No caminho sinodal, o Espírito Santo nos conduz e indica seus passos

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16 de março de 2018

Um caminho feito juntos tem seu ponto de partida, outros de parada, descanso, avaliação, retomada de forças para prossegui-lo, para que se chegue ao lugar que se pretende, com alegria e celebrações.

No “caminhar”, surgem tentações: a de pegar atalhos; a de realizar o trajeto apressadamente e logo chegar ao lugar desejado; a da desagregação, pois uns caminham mais rapidamente e outros não; a do egoísmo; a do aforismo; a da impaciência; a do desânimo; a do pessimismo; ou, ainda, a de realizar a caminhada de forma indiferente, caminhar por caminhar. Quando caímos nessas tentações, perdemos o “sentido” do caminho: sua beleza, seus desafios, suas superações, a maravilha de “estar juntos” e “juntos” chegar ao lugar que pretendemos.

O caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo não estará isento dessas tentações, mas bem sabemos que é o Espírito Santo que nos impulsiona a percorrer esse caminho e, por isso, Ele nos conduz, indicando seus passos. Ele nos anima a realizar esse caminho, para que nos configuremos cada vez mais aos sentimentos de Jesus, a fim de que vivamos e anunciemos o Evangelho da Verdade como ardorosos “discípulos-missionários” do próprio Cristo.

Daí a necessidade de, sob a ação do Espírito Santo, bem compreender e aplicar a “metodologia do sínodo”. A palavra “método” provém do grego e significa “caminho” para se chegar a um fim e implica o “conjunto de passos seguidos para alcançar esse objetivo”. Isto não significa “engessar” o nosso “caminhar sinodal”, pelo contrário, significa, sim, que estamos atentos àquilo que o Espírito Santo tem a nos dizer no atual momento e buscamos evitar as tentações próprias de um “caminho” feito juntos.

O primeiro passo do nosso “caminhar sinodal” é a paróquia e nela se deve envolver a todos, realizando os “encontros” elaborados pela Comissão Geral do sínodo arquidiocesano. O primeiro encontro, já neste mês de março, tem como tema “Paróquia, comunidade de comunidades, imagem visível da Igreja de Cristo”, e o texto que nos interpela é o dos Atos dos Apóstolos (2, 42-47): o relato do testemunho dos primeiros cristãos, que trilhavam o caminho na fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo.

E o Espírito nos pergunta: O que faziam os primeiros cristãos? E a nossa paróquia também o faz? Ela ainda não faz o bastante e precisa fazer mais? O que temos a sugerir?

Tudo respondamos com docilidade e sinceridade e saibamos que, como Igreja, encontramos “força no poder do Senhor ressuscitado, para vencer, na paciência e na caridade, as próprias aflições e dificuldades, internas e externas, e para revelar ao mundo, com fidelidade, embora entre sombras, o mistério de Cristo, até que por fim Ele se manifeste em luz total” ( Lumen Gentium , 8.d).

“Vem dar-nos, ó Senhor, fervor de missionários. Envia teu Espírito e nos mostra o caminho!”

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é
Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano

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Comunicadores refletem sobre o papel da Pascom na etapa paroquial do sínodo

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15 de março de 2018

O Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação realizou, no sábado, 10, no auditório Tucarena, da PUC-SP, em Perdizes, um encontro, no contexto do sínodo arquidiocesano, com os agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) das paróquias e comunidades da Arquidiocese. 

O evento teve o objetivo de destacar o papel da Pascom na etapa paroquial do caminho sinodal iniciado em 24 de fevereiro, além de provocar uma reflexão sobre os desafios da Igreja no campo da comunicação tanto internamente quanto na relação com a sociedade. 

Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação, explicou como se realizará o sínodo arquidiocesano nas paróquias e motivou os agentes da Pascom a participarem dos trabalhos sinodais não apenas na divulgação das atividades, mas também contribuindo com as reflexões sobre a vida e a missão da Igreja na cidade a partir da realidade específica da comunicação.

Para aprofundar a reflexão do encontro, foram convidados a Irmã Joana Puntel, Religiosa Paulina, Jornalista, Pós-doutora em Comunicação Social e membro do Serviço à Pastoral da Comunicação (Sepac); e Aldo Quiroga, Jornalista da TV Cultura e professor da PUC-SP.

 

IDENTIDADE DA PASCOM

A partir da analogia de “olhar-se no espelho”, proposta pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, para o caminho sinodal, Irmã Joana refletiu sobre a identidade da Pascom na Igreja. Segundo ela, o cerne dessa Pastoral é o diálogo entre fé e cultura, sobretudo a chamada cultura midiática. 

“Esse diálogo é possível à medida em que nós tivermos uma fé sólida, senão seremos absorvidos por aquilo que se move na sociedade. Por isso, é preciso conhecer e viver a Boa-Nova que devemos anunciar. É indispensável para os agentes das Pascom esse esforço de conhecer o Evangelho para testemunhá-lo”, disse.

Outro desafio é a reflexão e a formação. “A nossa Pascom não pode ser reduzida a uma prática. Ela tem de contemplar os momentos de estudo, de conhecer as bases em que se apoia a ação pastoral”, afirmou Irmã Joana, destacando, ainda, que, durante muito tempo, essa formação se ocupou em aprimorar o campo da produção, de como usar os meios. “Não é errado, mas insuficiente. É necessária uma formação mais completa, que ultrapasse o simples uso dos meios, com o devido preparo para discutir, por exemplo, a ética da comunicação”.

A Religiosa também ressaltou a necessidade de criar uma mentalidade sobre a importância da Pascom nas paróquias. “Essa Pastoral não pode se limitar a colocar avisos na porta da Igreja, mas deve servir a outras pastorais, oferecer reflexões. A Pascom deve ajudar a articular as demais pastorais, pois a comunicação perpassa por todas elas”. 

 

FAKE NEWS

Dentre os desafios da comunicação na sociedade que devem ser refletidos pela Pastoral da Comunicação está a questão das fake news (notícias falsas), que foi tema da mensagem do Papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Aldo Quiroga apresentou alguns casos dessas notícias falsas, suas consequências concretas no dia a dia, e como essas notícias podem ser identificadas e combatidas.

Segundo o Jornalista, as fake news, basicamente, têm três objetivos: criar confusão; alavancar visualizações em sites ou redes sociais; e espalhar difamação e manipulação da opinião pública. Sobre esse último aspecto, ele alertou para o risco que as notícias falsas oferecem para a democracia. Quiroga apresentou dados de uma recente pesquisa divulgada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, que analisou publicações do Twitter entre os anos de 2006 e 2017. Foram identificadas 4,5 milhões de publicações com informações falsas. Foram identificados, ainda, 3 milhões de multiplicadores diferentes dessas informações. Também foi constatado que as fake news se multiplicam 70% mais rápido que as notícias verdadeiras. Dentre os assuntos dessas notícias falsas, destacam-se terrorismo e guerra, desastres naturais, lendas urbanas, ciência e tecnologia, negócios e economia e, principalmente, política.

Na avaliação do Jornalista, o Brasil será colocado à prova este ano em relação à disseminação de notícias falsas no contexto das eleições. Nesse aspecto, ele destacou o papel dos católicos, especialmente dos agentes da Pascom, para o enfrentamento desse desafio. “Se a Igreja tem um braço que pode contribuir de alguma forma para acalmar os ânimos e apontar caminhos, são os agentes da Pastoral da Comunicação, desde que busquem formação e informação”. 
 

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Vicariato promove pesquisa em sintonia com o sínodo arquidiocesano

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08 de março de 2018

O Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade iniciou, em fevereiro, reuniões com todas as escolas católicas na Arquidiocese de São Paulo, que somam cerca de 80. O objetivo é realizar uma grande pesquisa, que alcançará pais, professores e alunos, e que foi motivada a partir das orientações do sínodo arquidiocesano, aberto oficialmente no dia 24 de fevereiro.

As escolas foram agrupadas de acordo com a região episcopal na qual estão situadas. Na primeira reunião, que aconteceu na Região Santana, Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, e Padre Vandro Pisaneschi, Coordenador de Pastoral do Vicariato, explicaram como será a participação das escolas.

Em parceria com a Avaliativa – empresa especializada em avaliações educacionais –, o Vicariato pretende que cada escola viva uma experiência sinodal, que possa olhar para a própria realidade e valorizar os aspectos positivos e melhorar aqueles a serem aperfeiçoados, especialmente no que se refere à participação na missão evangelizadora da Igreja dentro da Arquidiocese.

“Queremos auxiliar as escolas a refletirem sobre sua identidade católica e pensarem em propostas que ajudem a aperfeiçoar sua missão eclesial. Todos os questionários serão respondidos por meio de uma plataforma digital, respeitando o anonimato dos participantes, e somente a 
escola terá acesso ao resultado detalhado da sua pesquisa”, explicou Padre Vandro, à reportagem do O SÃO PAULO.

O Padre enfatizou que não se trata de uma avaliação, pois não há gabarito que determine certo ou errado. “A ideia é fazer um grande levantamento de dados, com questões que possibilitem conhecer o perfil religioso dos alunos, professores e familiares, e o que eles pensam e esperam da Igreja e das escolas católicas que escolheram para estudar ou trabalhar”, continuou.

A partir dos resultados obtidos, o Vicariato espera que a escola crie um plano de ação voltado para a valorização daquilo que está caminhando bem e ao aperfeiçoamento do que for percebido como aquém das expectativas. No fim de 2018, cada escola entregará um relatório ao Vicariato, elaborado por uma comissão formada pela própria escola, com representantes dos pais, alunos, professores e funcionários. Nesse relatório, a escola indicará o que a pesquisa lhe mostrou, com eventuais iniciativas a serem desenvolvidas, visando melhor responder a sua missão eclesial e comunitária.

Com os relatórios provenientes das escolas, o Vicariato, por sua vez, pretende fazer uma síntese, em 2019, sem mencionar cada escola, que será apresentada numa assembleia arquidiocesana com os representantes de todas as escolas. “A partir desses dados, todos os representantes refletirão sobre a situação das escolas católicas, destacando os dados positivos e as melhores iniciativas sugeridas. Em uma segunda e última assembleia, será redigido um relatório final do Vicariato a ser oferecido como contribuição das escolas católicas de São Paulo à assembleia sinodal conclusiva de toda a Arquidiocese, em 2020”, explicou o Coordenador de Pastoral.

Além da Região Santana, a Região Episcopal Belém também já recebeu a proposta do Vicariato, e o plano é de que, até o final de março, o Vicariato já tenha se encontrado com as escolas de todas as regiões. “A recepção por parte das escolas está sendo muito positiva. As escolas estão felizes com esta possibilidade de comunhão, partilha e conversão que o sínodo está oferecendo”, disse Padre Vandro.

 

COLÉGIO FRANCISCANO SÃO MIGUEL ARCANJO

O Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo foi fundado em 1952 e é mantido pelas Irmãs de São Francisco da Providência de Deus, que, ao chegarem em Vila Zelina, na zona Leste da Capital, encontraram muitas dificuldades, sobretudo vividas pelos imigrantes lituanos.

“Era uma realidade de muita escassez e sofrimento. No entanto, as irmãs começaram a construção da escola, que inicialmente se tratava de galpões pequenos de madeira, onde elas davam suas aulas em Inglês e, muitas vezes, em Lituano, até que foram, simultaneamente, aprendendo o Português e estenderam as aulas a todos da região”, contou à reportagem a Irmã Selma Maria dos Santos, Diretora do Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo.

As Irmãs Selma e Joanice Conceição dos Santos, Diretora Administrativa do Colégio, estavam presentes no dia da criação do Vicariato e, desde então, acompanham e apoiam todas as atividades propostas. “Em novembro de 2017, Dom Carlos Lema esteve conosco, visitou as salas de aula e demais espaços do Colégio, além de conversar, de maneira simples e próxima, com alunos e professores. Em seguida, almoçou conosco. Para nós, foi muito importante aquela visita e a disposição em ajudar a educação básica católica. Com isso, quero destacar a importância do Vicariato para nós da Educação Básica Católica”, disse Irmã Selma.

Para a Diretora do Colégio Franciscano, o projeto da pesquisa pode ajudar a manutenção da identidade da Escola. “Somos uma escola confessional católica e franciscana, e todos sabemos o quanto somos, de certo modo,perseguidos nos dias atuais por grandes grupos de investidores internacionais e nacionais, pela mídia, enfim, por tantas pessoas e grupos que querem depreciar a educação confessional católica. Acredito na força da união e na liderança do Vicariato em conjunto com a Associação Nacional de Educação Católica (Anec), para que continuemos firmes com a nossa missão de educar”, salientou Irmã Selma.

O Colégio Franciscano tem 1.036 alunos, nos seguintes segmentos: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de outros cursos, tais como: Middle School e High School, em parceria com a Missouri University. “Oferecemos Catequese para Eucaristia e Crisma, várias modalidades de esporte, tais como ginástica rítmica, capoeira, futsal, handebol, teatro, dança, além de outros”, explicou a Diretora.

“Acredito que toda a Igreja realiza muitas coisas bonitas e importantes, mas, às vezes, cada um faz seu trabalho de modo isolado, enfrentando grandes desafios. Acho que a união, respeitada as especificidades de cada um, pode agregar muito. Sentir que não estamos sozinhos pode ser motivador para todos. Além disso, ver que outros enfrentam dificuldades iguais ou até maiores que as nossas nos serve de estímulo para perseverar, e cada gesto de amor que fazemos, por menor que seja, pode provocar mudanças incomensuráveis. Juntos somos mais fortes e podemos ir mais longe. Há muita gente boa fazendo coisas incríveis, precisamos conhecê- -las”, acrescentou Padre Vandro.
 

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O que você precisa saber sobre o caminho sinodal?

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28 de fevereiro de 2018

Anunciado e convocado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, em 15 de junho de 2017, na Solenidade de Corpus Christi , o sínodo arquidiocesano é proposto como uma ação eclesial de grande significado, um momento de graça de Deus, uma “saudável sacudida” e um “vento impetuoso de Pentecostes” para Igreja em São Paulo. Para isso, é preciso entender melhor sobre esse “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. 

Leia também: 'Mais de 2 mil pessoas participam da abertura do sínodo arquidiocesano'
'Jesus não abandonou sua Igreja, mas caminha com ela’

O QUE É UM SÍNODO?

A palavra sínodo vem da língua grega – quer dizer “caminhar juntos” – e passou a se referir a reuniões especiais em que a Igreja discute assuntos relacionados à fé ou à ação pastoral. O sínodo é uma prática antiga: sempre que era preciso debater um assunto importante e de grande interesse, os bispos se reuniam num mesmo lugar até chegarem a uma conclusão.

Um sínodo pode ser realizado por uma diocese ou, de forma mais ampla, por uma região, província ou país. No entanto, foi a partir do Concílio Vaticano II que a prática de realizar sínodos foi retomada com um novo vigor. Em sua essência, o sínodo é uma expressão de comunhão e de fé, e a sua convocação depende sempre do bispo diocesano.

 

POR QUE FAZER UM SÍNODO?

“A finalidade do sínodo é a de prestar um auxílio ao bispo no exercício da função que lhe é própria, de guiar a comunidade cristã” (Instrução sobre os Sínodos Diocesanos, 1). Entre seus objetivos, dois se destacam: a retomada da consciência eclesial e a renovação da vida pastoral da Arquidiocese.

Assim, partindo-se dessas duas metas, será possível elaborar grandes diretrizes para renovar a organização, a vida pastoral e missionária da Arquidiocese, e para responder aos desafios e urgências de hoje.

 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE SÍNODO E ASSEMBLEIA?

Assembleia é uma reunião de pessoas que têm um interesse e um propósito comum. Quando se fala de assembleia, pensa-se naquelas reuniões pastorais realizadas em paróquias ou na Arquidiocese. Essas assembleias, geralmente, acontecem próximas ao final do ano e têm caráter celebrativo, de revisão dos trabalhos realizados, apontando as falhas e acertos. São também um momento de elaborar a programação do ano seguinte.

O sínodo é também uma reunião de pessoas, com o objetivo de discutir e aprofundar a caminhada pastoral de uma diocese. À primeira vista, não parece haver grande diferença entre um e outro. Contudo, a diferença é que o propósito do sínodo é mais amplo, pois não tem por objetivo apenas ponderar sobre os trabalhos pastorais já realizados com vistas à elaboração de uma nova programação para o ano seguinte, mas também avaliar e redirecionar toda a vida e ação pastoral de uma diocese. 

 

QUEM VAI PARTICIPAR DO SÍNODO?

A convocação do sínodo depende do bispo diocesano e está direcionada a toda aquela Igreja particular. Por isso, sua celebração conta com o envolvimento amplo da inteira comunidade eclesial: bispos, clérigos, fiéis leigos(as) e consagrados(as). Todos são convocados a participar do caminho sinodal para o maior bem da Igreja em São Paulo. Esse envolvimento vai acontecer em diversos níveis e etapas do caminho sinodal.

 

QUE MÉTODO SERÁ SEGUIDO?

O sínodo será celebrado em quatro etapas.

A primeira ocorreu em 2017 e consistiu em oração, motivação, elaboração de subsídios e preparação de animadores sinodais. Em 2018, o sínodo será celebrado nas paróquias e comunidades, envolvendo os fiéis e avaliando a vida e missão da Igreja nas bases. Em 2019, a celebração do sínodo acontecerá nas regiões e vicariatos episcopais. Por fim, em 2020, haverá a celebração da assembleia sinodal arquidiocesana, a partir de todas as contribuições vindas das etapas anteriores. Todo o caminho sinodal é regido por um Regulamento, em que estão previstas as diversas ações, competências e objetivos a alcançar.

 

O QUE PODE MUDAR NA ARQUIDIOCESE COM O SÍNODO?

Como ponto de partida, é preciso ter clareza que a finalidade de um sínodo diocesano se concentra sobre a atividade pastoral. Trata-se de avaliar e compreender a caminhada pastoral da igreja local para poder traçar novos rumos de ação e evangelização. Nesse caminho, o que está em estudo é a forma de ação pastoral e as estruturas que envolvem esse trabalho. O sínodo não vai discutir a doutrina e nem a disciplina da Igreja.

Considerando a realidade da Arquidiocese de São Paulo, no contexto da metrópole, há muitas coisas a serem refletidas e aprofundadas. Na caminhada pastoral da Igreja, muito foi realizado. Mas agora é tempo de rever tudo isso, para avaliar com objetividade a caminhada e as estruturas pastorais e, se for necessário, propor mudanças para que a Igreja Católica, como “Igreja em saída”, continue assumindo a sua missão de evangelizar na grande cidade, com os desafios do tempo atual.

 

QUANDO AS DECISÕES DO SÍNODO SERÃO POSTAS EM PRÁTICA?

O Regulamento do sínodo, no número 21, diz que: “Concluídos os trabalhos da assembleia sinodal arquidiocesana, caberá a Secretaria Executiva do sínodo proceder a redação final das conclusões sinodais e apresentá-las ao Arcebispo de São Paulo, a quem compete promulgar e fazer implementar as diretrizes e indicações sinodais.” Esse trabalho será o resultado de todos os esforços anteriores, das repostas aos questionários, das assembleias regionais e dos vicariatos e das votações na assembleia sinodal.  

É importante ressaltar que a riqueza do sínodo não está apenas nas conclusões, mas no processo sinodal. Durante o caminho até a assembleia do sínodo, as comunidades paroquiais e as pastorais vão ter a oportunidade de rever e avaliar a sua ação pastoral, e, portanto, já poderão colher frutos do processo sinodal. 

 

EXISTE UMA BIBLIOGRAFIA QUE AJUDE A ENTENDER O SÍNODO?

Alguns textos do Magistério da Igreja norteiam a realização do sínodo arquidiocesano, e é importante conhecê-los.  

  • Concílio Vaticano II, Lumem Gentium – Constituição Dogmática sobre a Igreja;  
  • Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes – Constituição Pastoral sobre a Igreja;  
  • Catecismo da Igreja Católica (sobretudo os parágrafos, 748 a 975, que tratam da Igreja);  
  • Carta Apostólica Novo Millennio ineunte (2001), de São João Paulo II;  
  • Documento de Aparecida (2007), V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe;  
  • Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013), do Papa Francisco;  
  • Instrução sobre os Sínodos Diocesanos (1997), da Congregação para os Bispos e da Congregação para a Evangelização dos Povos. 

Nesse conjunto de documentos também a Carta Pastoral de Dom Odilo Pedro Scherer, “Paróquia, torna-te o que tu és” (2011), é, sem dúvida, um texto fundamental, pois aborda a vida e a realidade pastoral da Igreja em São Paulo.

(Colaborou: Dom Devair Araújo da Fonseca)
 

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Mais de 2 mil pessoas participam da abertura do sínodo arquidiocesano

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28 de fevereiro de 2018

“Povo de Deus, Igreja do Senhor, caminhemos sempre unidos, num só coração. Quanta alegria! Que bênção tão grande: O Evangelho de Jesus anunciar!”. 

O refrão do Hino do sínodo foi cantado dezenas de vezes pelas 2 mil pessoas que participaram da celebração de abertura do sínodo arquidiocesano, na tarde do sábado, 24. A atividade aconteceu no Centro de Eventos São Luís, da Congregação da Companhia de Jesus, na Consolação, e reuniu bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, membros de pastorais e novas comunidades e representantes das mais de 300 paróquias da Arquidiocese. 

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O que você precisa saber sobre o caminho sinodal?

Com o objetivo de realizar um “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” e a certeza de que “Deus habita esta cidade: somos suas testemunhas”, os fiéis participaram com entusiasmo da celebração, preparada especialmente para a ocasião e presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. 

O sínodo foi anunciado e convocado pelo Cardeal na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no dia 15 de junho de 2017.  Na ocasião, entre as razões que o levaram a convocar o sínodo, Dom Odilo afirmou que percebe a necessidade premente de renovar a evangelização e a vida pastoral na Arquidiocese. “A mudança de época em curso na sociedade e na cultura também atinge fortemente a vida eclesial e seus efeitos aparecem numa persistente crise de fé religiosa, na adesão sempre menor à vida eclesial e no progressivo abandono da Igreja e até da fé cristã. Não é sem motivo que a Igreja vem nos conclamando para uma nova evangelização, a renovação da consciência eclesial e a consistente ação missionária. Fazse urgente retomar a vida cristã genuína e a prática coerente da fé e da moral cristã”, insistiu o Arcebispo, no documento oficial da convocação.

Os Bispos Auxiliares da Arquidiocese Dom Luiz Carlos Dias, Vigário da Região Episcopal Belém; Dom Devair Araújo da Fonseca, Vigário da Região Episcopal Brasilândia e do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação; Dom José Roberto Fortes Palau, Vigário da Região Episcopal Ipiranga; Dom Sergio de Deus Borges, Vigário da Região Episcopal Santana, e Dom Eduardo Vieira dos Santos, Vigário da Região Episcopal Sé; além de Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, estiveram no evento. 

Padre Carlos Alberto Contieri, jesuíta e Diretor do Pateo do Collegio, acolheu a todos no espaço e afirmou que deseja que o lugar possa abrigar muitos outros momentos do sínodo. “Que seja a primeira de muitas vezes que a Igreja de São Paulo se reúne aqui. Sejam todos sempre bem-vindos e, como o próprio nome nos indica, que possamos, a partir do sínodo, caminharmos juntos”, disse. 

“Temos muitas urgências na evangelização e em nossa pastoral, que precisam acompanhar os desafios do nosso tempo. O sínodo é uma ocasião para olharmos para a realidade religiosa, evangelizadora e pastoral da nossa Igreja na cidade de São Paulo”, dizia o texto de abertura do evento, lido pelo Padre Tarcísio Mesquita, Coordenador de Pastoral da Arquidiocese e Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto. 

Um vídeo institucional foi preparado especialmente para a ocasião. O conteúdo contemplou a história da cidade e da Arquidiocese e a apresentação de números da realidade eclesial na Capital Paulista, como o número de congregações religiosas e as pastorais que tiveram início na Arquidiocese. 

Após a acolhida da cruz e da entronização do banner e do cartaz do sínodo, todos cantaram para invocar o Espírito Santo e acolher a Palavra de Deus que seria, em seguida, proclamada. “Sem a ação do Espírito Santo, o fruto do sínodo seria morto”, afirmou o Cardeal Scherer, que, na homilia, falou sobre o caminho feito pelos discípulos de Emaús. 

Todos os que participaram da celebração puderam também renovar as promessas do Batismo e professar sua fé católica, além de entregar à intercessão de Nossa Senhora e de São Paulo Apóstolo o caminho sinodal arquidiocesano, que durará três anos. 

Importante também é a intercessão dos santos que viveram em São Paulo ou passaram por aqui: São José de Anchieta, Santa Paulina e Santo Antonio de Santana Galvão e os Bem-aventurados Padre Mariano e Madre Assunta, além de todos os santos padroeiros das centenas de comunidades espalhadas pela metrópole, exemplos de força e coragem para os que querem seguir o caminho do Mestre Jesus.

 

COMEÇOU

É nas paróquias e comunidades, nas diferentes pastorais, movimentos, novas comunidades e organizações eclesiais que o sínodo acontece, com a participação ativa e interessada dos fiéis e de todos os que forem, durante o caminho, convidados a inserir-se na vida e na missão da Igreja.
 

Para Ana Maria da Silva Alexandre, que há 17 anos trabalha na Pastoral do Povo da Rua, o sínodo já havia começado, e os muitos grupos que trabalham com a população em situação de rua pretendem realizar reuniões mensais para pensar como participar e fazer com que as propostas do sínodo cheguem também às pessoas atingidas por esses grupos. 

“Cada grupo vai trabalhar localmente, reunir-se e trazer as respostas para o sínodo”, explicou. A Pastoral do Povo da Rua já realiza um trabalho de integração de pastorais, comunidades e movimentos, e Ana salientou que essa experiência pode também ser útil para as demais comunidades. 

“Temos reuniões uma vez por mês e conversamos sobre o que cada grupo está fazendo. Podemos ter as diferenças, pois cada um tem sua maneira de realizar a Pastoral, mas em alguns momentos se juntam, pois, o objetivo é o mesmo, alcançar quem está na rua”, explicou Ana. “Primeiro passo é chegar até as pessoas que estão na rua, para depois fazer com que elas se sintam parte da Igreja. A casa de oração tem esse compromisso”, continou. 


A Pastoral dos Migrantes também está se organizando para contribuir e aprender com o sínodo. “Estamos trabalhando em um diagnóstico e também propostas em termos de Pastoral dos Migrantes para lidar com as diferenças e criar espaços de convivência entre os imigrantes de diversas origens, tanto internos quanto os que vêm de outros países. Queremos ajudar a levar essa reflexão às paróquias, mas também ouvir as outras perspectivas no que se refere às outras realidades eclesiais. Ver que contribuição a Pastoral pode dar pensando na missão da Arquidiocese na cidade”, disse Roberval Freire, membro da Pastoral.


Padre João Inácio Mildner, Assessor Eclesiástico da Pastoral da Saúde, afirmou que a Pastoral está vivendo intensamente o sínodo: “Estamos fazendo questionamentos a partir das próprias comunidades e das paróquias. Onde buscamos levar nossa missão? Quem somos nós? Qual a nossa missão? Qual prioridade a Pastoral da Saúde tem nas comunidades, nos hospitais e na própria Arquidiocese? É sempre esse desafio de ser Igreja em missão, acolher o doente como Jesus acolhia, amar o doente com profunda intensidade, a exemplo do bom samaritano, que se desfez de tudo para que o doente tivesse dignidade.”


O início do sínodo será vivido também no contexto do Ano Nacional do Laicato, proposto pela CNBB. Marcelo Cypriano Motta, que integra a Comissão Arquidiocesana para o Ano Nacional do Laicato, falou sobre a importância de que todos estejam atentos aos sinais dos tempos. “Quero propor que se alargue teologicamente esse conceito de sinais dos tempos, que pode e deve ser alargado. Para realmente, a partir dos sinais dos tempos, ingressar naquilo que é fundamental reconhecer. O tempo da misericórdia, o culto da misericórdia e a cultura da misericórdia. Eu, pessoalmente, passarei os três anos do sínodo insistindo nesta verdade que eu reconheço”, afirmou.


Iracema Silva, 77, trabalhou na secretaria da Região Episcopal Belém durante 19 anos e agora é voluntária na Região, onde pretende dedicar-se, principalmente, à Pastoral da Ecologia. “Acredito no que Dom Odilo acredita, que o sínodo é um momento de reflexão, retomada de posição em todas as pastorais, movimentos e associações. É um tempo de olhar o que temos e o que não temos nas paróquias e nas comunidades eclesiais, para descobrir, com muita coragem, em que podemos melhorar e o que podemos começar a fazer”, disse.


As congregações religiosas também estiveram em grande número na celebração. Irmã Nelânia Lessa, da Irmãs de Nossa Senhora da Consolata, participou juntamente com outras religiosas da comunidade, que está ligada à Paróquia São Roque, no bairro Vila Nova Cachoeirinha, na zona Norte. “Temos acompanhado, principalmente pelo jornal O SÃO PAULO , as informações sobre o sínodo e rezado diariamente para que dê muitos frutos na Arquidiocese”, afirmou. 

 

NAS PARÓQUIAS

Como tem insistido o Cardeal Scherer, o sínodo deve ser vivido, em primeiro lugar, nas paróquias, que são a base da missão da Arquidiocese na cidade.
 

Ana Maria de Oliveira é Ministra Extraordinária da Eucaristia na Paróquia Bom Jesus dos Passos, em Pinheiros, e membro do Movimento por um Mundo Melhor, que trabalha para o bom andamento da comunidade, para que nela todos possam viver melhor. “No ano passado, fizemos algumas pesquisas para conhecer quem participa da Paróquia. Acredito que o sínodo é um despertar para todos e uma forma de conhecer as pessoas que estão na comunidade, bem como as que estão mais afastadas”, comentou. 


Ana Paula Ferreira dos Santos também é Ministra Extraordinária da Eucaristia e Catequista de Crisma na Paróquia São José Operário, na Região Episcopal Santana. Ela é uma das responsáveis pela animação do sínodo na Paróquia. “Temos consciência de que as paróquias são a base do sínodo. Na São José Operário, temos 12 pastorais e hoje tivemos um retiro pela manhã com agentes de pastoral da Paróquia. A continuidade do retiro aconteceu aqui, com a celebração de abertura do sínodo, à qual demos prioridade para a participação dos jovens”, explicou. Junto a Ana Paula estavam Ana Carolina Ferreira, 17, e Miriam Guci, 18, que participam da equipe de liturgia paroquial. 


Walkiria Aparecida Xavier de Brito, 24, e Karina de Oliveira, 30, são membros da Comunidade Anjos da Vida há cerca de dez anos. Para elas, o sínodo é um momento bonito de caminhar junto com a Arquidiocese. “A partir de hoje, vamos começar a pensar um projeto, tendo como orientação o que a Arquidiocese nos pede, para inserir-nos mais intensamente no sínodo”, comentou Walkiria. Karina afirmou sentir-se privilegiada por trabalhar no evento de abertura. “Aprendi muito hoje e quero continuar nesse caminho”, disse.

 

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‘Jesus não abandonou sua Igreja, mas caminha com ela’

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01 de março de 2018

“Deus nos concede esta graça especial e, ao mesmo tempo, confia uma imensa tarefa à nossa generosa colaboração”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, na celebração de abertura do primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo, no sábado, 24, no Centro de Eventos São Luís, na Consolação. 

Dom Odilo partiu do relato sobre o encontro de Jesus ressuscitado com os dois discípulos de Emaús – Evangelho de São Lucas (Lc 24,13-35) – para refletir a experiência de “caminhar juntos”, significado da palavra “sínodo”. “Haviam feito uma bela experiência de ‘sínodo’, caminhando com Jesus, convivendo e aprendendo com Ele, unidos e irmanados por Ele”, destacou.

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“Talvez nos encontramos em São Paulo (e não somente aqui) na condição dos discípulos de Emaús: perda do encantamento pela vida cristã e pela própria Igreja; desmotivação paralisante, que leva à apatia diante dos desafios enfrentados pela Igreja, e não são poucos! Tudo fica parecendo difícil, e que não vale a pena tentar mais nada. Pode ser que nos fixamos em esquemas mentais, pastorais ou até teológicos equivocados ou, pelo menos, não adequados para os tempos e as circunstâncias atuais, com medo do novo e do surpreendente de Deus no caminho dinâmico da Igreja...”, acrescentou o Cardeal. 

Em seguida, o Arcebispo apontou alguns “sintomas preocupantes” diante dos quais a Igreja em São Paulo se apresenta: “O esvaziamento da prática dominical e da procura de vários sacramentos; a quase ausência de crianças e jovens nas nossas comunidades, a pouca expressão da Catequese; certa burocratização de nossas paróquias e da ação pastoral, com excesso de estrutura, sem alcançar o foco daquilo que deveria ser a nossa ação evangelizadora; dispersão das energias pastorais, fraca incidência dos católicos na vida social, política e cultural e na formação da opinião pública; certo desânimo de pastores e fiéis, acompanhado de azedume e críticas amargas aos irmãos e à própria Igreja; tendência individualista acentuada, que se manifesta no descompromisso com a comunidade de fé e no modo subjetivo e relativista de  acolher os ensinamentos e orientações da Igreja; evasão de católicos para outras denominações cristãs, ou abandono total da vinculação com a Igreja e da fé...”. 

 

ARDOR MISSIONÁRIO

Diante desses sintomas, a Arquidiocese é interpelada. “Vamos continuar como estamos, sem tomar conhecimento das lacunas na evangelização e dos riscos de esvaziamento de nossas comunidades, fazendo de conta que nada mudou e tudo continua como sempre foi? Vamos continuar a fazer uma pastoral de mera conservação, ou queremos avançar para uma impostação mais missionária da nossa ação eclesial? Já avançamos algo na ‘conversão missionária’ e na ‘Igreja em saída’, à qual o Papa Francisco nos convoca?”, indagou Dom Odilo. 

O Cardeal Scherer reconheceu que, ao longo do tempo, não foi pequeno o esforço realizado na Arquidiocese para tornar a Igreja verdadeiramente presente e operante na imensa metrópole. “Nossa Arquidiocese tem feito seus planos de pastoral, traduzindo em prioridades e urgências pastorais aquilo que temos a fazer nesta cidade. Tudo isso, porém, pode ficar ‘letra morta’ e sem efeito, se não chegar efetivamente às bases do povo de Deus e sem uma verdadeira ‘conversão’ de nossa mentalidade e de nossa cultura pastoral”, continuou. 

“‘Deus habita esta Cidade: somos suas testemunhas!’, nesta metrópole, que começou com uma missão religiosa, uma escola, uma igreja, um altar e uma proposta de sociedade baseada nos critérios do Evangelho de Jesus, não podemos ficar ‘sumidos’. Acreditamos na força do testemunho cristão e católico, realizado de muitos modos e por muitos”, enfatizou o Arcebispo. 

Por fim, Dom Odilo afirmou que, no caminho do sínodo, todos perceberão que, assim como com os discípulos de Emaús, Jesus não abandonou sua Igreja, mas caminha com ela, renova-a por meio da constante ação do Espírito Santo, “na alegria de crer e de proclamar a Boa Nova do Evangelho à cidade mediante o testemunho da vida cristã e eclesial”.


 

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‘Qual a diferença entre o sínodo e o primeiro congresso de leigos, realizado em 2010?’

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26 de fevereiro de 2018

“Como parte da conversão pastoral da Igreja, também se faz necessária uma nova consciência cristã e eclesial do laicato e expressões novas de sua participação na missão da Igreja, segundo a condição que lhes é própria.” (Cardeal Odilo Pedro Scherer, 19.01.10). 

O Congresso de Leigos foi uma ocasião de grande importância eclesial, que convidou todo o laicato a refletir sobre sua vida e missão. Como membros da Igreja, os leigos estão envolvidos com as diversas atividades pastorais e testemunham no mundo a sua fé. A organização do laicato é fundamental, e se muitos já estão envolvidos nas atividades eclesiais, outros ainda não despertaram para essa exigência batismal, e, portanto, o primeiro congresso foi uma oportunidade de convocação, de tomada de consciência e de envio dos leigos. A Conferência de Aparecida e o 10º Plano de Pastoral foram documentos 
importantes e que nortearam os trabalhos do congresso de leigos, chamando a atenção para a necessidade de conversão pastoral.

O sínodo é uma convocação mais ampla, que envolve todo o clero e os leigos, além dos organismos e organizações que compõe a estrutura da Arquidiocese. Com o sínodo, deveremos fazer um longo processo de revisão de nossas comunidades e de todas as atividades e ações pastorais. O objetivo desse trabalho é olhar para a realidade da nossa Igreja, reafirmando aquilo que fazemos bem e descobrindo o que podemos melhorar e atualizar para continuar a evangelizar na grande cidade. 

 

Você tem dúvidas sobre o sínodo arquidiocesano? Envie sua pergunta para osaopaulo@uol.com.br
Acompanhe também os  boletins semanais sobre o sínodo na rádio 9 de Julho: às quintas-feiras,
nos programas “Igreja em Notícias”,das 7h30 às 8h, e  “Ciranda da Comunidade”, das 18h30 às 19h
 

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Está aberto oficialmente o sínodo arquidiocesano

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25 de fevereiro de 2018

O sínodo arquidiocesano começou oficialmente na tarde do sábado, 24, com uma celebração de abertura no Centro de Eventos São Luís, na Consolação, com a participação do clero arquidiocesano e dos religiosos e leigos que estarão engajados na realização da primeira etapa do sínodo nas paróquias da Arquidiocese ao longo de 2018.

“Temos hoje a graça de celebrar a abertura dos trabalhos do 1º sínodo arquidiocesano, convocado para ser um 'caminho de comunhão, conversão e renovação missionária' para toda a nossa Arquidiocese. Deus nos concede esta graça especial e, ao mesmo tempo, confia uma imensa tarefa à nossa generosa colaboração. O sínodo é uma importante ação eclesial, que vamos fazer juntos, como participantes de um grande 'mutirão’ eclesial, com o objetivo de buscar o maior bem para a vida e a missão de nossa Igreja em São Paulo”, afirmou o Cardeal Scherer durante a reflexão de abertura do sínodo.

LEIA A ÍNTEGRA DA REFLEXÃO DO CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

Durante a celebração de abertura, houve a entrega dos símbolos que marcarão esta primeira etapa do sínodo, com os encontros em âmbito paroquial já a partir do mês de março.

ASSISTA À ÍNTEGRA DA CELEBRAÇÃO DE ABERTURA DO SÍNODO

A reportagem completa sobre a celebração de abertura do sínodo poderá ser vista no site do O SÃO PAULO e no jornal impresso a partir de quarta-feira, dia 28.

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Celebração abrirá sínodo arquidiocesano em 24 de fevereiro

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09 de fevereiro de 2018

No dia 24 de fevereiro, às 14h30, no Colégio São Luís, zona Sul, acontecerá a abertura da celebração do sínodo arquidiocesano de São Paulo. Em carta enviada ao clero e aos coordenadores de grupos sinodais, no dia 9 de janeiro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, explicou que o encontro será dedicado à primeira etapa do sínodo no âmbito das paróquias, “que são as organizações da base da Igreja”.  

O evento não será uma missa, mas um encontro celebrativo dividido em dois momentos. No primeiro, serão dadas orientações gerais sobre o sínodo e sobre os materiais preparados para o sínodo nas paróquias. “Por isso mesmo, a participação de todos os acima indicados é muito importante, para que possamos iniciar bem os trabalhos do sínodo. Convido muito especialmente todos os padres das paróquias”, afirmou Dom Odilo.

Num segundo momento, haverá a solene invocação do Espírito Santo, a acolhida da Palavra de Deus e a consagração dos trabalhos do sínodo a Nossa Senhora, ao apóstolo São Paulo e aos Santos Padroeiros das comunidades paroquiais da Arquidiocese. “No final, será feito um grande envio para a celebração do sínodo, a começar pelas paróquias ao longo de 2018”, acrescentou o Cardeal.

 

COMISSÕES PAROQUIAIS

O Arcebispo reforçou, ainda, que, conforme o Regulamento do sínodo, as paróquias precisam, sem demora, organizar a sua Comissão Paroquial do sínodo que, sob a coordenação do Pároco ou Administrador Paroquial, deve preparar o que lhe compete para o bom encaminhamento dos trabalhos sinodais na paróquia ao longo do ano. “A Comissão deverá ser composta por pessoas capazes e dispostas a animar o sínodo na paróquia”, reiterou.

Na etapa paroquial do sínodo, o povo deverá ser estimulado a fazer uma reunião mensal de grupo, seguindo o roteiro preparado pela Comissão de Coordenação Geral do sínodo. Essa etapa ocorrerá entre fevereiro e outubro. “No final de cada roteiro de reunião, haverá algumas questões ou perguntas, que o grupo deverá discutir, levando sua contribuição por escrito, após cada reunião, para a Comissão Paroquial do sínodo. Assim, a paróquia vai recolhendo as contribuições dos grupos, ao longo do ano, para preparar a assembleia paroquial do sínodo, a ser realizada entre o final de outubro e o início de novembro”, orientou Dom Odilo.

Divulgação

Dia 24 de fevereiro, a partir das 14h, no Colégio São Luís (rua Luís Coelho, 323, próximo à estação Consolação do Metrô)

LEVANTAMENTO DA REALIDADE

Nos meses de julho e agosto, deverá ser feito um levantamento sobre a realidade paroquial, a partir de um roteiro que está sendo preparado pela Comissão de Coordenação Geral do sínodo. “Para esse levantamento, as paróquias deverão ter muitos voluntários para saírem a campo; eles serão oportunamente treinados e capacitados pela Secretaria Geral do sínodo, em maio/junho, para fazerem esse levantamento com bom fruto”, continou o Cardeal.

Em outubro, até o início de novembro, deverão acontecer as assembleias do sínodo nas paróquias. Para essas assembleias, ainda vai ser preparado e aprovado um regulamento específico pela Comissão de Coordenação Geral. “A assembleia paroquial do sínodo deverá ser bem preparada ao longo do ano pela Comissão Paroquial e poderá ter diversas sessões. Tenho a certeza de que não vai faltar assunto! O resultado das assembleias deverá ser entregue até o final de novembro à Secretaria do sínodo em cada Região e Vicariato Episcopal”.

Começaram a ser distribuídos nas paróquias o cartaz do sínodo e o roteiro das reuniões dos grupos paroquiais do sínodo. Uma vela personalizada acompanhará cada grupo em suas reuniões. “Os textos para as reuniões deverão ser distribuídos apenas para os participantes de cada grupo organizado do sínodo na paróquia, após a celebração arquidiocesana de abertura do sínodo”.

 

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‘Quando as decisões do sínodo serão postas em prática?’

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29 de janeiro de 2018

O Regulamento do sínodo, no número 21, diz que: “Concluídos os trabalhos da assembleia sinodal arquidiocesana, caberá à Secretaria Executiva do sínodo proceder à redação final das conclusões sinodais e apresentá-las ao Arcebispo de São Paulo, a quem compete promulgar e fazer implementar as diretrizes e indicações sinodais.” 

A última etapa do sínodo será a redação final e a promulgação das conclusões sinodais. Esse trabalho será o resultado de todos os esforços anteriores, das repostas aos questionários, das assembleias regionais e dos vicariatos e das votações na assembleia sinodal. As reflexões e os pontos levantados durante os três anos, como os novos desafios, vão fazer parte desse documento que vai nortear a vida pastoral da Arquidiocese. 

Depois que as conclusões do sínodo forem proclamadas pelo Arcebispo, as paróquias e comunidades deverão fazer o processo de acolhida das conclusões. Pode-se dizer que, quando o sínodo for concluído, terá início a fase de implantação, e essa será mais longa e duradoura. É importante ressaltar que a riqueza do sínodo não está apenas nas conclusões, mas no processo sinodal. Durante o caminho até a assembleia do sínodo, as comunidades paroquiais e as pastorais vão ter a oportunidade de rever e avaliar a sua ação pastoral, e, portanto, já poderão colher frutos do processo sinodal. Quanto maior e melhor for a participação de cada um em sua comunidade, melhores serão as conclusões do sínodo para a vida e a evangelização da grande cidade.

 

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