Votações para os delegados ao Sínodo dos Bispos sobre a Juventude e discernimento vocacional

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17 de abril de 2018

Boa parte do trabalho realizado durante todo o dia desta segunda-feira, 16, nesta 56ª Assembleia Geral da CNBB, foi dedicada à votação para os delegados da Conferência que serão enviados à XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que acontece, em Roma, entre os dias 3 e 28 de outubro de 2018.

O presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, é o Relator Geral deste Sínodo e foi nomeado para esta função pelo Papa Francisco em novembro do ano passado. A figura do relator geral tem um papel de mediador, sendo responsável por introduzir e sintetizar os assuntos expostos pelos bispos durante a reunião do Sínodo.

 

Que temas serão tratados no Sínodo?

P. Padre Antonio Ramos do Prado, salesiano e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para  a Juventude e Paola Itagiba, no site grupo “Jovens Conectados”, respondem a questão dos temas da seguinte maneira: “Os temas centrais que serão discutidos no próximo Sínodo dos Bispos são: Os jovens e o mundo de hoje; Fé, discernimento, vocação; e Ação pastoral. Cada tema tem os seus desdobramentos. Quando se fala de um mundo que muda rapidamente, pretende-se chamar a atenção da Igreja para essa realidade na qual os jovens são protagonistas da mudança, mas também vítimas. Muitos jovens não encontram sentido na vida e não têm prazer, nem vontade, de pertencer a grupos que lutam por liberdade, fraternidade e igualdade“.

Na resposta deles, ainda se destaca a seguinte colocação: “Os pontos de referência pessoal e institucional parecem não funcionar mais para essa geração (hiper) conectada, que usa uma linguagem que os adultos desconhecem e com a qual não conseguem interagir. Outra preocupação do sínodo são as escolhas que os jovens fazem, na sua maioria não acertadas, por causa da fluidez das propostas e ao mesmo tempo da insegurança nos processos de escolha.No segundo tema – Fé, discernimento e vocação – o Papa apresenta reflexões importantes para entender o fenômeno juvenil no mundo atual. O Papa emérito Bento XVI lançou o ano da Fé (2012-2013), pois percebeu que a chama está se apagando“.

Agora, neste sínodo, o Papa Francisco percebe que o mundo contemporâneo exclui a fé e alimenta o ateísmo e o secularismo. Quando se fala de discernimento, o Papa Francisco aponta “três nascimentos”: o nascimento natural (como homem ou como mulher) em um mundo capaz de escolher e sustentar a vida; o nascimento do batismo, quando alguém se torna filho de Deus por graça; e o nascimento de quando acontece a passagem “do modo de vida corporal para o espiritual”, que abre o exercício maduro da liberdade. O grande desafio para a juventude é perceber esses três processos no cotidiano da vida“, afirmam P. Antonio e Paola.

E concluem: “No que toca à Vocação, o Papa agrega a dimensão da missão, pois todo processo de discernimento vocacional implica acolher a missão que Deus confia a cada um. O tempo é fundamental para uma tomada de decisão e a Bíblia é a fonte primeira que deve iluminar e fundamentar o chamado. É claro que estamos falando dos cristãos que buscam ouvir a voz do Senhor para serem discípulos missionários autênticos. Na sociedade do barulho, onde os jovens estão imersos, torna-se difícil ouvir a voz do Senhor, pois são inúmeras vozes e propostas que ofuscam a fé dos jovens e danifcam o discernimento. Aqui se faz necessário o acompanhamento. Aqui também o Papa apresenta três convicções. A primeira é a de que o Espírito de Deus age no coração de cada ser humano. A segunda é a de que o coração humano, por causa da fragilidade e do pecado, se apresenta sempre dividido. A terceira convicção é que no percurso da vida o indivíduo precisa decidir, fazer escolhas, não pode permanecer indiferente”.

 

Resultados das votações

Após cada escrutínio, o sistema de gerenciamento das urnas eletrônicas se encarregará da apuração dos votos. Serão emitidos relatórios individuais por urna indicando somente o nome do eleitor, para análise quantitativa de votos.

Os resultados, após a análise e aprovação da Comissão de Escrutínios, presidida pelo bispo de Nazaré (PE), dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, será apresentado para o presidente da CNBB para anúncio em plenário. Os nomes dos eleitos titulares ou suplentes para o Sínodo dos Bispos só poderão tornar-se de domínio público, após a ratificação da eleição por parte do Papa Francisco (Cf. Manual de Votação da 56ª AG).

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Bispos preparam material para Semana Missionária do Ano do Laicato

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17 de abril de 2018

Durante a 56ª Assembleia Geral da CNBB, a Comissão para o Ano do Laicato, está promovendo gravações com um grupo de bispos para a animação da Semana Missionária do Ano do Laicato que será realizada 22 a 28 de julho nas comunidades, paróquias e dioceses de todo o Brasil. Os vídeos serão acompanhados de uma grande campanha de divulgação que vai contar com spots de rádio e iniciativas em redes sociais.

O conteúdo a ser refletido na Semana Missionária do Ano do Laicato encontra-se em subsídio preparado pela Comissão e disponível nas Edições CNBB.

 

Semana Missionária

Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, na apresentação do subsídio diz que com a Semana Missionária “Precisamos levar através de nosso testemunho de fé e testemunho cristão, em outros ambientes em que as pessoas não conhecem o Evangelho. Temos ambientes importantes como família, o mundo do trabalho, da política, dos meios de comunicação, da cultura, da educação e a nossa ‘Casa comum“.

E sugere: “Precisamos tomar inciativas, arregaçar as mangas, pés no caminho e coração generoso para acolher as pessoas sem distinção e  sem discriminação. Todos são filhos e filhas de Deus. Temos que partir ao encontro do ser humano que carrega dentro de si um sonho de ser reconhecido, amado, acolhido e recolhido no âmago de uma comunidade acolhedora. Os cristãos e cristãs devem revelar o amor fraterno enxugando lágrimas provocadas pela exclusão, abandono e sem oportunidade para conhecer Jesus Cristo. Ele dá novo sentido à vida“.

 

Preparação remota

A Comissão apresenta pistas de trabalho que já podem ser realizadas neste momento tendo em vista a realização da semana, em julho. Entre as quinze principais sugestões apresentadas no subsídio, pode se destacar três: “1) É importante é começar as visitas. Elas são uma maneira bonita e eficaz para criar relações fraternas, solidárias, para tirar as pessoas do anonimato. Movidas pela força do amor, elas fazem bem tanto aos que visitam como aos que são visitados; 2) Não esquecer: o objetivo principal é fazer crescer a beleza e a atração do seguimento de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor; 3) Envolver todas as forças vivas da paróquia ou da área escolhida, onde irá acontecer a Semana Missionária“.

 

As gravações na 56ª AG

Os bispos escalados para gravar os vídeos de animação da Semana Missionária obedecem a escala temática do evento que será desenvolvida da seguinte maneira: A vida é missão; Uma sede imensa de felicidade! Convocados a fazer parte do ‘povo das bem-aventuranças'”; Indignação é preciso; Sal da terra e luz do mundo; Recomendações de Jesus aos missionários; “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”; “Não tenhais medo, o crucificado, ressuscitou!”.

Nesses encontros, durante a Semana Missionária, os temas também acompanharão a reflexão: família e mundo do trabalho; política e políticas públicas; educação e comunicação; Casa Comum (meio ambiente) e Culturas (povos de tradicionais, realidade urbana, consumismo); superação das violências e cultura da paz.

 

 

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Dom Ricardo e os desafios de Chuí (RS), que possui o maior índice de pessoas que se declaram sem religião

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17 de abril de 2018

Os desafios da Igreja nas regiões mais extremas do país foi o tema do terceiro Meeting Point da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta segunda-feira, 16, em Aparecida (SP). Um dos convidados foi Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande (RS).

Ao falar sobre a realidade do município do Chuí, no extremo sul do País, Dom Ricardo chamou a atenção para o fato de essa ser a cidade com o maior índice de pessoas que se declaram sem religião no censo do IBGE de 2010, ou seja, 54% da população, enquanto apenas 26% são católicos.

Segundo o bispo, o primeiro desafio é ir ao encontro dos cristãos católicos, mas também voltar a atenção para as pessoas que se declaram sem religião, uma vez que, certamente, parte delas são batizadas e já foram católicas.

“Este é o momento oportuno de irmos ao encontro deles, e nos colocarmos a disposição como Igreja solidaria, irmã, amiga e mãe. É um desafio que está cada vez mais trazendo para nós uma necessidade de reação.” afirmou Dom Ricardo, em entrevista à Rádio 9 de julho.

Dom Eduardo, salientou que a Diocese vem trabalhando para mudar essa realidade com as missões. A Diocese de Ponta Grossa ofereceu um sacerdote para fazer uma missão no Chuí, que abre a igreja todos os dias e forma grupos de leigos missionários para as visitas nas casas, atendendo ao pedido do Papa Francisco de uma Igreja em saída.

“A iniciação cristã é para aqueles que estão entrando, mas também um revigorar para aqueles que já estão. A iniciação cristã é para todo mundo, todos nós somos chamados a reiniciar nossa vida cristã”, concluiu o Bispo da Diocese de Rio Grande.

(Com informações de CNBB)

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Cardeal Scherer fala sobre assunto em destaque no sexto dia de atividades

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17 de abril de 2018

A 56ª Assembleia Geral da CNBB chegou ao seu sexto dia nesta segunda-feira, 16, e, como costume, teve os trabalhos abertos com a celebração eucarística no Santuário Nacional de Aparecida (SP), presidida pelo Bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, Dom Severino Clasen.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, em sua participação no programa ‘Encontro com o Pastor’, que vai ao ar de segunda-feira à sábado, às 12h05 na Rádio 9 de julho, disse que o dia iniciou com muitos assuntos importantes a serem tratados.

Segundo o Cardeal, pela manhã, o foco principal dos Bispos foi o diálogo sobre as questões administrativas e financeiras, e o cuidado que cada Diocese precisa ter para administração dos bens da igreja e a prestação de contas aos fiéis.

OUÇA O ENCONTRO COM O PASTOR

Na Arquidiocese de São Paulo, cada paróquia possui um conselho administrativo, que favorece que os fiéis participem em comunhão com o pároco da prestação de contas.

Além, cada Região Episcopal possui um conselho econômico-financeiro e cada bispo acompanha as prestações de contas; pois aquilo que é gasto e onde é aplicado o dinheiro são pontos importantes que precisam ficar claros a todos os fiéis.

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Em missa, bispo celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil

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16 de abril de 2018

O sexto dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou com a Santa Missa celebrada no altar central do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na manhã desta segunda-feira, 16.

A celebração foi presidida pelo bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen. Participaram da procissão de entrada os bispos da Comissão e a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Marilza Schuina.

Dom Severino começou a homilia recordando que o Ano Nacional do Laicato celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil aprofundando sua identidade, vocação, espiritualidade e missão, testemunhando Jesus Cristo e seu reino na sociedade.

A partir deste objetivo do Ano do Laicato, o bispo fez uma reflexão a partir da primeira leitura (At 6,8-15), na qual Estevão enfrenta um grande conflito com alguns membros da sinagoga dos libertos e outros tradicionais da comunidade ao aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão para poder, com liberdade, testemunhar Jesus Cristo e seu reino.

“Nota-se claramente um conflito provocado por Estevão por ultrapassar os velhos costumes e se deixar conduzir pelo Espírito Santo em defesa da comunidade”, ressaltou o bispo.

Refletindo sobre o Evangelho, dom Severino diz que Jesus anuncia com a vida a sintonia com o Pai: “Nós temos Jesus Cristo para apresentar ao mundo onde falta o alimento da verdade, da justiça e autenticidade. Esse é o alimento que nunca se corrompe”.

O bispo ressalta que é preciso incentivar e apoiar as iniciativas do Ano Nacional do Laicato para que produza na consciência de todos dos cristãos a firmeza de buscar o Jesus de Nazaré que apresente o Reino de Deus, o Reino sem corrupção, um Reino de Justiça e de paz. “A espiritualidade Cristã sempre terá por fundamentos os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. Este enfoque deve permear a formação laical desde o processo da iniciação a vida cristã”, salientou.

“Não existe fé cristã sem comunidade eclesial”, continuou dom Severino. Ele ensinou que o cristão se forma e se experimenta numa comunidade eclesial: “O testemunho de Santo Estevão que foi martirizado defendendo a comunidade de fé se repete nos mártires de ontem, de hoje e que sem dúvida teremos no amanhã”.

Dom Severino lembrou que nos últimos anos tem aumentado o assassinato de muitas lideranças nas comunidades periféricas que não são notícias, ou que são desmoralizadas para que não sejam notícias.

“São pobres que morrem. É preciso levantar esses nomes e evitar que outros líderes que defendem os pobres sejam preservados e possam encorajar todas as pessoas para que superem a onda de ódio, de perseguição, de mortes brutas financiadas pela força do capital e entidades secretas que matam, destroem vidas e a dignidade dos filhos de Deus”, destacou.

E completou: “A busca do pão vivo deve ser a maior preocupação dos cristãos leigos e leigas para que as estruturas sociais garantam o pão cotidiano, aquele pão que une e constrói segurança e sustentabilidade para toda a comunidade, humanidade, sobretudo aos pobres, abandonados, os sofridos de nossas cidades e metrópoles”.

Dom Severino finaliza invocando o Espírito Santo que ilumine a todos para que a 56ª AG confirme o princípio da unidade, caridade, ternura. “Não nos deixemos desanimar pelos que que tentam destruir a alegria de sermos irmãos e de que nos queremos bem”, concluiu.

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“Igreja precisa cuidar bem dos bispos eméritos”, diz dom Luiz

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14 de abril de 2018

Como já é tradição, um dia da programação das Assembleias Gerais dos bispos brasileiros é dedicado à reflexão sobre os bispos eméritos, aqueles que ao completar 75 anos, conforme prevê o Direito Canônico, apresentam sua carta de renúncia ao papa. Na 56ª Assembleia Geral (AG) o dia dedicado aos eméritos foi o dia 13/04.

As referências começaram logo cedo, na missa matutina celebrada no Santuário de Aparecida (SP) celebrada pelo presidente da Comissão dos Bispos Eméritos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus (AM).

Cabe ao papa, após receber a carta com o pedido de renúncia, aceitá-la ou não. O bispo emérito, lembrou dom Luiz Soares, em Coletiva de Imprensa, durante a 56ª AG, continua sendo bispo mas sem o governo de uma diocese. “Cada bispo ao tornar-se emérito escolhe onde quer passar o entardecer de sua vida”, disse.

Embora os bispos também não são considerados mais membros da CNBB após tornarem-se eméritos, são convidados para participarem dos espaços de comunhão da Igreja no Brasil, como as assembleias. Um gesto de carinho da Igreja no Brasil, para dom Luiz, foi a criação de uma Comissão Especial para os Bispos Eméritos, à qual preside.

Para o presidente da Comissão dos Eméritos disse que a Igreja precisa cuidar bem de seus idosos ao contrário do que acontece com as pessoas que vão envelhecendo em nosso país. “A situação dos idosos no Brasil é precária”, disse. A previsão é que o número de eméritos no Brasil salte dos atuais 173 para cerca de 200 fato que aponta para a necessidade de um olhar especial para esta realidade segundo dom Luiz.

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Dom Odelir: “O Igrejas Irmãs é ação de sensibilidade com as dioceses que mais precisam”

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14 de abril de 2018

Durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira (13), no terceiro dia da 56ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo de Chapecó e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária, dom Odelir José Magri, falou à imprensa sobre o projeto ‘Igrejas Irmãs’ e a ‘Ação Missionária’ da Igreja no Brasil. Segundo o bispo, as realidades das dioceses brasileiras são muito diferentes, sobretudo as da regiões da amazônia e nordeste que sofrem por falta de recursos materiais e humanos fazendo necessária uma maior ação da Igreja.

“O projeto Igrejas Irmãs é uma ação de sensibilidade com as dioceses que mais precisam de ajuda. Essa é uma iniciativa que a Igreja traz no coração, pois ela é por natureza missionária. Na atualidade o projeto Igrejas Irmãs ganha novas dimensões a partir da necessidade de retomar o esforço da solidariedade e comunhão”, relatou dom Odelir. O bispo declarou ainda que “a experiência do projeto se alargou além da cooperação entre as dioceses brasileiras. Outros países como Moçambique, Guiné-Bissau, Costa do Marfim e Haiti também recebem essa colaboração”.

Histórico – O projeto Igrejas Irmãs surgiu em 1972 quando a CNBB passou a refletir as dificuldades relatadas por alguns bispos e mais de 40 dioceses se propuseram a ajudar mais de perto essas realidades. No início, o projeto focava as igrejas da amazônia e nordeste que apresentavam necessidades mais desafiadoras. Quinze anos após o lançamento da iniciativa, mais de 100 dioceses do Brasil eram atendidas pela iniciativa recebendo padres, religiosos e leigos.

Em novembro 2016, por uma solicitação da CNBB, foi realizado um encontro em Belém (PA), com mais cem participantes, para avaliar a caminhada do projeto que ultrapassava 40 anos de atividades. O encontro também foi um espaço para renovar o espírito missionário do projeto que ainda hoje continua urgente.

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Cardeal Damasceno fala de revisão do Estatuto Canônico da CNBB

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14 de abril de 2018

O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), falou sobre a atualização dos Estatuto Canônico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante a coletiva do terceiro dia da 56ª Assembleia Geral da entidade, na tarde desta sexta-feira, 13, em Aparecida.

Dom Raymundo explicou aos jornalistas que o Estatuto em vigor foi aprovado em 2001 e promulgado no ano seguinte. Em 2015, atendendo ao pedido dos bispos, a presidência da CNBB nomeou uma comissão para a reforma do documento, presidida pelo Cardeal.

Também fazem parte da comissão Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG), dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA) e Dom Genival Saraiva de França, bispo emérito de Palmares (PE), além de peritos em direito canônico.

“Eu não chamaria de uma reforma, porque ela não é tão profunda, mas uma revisão dos estatutos, procurando adapta-los às novas exigências que se fazem necessárias”, destacou Dom Raymundo.

A proposta de revisão do Estatuto foi apresentada à assembleia prevê reforçar as competências do Conselho Permanente da CNBB, com o objetivo de não sobrecarregar a pauta das assembleias gerais. “Nossa pauta, em geral, é muito extensa e, muitas vezes, nos impede de estarmos juntos mais tempo e isso também é fundamental para um episcopado tão numeroso que tem um único momento de convivência durante o ano”.

De igual modo, a atualização do Estatuto prevê maior valorização do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), que acompanha a caminhada pastoral da Conferência. Outro ponto que será estudado com os participantes da assembleia é o possível aumento de membros da presidência da entidade.

“Esses estatutos, uma vez aprovados, devem ter o reconhecimento da Congregação para os Bispos, da Santa Sé, para que possam ser promulgados pela CNBB”, informou o Cardeal Damasceno.

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Começa hoje o retiro da Assembleia Geral da CNBB

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14 de abril de 2018

O agostiniano recoleto, nascido em Navarra, na Espanha, dom José Luiz Azcona, tem uma história de grande significado para a luta contra o tráfico humano de pessoas e a prostituição infantil, especialmente na Ilha do Marajó, no Pará.

Nomeado bispo por São João Paulo II, em 1987, ele permaneceu na prelazia marajoara até a renúncia ao governo pastoral, em 2016. Dom Azcona está entre as pessoas ameaçadas de morte na região Norte. Esta realidade marca a sua espiritualidade. E é parte desta experiência de compromisso que ele vai compartilhar no retiro ao episcopado brasileiro que tem início neste sábado e se desdobra até o domingo.

“Às vezes falamos de cristo como a nossa paixão mas muitas vezes ocultamos e deixamos na sombra a sua identidade como crucificado”, disse. A identidade de Cristo, ao qual queremos seguir, disse dom Azcona, é marcada pelas chagas.

O bispo emérito informou que a temática do retiro dos bispos será a mesma do último documento do papa, lançado esta semana, a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”, na qual o pontífice quer “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos, desafios e oportunidades”.

“Aprofundaremos os desafios de sermos santos no mundo de hoje, dirigido com precisão à nossa realidade de bispos do Brasil”, disse. Para o religioso, as raízes da santidade e, portanto, do bispo hoje sempre estão na sua condição primeira de cristão. O bispo emérito afirma que é necessário chegar à identidade de cristão para ser missionário.

Sobre a sua vocação ao sacerdócio ele diz: “Deus foi muito misericordioso comigo. Eu fiz a experiência da graça de Cristo. Estive entre aqueles que denuncia o papa Francisco como ‘pelagianos’ e ‘voluntaristas’, e Deus me colocou nos trilhos da sua Graça e de seu Evangelho”, disse. E foi o seu sim que marcou sua opção missionária, especialmente quando atendeu a um pedido de seu provincial para vir ao Brasil. Desde então, segundo ele próprio diz, vem rompendo muitas barreiras, entre elas a cultural.

O retiro do episcopado brasileiro tem início às 15h30 do sábado, e termina às 11h30 do domingo, com uma missa no Santuário Nacional de Aparecida.

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Clero e leigos testemunham o Evangelho

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14 de abril de 2018

No segundo meeting point realizado durante a 56a Assembleia Geral da CNBB, na sexta-feira, 13, em Aparecida (SP), Dom Severino Clasem, Bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, e Marilza Schuina, Presidente do Conselho Nacional de Leigos da CNBB, falaram sobre o Ano Nacional do Laicato.

Dom Severino afirmou que, no momento em que vive a Igreja, falar em protagonismo dos leigos significa convidá-los a testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo e assim, redescobrir a pessoa de Jesus de Nazaré. “A grande maravilha que a Igreja cada vez mais está querendo destacar e evidenciar é o protagonismo dos cristãos leigos e leigas como sujeitos na evangelização”, disse.

O Bispo apontou três documentos da CNBB que falam sobre a presença dos leigos: os documento 100, 105 e 107. Ele enfatizou que, nestes documentos, o leigo é apresentado como fundamental na vida da Igreja e na sociedade de forma geral.

Marilza Schuina, por sua vez, recordou uma passagem do documento 105: “A realidade eclesial, pastoral e social dos tempos atuais se torna também um forte apelo à uma avalização, aprofundamento e abertura do ano do laicato”.

Ela falou sobre os objetivos do Ano Nacional do Laicato, que são: “confirmar a eclesiologia de Povo de Deus” e “aprofundar a identidade, vocação, a espiritualidade e a missão dos Cristãos e Leigos”.

Marilza recordou os eventos que acontecerão durante o ano. Os seminários em grande parte dos regionais da CNBB; a semana missionária, que acontecerá de 22 a 29 de julho, e a Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, que será realizada em Aparecida (SP), de 22 a 25 de novembro.

 

Na Arquidiocese de São Paulo

Na Arquidiocese de São Paulo, a Comissão para o Ano do Laicato também está preparando eventos e trabalhando para que os leigos se envolvam sempre mais com as atividades eclesiais, bem como assumam sua missão de ser “sal e luz” no mundo.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Marcelo Cypriano Motta, membro da Comissão formada para o Ano Nacional do Laicato na Arquidiocese, destacou que “o leigo precisa ser acompanhado principalmente na ação do Espírito que age nele e que o impele para realizar-se na Igreja de Cristo”.

“Amar a Igreja é o dom e, ao mesmo tempo, um critério do cristão, como ensinou Santo Agostinho, nesta sentença que pode ser lida no documento conciliar sobre a Formação dos Sacerdotes, o Decreto Optatam totius, 8: ‘Na medida em que alguém ama a Igreja de Cristo, nesta mesma medida possui o Espírito Santo’”, recordou Marcelo Cypriano.

(Colaborou: Jenniffer Silva)

 

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