Papa Francisco nomeia bispo para a vacante diocese de Paranavaí (PR)

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25 de abril de 2018

A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou na manhã desta quarta-feira, 25, a decisão do papa Francisco em nomear para a vacante diocese de Paranavaí, no Estado do Paraná, padre Mário Spaki, atualmente secretário-executivo do regional sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A diocese estava vacante desde a saída de dom Geremias Steinmetz, que assumiu a arquidiocese de Londrina, no Paraná (PR), em agosto do ano passado.

Mário Spaki

Natural de Irati (PR), padre Mário Spaki cursou Teologia pela Faculdade Gregoriana de Roma e Filosofia no Instituto de Filosofia e Teologia Mater Ecclesiae (IFITIME), da diocese de Ponta Grossa. Foi ordenado presbítero em 2003, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Irati (PR), por dom João Braz de Aviz. Entre suas atividades pastorais destacam-se a função de presidente da Comissão Regional dos Presbíteros do Paraná; secretário da Comissão Nacional dos Presbíteros do Brasil; reitor do Seminário São José e secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB.

Leia também: "Papa transfere arcebispo de Campinas (SP) para a arquidiocese de Mariana (MG)"

Confira, abaixo, a saudação da CNBB ao novo membro do episcopado:

 

Saudação da CNBB ao P. Mario Spaki

Brasília, 25 de abril de 2018

Prezado P. Mario Spaki.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acolhe, com alegria, sua nomeação como bispo da Diocese de Paranavaí (PR), anunciada hoje, 25 de abril, pelo Papa Francisco. E renovamos nossa gratidão pelo apreço do Santo Padre manifestado na solicitude de enviar pastores para nossas Igrejas Particulares.

Observando seu itinerário de formação e de serviços prestados à Igreja no campo da pastoral, da formação do clero, da promoção da missionariedade na Igreja, do aconselhamento e da comunicação social encontramos um perfil de um bispo que muito vai poder oferecer na missão que lhe foi confiada.

Saudamos sua nomeação com as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos membros da Congregação para os Bispos, em fevereiro de 2014, sobre o perfil episcopal: “’Ele confia os Pastores da Igreja à Palavra da graça que tem o poder de edificar e de conceder a herança’. Portanto, não donos da Palavra, mas entregues a ela, servos da Palavra. Só assim é possível edificar e obter a herança dos santos. A quantos se atormentam com a pergunta sobre a própria herança — ‘qual é a herança de um Bispo? O ouro ou a prata? — Paulo responde: a santidade. A Igreja permanece quando se dilata a santidade de Deus nos seus membros. Quando do íntimo do seu coração, que é a Santíssima Trindade, esta santidade brota e alcança todo o Corpo. Há necessidade de que a unção do alto escorra até à orla do manto. O Bispo nunca poderá renunciar ao anseio de que o óleo do Espírito de santidade chegue até à última orla da veste da sua Igreja”.

Renovamos o compromisso de união fraterna com o senhor e fazemos nossas preces para que seu trabalho seja fecundo.

Em Cristo,

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

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Papa transfere arcebispo de Campinas (SP) para a arquidiocese de Mariana (MG)

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25 de abril de 2018

O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira (25), o novo bispo da arquidiocese de Mariana (MG). Aceitando a renúncia de dom Geraldo Lyrio Rocha, o Papa nomeou como novo arcebispo dom Airton José dos Santos, até então arcebispo de Campinas (SP). A decisão de Francisco foi comunicada pela Nunciatura Apostólica no Brasil.

Dom Airton é bispo desde dezembro de 2001, quando o então papa João Paulo II, o nomeou bispo auxiliar para a diocese de Santo André (SP). Em agosto de 2004, foi nomeado também por João Paulo II bispo da diocese de Mogi das Cruzes (SP), onde ficou até fevereiro de 2012, quando o então papa Bento XVI o nomeou arcebispo metropolitano de Campinas (SP).

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Dom Airton José dos Santos

Nascido na cidade de Bom Repouso, no Sul de Minas Gerais, no dia 25 de junho de 1956, dom Airton foi ordenado sacerdote em dezembro de 1985, por dom Cláudio Hummes, então Bispo da diocese de Santo André.

Em sua trajetória atuou como diretor e formador na Casa de Formação dos Seminaristas da Filosofia do Seminário Diocesano de Santo André; coordenador diocesano da Pastoral Vocacional; coordenador diocesano da Pastoral Familiar; membro do Conselho de Presbíteros; e membro do Colégio de Consultores. Depois de 2 anos em Roma, onde obteve o Título de Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, foi nomeado chanceler do bispado e ecônomo da diocese. Dom Airton também foi secretário do conselho episcopal do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo) e atualmente é presidente do mesmo Regional. Foi também membro da Comissão Episcopal para os Tribunais Eclesiásticos de Segunda Instância.

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviou saudação em nome da entidade ao novo arcebispo de Mariana (MG).

Confira, abaixo, a saudação na íntegra:

 

Saudação da CNBB a dom Airton José dos Santos

Brasília, 25 de abril de 2018

Prezado Irmão, dom Airton José dos Santos.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) envia saudação ao senhor pela sua nomeação, publicada nesta quarta-feira, 25 de abril, pelo Papa Francisco, como novo arcebispo de Mariana (MG).

A missão que o senhor já cumpriu como bispo auxiliar em Santo André (SP), como bispo de Mogi das Cruzes (SP) e como arcebispo metropolitano de Campinas (SP) o conduz a um sereno abraço ao pastoreio da arquidiocese de Mariana (MG).

Saudamos sua nomeação com as palavras do Santo Padre, Papa Francisco, pronunciadas em encontro com Irmãos bispos no mês de setembro de 2016, em Roma: “Não tenhais medo de propor a misericórdia como resumo daquilo que Deus oferece ao mundo, porque o coração do homem não pode aspirar a nada de maior. Se isto não fosse suficiente para ‘dobrar o que é rígido, aquecer o que é gélido, endireitar o que está desviado’, o que mais teria poder sobre o homem? Então, estaríamos desesperadamente condenados à impotência. Teriam, porventura, os nossos temores o poder de contrastar os muros e abrir passagens? Por acaso as nossas inseguranças e desconfianças são capazes de suscitar docilidade e consolação na solidão e no abandono? Como ensinou o meu venerado e sábio Predecessor, é ‘a misericórdia que põe um limite ao mal. É nela que se expressa a natureza muito peculiar de Deus, a sua santidade, o poder da verdade e do amor’. Ela é ‘o modo como Deus se opõe ao poder das trevas com o seu poder totalmente diverso e divino’, precisamente ‘o poder da misericórdia’ (Bento XVI, Homilia, 15 de abril de 2007)”.

Em Cristo,

 

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

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Bispos concluem novas diretrizes para a formação de padres no Brasil

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22 de abril de 2018

O episcopado brasileiro reunido na 56ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), finalizou a redação do texto das novas Diretrizes para a Formação de Presbíteros da Igreja no Brasil. O documento é uma atualização das atuais diretrizes a partir das orientações da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis , publicada em 2016. 

A quarta versão do texto elaborado pela comissão presidida por Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), foi apresentada ao plenário da Assembleia na segunda-feira, 16. A última etapa é a votação individual de cada emenda sugerida ao texto para, então, haver a aprovação final no plenário, prevista para a quarta-feira, 18. Após a aprovação, o documento será encaminhado para a Congregação para o Clero para receber o reconhecimento da Santa Sé. 

Dom Joel Portela, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e integrante da Comissão do Tema Central, informou ao O SÃO PAULO que o texto foi muito bem acolhido pelo episcopado. “Eu já participei de temas centrais, elaboração de diretrizes e outros temas também. Comparando com o vivido em outros momentos, eu diria que a recepção do conteúdo foi muito boa”, disse. Ainda segundo o Bispo, o número de propostas de emenda foi relativamente pequeno em relação a temas anteriores. “Foram mais propostas de melhoria de texto, não de mudança de conteúdo”, acrescentou. 

 

NOVIDADES

Uma novidade da recente Ratio Fundamentalis , que estará presente nas novas Diretrizes, é a mudança dos nomes das etapas do itinerário formativo com o objetivo de ressaltar a concepção da formação integral: humana-afetiva, intelectual, espiritual e pastoral, sendo que essa última com um aspecto mais missionário. Antes essas etapas levavam mais em conta o aspecto acadêmico da formação. 

A primeira etapa continua sendo denominada de “propedêutico”; a seguinte, dos estudos filosóficos, passa a se chamar “discipulado”; a fase dos estudos teológicos é a da “configuração”; enquanto a etapa pastoral se chamará “síntese vocacional”. Muitas dioceses possuem apenas as etapas de Filosofia e Teologia. Segundo as novas Diretrizes, essas Igrejas particulares deverão introduzir o período propedêutico e se sugere que seja implantada a síntese vocacional antes da ordenação diaconal. 

 

FORMAÇÃO INTEGRAL

Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e um dos responsáveis à redação do texto, explicou para a reportagem que as novas diretrizes reforçam que, especialmente nas etapas do discipulado e da configuração, sejam valorizadas as dimensões humano-afetiva, espiritual, pastoral e intelectual, levando-as em conta na avaliação dos candidatos: “O rapaz pode ter sido um ótimo estudante, mas se na dimensão humana, por exemplo, não houve crescimento, não deve seguir avante no processo formativo. É preciso progredir integralmente”. Quanto ao propedêutico, a Santa Sé pede às dioceses que ainda não possuem essa etapa que a implantem. 

Dentro dessa perspectiva, surgem desafios como a adequação do processo formativo daqueles candidatos que cursaram Filosofia ou até Teologia fora do seminário e pretendem ser admitidos ao sacerdócio, sem terem passado pelo discipulado e pela configuração. A preocupação dos bispos é que, além de haver o tempo mínimo necessário de convívio na casa de formação prescrito pelo Direito Canônico, também seja garantido o processo formativo integral.

“O que a Ratio diz é que, mesmo com os diplomas e cursos, as outras dimensões precisam ser atendidas. A ordenação sacerdotal não é uma formatura. Pelo contrário, é o início de uma missão que pressupõe essas dimensões”, salientou Dom Joel. 

Dom Pedro Brito, Arcebispo de Palmas (TO) e membro da Comissão do Tema Central, acrescentou que a formação das chamadas “vocações adultas” são levadas em conta nas Diretrizes. Ele enfatizou que é importante haver mecanismos para verificar se esses candidatos estão aptos nas demais dimensões. Nesse aspecto, o ano de pastoral é uma oportunidade para auxiliar esses rapazes a vivenciarem as etapas do discipulado e da configuração. “É imprescindível uma mínima caminhada vocacional integral para chegar ao sacerdócio”, afirmou.

 

FORMAÇÃO PERMANENTE

Outro dado importante é que além de tratar da formação dos seminaristas, chamada de “formação inicial”, a Ratio Fundamentalis também aborda a formação continuada ou permanente daqueles que já foram ordenados padres. No âmbito da formação humana e pastoral, incluem-se questões como a administração paroquial em vista de um melhor exercício do ministério presbiteral. “É muito importante que o sacerdote tenha boa formação desde a pastoral vocacional, no seminário, e também depois da ordenação, porque ninguém está formado para a vida toda, precisa estar constantemente atualizando e aprofundando sua formação para melhor servir o povo de Deus e viver a própria vocação”, ressaltou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. 

Uma vez aprovadas e reconhecidas pela Santa Sé, virá o desafio de implementar as Diretrizes. “Caberá às dioceses voltarem ao texto, estudá-lo e adequá-lo em cada instituição formativa, atualizando seus projetos pedagógicos, diretórios ou estatutos para a nova proposta de formação”, completou Dom Joel.

 

AVALIAÇÕES

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, Bispo de Jaboticabal (SP), elogiou o texto e as diretrizes. Para ele, o confronto das novas orientações da Santa Sé com a realidade formativa do País constatou que a Igreja no Brasil caminha no rumo certo. “Não percebemos grandes problemas na formação nas linhas gerais. Temos, sim, dificuldades na base dos candidatos, no discernimento vocacional, na perseverança. Mas entendemos que, à luz do Documento de Aparecida e da tradição da nossa Igreja no Brasil, há garantias para nós que esse caminho é adequado”.  

Na avaliação de Dom Adair José Guimarães, Bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), as Diretrizes contemplam aquilo que é fundamental na formação do sacerdote. “Trata-se, em primeiro lugar, da formação do homem que vai ser padre, contemplando suas várias dimensões.  Essas diretrizes vão ajudar tanto as dioceses como as congregações e as associações que contemplam a formação de sacerdotes”, disse.

Para Dom Paulo Cezar Costa, Bispo de São Carlos (SP), se as diretrizes forem bem aplicadas, poderão ajudar os bispos a formarem sacerdotes que sejam verdadeiros discípulos-missionários. “Homens que, doando a vida com alegria, tornam-se verdadeiramente presença do Bom Pastor na vida e na caminhada do nosso povo e da nossa Igreja”. 

 

DIAS DE ORAÇÃO, TRABALHO E COMUNHÃO

A jornada de trabalho dos mais de 300 bispos na Assembleia Geral é intensa. O dia começa às 7h30 com a missa no Santuário Nacional de Aparecida, oportunidade de os inúmeros romeiros que visitam a Basílica dedicada à Padroeira do Brasil tomarem parte desse momento de comunhão eclesial. 

Depois da Eucaristia, iniciam-se os trabalhos. Geralmente, a primeira sessão da manhã é dedicada a reuniões reservadas dos bispos, no subsolo do Santuário, nas quais eles partilham experiências e desafios comuns ou tratam de questões mais específicas da vivência do episcopado. As demais sessões, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, seguem até às 19h30, com uma pausa para ao almoço às 12h45 e pequenas pausas para lanche e a oração do Ofício Divino pela manhã e à tarde.

 

RETIRO

No sábado, 14, e no domingo, 15, os bispos participaram do retiro espiritual, este ano orientado por Dom José Luiz Azcona, Bispo Emérito da Prelazia do Marajó (MA). Ele refletiu a partir do tema da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , do Papa Francisco, publicada no dia 9. 

A missa de encerramento do retiro foi presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Na homilia, o Cardeal recordou o exemplo do Papa Francisco no apostolado de Jesus Cristo. “Custa-nos acreditar que Ele ressuscitou. Ele está mesmo no meio de nós? Custa-nos acreditar que Ele está presente, sobretudo na carne daqueles que mais sofrem, os pobres, como nos vem dizendo insistentemente o Papa Francisco? Jesus compreende a fraqueza dos apóstolos, mas nos oferece o Espírito Santo que nos dará coragem, para que sejamos verdadeiramente aquilo que a Páscoa proclama: vocês são as minhas testemunhas!”, disse.

A primeira semana de Assembleia Geral transcorreu num clima de tranquilidade e comunhão, destacado pelos próprios bispos. “Mesmo em meio a todos os problemas que vivemos em nossa sociedade e desafios que enfrentamos dentro de nossa Igreja, o caminho é feito na força da fé, ao redor do Cristo ressuscitado, que muito nos fortalece, dando-nos sabedoria para enfrentarmos as questões, debatermos e encontrarmos os rumos”, afirmou Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG). 

“O clima da Assembleia é de muita unidade e tranquilidade. Com os demais bispos com quem converso, é unânime o ambiente de serenidade e os temas sendo tratados com abertura e profundidade por parte de todos”, completou Dom Rubens Sevilha, Bispo eleito de Bauru (SP). 

 

MENSAGEM AO PAPA

Como é costume nas assembleias gerais, os bispos brasileiros enviaram uma mensagem ao Papa Francisco, na qual manifestam comunhão com o Santo Padre e o informam sobre os principais temas da Assembleia. 

“Agradecemos a Vossa Santidade pela Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , sobre o chamado à santidade no mundo atual, assinada no dia 19 de março passado, na Solenidade de São José. Com essa Exortação, somos encorajados, como pastores, a percorrer o caminho das bem-aventuranças e a permanecer ao lado dos fiéis em sua busca quotidiana da santidade”, diz a mensagem.

 

PAUTA VARIADA

Dentre as pautas discutidas pelo episcopado em Aparecida estavam a eleição dos delegados que irão representar a CNBB na Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre “Juventude, fé e discernimento vocacional”, que acontecerá de 3 a 28 de outubro, no Vaticano. Embora tenha havido a votação, os nomes dos eleitos ainda devem ser confirmados pelo Papa Francisco.

Até o final da Assembleia também deve ser aprovado o 5º volume da série “Pensando o Brasil”, que apresentará reflexões sobre o Estado laico. Dom Roberto Ferrería Paz, Bispo de Campo de Goytacazes (RJ), explicou aos jornalistas na coletiva da segunda-feira, 16, que o texto busca responder ao desafio político e pastoral de tornar mais clara a relação entre a Igreja e o Estado no Brasil. O Bispo esclareceu que o documento adota, a partir das contribuições do Concílio Vaticano II, uma concepção de “laicidade” positiva e aberta que parte da compreensão que a Igreja e o Estado podem e devem cooperar em vista da realização e promoção do bem comum. 

Houve, ainda, um momento de reflexão sobre os desafios da Igreja na cidade, com a apresentação do trabalho de algumas pastorais, como a Pastoral Vocacional, Pastoral do Menor e Universitária.

Como acontece todos os anos, a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia apresentou mais uma parte da revisão do Missal Romano, que diz respeito às missas para as diversas necessidades. Segundo Dom Armando Bucciol, Bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral de Liturgia, esta é a penúltima parte do rito da missa a ser revisada pelos bispos.

 

Revisão do Estatuto Canônico da CNBB é bem acolhida pelos bispos

Uma das pautas dessa Assembleia Geral foi a revisão do Estatuto Canônico da CNBB, a ser aprovado até o fim da Assembleia, no dia 20. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP) e Presidente da comissão constituída para a reforma estatutária, afirmou que a proposta de revisão apresentada ao plenário foi bem acolhida pelo episcopado. “Percebemos que realmente foi um consenso quase geral do episcopado sobre a atualização do Estatuto”, afirmou.  Ainda segundo Dom Raymundo, todas as propostas de emenda do texto, a maioria relacionadas à redação, foram acolhidas pela comissão.

A grande novidade da atualização da proposta de revisão do Estatuto é o aumento do número de membros da Presidência da CNBB, que passaria a ter dois vice-presidentes e dois secretários- -gerais. Isso solucionaria, entre outras questões, fatos como o desta Assembleia, em que o Secretário-Geral, Dom Leonardo Steiner, não pode participar por motivos de saúde e não havia alguém para substituí-lo na coordenação dos trabalhos da Assembleia, sendo necessário ser nomeado pela Presidência um Secretário “ad hoc” para exercer essa função específica.

Segundo o Cardeal, a proposta foi muito bem acolhida pelos bispos. Ele explicou ainda que o novo Estatuto não detalha a distribuição das atribuições entre primeiro e segundo Secretário-Geral, mas deixa aberta a possibilidade de a Presidência da Conferência distribuir as funções.

A proposta de estatuto também prevê reforçar as competências do Conselho Permanente da CNBB, com o objetivo de não sobrecarregar a pauta das assembleias gerais. De igual maneira, a atualização do Estatuto prevê maior valorização do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), que acompanha a caminhada pastoral da Conferência. Outro ponto que será estudado com os participantes da Assembleia é o possível aumento de membros da Presidência da entidade.

Mesmo aprovada pela Assembleia, a revisão do Estatuto deve ser encaminhada para a Congregação para os Bispos, no Vaticano, para receber a recognitio, isto é, o reconhecimento para ser promulgada pela CNBB. “Esperamos que a próxima Assembleia Geral eletiva, no ano que vem, já seja conforme o Estatuto atualizado”, afirmou o Cardeal Damasceno.

 

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Presidente da CNBB celebra missa de encerramento da 56ª AG

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20 de abril de 2018

“O serviço aos pobres e fragilizados, o serviço da caridade, da justiça e da paz é uma exigência da fé que nós professamos e uma consequência do encontro com Cristo na Eucaristia. Jesus ressuscitado que ser encontrado por nós na Galileia”, afirmou o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, durante a homilia, na missa de encerramento da 56ª Assembleia Geral da entidade. A missa, na manhã desta sexta-feira, 20, reuniu os bispos de todo o Brasil, assessores e colaboradores da CNBB no Santuário Nacional em Aparecida (SP).

Dom Sergio da Rocha rezou em agradecimento pela realização da assembleia, pela conferência episcopal, pela Igreja no Brasil, pela aprovação do documento sobre a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil, pela convivência fraterna entre os bispos, por todos os estudos e pronunciamentos e ainda pelo Ano do Laicato.

“Agradecemos à Deus a tantos fieis leigos e leigas que se dedicam tanto e tão generosamente a ação pastoral e missionária em nossas comunidades, mas também em diversas ambientes da sociedade”.

Ao refletir sobre as leituras de hoje, o cardeal, lembrou que a palavra indica traços fundamentais da igreja que os fieis devem ser, atitudes de se deve cultivar continuamente, pessoalmente, em comunidade.

“A Igreja vive do encontro com o Senhor ressuscitado. Através da palavra, da Eucaristia, da oração e da contemplação”.

Dom Sergio refletiu ainda a narrativa inicial dos Atos dos Apóstolos que retrata Saulo caído por terra.

“Há muita gente caída por terra como Saulo, incapaz de enxergar, incapaz de caminhar, mas necessitada de levantar-se, de recomeçar a vida. São irmãos e irmãs nossos de coração ferido necessitados de mãos estendidas, necessitados de uma comunidade misericordiosa e acolhedora. Casa de portas abertas como tem insistido tantas vezes o papa Francisco”, indicou.

Antes de finalizar, o presidente da CNBB, recordou o pedido de Deus no salmo de hoje ‘Ide pelo mundo e pregai o evangelho, ide fazer discípulos’.

E continuou: “saímos dessa assembleia e desta Eucaristia revigorados na fé, fortalecidos na unidade e dispostos a caminhar com redobrado empenho ao encontro dos pobres que esperam pela boa nova de Jesus Cristo, dos aflitos que necessitam ser consolados, dos cegos que anseiam pela recuperação da vista e das vítimas de violência que buscam a justiça e a paz, dos tristes e desanimados para lhes oferecer os dons da alegria, da esperança e da vida nova em Cristo”.

O cardeal finalizou a homilia pedindo a bênção de N. S Aparecida e refletindo a necessidade dos fieis de permanecerem em Cristo, comendo da Sua carne e bebendo do Seu sangue, alimentando-se do pão descido do céu.

“O encontro pessoal e comunitário com Cristo, especialmente, na Eucaristia será sempre a fonte maior e o sustendo de nossa comunhão e de nossa missão. Continuemos unidos rezando uns pelos outros, firmes na fé, unidos na missão. Dando testemunho do nosso amor pela nossa Igreja”.

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“Ao abdicarem da ética, muitos tornaram-se protagonistas de um cenário desolador”, afirmam bispos

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19 de abril de 2018

Um dos documentos mais esperados da 56ª Assembleia Geral da CNBB foi a mensagem sobre as eleições deste ano de 2018, divulgada na tarde desta quinta-feira, 19 de abril, pela Presidência da Conferência. Nela, os bispos reconhecem que “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador“.

A apresentação da mensagem foi feita por dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil. Ele atendeu a imprensa, numa entrevista coletiva realizada no centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, localizado no pátio do Santuário Nacional, em Aparecida. Na companhia dele estava o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha e o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler.

 

Leia mensagem na íntegra:

 

ELEIÇÕES 2018: COMPROMISSO E ESPERANÇA

MENSAGEM DA 56ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB AO POVO BRASILEIRO

“Continuemos a afirmar a nossa esperança, sem esmorecer” (Hb 10,23) 

 

Nós, bispos católicos do Brasil, conscientes de que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Papa Bento XVI – Deus Caritas Est, 28), olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos. Do Evangelho nos vem a consciência de que “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 183), sinal do Reino de Deus.

Neste ano eleitoral, o Brasil vive um momento complexo, alimentado por uma aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política. A atual situação do País exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum.

Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque, ao revelar raízes cada vez mais alastradas e profundas. Nem mesmo os avanços em seu combate conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política. A esse respeito, adverte-nos o Papa Francisco que, “muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas” (Laudato Sì, 197). De fato, a carência de políticas públicas consistentes, no país, está na raiz de graves questões sociais, como o aumento do desemprego e da violência que, no campo e na cidade, vitima milhares de pessoas, sobretudo, mulheres, pobres, jovens, negros e indígenas.

Além disso, a perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Inúmeras situações exigem soluções urgentes, como a dos presidiários, que clama aos céus e é causa, em grande parte, das rebeliões que ceifam muitas vidas. Os discursos e atos de intolerância, de ódio e de violência, tanto nas redes sociais como em manifestações públicas, revelam uma polarização e uma radicalização que produzem posturas antidemocráticas, fechadas a toda possibilidade de diálogo e conciliação.

Nesse contexto, as eleições de 2018 têm sentido particularmente importante e promissor. Elas devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania da população brasileira. Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça.  É imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abaladas do povo brasileiro. O bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores.

Nas eleições, não se deve abrir mão de princípios éticos e de dispositivos legais, como o valor e a importância do voto, embora este não esgote o exercício da cidadania; o compromisso de acompanhar os eleitos e participar efetivamente da construção de um país justo, ético e igualitário; a lisura do processo eleitoral, fazendo valer as leis que o regem, particularmente, a Lei 9840/1999 de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, e a Lei 135/2010, conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado.

Neste Ano Nacional do Laicato, com o Papa Francisco, afirmamos que “há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados; que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e midiáticos; que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático; que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação” (Mensagem aos participantes no encontro de políticos católicos – Bogotá, Dezembro-2017).

É fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identificar com clareza os interesses subjacentes a cada candidatura. A campanha eleitoral torna-se, assim, oportunidade para os candidatos revelarem seu pensamento sobre o Brasil que queremos construir. Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens.

Reafirmamos que “dos agentes políticos, em cargos executivos, se exige a conduta ética, nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos” (CNBB – Doc. 91, n. 40 – 2010). Dos que forem eleitos para o Parlamento espera-se uma ação de fiscalização e legislação que não se limite à simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao Executivo (cf. CNBB – Doc. 91, n. 40– 2010). As eleições são ocasião para os eleitores avaliarem os candidatos, sobretudo, os que já exercem mandatos, aprovando os que honraram o exercício da política e reprovando os que se deixaram corromper pelo poder político e econômico.

Exortamos a população brasileira a fazer desse momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto. Incentivamos as comunidades eclesiais a assumirem, à luz do Evangelho, a dimensão política da fé, a serviço do Reino de Deus. Sem tirar os pés do duro chão da realidade, somos movidos pela esperança, que nos compromete com a superação de tudo o que aflige o povo. Alertamos para o cuidado com fake news, já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia.

O Senhor “nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 205). Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, seja nossa fiel intercessora.

 

Aparecida – SP, 17 de abril de 2018.

 

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília – DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ
Arcebispo São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

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Bispos reunidos em sua 56ª Assembleia Geral enviam mensagem ao povo de Deus

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19 de abril de 2018

O cardeal Sergio da Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) falou aos jornalistas reunidos na Coletiva de Imprensa da 56ª Assembleia Geral da entidade, na tarde do dia 19 de abril, e pediu a dom Murilo Krieger, vice-presidente que lesse a mensagem da conferência ao povo de Deus.

O documento registra a comunhão do episcopado brasileiro com o papa Francisco e destaca a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de politização e polarizações nas redes sociais. A mensagem retoma a natureza e a missão da entidade na sociedade brasileira. Confira, na sequência, a íntegra do documento que será enviado à todas as 277 circunscrições eclesiásticas do Brasil, incluindo arquidioceses, dioceses, prelazias, entre outras.

 

MENSAGEM DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL AO POVO DE DEUS

O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo (1Jo 1,3)

Em comunhão com o Papa Francisco, nós, Bispos membros da CNBB, reunidos na 56ª Assembleia Geral, em Aparecida – SP, agradecemos a Deus pelos 65 anos da CNBB, dom de Deus para a Igreja e para a sociedade brasileira. Convidamos os membros de nossas comunidades e todas as pessoas de boa vontade a se associarem à reflexão que fazemos sobre nossa missão e assumirem conosco o compromisso de percorrer este caminho de comunhão e serviço.

Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários.

A Igreja fundada por Cristo é mistério de comunhão: “povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (cf. Ef 5,25), assim devemos amá-la e por ela nos doar. Por isso, não é possível compreender a Igreja simplesmente a partir de categorias sociológicas, políticas e ideológicas, pois ela é, na história, o povo de Deus, o corpo de Cristo, e o templo do Espírito Santo.

Nós, Bispos da Igreja Católica, sucessores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso afeto colegial se concretiza também nas Conferências Episcopais, expressão da catolicidade e unidade da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23, atribui o surgimento das Conferências à Divina Providência e, no decreto Christus Dominus, 37, determina que sejam estabelecidas em todos os países em que está presente a Igreja.

Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. “A fé age pela caridade” (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural. Igualmente, a opção preferencial pelos pobres é uma marca distintiva da história desta Conferência. O Papa Bento XVI afirmou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza”. É a partir de Jesus Cristo que a Igreja se dedica aos pobres e marginalizados, pois neles ela toca a própria carne sofredora de Cristo, como exorta o Papa Francisco.

A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n. 100-101).

Ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho. A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Isso nos compromete profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11).

A Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos.

Neste Ano Nacional do Laicato, conclamamos todos os fiéis a viverem a integralidade da fé, na comunhão eclesial, construindo uma sociedade impregnada dos valores do Reino de Deus. Para isso, a liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor “para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo” (LG 37). “Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor” (Papa Francisco, Mensagem para o 52º dia Mundial das Comunicações de 2018).

Deste Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos, por sua materna intercessão, abundantes bênçãos divinas sobre todos.

Aparecida-SP, 19 de abril de 2018.

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília – DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ
Arcebispo São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

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Quinta-feira, 19 de abril: Presidência apresenta, à tarde, duas mensagens dirigidas ao povo de Deus

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19 de abril de 2018

No penúltimo dia da 56ª Assembleia Geral da CNBB, além de fazerem os arremates finais com informes gerais e últimas votações, os bispos terão encontros de referenciais das comissões episcopais e uma reservada com os membros dos 18 regionais. No começo da tarde, a presidência da Conferência atende os jornalistas na última Entrevista Coletiva na qual serão apresentadas dois documentos elaborados e aprovados pelo conjunto do episcopado. Um trata da conjuntura eclesial e o outro sobre as próximas eleições.

 

Coordenação dos trabalhos

Desde o início da Assembleia, no dia 11 de abril até a tarde desta quarta-feira, os trabalhos em plenário foram coordenados pelos bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias. A ele coube a função de secretário ad hoc neste encontro dos bispos. Segundo o regimento interno da Assembleia, a tarefa do secretário é a de “coordenar o plenário “.

A partir da parte de hoje, o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros Silva, vai coordenar os trabalhos finais da Assembleia.

 

Ultimas providências

Duas importantes tarefas foram adiadas para hoje: a finalização das indicações para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelização e a aprovação do texto da última mensagem dirigida ao povo brasileiro elaborada nesta Assembleia Geral. Além disso, seguem os informes de vários grupos e comissões que têm relatos significativos para o conjunto do episcopado.

Ainda consta da pauta oficial duas reuniões reuniões de importância estratégica para o trabalho de animação da ação evangelizadora em todo o País. A primeira será  o encontro entre os membros da comissões episcopais com os bispos referenciais dos 18 regionais da CNBB. Neste encontro, são apresentadas as principais atividades que cada comissão até a assembleia do ano que vem. É uma oportunidade para que os presidentes dessas comissões que também fazem parte do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) escutem os bispos que atuam em diversas áreas da evangelização diretamente com as dioceses.

A segunda reunião, última atividade do dia, deve ser realizada nas salas do subsolo do Centro de Eventos e vai reunir os bispos por regionais. Este encontro tem caráter reservado.

 

Coletiva

Mais breve que nos outros dias da Assembleia, a Coletiva de Imprensa, vai ser realizada com os membros da presidência presentes em Aparecida, cardeal Sergio da Rocha e dom Murilo Krieger, e o presidente da comissão que preparou e estudou com os bispos o tema central deste ano, as “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros”.

Na parte que caberá à presidência da CNBB, serão apresentados dois documentos, duas mensagens ao povo católico brasileiro e às pessoas de boa vontade. A primeira mensagem se refere ao posicionamento da Conferência sobre a realização das próximas eleições no Brasil. Como de costume, em anos eleitorais, os bispos apresentam uma série de questões e orientações importantes para ajudar o eleitor brasileiro.

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Missa do oitavo dia da 56ª AG da CNBB é presidida pelo Regional Nordeste 2

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18 de abril de 2018

A missa do oitavo dia da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 18, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife (PE) e presidente do Regional Nordeste 2, dom Fernando Saburido.

A celebração acolheu, os arcebispos, bispos e sacerdotes dos 18 regionais da CNBB, em especial, os do Regional Nordeste 2, formado por 21 dioceses, que compreende os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O arcebispo iniciou a homilia saudando as dioceses de Pesqueira, Garanhuns e Nazaré da Mata, que este ano, celebram seu centenário. Todas desmembradas da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Dom Fernando Saburido refletiu o evangelho que situa Jesus na outra margem do mar da Galieia, também conhecida como Tiberíades e que a celebração da Páscoa deve reafirmar em nós o sentido da missão. Ser fonte de vida para todos e vida em plenitude.

“Nós bispos precisamos ser testemunhas da ressurreição nos dias de hoje, dando a vida as pessoas de quem ela está sendo tirada. Povos indígenas, migrantes, moradores de rua, crianças e jovens vítimas do tráfico, famintos idosos e desempregados. Trata-se de nos colocarmos juntos com os pequeninos de Deus”, destacou.

Ele recordou, também, que neste contexto pascal é preciso escutar as palavras dos Atos dos Apóstolos que conta a história da igreja na Samaria, uma igreja plantada no meio de um povo rejeitado pelo judaísmo oficial.

“Graças a Deus, temos no Brasil muitos irmãos e irmãs que vivem sua consagração a causa da justiça e da vida do nosso povo mais pobre. Como fazem também tantos leigos e leigas, a quem rendemos nossas homenagens, especialmente neste ano ao laicato”.

E continuou: “Afinal, o sacramento comum que recebemos é o Batismo que nos congrega como Igreja ministerial. É importante que nós bispos nos coloquemos em sintonia com essa caminhada do povo de Deus e que dela participemos mais concretamente como o nosso papa Francisco tem encorajado”.

Durante a homilia, dom Antônio Saburido falou do tema central do XVIII Congresso Eucarístico Nacional que será sediado, em Recife (PE), e que terá como tema: ‘Pão em todas as mesas’ e lema: ‘Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles’ (cf. At 2, 46).

“O desafio é como fazer com que este tema do nosso congresso não fique a penas na sua formulação simpática e atraente e se traduza em solidariedade e ajude as nossas igrejas a retomar a Eucaristia como fonte e estímulo a verdadeira partilha do pão como chamava o livro dos Atos dos Apóstolos”.

O arcebispo finalizou a homilia clamando que a comunhão seja um sacramento verdadeiro e eficaz de partilha.

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Dom Odilo Scherer comenta as discussões do sétimo dia da Assembleia

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17 de abril de 2018
Image result for dom odilo cnbbA 56ª Assembleia Geral da CNBB completou uma semana nesta terça-feira, 17, e os trabalhos foram abertos com a celebração eucarística no Santuário Nacional de Aparecida (SP), presidida pelo Arcebispo de Maceió (AL), Dom Antônio Muniz Fernandes, que fez memória aos 15 bispos falecidos desde a última assembleia em 2017.

No programa ‘Encontro com o Pastor’, que vai ao ar de segunda-feira à sábado, às 12h05 na Rádio 9 de Julho, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, destacou a seriedade com que o texto final da Assembleia Geral é trabalhado pelos bispos; e que o ano eleitoral é uma grande oportunidade para os católicos participarem com interesse e como verdadeiros cidadãos.
Segundo Dom Odilo, depois de muito refletir em plenário e ter sido preparado por uma comissão, realiza-se trabalho em grupo sobre o texto. Após, se volta ao plenário para pontuar observações, e, finalmente, se tem o texto elaborado que passa por votação, para que sejam feitas as emendas pelos bispos, que serão ou não aprovadas. Depois de aprovado, o texto da CNBB vai para Roma, para que a Congregação para o Clero aprove antes de sua publicação final.
 
O cardeal conclui afirmando que a CNBB divulgará uma palavra, que está sendo preparada pelos bispos, sobre o ano eleitoral e alertou sobre a grande oportunidade que os católicos terão de mostrarem interesse e serem verdadeiros cidadãos, buscando um país que seja melhor para todos.

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XVIII Congresso Eucarístico Nacional é apresentado por Dom Fernando Suburido

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17 de abril de 2018

Durante coletiva de imprensa, na segunda-feira, 16, na 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Fernando Suburido, Arcebispo de Olinda e Recife, falou à imprensa sobre a organização do Congresso Eucarístico Nacional.

A Arquidiocese de Olinda e Recife sediará entre os dias 12 a 15 de novembro de 2020 o ‘XVIII Congresso Eucarístico Nacional’. Com o tema ‘Pão em todas as mesas’ e o lema ‘Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles’ (cf. At 2, 46).

Segundo o Arcebispo, a XVIII edição do Congresso Eucarístico Nacional não será organizado apenas pela arquidiocese, mas por todo o Regional Nordeste 2 da CNBB, formado por 21 dioceses.

“A comissão está formada desde 2017, quando foi aprovada a realização do Congresso em Recife (PE). Essa comissão é subdividida em outras 12 comissões que se reúnem mensalmente para averiguar os encaminhamentos da organização deste grande evento”, afirmou Dom Fernando. Segundo o Bispo, um evento desse porte requer muitos recursos, e, como é tradição, uma coleta nacional, ainda por agendar, foi autorizada pela CNBB para levantar fundos.

“Todos estão muito felizes e esperamos que haja uma grande participação. Recife tem uma história muito bonita, sobretudo é a Arquidiocese por onde passou Dom Helder Câmara, e tantos outros símbolos”, concluiu o Arcebispo.

OS  CONGRESSOS

O Congresso Eucarístico teve início em 1881, em Lille (França), por iniciativa de um grupo de fiéis leigos apoiado por São Pedro Julião Eymard. Trata-se de um momento de convergência das pessoas que professam a fé católica na realidade da Eucaristia e que desejam dar testemunho público de fé.

No Brasil, o primeiro CEN aconteceu em 1933, em Salvador (BA). O último foi realizado no ano passado, em Belém (PA), quando também se comemorou os 400 anos da capital paraense.
Em 2020 será a segunda vez que Recife acolherá o Congresso Eucarístico Nacional. A primeira foi em 1939, na sétima edição do encontro.

(Com informações de CNBB e ACI Digital)

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