‘O que é um Sínodo?’

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27 de julho de 2017

A palavra sínodo vem da língua grega – quer dizer “caminhar juntos” – e passou a se referir a reuniões especiais em que a Igreja discute assuntos relacionados à fé ou à ação pastoral. O sínodo é uma prática antiga: sempre que era preciso debater um assunto importante e de grande interesse, os bispos se reuniam num mesmo lugar até chegarem a uma conclusão, e a partir daí todos passavam a “caminhar juntos”.

 

Um sínodo pode ser realizado por uma diocese ou, de forma mais ampla, por uma região, província ou país. No entanto, foi a partir do Concílio Vaticano II que a prática de realizar sínodos foi retomada com um novo vigor; por isso, muitas dioceses em todo o mundo começaram a realizar sínodos para traçar os rumos das igrejas particulares. Em sua essência, o sínodo é uma expressão de comunhão e de fé, e a sua convocação depende sempre do bispo diocesano.

 

“Deste modo, o sínodo é, ‘no seu contexto e de maneira inseparável, ato de governo episcopal e evento de comunhão, exprimindo assim aquela índole de comunhão hierárquica que é própria da natureza da Igreja’. O Povo de Deus, de fato, não é um agregado informe de discípulos de Cristo, mas uma comunidade sacerdotal, organicamente estruturada desde a origem, conforme a vontade do seu Fundador, presidido em cada diocese pelo seu Bispo, que é o seu princípio visível e fundamento da unidade e seu único representante” (Instrução sobre os Sínodos Diocesanos, 1).

 

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‘Avançar para águas mais profundas’ na missão da Igreja em São Paulo

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05 de julho de 2017

A Comissão de Coordenação Geral do 1º Sínodo da Arquidiocese de São Paulo se reuniu pela primeira vez na sexta-feira, 30, na Cúria Metropolitana. Instituída pelo Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, a Comissão tem o objetivo de ajudar a pensar e organizar os próximos passos do caminho sinodal convocado no dia 15 de junho.

O organismo é constituído pelos bispos auxiliares, vigários episcopais, coordenadores de pastorais das regiões e vicariatos, representantes dos religiosos, diáconos permanentes e do laicato. Junto com a Comissão, também foi criada a Secretaria Geral do Sínodo, que terá à frente o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador Arquidiocesano de Pastoral.

A reunião também contou com a presença do Padre José Arnaldo Juliano, teólogo e historiador, convidado para ser um dos peritos do Sínodo, e do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Secretário do Arcebispo.

Dom Odilo explicou aos membros da Comissão que o objetivo do Sínodo é a “conversão e renovação da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus e da Igreja, da realidade na qual vive a Igreja em São Paulo”. O Cardeal Scherer ressaltou, ainda, que não é a Comissão que realizará o Sínodo, mas toda a Arquidiocese: “A Igreja em São Paulo que reflete e olha para si, para sua maneira de ser, para sua missão, o que estamos realizando, como estamos realizando”.

Ainda segundo o Arcebispo, todo o caminho sinodal, desde o anúncio e a convocação, passando pela preparação e celebração do mesmo, “deverá ser marcado pela escuta e atenta acolhida à Palavra de Deus, do Magistério da Igreja, para discernirmos sobre a vocação e a missão de nossa Arquidiocese em cada realidade vivida pelos fiéis católicos: nas pequenas e grandes expressões da comunidade eclesial e em todas as estruturas e organizações pastorais”.

 

 

Preparação

Os primeiros encaminhamentos da Comissão serão pensar na divulgação e motivação sobre o Sínodo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, bem como elaborar subsídios para serem utilizados na primeira etapa do caminho sinodal, em 2018, quando os trabalhos acontecerão nas bases. Para esclarecer e motivar as pessoas sobre o Sínodo, será elaborado um folder com informações básicas, como o que é um sínodo, por que e para que celebrá-lo.

Também caberá à Comissão preparar a formação de agentes que auxiliarão na realização das reflexões do Sínodo nas bases. Para isso, será necessária a elaboração do regulamento do Sínodo. Estão em fase de preparação um logotipo e um hino do Sínodo, que ajudarão na divulgação, motivação e celebração do caminho sinodal.

Ao longo do segundo semestre de 2017, as atividades arquidiocesanas também serão voltadas para a motivação do Sínodo. Em agosto, o Curso de Atualização Teológico-Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo irá tratar do assunto, preparando os sacer-dotes e diáconos para a realização do Sínodo nas paróquias. De igual maneira, os materiais para o Mês Missionário, celebrado em outubro, bem como a Novena de Natal, serão elaborados no contexto sinodal.

 

 

Olhar para si

Dando como exemplo o método “ver-julgar-agir”, Dom Odilo explicou que a primeira etapa será o “ver” da Arquidiocese, quando cada paróquia, comunidade ou organização pastoral vai “olhar-se no espelho” e perceber a sua realidade.

Ainda de acordo com o Arcebispo, é preciso ter claro que o Sínodo não conta só pelas conclusões, mas pelo caminho realizado, pelo exercício de comunhão, de tomada de consciência e motivação. “O Sínodo é eclesial. É a Igreja em São Paulo que reflete e olha para si, para sua maneira de ser, para sua missão. O que estamos realizando, como estamos rea-lizando... É a busca da própria Igreja de se reposicionar, acertar o passo”, disse o Cardeal Scherer.

Padre José Arnaldo afirmou que o Sínodo é um momento eclesial. Recordando a encíclica Ecclesiam Suam, do Beato Paulo VI (1964), na qual o Pontífice fala sobre os sínodos, o Teólogo salientou que é necessário que a Igreja, antes de tomar atitudes pastorais ousa-das, pare e olhe para si mesma. Essa é a experiência, na sua avaliação, que o Sínodo poderá proporcionar. “Não podemos pensar apenas no ativismo pas-toral. É momento de reflexão e de ação em comunhão”, alertou.

Padre Andrés Gustavo Marengo, Coordenador de Pastoral da Região Santana, completou que para uma autêntica e eficaz conversão pastoral é preciso ir ao encontro das periferias existenciais, a Igreja deve, antes de tudo, descobrir sua própria identidade na cidade. “Para sairmos em busca daqueles que estão afastados, nós precisamos saber quem somos.”

Padre Jordélio Siles Ledo, da Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos), um dos representantes dos religiosos na Comissão, afirmou que ao iniciar o processo de avaliação, preciso ter consciência de que a Igreja pode se defrontar com uma imagem incômoda sobre si mesma. “Esse ‘ver’ a realidade, saber quem é esse interlocutor da Igreja, a cidade, é muito importante”, disse.

 “O Sínodo deverá significar um ‘vento impetuoso de Pentecostes’ (cf. At 2,1-11), uma saudável sacudida na Igreja da Arquidiocese, dando-lhe fortes impulsos para ‘avançar para águas mais profundas’ no exercício da missão evangelizadora e da vida da Igreja”, enfatizou Dom Odilo.

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Arquidiocese de São Paulo inicia caminho sinodal

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22 de junho de 2017

Durante a missa da Solenidade de Corpus Christi, quinta-feira, 15, o arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, anunciou e convocou o Sínodo Arquidiocesano, que terá como tema “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” e como lema “Deus habita esta cidade: somos suas testemunhas”.

Segundo Dom Odilo, o Sínodo será dedicado à vida e à missão da Igreja na Arquidiocese e será uma ação eclesial de grande significado, que contará com o envolvimento de todas as forças vivas desta Igreja particular. “O objetivo principal do Sínodo Arquidiocesano é a renovação da evangelização e da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus e da Igreja e à luz da realidade, na qual vive a Igreja de São Paulo”, afirmou o Arcebispo.

Na convocação, Dom Odilo também detalhou as várias etapas do caminho sinodal que se concluirá em 2020 com a realização da Assembleia do Sínodo Arquidiocesano.

O Cardeal Scherer explicou que, ao convocar o Sínodo Arquidiocesano na celebração de Corpus Chris- ti, quis destacar que a Eucaristia envia todos em mis- são para o meio da cidade e não só nos ambientes já frequentados pelos católicos. “Também aqueles muitos ambientes em relação aos quais nós não estamos em contato, para os quais também somos enviados como discípulos missionários. Os ambientes que o Papa Francisco gosta de chamar de periferias”, disse o Cardeal, ressaltando, ainda, que essas periferias também podem estar no centro da cidade, pois são periferias ambientais, geográficas, sociais, econômicas e até eclesiais.

Leia a íntegra do anúncio do Sínodo Arquidiocesano

 

 

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Sínodo Arquidiocesano: um caminho feito em comunhão

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15 de junho de 2017

Despertar uma nova consciência dos católicos sobre a vida e a missão da Igreja em São Paulo e provocar um processo de conversão e renovação pastoral. Esses são os principais frutos que o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, espera do Sínodo Arquidiocesano, convocado por ele na quinta-feira, 15, durante a missa da Solenidade de Corpus Christi, na Praça da Sé. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Odilo explicou como se realizará o Sínodo, com várias etapas até a assembleia sinodal que concluirá o caminho ao longo de quase três anos. Segundo o Arcebispo, o povo nas paróquias, comunidades e realidades eclesiais de base poderá participar das atividades sinodais. “O Espírito Santo é o principal protagonista do Sínodo e é ele quem move a Igreja a se converter e renovar”, destacou.

Confira a entrevista.

 

O SÃO PAULO – A partir da convocação, quais serão os próximos passos do sínodo arquidiocesano?

Cardeal Odilo Pedro Scherer – O Sínodo deverá ser uma grande ação eclesial de nossa Arquidiocese na busca conjunta da melhor forma de correspondermos à vida e à missão da Igreja em nosso tempo. Na sua realização, são previstos diversos passos: uma etapa prévia de motivação, divulgação, oração e tomada de consciência sobre o próprio Sínodo; uma dupla etapa preparatória, em âmbito de paróquias e de vicariatos episcopais; finalmente, haverá a assembleia sinodal arquidiocesana propriamente dita. Prevê-se um caminho longo e complexo de cerca de três anos até à conclusão do Sínodo.

Quais serão o tema e o lema do sínodo?

O Sínodo será dedicado à vida e à missão da Igreja na Arquidiocese de São Paulo. De maneira estrita, o tema terá esta formulação: “Sínodo da Arquidiocese de São Paulo: caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. E o lema será: “Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas”.

Como as pessoas dos diferentes âmbitos da vida eclesial poderão participar desse caminho sinodal?

É desejada uma ampla participação, que poderá acontecer de muitos modos. Primeiramente, pelo interesse para compreender melhor a proposta do Sínodo; para isso, haverá matérias à disposição de todos. Mas, é muito importante que todos rezem ao Espírito Santo pelo bom êxito do Sínodo. O Espírito Santo é o principal protagonista do Sínodo, e é ele quem move a Igreja a se converter e renovar, a corresponder e realizar melhor sua vida e sua missão. No âmbito das paróquias, comunidades e realidades eclesiais de base, haverá ampla possibilidade e necessidade de envolvimento do povo nas ações sinodais; no âmbito dos vicariatos regionais e ambientais, bem como no âmbito arquidiocesano, a participação será por representação, conforme regulamento do Sínodo.

Como será a assembleia sinodal?

Ainda temos um longo caminho a percorrer antes de chegar à assembleia sinodal propriamente dita, última etapa do Sínodo. Na assembleia sinodal arquidiocesana, serão apresentados e analisados os relatórios das etapas anteriores e serão elaboradas propostas para os encaminhamentos pós-sinodais.

O senhor destaca a necessidade de uma grande revisão da pastoral na Arquidiocese. Por quê?

Vivemos um período de “mudança de época”, como já se afirmou na Conferência de Aparecida, em 2007. Tendo em vista as grandes transformações sociais, culturais e religiosas do nosso tempo, e levando em consideração os fortes apelos da própria Igreja para a promoção de uma nova evangelização, é preciso perguntar: isso também diz respeito a nós, aqui em São Paulo? Um amplo discernimento sobre a vida e a organização pastoral será útil para saber como estamos, de fato. Não podemos fazer de conta que nada mudou e que tudo continua como sempre foi. Na passagem para o novo milênio cristão, houve a indicação de grandes metas e diretrizes para a vida e a missão da Igreja neste período da história da humanidade. Será que que essas metas estão presentes em nossa evangelização e vida pastoral? A Conferência de Aparecida convocou a Igreja da América Latina e do Caribe a uma renovação missionária, uma verdadeira conversão pastoral e missionária: será que estamos realizando esse processo? O Papa Francisco nos conclama a vivermos a alegria do Evangelho como uma “Igreja em saída missionária”: será que isso nos diz respeito e já está acontecendo? Existe uma profunda crise de fé em boa parte do povo cristão e católico, e se constata que a evangelização está insuficiente, também em São Paulo: isso tem algum significado para nossa ação pastoral? Os casamentos na Igreja, os batizados, as primeiras comunhões, as vocações sacerdotais e à vida consagrada estão em queda acentuada: o que está acontecendo e o que vamos fazer? O Sínodo poderá ser de grande ajuda para responder essas e outras questões.

Quais são os principais frutos que se esperam desse Sínodo?

Espera-se, com a ajuda de Deus, uma nova consciência do povo católico sobre a vida e a missão da Igreja em São Paulo, e também provocar um processo de conversão e renovação pastoral. Daí poderá resultar uma revisão das diretrizes e orientações pastorais em vários sentidos e uma eventual reestruturação da organização pastoral da Arquidiocese. Mas, para se chegar a esses frutos, será preciso semear muito e percorrer o caminho sinodal, com paciência e fé, contando com a ajuda do Espírito Santo.

Será publicado um documento final do Sínodo?

Ao longo do caminho sinodal deverão ser produzidos e publicados diversos subsídios. Espera-se chegar a boas conclusões sinodais, que também serão publicadas. Mais importante que os textos, porém, deverão ser as novas atitudes pastorais e a renovação da consciência eclesial. Esses deverão ser os frutos principais e esperamos que eles apareçam com o passar do tempo, com a graça de Deus, o esforço de todos e a paciência da fé.

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Arquidiocese de São Paulo prepara-se para seu primeiro sínodo

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29 de mai de 2017

A palavra “sínodo” tem origem no grego “synodos”, que quer dizer caminho feito com os mesmos pés, ou seja, em conjunto. Assim, após ser convocado, chama à participação, reflexão, avaliação, renovação, planejamento e programação, bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos de determinada Igreja Particular ou da Igreja Católica universal. Em 2014, por exemplo, o Papa Francisco convocou um Sínodo Extraordinário dos Bispos para refletir sobre a realidade e a evangelização da família no mundo contemporâneo.

O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, convocou um sínodo na Arquidiocese, que será lançado em 15 de junho e realizado no quadriênio 2017-2020. “Queremos celebrar um sínodo em nossa Arquidiocese para contar nossa situação, perscrutar as Escrituras e deixar que se aqueçam nossos corações”, escreveu o Cardeal em artigo publicado no jornal O SÃO PAULO na edição de 19 a 25 de abril de 2017, no qual aprofunda o trecho do Evangelho em que Jesus se revela ressuscitado aos discípulos de Emaús.

 

E o sínodo diocesano?

No documento “Instrução sobre os Sínodos Diocesanos”, da Congregação para os Bispos e da Congregação para a Evangelização dos Povos, publicado integralmente no site do Vaticano há as orientações e os passos que devem ser seguidos para que cada diocese realize um sínodo. Também o Código de Direito Canônico (CDC) apresenta as normas jurídicas a serem observadas nos cânones 460 a 468.

Entre elas, está justamente a finalidade do sínodo, que é a de “prestar um auxílio ao Bispo no exercício da função que lhe é própria, de guiar a comunidade cristã”, conforme o primeiro artigo da Instrução. E o Documento continua explicando que no sínodo há, “junta- mente com os sacerdotes, alguns leigos e religiosos escolhidos, como um modo peculiar de exercício da responsabilidade de todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja.

“O sínodo diocesano é uma assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da Igreja particular escolhidos, que auxiliam o Bispo diocesano para o bem de toda a comunidade diocesana, de acordo com os cânones seguintes. Celebre- se o sínodo diocesano em cada Igreja particular, quando as circunstâncias o aconselharem, a juízo do Bispo diocesano e ouvido o conselho presbiteral” (CDC 460-461).

 

Quem pode convocar?

É o bispo o responsável por convocar o sínodo, propor as questões para a discussão sinodal e presidir as sessões durante todo o período de duração do mesmo. É ele também o único legislador, que assina as declarações e os decretos e autoriza a publicação deles. O bispo, por sua vez, dirige efetivamente as discussões durante as sessões sino- dais e, como verdadeiro mestre da Igreja, ensina e corrige, quando necessário.

 

Qual a diferença entre sínodo e assembleia?

Juntamente com o sínodo, as assembleias diocesanas e outras reuniões eclesiais têm fins semelhantes e colaboram para a eficácia da missão evangelizadora da Igreja. Mas, uma das diferenças principais é a duração, bem como os conteúdos abordados. Enquanto o sínodo acontece em um período prolongado e reflete sobre questões mais complexas que dizem respeito a diferentes aspectos eclesiais, as assembleias têm temas mais pontuais e específicos.

 

O que podemos aprender com experiências de outras dioceses?

A Diocese de Santo André (SP) iniciou, em 2016, um sínodo diocesano previsto para concluir-se em 2017. De acordo com informações do site cria- do especialmente para informar sobre o Sínodo, a inspiração para realizar essa reunião eclesial “surgiu da identificação da madura caminhada pastoral desenvolvida pela Igreja local. Essa caminhada é identificada pelas Assembleias Diocesanas de Pastoral e pelos sete Planos Diocesanos de Pastoral. As Visitas Pastorais Missionárias realiza- das ao longo de 2016 e a instalação da centésima paróquia também fomentaram a busca por um programa de afirmação da fé, conversão e missão”. No caso da Diocese de Santo   André, o tema geral escolhido para o sínodo foi o mesmo da Diocese de Lisboa, em Portugal, baseado em uma frase do Papa Francisco no documento Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho –, a primeira exortação apostólica do Pontífice: “O sonho missionário de chegar a todos”.

A Diocese de Lisboa, por sua vez, concluiu em 2016 seu sínodo diocesano. A seguir, um trecho do Documento de Trabalho do Sínodo que está publicado integramente no site (www.patriarcado

-lisboa.pt): “A Igreja que peregrina em Lisboa quer ser testemunha da alegria do Evangelho e rosto da misericórdia divina. Animada pelo convite sempre novo do Senhor Jesus [...]. O mandato de ‘ser sal da terra e luz do mundo’ (cf. Mt 5, 13-14) e a vontade crente de ser aí fermento evangélico (cf. Lc 13, 20-21) chamam-na a uma nova etapa da vida eclesial. As transformações do mundo onde está reforçam a urgência de discernir e acolher, com esperança e ousadia, os sinais dos tempos. Em caminhada sinodal, abraça com entusiasmo o chamamento sempre renovado a deixar-se evangelizar pelo Espírito e a ser evangelizadora”.

 

É possível identificar a eficácia de um sínodo?

O caminho sinodal é exigente e requer intensa participação de todos. Na missa em que a Arquidiocese de São Pau- lo recordou o 10º aniversário de ministério episcopal de Dom Odilo como arcebispo de São Paulo, celebrada no dia 6 de maio, ele mesmo fez algumas perguntas que considera essenciais para a vivência da fé e a qualidade da pastoral na cidade de São Paulo. “Até onde chegamos?”; “o que estamos conseguindo fazer e o que não estamos conseguindo?”; “o que precisamos mudar para melhor cumprir a missão que a nós foi confiada?”

O primeiro sínodo da Diocese de Roma aconteceu no ano de 1960 e foi convocado pelo então Papa João XXIII. Na mensagem de conclusão, publicada no site do Vaticano, ele recorda a importância de guiar-se sempre pelas virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.

“Os princípios fundamentais que regulam a nossa conduta perante Deus e perante os seres humanos devem estar acompanhados, como frutos característicos do sínodo, pelo exercício das virtudes teologais que nos dão o rumo exato do ser cristão católico. São três, e vocês as conhecem: a fé, a esperança e a caridade. A Diocese de Roma debruçou-se sobre si mesma com este Sínodo, voltou o olhar do seu clero e do seu povo sobre a finalidade mais alta da vida religiosa e social, e se preparou com renovado fervor para prosseguir a missão confiada pela Providência celeste”. Logo a seguir, em 1961, o Papa João XXIII convocou um Concílio para toda a Igreja, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965).

 

 

 

 

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