Cerimônia de entrega dos Prêmios de Comunicação da CNBB foi realizada em Aparecida (SP)

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26 de julho de 2018

A produção foi confiada à TV Aparecida que montou um belo espetáculo. A produção de programas importantes da emissora se ocupou do roteiro, do cenário, dos apresentadores e da direção do programa. A assessoria da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB acompanhou com as informações que recebeu dos inscritos e dos jurados. No fim, aconteceu uma festa cheia de brilho e alegria. Excetuando as redes Canção Nova, Nazaré e Rede Vida de Televisão, as emissoras de inspiração católica do Brasil transmitiram a cerimônia.

Programa e ganhadores

Dom Darci Jose Nicioli, arcebispo de Diamantina (MG), Administrador Apostólico de Guanhães (MG) e presidente da Comissão de Comunicação da CNBB fez a abertura oficial em nome da presidência da Conferência. Em seguida, os apresentadores Marcelo Zanini e Yvy Leão apresentaram os finalistas e ganhadores das categorias reportagem e documentário do prêmio de TV, “Clara de Assis”. Uma reportagem a respeito conflitos agrários feita por Fabiano Vilella dos Santos da TV Liberal, de Belém (PA) recebeu a primeira estatueta e o documentário “Marcados pelo Sol”, da TV Brasil, feito por Manuela de Castro Oliveira, de Brasília (DF) ganhou o segundo prêmio da noite.

No segundo bloco, foram entregues as estatuetas em forma de báculo episcopal do prêmio de Imprensa, “Dom Hélder Câmara” e uma primeira categoria do prêmio de Cinema, “Margarida de Prata”. Por ter enfrentado problemas com o tráfego aéreo, a jornalista Ângela Bastos, do jornal Diário Catarinense, de Florianópolis (SC) enviou um vídeo emocionante falando de sua reportagem multimídia sobre a violência contra a mulher que vive no campo do seu estado. Subiu ao palco para receber como vencedor na categoria revista, o jornalista Paulo Pimenta, da revista GPS, de Brasília, pela matéria que trata da vida contemplativa das carmelitas, “Porta do céu”. Depois de uma representação no palco de uma cena do filme “Cantando na chuva”, de 1952, foi entregue o prêmio “Margarida de Prata” na categoria de curta-metragem ao P. Cireneu Kuhn da Verbo Filmes pelo filme “Kiwxi. Memória, Martírio e Missão de Vicente Cañas”.

O terceiro bloco do programa que transmitiu a cerimônia de entrega dos Prêmios de Comunicação da CNBB foi ocupado com uma apresentação da cantora Ziza Fernandes e a entrega da última categoria do prêmio de cinema e das três categorias do prêmio de internet, “Dom Luciano Mendes de Almeida”. O primeiro vencedor que subiu ao palco montado nos estúdios da TV Aparecida foi o cineasta Vicente Duque Estradapara receber o prêmio “Margarida de Prata”, na categoria longa-metragem pelo filme “Marcos Medeiros – Codinome Vampiro”. Na categoria Portal, sites e portais, do prêmio de internet, o vencedor foi Alexandre Francisco Batista, de Recife (PE), pelo site da “webradio Coração de Mãe”. Raphael luís freire silva, da arquidiocese de são sebastião do rio de janeiro, ganhou na categoria iniciativas em redes sociais com o seu “agito cultural” na webtv Redentor.

No último bloco, Dr. Nelson Arns, da Pastoral da Criança, recebeu o prêmio de internet na categoria de aplicativos pelo trabalho feito com o aplicativo “Visita domiciliar”. Para encerrar, o programa apresentou os vencedores do prêmio de Rádio “Microfone de Prata”. Como programa jornalístico, ganhou João Djane Assunção da Silva com o audiodocumentário “Um pé de Coaçu. Meu lugar é minha história”. Na categoria de programa religioso, a vencedora foi Ariane Caroline de Campos, da Rádio Aparecida, com o seu “Conto de Natal”. E o último ganhador a se apresentar foi Adriano Barbiero, da Rádio 9 de julho, de São Paulo, com o seu programa “Acorda Brasil”.

Menções Honrosas

Em todos os blocos, os telespectadores foram incentivados a conhecer os 12 ganhadores das Menções Honrosas, escolhidas em votação pela Internet em galerias de vídeos no Facebook e Instagram: “Margarida de Prata”: Cireneu Kuhn, por “Kiwxi. Memória, Martírio e Missão de Vicente Cañas” e Geizom Sokacheski e TV Evangelizar por “Em busca do sagrado”. As Menções de “Microfone de Prata”: João Djane Assunção da Silva por “Um pé de Coaçu. Meu lugar é minha história”; Frei Mário Sergio, por “Conhecendo os Salmos, da Rádio Excelsior, de Salvador (BA) e “Acorda Brasil”, da Rádio 9 de julho. “Clara de Assis”: Marcus Gouveia, da TV PUCGoiás, pela série de reportagens”Caminhos da fé” e Leandro Miranda de Sena, da TV Aparecida, pelo documentário “Negro no Brasil”. “Dom Helder Câmara”: Ângela Bastos, do jornal Diário Catarinense, por “Sozinhas” e Cacilda Medeiros, da Arquidiocese de Natal (RN) pela revista “A Ordem”. E, por fim, as Menções Honrosas do Prêmio “Dom Luciano Mendes de Almeida”: Alexandre Batista, pelo site da “webradio Coração de Mãe”; Geizom Sokacheski, da TV Evangelizar, pelo canal Youtube “P. Reginaldo Manzoti” e Elaine Mara Goes Franco, pelo aplicativo “OSID”, das Obras de Irmã Dulce, na Bahia.

Produção

A parte musical contou com a Banda Palace, que tem como uma das vocalistas a cantora Cecília Militão. Durante a cerimônia de premiação, dom Darci José Nicioli falou sobre a iniciativa do evento ao Portal a12.com: “O que vamos ver neste programa é uma demonstração concreta de respeito e de afeto da Igreja no Brasil para com todos os comunicadores deste País“. A direção geral do programa que mostrou a cerimônia de entrega dos prêmios da CNBB foi de Felipe Pontes.

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Presidência do Regional Sul 1 se reúne para preparar Assembleia das Igrejas

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03 de julho de 2018

Em outubro de 2018, acontecerá, em Roma, o XV Sínodo Ordinário dos Bispos, convocado por Papa Francisco, com o tema Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. O Sínodo é uma propícia oportunidade para ver e conhecer a realidade juvenil, ouvir seus clamores, inquietações, sugestões, esperanças e tornar realidade o apelo de conversão pastoral, com vistas a uma pastoral missionária e uma Igreja ‘em saída’, que seja sal da terra, luz do mundo e sinal do Reino de Deus.

Com este espirito, a presidência do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniu, na manhã desta segunda-feira (02/07), na sede do Regional, em São Paulo, para preparar a próxima Assembleia das Igrejas Particulares, que acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de outubro, em Itaici, Município de Indaiatuba – SP. O tema será: “Evangelização da Juventude: os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Os pontos abordados na reunião foram: programação da Assembleia, escolha de assessores, convidados, materiais e outros assuntos.

Participaram da reunião: os bispos da presidência – Dom Pedro Luiz Stringhini, Dom Edmilson Amador Caetano e Dom Julio Endi Akamine -, Dom Antonio Emídio Vilar (bispo de São João da Boa Vista e referencial do Setor Juventude do Regional), Pe. Reginaldo Martins da Silva (assessor da Juventude do Regional); o secretário executivo do Regional, padre João Carlos Deschamps; o secretário administrativo do Regional, Diácono Domingues.

Segundo o padre Reginaldo, jovens de diversas expressões juvenis do Regional, que compõem o Setor da Juventude, serão convidados para participar da assembleia. Ressaltou que é o momento de ouvi-los. De fato, está sendo previsto um painel em que diversos deles vão narrar à assembleia as experiências de seus respectivos grupos.

Ainda de acordo com padre Reginaldo, “serão preparados subsídios para leitura e o maior envolvimento possível no processo preparatório da Assembleia”.

Foi agendada uma próxima reunião para o dia 31 de agosto, sexta-feira, às 9h, no mesmo local.

Da Assembleia das Igrejas participam os arcebispos e bispos, os padres coordenadores de pastoral e três leigos de cada diocese, dentre os quais, aconselha-se que, pelo menos um, seja jovem. Participam também representantes de Pastorais e Organismos do Regional.

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Regionais da CNBB promovem iniciativas em vista das eleições gerais deste ano

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03 de julho de 2018

A Igreja no Brasil está atenta à realidade brasileira e deseja contribuir mais uma vez na conscientização do povo brasileiro por ocasião das eleições gerais deste ano. “Olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos”, afirmam os bispos na mensagem “Compromisso e esperança”, divulgada na 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em abril.

A atual situação do País, segundo o episcopado, exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum. É neste contexto que dioceses e regionais da CNBB mobilizam-se para contribuir no processo eleitoral.

O regional Sul 2 da CNBB, que compreende o estado do Paraná, montou uma cartilha na qual dá destaque à esperança, revalorizando a política. Construída com o apoio da Presidência da CNBB e com a participação do assessor político da Conferência, padre Paulo Renato de Campos, é um subsídio destinado a eleitores e candidatos, a grupos, comunidades e meios de comunicação.

O arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, explica que a cartilha já uma tradição no regional e neste ao teve o pedido para que fosse fornecida para todos os regionais do país.

“O objetivo é exatamente produzir cada vez mais consciência de bons eleitores no nosso povo para que, de fato, nesse momento difícil que também nós vivemos aqui no nosso país, a gente possa dar uma orientação a partir da fé, apartidária, naturalmente, mas que possa nos ajudar a elegermos bem, a votarmos bem, a termos de fato consciência de que o nosso voto possa colaborar com os rumos que estamos dando para nossa sociedade brasileira”.

O material, disponível aqui, está dividido em quatro partes: Preocupações, que aborda a realidade, a crise ética, as ameaças à democracia, a corrupção e os sinais de esperança; Igreja e as Eleições, com palavras do papa Francisco, as cartilhas e debates produzidos pela Igreja, a Lei da Ficha Limpa e o incentivo aos leigos e leigas na vida pública; Eleições 2018 e alterações na Lei Eleitoral; e Corresponsabilidade pelo Brasil, capítulo com diversas orientações para antes e depois do voto.

Reprodução/CNBB Leste 2Leste 2
Em Minas Gerais, representantes das Províncias Eclesiásticas de Belo Horizonte, Diamantina e Mariana planejaram ações com o objetivo de contribuir para a formação cidadã, visando o processo eleitoral. Serão elaborados materiais audiovisuais, que serão disponibilizados para todas as comunidades de fé e meios de comunicação, comprometidos com a qualificação da democracia no Brasil.

Integram o conjunto de produções audiovisuais a série de vídeos produzidos pelo Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, instituição da arquidiocese de Belo Horizonte, além de pequenos vídeos e programas radiofônicos planejados pela Rede Catedral de Comunicação Católica – TV Horizonte e Rádio América.

De acordo com a arquidiocese de Belo Horizonte, as produções podem ser exibidas livremente, inclusive nas redes sociais. Os vídeos e áudios ficarão disponíveis no site da arquidiocese da capital mineira.

O bispo de Divinópolis (MG), dom José Carlos de Souza Campos, explica que as produções serão dedicadas a temas importantes para o qualificado exercício da cidadania, como democracia, o voto e as suas consequências, o perfil dos candidatos, os perigos das fake news (notícias falsas), elementos de Doutrina Social da Igreja e palavras do Papa Francisco.

“Sabemos que muitas (arqui)dioceses vão produzir cartilhas e mídias próprias. Isso é bom e importante. Precisamos somar nossas forças para fazer com que a política torne-se um efetivo exercício da ampla caridade, priorizando as necessidades dos mais pobres, de quem vive nas periferias geográficas e existenciais”, escreveu em uma carta.

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Dom Airton toma posse como arcebispo de Mariana

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26 de junho de 2018

“Bendito o que vem em nome do Senhor”, Dom Airton José dos Santos ocupou a Catedral Episcopal da primeira diocese de Minas Gerais nesse sábado, 23 de junho, tornando-se o sexto arcebispo da arquidiocese de Mariana.

Foi em clima de festa e alegria que centenas de padres, seminaristas e bispos saíram em procissão do Santuário de Nossa Senhora do Carmo até a Catedral de Nossa Senhora da Assunção, onde dom Airton foi recebido pelo vigário geral da arquidiocese, monsenhor Celso Murilo Souza.

Durante o rito da posse canônica, o administrador apostólico da arquidiocese, dom Geraldo Lyrio Rocha, que encerrou sua função na ocasião, deu boas-vindas e saudou Dom Airton. “Esta Arquidiocese, com suas 135 paróquias distribuídas pelos 79 municípios compreendidos por esta circunscrição eclesiástica, abre suas portas para acolhê-lo como seu novo pastor. Sabemos que a aceitação deste encargo é motivado pelo seu lema episcopal: “Que eu faça, ó Deus, a tua vontade”. Esta foi sua atitude ao aceitar a escolha para o ministério episcopal, como bispo auxiliar da Diocese de Santo André. Assim foi também quando assumiu a Diocese de Mogi das Cruzes. Do mesmo modo quando o Santo Padre o designou Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Campinas. De fato, na vida, o que importa é fazer a vontade de Deus, seguindo as pegadas do Mestre: "Eu vim não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”, disse.

Após o rito, dom Airton presidiu, na Praça da Sé, uma missa, que foi concelebrada por dom Geraldo e pelo presidente do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Paulo Mendes Peixoto. Em sua primeira homilia, o novo arcebispo ressaltou a riqueza da arquidiocese de Mariana.

“A arquidiocese de Mariana tem uma história muito rica, em todos os sentidos. Mas a história desta Igreja particular não é uma história feita apenas de momentos, mas é uma história feita de pessoas. Ai se não existisse as pessoas que existiram antes de nós. Ai se nós não pudéssemos contar com o dinamismo, com a certeza e com o valor que tem os irmãos e irmãs que nos antecederam. Eles continuam presentes nesta Igreja. Homens e mulheres que deram suas vidas para que a fé fosse pura, transparente, objetiva, direta para realizar a vontade de Deus no meio do seu povo”, ressaltou o arcebispo.

Dom Airton citou, também, o exemplo deixando por Dom Luciano e Dom Viçoso. “Nós nos alegramos imensamente porque Deus derramou as suas bênçãos sobre está Igreja particular suscitando nela seus filhos, pessoas que hoje nós olhamos com louvor, olhamos com atenção. Temos duas pessoas que estão mais próximas de nós e nos inspiram. Temos o Servo de Deus Dom Luciano, depois aquele que está um pouco lá atrás, Dom Viçoso, mas, dentre eles nós temos padres, leigos, homens e mulheres que viveram profundamente a sua fé e que nós fazemos ressaltar”, disse.

Milhares de fiéis, vindo das várias paróquias da arquidiocese, e autoridades acompanharam a celebração. Para Marcela Coelho, da cidade de Paiva, na Região Sul, acompanhar a posse de Dom Airton foi motivo de festa. “Da minha cidade veio um grupo de pessoas e nós viajamos cinco horas para participar da posse. Estamos muito felizes e com muita esperança de Dom Airton ser um pastor acolhedor, que vai conduzir bem o seu povo. Estamos rezando por ele”, disse.

No final da celebração, o presidente do Regional Leste 2, dom Paulo, agradeceu a dom Geraldo por seu serviço e saudou dom Airton. “Agradeço Dom Geraldo, não só pelo trabalho prestado nesta arquidiocese, mas, por tudo aquilo que ele pode contribuir com nosso Regional Leste 2. Sabemos que as contribuições do senhor foram muito enriquecedoras e sempre deram muita segurança para o nosso regional. E a segunda palavra, dirigida a dom Airton. Nós já somos conhecidos de muito tempo, porque também atuei durante seis anos no regional Sul 1. Agora estamos no Regional Leste 2, são 32 dioceses, 8 províncias eclesiásticas, em nome do nosso episcopado quero dar boas-vidas ao senhor. Que toda aquela contribuição que a gente sentia de sua parte no Regional Sul 1, quando a gente lá estava, que ela possa continuar aqui no Leste 2. Tenho certeza que nós seremos muito enriquecidos com a sua presença”, ressaltou Dom Paulo.

 

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Caminhos para a cultura do encontro são sinalizados no Seminário Internacional de Migrações e Refúgio

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15 de junho de 2018

“Sou neto de um homem que nasceu na China, sua mãe viúva, não tinha condições de criá-lo, deu a um tio comerciante que vivia nas Filipinas. O menino migrou e começou uma nova vida, casou-se e teve nove filhos, a terceira é a minha mãe. Eu também carrego o DNA de migrantes em meu sangue. Estou seguro que você também”, enfatizou emocionado o cardeal Luis Antonio Tagle, de Manila, Filipinas e presidente da Cáritas Internacional, ao participar do Seminário Internacional de Migrações e Refúgio, com o tema: “Caminhos para a cultura do encontro”, entre os dias 12 a 14 de junho de 2018, em Brasília (DF).

Participaram do Seminário migrantes e refugiados que vivem no Brasil, representando cerca 50 países, agentes Cáritas, Igrejas Cristãs, denominações religiosas, agentes de pastoral, agências de cooperação e governos, num total de 200 pessoas.

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha participou da mesa de abertura do seminário. O secretário-geral da entidade, dom Leonardo Ulrich Steiner, participou da coletiva de imprensa e ressaltou a importância das comunidades, famílias e cristãos colocarem-se numa atitude de abertura para acolher os migrantes e refugiados que chegam ao Brasil. “Quase todos nós somos descendentes de imigrantes, quase todos nós somos descendentes daqueles que chegaram e tiveram de começar do zero, tiveram de lutar, quantos pereceram… Somos dessa descendência. Somos todos irmãos em Cristo e queremos acolher todos”, reforçou dom Leonardo que também lembrou de sua ancestralidade alemã.

Mayra Alejandra Figura de Ortiz, venezuelana que vive no Brasil desde 2014, já conseguiu o visto permanente no país.  Emocionada contou que a fé em Deus e o espírito de solidariedade a fortalecem. Mayra trabalha como voluntária na Pastoral do Migrante em Boa Vista (RR) ajudando seus compatriotas que chegam aos milhares no estado de Roraima. “A fé em Deus nos faz confiar, a ter esperança! Por isso, eu também ajudo outras pessoas, porque sei que necessitam de uma palavra de ânimo e incentivo. Às vezes precisam somente de um cafezinho, um pão, um leite”, relatou Mayra. Ela recorda que diversas vezes deu a última comida que tinha na geladeira, com a confiança que alguém ofereceria alguma coisa no dia seguinte à sua família. Mayra vibra, o filho mais velho conseguiu trabalho numa mercearia, recebe R$ 600 reais por mês, única renda fixa mensal da família. Com esse valor conseguem pagar o aluguel e sobra R$ 200 reais para as demais despesas da família. O esposo chegou há seis meses ao Brasil, ainda está desempregado.

A diversidade cultural e religiosa dos vários países representados pelos migrantes e refugiados, no Seminário, também foram tema de debate e partilhas. O cardeal Tagle destacou que é preciso crescer na inteligência cultural e inter-religiosa, assunto pouco dialogado na Igreja, segundo o cardeal. “A cultura é como uma segunda natureza. Agimos de acordo com a nossa cultura que é uma forma de a gente se expressar. Se eu não entender a cultura da outra pessoa, o mistério dela, vou começar a agir de modo suspeito, vou ter medo dela”, reforçou dom Tagle, que ainda disse que reza e espera que nas comunidades de fé as pessoas desenvolvam o interesse por estudar a aprender das diversas culturas que os migrantes trazem para assim construir pontes e não muros que promovem separação.

O presidente da Associação Comunidade de Ganeses de Criciúma (SC), Salihu Larry, partilhou que uma das maiores dificuldades que encontrou ao chegar no Brasil, foi o preconceito religioso e com as expressões culturais de seu pais, Gana, África Ocidental. “Nós somos seres humanos, cada um de nós tem direito de pertencer a religião que escolher. Eu sou islâmico, a forma de expressar e viver a minha fé não pode ser uma barreira que separa a gente. Temos de nos unir como família humana. A verdade é essa: temos de tratar uns aos outros como seres humanos”, enfatizou.

No decorrer do Seminário os temas abordados para fortalecer a cultura do encontro permearam desde os direitos humanos; dialogo com organismos internacionais e governos; a questão da legislação brasileira para o migrante e refugiado; o protagonismo e empoderamento dos migrantes e refugiados; as práticas bem sucedidas de acolhida e integração no Brasil; a vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens migrantes; a intolerância que gera violência e xenofobia; a crise humanitária no mundo e as práticas de solidariedade da humanidade, todas essas discussões, permeadas com diversidade cultural,  manifestou-se nas músicas, comidas, o colorido das roupas, sobretudo, nos diálogos e pontes estabelecidas a partir das convivências.

“Precisamos tratar a migração pensando aos sujeitos, não às consequências e aos medos de alguns ou as irresponsabilidades administrativas de outros. A chegada dessas pessoas mexe. Mexe porque são diferentes. Mexe porque tem outro modo de conceber a vida, de tratar os problemas, de cuidar dos valores, de tratar a família, de cultivar a amizades, de se virar na hora da prova. Essas pessoas que chegam enriquecem, não só porque trazem uma riqueza, mas porque ativam processos, obrigam a gente a perceber que outros estão em necessidades. Obrigam a gente perceber que a comunidade não é nivelamento, todo mundo igual, nas mesmas condições. Ajuda a perceber que o Brasil também tem diferenças, sobretudo sociais e raciais que são feridas abertas. Mas também outras diferenças, e tendo que nos abrir e relacionar com o migrante a gente acaba ficando aberto e tratando com mais misericórdia, mas sabedoria, mais flexibilidade mental e de coração, de recursos e de portas mais abertas com as outras pessoas que representam exclusão e forma de alteridade na comunidade. Então nesse sentido os migrantes são oportunidades. Nos tiram de nosso pedestal de nação católica nos obrigando a perceber que Deus fala com outros também, de outras formas, prescindindo da gente”, lembrou Carmem Lussi, assessora do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM).

Rede de Comunicação da Cáritas Brasileira

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Dom Pedro Stringhini é o novo Presidente do Regional Sul 1

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07 de junho de 2018

Os bispos do Estado de São Paulo continuam os trabalhos da 81ª Assembleia que acontece no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP). A tarde desta quarta-feira, dia 6, foi marcada pela eleição de dois novos membros da presidência do Regional Sul 1.

Após sessão privada, os bispos escolheram o bispo diocesano de Mogi das Cruzes, Dom Pedro Luiz Stringhini, como o novo Presidente do Regional, e Dom Edmilson Amador Caetano, bispo diocesano de Guarulhos, foi eleito como o novo Vice-presidente. Ambos atuarão junto com o Arcebispo de Sorocaba, Dom Julio Endi Akamine, Secretário-geral do Regional.

Por ocasião da transferência do então Presidente, Dom Airton José dos Santos, para a Arquidiocese de Mariana (MG), a atual equipe conduzirá os trabalhos do Regional Sul 1 até o mês de junho de 2019, quando acontecerá a próxima eleição.

O NOVO PRESIDENTE

Dom Pedro Luiz Stringhini é natural de Laranjal Paulista. Ordenado sacerdote em São Paulo, no dia 9 de agosto de 1980, foi ordenado bispo aos 10 de março de 2001, também em São Paulo, com o lema “Em resposta a tua Palavra” (Lc 5, 5). Após atuar como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e bispo de Franca, desde o dia 24 de novembro de 2012, é bispo diocesano de Mogi das Cruzes.

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Para falar sobre Violência, Diocese promove encontro entre Bispo e autoridades

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22 de mai de 2018

 Em evento realizado na manhã desta segunda-feira 14 de maio, na Cúria Diocesana de Jundiaí (SP), o Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa, acolheu autoridades civis e militares dos 11 municípios que formam a Diocese de Jundiaí (Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva, Jundiaí, Louveira, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea Paulista).   O encontro teve por proposta a abordagem de temáticas atuais e de interesse geral, com enfoque para a violência, acompanhando a Campanha da Fraternidade 2018, que teve por tema “Fraternidade e Superação da Violência” e lema “ Vós sois todos irmãos”, tirada do Evangelho de Mateus, Capítulo 23, Versículo 8.

Para Dom Vicente, a realidade atual das cidades é de muita violência de todos os tipos e diante deste quadro, o Bispo disse que é preciso estar presente na vida das pessoas, não só com a proposta, mas com atitudes de solidariedade.

O tráfico de drogas é o grande vilão e desencadeador dos demais tipos de violência, apontaram os Secretários Municipais de Segurança Pública de nove das 11 cidades diocesanas, presentes na reunião; apenas as cidades de Louveira e Pirapora do Bom Jesus não enviaram representantes.

Diante da realidade apresentada deputados, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais concordaram que as ações devem passar pela mudança de hábitos e mentalidade pessoal e coletiva, a partir da educação e por ações preventivas. Sobre esse aspecto, a Igreja de Jundiaí recebeu elogios pela iniciativa, abrindo espaço para que o assunto se torne conhecido e possa ser compartilhado, com o objetivo de encontrar soluções.

Pela Diocese de Jundiaí falou o padre Silvio Andrei Rodrigues, assessor diocesano da Pastoral Fé e Política e do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) – Núcleo Diocesano / Conselho Diocesano de Leigos (CDL).   O presbítero destacou a contribuição da Igreja nas reflexões e ações a partir da Campanha da Fraternidade, anualmente desenvolvida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Tempo da Quaresma, desde 1962.

Como ação concreta, os presentes elencaram algumas iniciativas entre as quais foram definidas a criação de um Banco de Boas Práticas, que nada mais é que o registro e a partilha de ações exitosas desenvolvidas nas cidades, para que haja cooperação entre essas cidades. E a realização de um segundo Encontro, a ser preparado pela Pastoral Fé e Política, Conselho Diocesano de Leigos e três representantes do poder público, a saber: o Vice-Prefeito de Itu Caio Gaiane, o Prefeito de Salto José Geraldo Garcia, e o Diretor de Segurança da cidade de Cajamar Otávio Thomaz. O encontro ainda não tem data marcada.

Para além dessas ações, em 26 de novembro, como acontece desde 2010, Dom Vicente terá novo encontro com as autoridades políticas. O tema proposto foi “Saúde Pública”.

(Com informações da diocese de Jundiaí, SP)

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Relator Geral do Sínodo, presidente da CNBB, participa de reunião com o Papa

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09 de mai de 2018

Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, é Relator Geral dos Sínodo dos Bispos e esteve no Vaticano nos dias 7 e 8 de maio, quando foi realizada a quarta reunião do XIV Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, presidida pelo Papa Francisco. Na reunião, foi discutido e aprovado o Documento de Trabalho (Instrumentum laboris) para o Sínodo dos Jovens, marcado para outubro de 2018.

O Documento foi elaborado em conjunto com um grupo de especialistas que recolheram material de cinco fontes: as respostas ao questionário aos jovens e aos vários organismos estabelecidos; as atas do Seminário sobre a situação juvenil realizado em 2017, as observações livres recebidas de pessoas e grupos; e o Documento final da reunião pré-sinodal de março passado, no Vaticano.

Ao site Vatican News, o presidente da CNBB, fez um depoimento em vídeo no qual fez um rápido relato do encontro: “Nós estamos terminando a reunião do Conselho da Reunião da secretaria do Sínodo com um sentimento muito grande de agradecimento a Deus e a todos os que estão colaborando com na redação do Instrumentum Laboris. Mas, ao mesmo tempo, juntamente com a ação de graças, com a gratidão está a nossa esperança. Creio que olhamos para o caminho que temos pela frente com muita esperança. A esperança de continuar a caminhar juntos, contando, sobretudo, com a presença da juventude”.

PRESENÇA DO PAPA

No início do encontro, o Secretário Geral, Card. Lorenzo Baldisseri, agradeceu o Papa pela presença e ilustrou o percurso de preparação da XV Assembleia, cujo tema será “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Dom Sergio afirmou que “o Papa Francisco tem estado sempre muito próximo do Conselho da Secretaria, na verdade é ele quem preside todo o tempo de reunião da própria Secretaria do Sínodo, do Conselho. Ele tem nos estimulado a, cada vez, dialogar com a juventude procurando ter essa atitude de escuta e de acolhida de suas propostas, seus valores, suas aspirações de modo a evangelizar a juventude contando com os próprios jovens”.

RUMO AO SÍNODO

Dom Sergio gravou o vídeo para o Vatican News tendo ao fundo a imagem de Nossa Senhora de Lujan, padroeira da Argentina. A festa litúrgica que lembra esse título de Maria é celebrada no dia 8 de maio.

“É com esse sentimento de gratidão, mas também de muita esperança que estamos continuando a nossa caminhada rumo a assembleia sinodal. Em breve, se Deus quiser, nós estaremos recebendo o chamado Instrumentum Laboris, o instrumento de trabalho, que servirá, de modo especial para aqueles que irão participar da própria assembleia sinodal, mas que de alguma maneira produzirá muitos frutos na vida da Igreja”, concluiu.

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CNBB lança mensagem aos trabalhadores e trabalhadoras

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01 de mai de 2018

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta segunda-feira, 30 de abril, a “Mensagem aos Trabalhadores e Trabalhadoras” por ocasião da celebração do Dia do Trabalhador neste 1º de maio.

No documento, a entidade saúda os(as) trabalhadores do Brasil e, baseada na Doutrina Social e no Magistério da Igreja, lembra que o “trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra’.

A mensagem, conclama os católicos e todas as pessoas de boa vontade a vencerem a tentação da indiferença e da omissão e a colocar-se decididamente ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras, assumindo a defesa de seus direitos e de suas justas reivindicações. Leia a íntegra do documento abaixo:

MENSAGEM DA CNBB AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

1º DE MAIO DE 2018

“O clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5,4)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, fiel à sua missão profética, iluminada pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja, saúda os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que celebram o seu dia neste 1º de Maio. “Convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra” (Laborem Exercens, 4), a Igreja coloca-se ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras em sua luta por justiça e dignidade, sobretudo, neste momento de prolongada crise vivida pelo Brasil.

O trabalho não é mercadoria, mas um modo de expressão direta da pessoa humana (cf. Mater et Magistra, 18) que, por meio dele, “deve procurar o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos” (Laborem Exercens, Intr.).

Além disso, recorda-nos o Papa Francisco, o trabalho humano é participação na criação que continua todos os dias, inclusive, graças às mãos, à mente e ao coração dos trabalhadores: “Na terra, há poucas alegrias maiores do que as que sentimos ao trabalhar, assim como há poucas dores maiores do que as do trabalho, quando ele explora, esmaga, humilha e mata” (Gênova, 2017). Com tão grande dignidade, o trabalho humano não pode ser governado por uma economia voltada exclusivamente para o lucro, sacrificando a vida e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Ao Estado compete cuidar para que as relações de trabalho se deem na justiça e na equidade (cf. Mater et Magistra, 21). A solução para a crise, que abate o País, não pode provocar a perda de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Nos projetos políticos e reformas, o bem comum, especialmente dos mais pobres, e a soberania nacional devem estar acima dos interesses particulares, políticos ou econômicos.

Conforme temos insistido em nossos pronunciamentos, solidários com os movimentos sociais, especialmente com as organizações de trabalhadores e trabalhadoras que sofrem com as injustiças, com o desemprego e com as precárias condições de trabalho, reafirmamos seu papel indispensável para o avanço da democracia, apoiamos suas justas reivindicações e os incentivamos a contribuir, em clima de diálogo amplo e manifestações pacíficas, para a edificação da justiça, da fraternidade e da paz no mundo do trabalho, sendo “sal da terra e luz do mundo”, segundo a Palavra de Jesus.

Neste 1º de maio, mais uma vez, conclamamos os católicos e todas as pessoas de boa vontade a vencerem a tentação da indiferença e da omissão, colocando-se decididamente ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras, assumindo a defesa de seus direitos e de suas justas reivindicações.

O Senhor nosso Deus, que “ama a justiça e o direito” (Sl 32,5), nos conceda a graça de construirmos juntos um país verdadeiramente justo e democrático.

São José Operário, cuja memória hoje celebramos, nos acompanhe com seu exemplo e intercessão.

 

Brasília-DF, 30 de abril de 2018

 

Cardeal Sergio da Rocha

Arcebispo de Brasília

Presidente da CNBB

 

Dom Murilo S. Ramos Krieger

Arcebispo de São Salvador da Bahia

Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário-Geral da CNBB

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‘Olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores’

Por
28 de abril de 2018

A 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi concluída na sexta-feira, 20, em Aparecida (SP). Além de aprovar as diretrizes para a formação de presbíteros e a revisão do Estatuto da CNBB, que agora serão submetidas à chancela da Santa Sé, os bispos dirigiram uma mensagem ao povo brasileiro sobre o ano eleitoral e outra aos fiéis católicos sobre a missão da própria Conferência Episcopal na Igreja e na sociedade. 

Na mensagem ao povo brasileiro – “Eleições 2018: compromisso e esperança”, os bispos reconhecem que “ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador”. 

A mensagem cita as palavras do Papa Emérito Bento XVI, na Encíclica Deus Caritas Est – “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”, e do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium : “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor”. A partir destas recomendações, os bispos afirmam: “olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos”.

 

MOMENTO COMPLEXO

Os bispos reconhecem que neste ano eleitoral, “o Brasil vive um ‘momento complexo’”, alimentado por uma “aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política”.

A mensagem reforça a necessidade de se fazer valer as leis como a de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, a chamada “Lei da Ficha Limpa”, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado.

Por fim, os bispos alertam para o cuidado com as fake news (notícias falsas) que se proliferam por ocasião das eleições, “causando graves prejuízos à democracia”. 

Na apresentação da mensagem aos jornalistas, o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB, afirmou que os bispos têm insistido na necessidade de os cristãos católicos participarem mais ativamente da vida política. “E isso exige critérios. A Doutrina Social da Igreja é uma fonte preciosa que os fiéis leigos e leigas necessitam conhecer cada vez mais e que nós queremos pôr em prática cada vez mais, para que jamais seja desvirtuada essa missão própria da Igreja que é evangelizar. Nós precisamos vivenciar a fé não só dentro do templo, na hora das celebrações, mas no dia a dia da sociedade, inclusive nos espaços públicos”, enfatizou o Cardeal da Rocha.

 

 ‘A CNBB NÃO SE IDENTIFICA COM NENHUMA IDEOLOGIA OU PARTIDO POLÍTICO’

A “Mensagem ao Povo de Deus” reafirmou a comunhão do episcopado brasileiro com o Papa Francisco e destacou a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de “politização e polarizações” que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem, inclusive, a CNBB. A mensagem também retoma a natureza e a missão da Conferência na sociedade brasileira. 

“Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. ‘A fé age pela caridade’ (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural”, manifesta a mensagem. 

Partindo da reflexão do Papa Francisco na recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , a mensagem ressalta: “A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano”. 

O episcopado esclarece que, ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho: “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11)”. 

Na conclusão, a mensagem reitera que “a Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos”.

 

SAUDAÇÃO DO PAPA

Na sessão de encerramento da assembleia, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, transmitiu a mensagem do Papa Francisco para a CNBB.  “O Papa os anima neste Ano do Laicato no Brasil a permanecer atentos aos sensus fidei do seu povo, tão generoso e devoto. Ajudando os leigos a viver sempre em sintonia com seus pastores. O protagonismo do chamado a ser cada vez mais uma Igreja em saída, na certeza de que a Mãe Aparecida, cujo aniversário de 40 anos da restauração de sua imagem se está celebrando, não deixará de interceder por quem caminha no Brasil para que possa sempre buscar a restauração dos seus membros. O Papa Francisco, de coração, envia a todos os bispos e suas dioceses do Brasil a bênção apostólica e pede, por favor, que continuem a rezar por ele”, disse o Núncio. 

 

TRABALHO FRATERNO

“Posso dizer que essa Assembleia foi uma das que mais pudemos sentir essa unidade fraterna, essa proximidade afetuosa entre os bispos do Brasil”, afirmou o Cardeal da Rocha.  Ele descreveu o evento como uma “assembleia orante”.

“Aqueles que querem oferecer a sua colaboração para a missão da Igreja no Brasil buscam a luz a sabedoria, a força que vem de Deus, para poderem tomar as decisões acertadas”, acrescentou.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, também ressaltou o clima fraterno, sereno e produtivo da Assembleia. “É a única ocasião durante o ano em que todos os bispos do país podem se encontrar, trocar ideias, partilhar experiências, falar sobre suas dificuldades e angústias, rezar e trabalhar juntos. Só por isso, a Assembleia da CNBB já valeria a pena. Mas ela também é uma expressão importante de colegialidade episcopal e da solicitude de cada bispo por toda a Igreja do Brasil”

 

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