensivo aos povos dos que representam, “votos de um ano rico de alegria, esperança e paz”.

 

Relações diplomáticas da Santa Sé

A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 185 países, entre os quais a Ordem Militar Soberana de Malta e a União Europeia. O último países a estabelecer relações foi o Mianmar, em maio de 2017.

Entre os embaixadores, 25 são mulheres. As chancelarias em Roma são 89. Em Roma se encontram também os escritórios de organismos internacionais acreditados junto à Santa Sé, que são a Liga dos Estados Árabes, a Organização Internacional das Migrações e o Acnur. As Chancelarias fora de Roma são 78

 

Por: Rádio Vaticano 

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Papa celebrará missa com migrantes e refugiados

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04 de janeiro de 2018

Migrantes e refugiados: este binômio é um dos pilares do pontificado do Papa Francisco.

O próximo capítulo desta história terá lugar no dia 14 de janeiro, Dia Mundial do Migrante e Refugiado, em que Francisco celebrará a Santa Missa com milhares deles na Basílica Vaticana. O evento será transmitido ao vivo pelo Vatican News, com comentários em português, a partir das 9h55 (hora local).

Acolher, proteger, promover e integrar 

Na mensagem divulgada para a ocasião, o Papa propõe a conjugação de quatro verbos: Acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e os refugiados.

“Cada forasteiro que bate à nossa porta é ocasião de encontro com Jesus Cristo, que Se identifica com o forasteiro acolhido ou rejeitado de cada época (cf. Mt 25, 35.43). O Senhor confia ao amor materno da Igreja cada ser humano forçado a deixar a sua pátria à procura dum futuro melhor. Esta solicitude deve expressar-se, de maneira concreta, nas várias etapas da experiência migratória: desde a partida e a travessia até à chegada e ao regresso. Trata-se de uma grande responsabilidade que a Igreja deseja partilhar com todos os crentes e os homens e mulheres de boa vontade, que são chamados a dar resposta aos numerosos desafios colocados pelas migrações contemporâneas com generosidade, prontidão, sabedoria e clarividência, cada qual segundo as suas possibilidades.”

Migrantes e paz

O mais recente pronunciamento do Papa a respeito da crise migratória foi em 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz, cujo tema foi dedicado justamente aos que fogem de guerras e desastres.

Francisco reiterou seu desejo de fazer-se “voz destes nossos irmãos e irmãs que invocam para o seu futuro um horizonte de paz”, uma paz que é direito de todos, e “muitos deles – observou – estão dispostos a arriscar a vida em uma viagem que em grande parte dos casos é longa e perigosa, a enfrentar dificuldades e sofrimentos”.

Pacto global

2018 apresenta um desafio para o panorama mundial. As Nações Unidas vão reunir seus países-membros no último trimestre do ano para a negociação um “acordo global” para a migração segura, ordenada e regular.

O acordo global buscará melhorar a cooperação internacional para a mobilidade entre as fronteiras, maximizando os benefícios a todos os envolvidos. A finalidade é ajudar os vulneráveis, levando em consideração as necessidades de trabalho dos migrantes conforme as suas habilidades, abordando os principais agentes da migração irregular. A Santa Sé está altamente empenhada no processo de consulta para apresentar suas propostas às Nações Unidas, conforme solicitado pelo Papa Francisco.

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Diocese de Petrolina (PE) tem novo bispo

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03 de janeiro de 2018

Primeira transferência do ano no episcopado brasileiro: o Papa Francisco nomeou bispo da diocese de Petrolina (PE) Dom Francisco Canindé Palhano, transferindo-o da diocese de Bonfim (BA).

Dom Francisco Canindé Palhano nasceu em 1° de jan eiro de 1949 na cidade de São José de Mipibu, na arquidiocese de Natal (RN).

Estudou Filosofia e Teologia em São Paulo, na Faculdade  “Nossa Senhora da Assunção”. Obteve a Licenciatura em Teologia Moral na Academia Alfonsiana de Roma.

Foi ordenado sacerdote em fevereiro de 1975 e incardinado na arquidiocese de Natal, desempenhando inúmeras funções, como vigário paroquial, pároco, reitor e professor, vigário episcopal e capelão.

Em 26 de julho de 2006 foi nomeado bispo diocesano de Bonfim (BA).

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