ANS: planos de saúde de 10 operadoras estão suspensos a partir de hoje

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06 de setembro de 2019

A partir desta sexta-feira (6), 51 planos de saúde de dez operadoras estão com sua comercialização suspensa por determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS), em função de reclamações feitas pelos clientes, durante o segundo trimestre. De acordo com a ANS, a medida é resultado do Programa de Monitoramento de Garantia de Atendimento, que monitora a qualidade do serviço prestado pelo setor e atua na proteção dos beneficiários.

Somados, os 51 planos atendem a 278,6 mil beneficiários, que terão mantida a garantia à assistência regular.

Segundo a agência, o programa avalia as operadoras tomando por base as queixas feitas pelos beneficiários nos canais de atendimento da ANS. “O objetivo do programa é estimular as empresas a garantir o acesso do beneficiário aos serviços e procedimentos definidos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de acordo com o que foi contratado.”

O diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Rogério Scarabel, disse que a suspensão evita que esses planos sejam comercializados ou recebam novos clientes até que comprovem melhoria do atendimento prestado. “As reclamações que são consideradas nesse monitoramento se referem ao descumprimento dos prazos máximos para realização de consultas, exames e cirurgias ou negativa de cobertura. É uma medida importante para proteger quem já está no plano, além de obrigar a operadora a qualificar a assistência prestada."

Paralelamente à suspensão, a agência vai liberar a comercialização de 28 planos de saúde de 11 operadoras. Eles haviam sido suspensos em ciclos anteriores, mas melhoraram os resultados do monitoramento e, com isso, poderão voltar a ser vendidos para novos clientes a partir de hoje.

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Programa Médicos pelo Brasil vai substituir Mais Médicos

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06 de agosto de 2019

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, lançaram na quinta-feira, 1º, o programa Médicos pelo Brasil, que vai substituir o Mais Médicos, criado em 2013, no governo de Dilma Rousseff. O lançamento ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto, marcada para as 11h.

O principal objetivo do novo programa continua sendo a interiorização de médicos pelo país, especialmente nas regiões mais remotas e desassistidas. "O programa prevê a priorização da prestação de serviços médicos na atenção primária de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente em municípios pequenos e remotos do Brasil, locais de difícil provimento ou alta vulnerabilidade, além de aprimorar o modelo de atendimento médico federal. O programa objetiva também desenvolver e intensificar a formação de profissionais médicos, especialistas em medicina de família e comunidade", afirmou o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, na entrevista diária concedida no dia 30 de julho, a jornalistas.

Uma das principais novidades do Médicos pelo Brasil é a contratação dos profissionais pelo regime de Conslidação das Leis do Trabalho (CLT). Até então, os contratos eram temporários de até três anos. O valor do salário, atualmente em R$ 11,8 mil, também deve aumentar. Estão previstas gratificações de acordo com o local de lotação do médico. A seleção para o programa será feita, segundo o governo, por meio de prova objetiva. O programa também pretende intensificar a formação de profissionais médicos como especialistas em medicina de família e comunidade.

A substituição do Mais Médicos pelo Médicos pelo Brasil deverá ser gradual, respeitando os atuais contratos em vigor. A expectativa é manter as cerca de 18 mil vagas em mais de 4 mil municípios de todo o país.

O governo espera que o novo programa seja mais atrativo na alocação de profissionais médicos em áreas de baixa cobertura de saúde pública. "Eles [Ministério da Saúde] estudaram alguns aspectos que vão favorecer a chamada, a seleção desses novos médicos. Nós estamos bastante esperançosos que isso possa suplantar as dificuldades que nós tínhamos no passado", acrescentou Rêgo Barros.  

Cubanos

A incorporação dos cerca de 1,8 mil médicos cubanos que permaneceram no país, após o fim do acordo com o governo de Cuba, não está prevista no novo programa. "A situação dos médicos cubanos está sendo analisada pelo ministério, buscando alternativas para o seu exercício profissional", disse o porta-voz do governo.

Portaria publicada essa semana pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores regulamentou a residência de cubanos que participaram do programa Mais Médicos no Brasil. A apresentação do requerimento de autorização de residência em território brasileiro deverá ser feita junto à Polícia Federal.

De acordo com a portaria, o imigrante poderá requerer a autorização de residência – que poderá ter prazo indeterminado – no período de 90 dias anteriores à expiração do prazo de 2 anos, previsto para que as autoridades brasileiras concluam o processo de autorização de residência. A autorização de residência implicará na “desistência expressa e voluntária de solicitação de reconhecimento da condição de refugiado”.

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Governo fecha 21 hospitais administrados pela Igreja Católica

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24 de junho de 2019

Milhares de doentes em toda a Eritreia foram privados de cuidados médicos vitais depois do governo ter interditado três hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas, na última semana. As informações chegaram por meio de uma fonte da Igreja Católica local, que informou à Fundação Pontifícia ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) sobre o ocorrido.

De acordo com a fonte, as pessoas correm risco de morte caso os serviços não sejam retomados rapidamente, sendo que muitos pacientes expulsos tiveram de percorrer até 25 quilômetros para acessar outra clínica.

O fechamento levou os quatro bispos da Eritreia a condenar a ação por meio de uma carta enviada ao ministro da Saúde da Eritreia, Amna Nurhusein. A carta enfatiza que o programa de confisco, que fechou todas as instalações do serviço de saúde da Igreja Católica, alguns deles com mais de 70 anos de atividade, é “profundamente injusta”.

A carta declara: “Privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar sua própria existência e expor seus trabalhadores à perseguição religiosa. Declaramos que não entregaremos nossas instituições e equipamentos de livre e espontânea vontade”, confirmando o que uma outra fonte local disse: “A equipe de algumas das clínicas se recusou a entregar as chaves para que os soldados invadissem as mesmas”.

O contato da ACN acrescentou: “Nossa mensagem ao governo é simples: deixe-nos em paz. É dever da Igreja cuidar dos doentes, dos pobres e moribundos. Ninguém, nem mesmo o governo, pode dizer à Igreja para não fazer o seu trabalho. Nossas instalações médicas estavam seguindo fielmente as diretrizes do ministério da saúde e, na maioria das vezes, os supervisores do ministério apreciavam muito o trabalho realizado”.

A fonte católica disse que o governo queria ser o único provedor de assistência médica, mas que a maioria das pessoas preferia institutos administrados pela Igreja, já que os serviços estatais geralmente têm equipamentos precários e falta de pessoal, e muitos procuram asilo no exterior. “Ao fornecer esses serviços, a Igreja não está competindo com o governo, mas está simplesmente complementando e auxiliando o que o governo faz”.

Não está claro se o regime pretende reabrir os institutos mais tarde. O contato da ACN disse que os centros de saúde católicos confiscados pelo governo há dois anos continuam fechados até hoje. Ele apelou à comunidade internacional, incluindo o governo do Reino Unido, para pedir ao governo do presidente Isaías Afewerki que procure o caminho da reconciliação.

Sobre a ACN (Ajuda à Igreja que Sofre)

A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é uma instituição de caridade católica que auxilia a Igreja por meio de informações, orações e projetos de ajuda a pessoas ou grupos que sofrem perseguição e opressão religiosa e social ou que estejam em necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN tornou-se uma Fundação Pontifícia da Igreja em 2011.

Todos os anos, a instituição atende mais de 5.000 pedidos de ajuda de bispos e superiores religiosos em cerca de 140 países, incluindo: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa, incluindo a Bíblia da Criança do ACN, com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 180 línguas; apoia padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e restauração de igrejas e demais instalações eclesiais; programas religiosos de comunicação; e ajuda aos refugiados de conflitos e vítimas de desastres naturais.

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Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe termina nesta sexta

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30 de mai de 2019

Termina nesta sexta-feira (31) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, destinada a vacinar exclusivamente o público prioritário, entre eles, idosos, crianças, gestantes, profissionais de saúde e professores. De acordo com o Ministério da Saúde, a partir de segunda-feira (3), as doses restantes da campanha ficarão disponíveis para a população em geral. Até esta quarta-feira, 44,6 milhões de pessoas que buscaram os postos de vacinação, o que representa 75% da população-alvo.

“Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas, devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do SUS deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.

A meta do ministério é vacinar 90% do público-alvo, formado por 59,4 milhões de pessoas. Dois estados já bateram a meta de 90%: Amazonas (94,4%) e Amapá (94,7%). Os estados com menor cobertura vacinal são Rio de Janeiro (57,6%), Acre (64,9%) e São Paulo (65,4%). Segundo a pasta, a campanha mantém, em todo o país, uma estrutura com mais de 41,8 mil postos de vacinação e a participação de aproximadamente 196,5 mil pessoas.

Os dados divulgados pelo ministério indicam que, entre a população prioritária, os funcionários do sistema prisional registram a maior cobertura vacinal, com 94,2%, seguido pelas puérperas (91%), indígenas (86,7%), idosos (85,3%) e professores (82,8%). Os grupos que menos se vacinaram foram os profissionais das forças de segurança e salvamento (32,2%), população privada de liberdade (50,4%), pessoas com comorbidades (66,6%), crianças (69,9%), gestantes (70,8%) e trabalhadores de saúde (72,9%).

No Brasil, a escolha do público prioritário obedece recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias”, diz a pasta da Saúde.

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Novo Código de Ética Médica entra em vigor hoje

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30 de abril de 2019

O Novo Código de Ética Médica entra em vigor hoje (30) em todo o país. O documento, composto por 26 princípios listados como fundamentais para o exercício da medicina, prevê pontos como respeito à autonomia do paciente, inclusive aqueles em fase terminal; preservação do sigilo profissional; direito de exercer a profissão de acordo com a consciência; e possibilidade de recusa de atender em locais com condições precárias.

"Trata-se da versão atualizada de um conjunto de princípios que estabelece os limites, os compromissos e os direitos assumidos pelos médicos no exercício da profissão", explicou o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Confira, abaixo, as principais diretrizes que compõem o novo código.

Novidades

Entre as novidades do novo código de ética está o respeito ao médico com deficiência ou doença crônica, assegurando ao profissional o direito de exercer as atividades nos limites de sua capacidade e sem colocar em risco a vida e a saúde de seus pacientes.

Telemedicina

O uso de mídias sociais pelos médicos será regulado por meio de resoluções específicas, o que valerá também para a oferta de serviços médicos a distância mediados por tecnologia. O novo código, portanto, transfere a regulação da chamada telemedicina para resoluções avulsas, passíveis de frequentes atualizações.

Pesquisas

No âmbito das pesquisas em medicina, o novo código prevê a criação de normas de proteção de participantes considerados vulneráveis, como menores de idade e pessoas com deficiência física ou intelectual. Quando houver situação de diminuição da capacidade do paciente de discernir, além do consentimento de seu representante legal, será necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão.

Placebo

Ainda no âmbito das pesquisas, o novo código permite os chamados placebos [substância sem propriedades farmacológicas] de mascaramento, mantendo a vedação ao uso de placebo isolado - quando não é usada nenhuma medicação eficaz. De acordo com o texto, fica vedado ao médico manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas em seres humanos que usem placebo de maneira isolada em experimentos, quando houver método profilático ou terapêutico eficaz.

Prontuário

As novas regras também autorizam o médico, quando requisitado judicialmente, a encaminhar cópias do prontuário de pacientes sob sua guarda diretamente ao juízo requisitante. No código anterior, o documento só poderia ser disponibilizado a um perito médico nomeado pelo juiz em questão.

Autonomia

Entre as diretrizes mantidas estão a consideração à autonomia do paciente, a preservação do sigilo médico-paciente e a proteção contra conflitos de interesse na atividade médica, de pesquisa e docência. Fica vedado ao médico desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de risco iminente de morte.

Dignidade

Em caso de situação clínica irreversível e terminal, o novo código estabelece que o médico evite a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos considerados desnecessários e propicie aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.

Ato Médico

O código assegura a proibição à cobrança de honorários de pacientes assistidos em instituições que se destinam à prestação de serviços públicos; e reforça a necessidade de o médico denunciar aos conselhos regionais instituições públicas ou privadas que não ofereçam condições adequadas para o exercício profissional.

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Novo Código de Ética Médica entra em vigor na próxima terça-feira

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23 de abril de 2019

Respeito à autonomia do paciente, inclusive aqueles em fase terminal; preservação do sigilo profissional; direito de exercer a profissão de acordo com a consciência; e possibilidade de recusa de atender em locais com condições precárias são alguns dos pontos previstos no novo Código de Ética Médica, apresentado hoje (23) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

O documento é composto por 26 princípios listados como fundamentais para o exercício da medicina, além de cerca de 120 normas que condicionam infratores a penas disciplinares. O código atualizado entra em vigência na próxima terça-feira (30), 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. A versão anterior vigorava desde abril de 2010.

O presidente do CFM, Carlos Vital, lembrou que foram quase três anos de discussões e análises. Para ele, os debates, abertos à participação da categoria por meio de entidades ou manifestação individual, permitiram modernizar o texto anterior, contemplando mudanças decorrentes de avanços científicos e tecnológicos e novos contextos na relação em sociedade.

O trabalho contou com a participação dos conselhos regionais de medicina, representantes de entidades e consultores especialistas das áreas de bioética, filosofia, ética médica e direito. Foram promovidos três encontros regionais e três nacionais para debater e deliberar sobre exclusão, alteração e adição de itens ao texto vigente.

Novidades

Entre as novidades do novo código de ética está o respeito ao médico com deficiência ou doença crônica, assegurando ao profissional o direito de exercer as atividades nos limites de sua capacidade e sem colocar em risco a vida e a saúde de seus pacientes.

Telemedicina

Também ficou definido que o uso de mídias sociais pelos médicos será regulado por meio de resoluções específicas, o que valerá também para a oferta de serviços médicos a distância mediados por tecnologia. O novo código, portanto, transfere a regulação da chamada telemedicina para resoluções avulsas, passíveis de frequentes atualizações.

Pesquisas

No âmbito das pesquisas em medicina, o novo código prevê a criação de normas de proteção de participantes considerados vulneráveis, como menores de idade e pessoas com deficiência física ou intelectual. Quando houver situação de diminuição da capacidade do paciente de discernir, além do consentimento de seu representante legal, será necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão.

Placebo

Ainda no âmbito das pesquisas, o novo código permite os chamados placebos de mascaramento, mantendo a vedação ao uso de placebo isolado - quando não é usada nenhuma medicação eficaz. De acordo com o texto, fica vedado ao médico manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas em seres humanos que usem placebo de maneira isolada em experimentos, quando houver método profilático ou terapêutico eficaz.

Prontuário

As novas regras também autorizam o médico, quando requisitado judicialmente, a encaminhar cópias do prontuário de pacientes sob sua guarda diretamente ao juízo requisitante. No código anterior, o documento só poderia ser disponibilizado a um perito médico nomeado pelo juiz em questão.

Autonomia

Entre as diretrizes mantidas estão a consideração à autonomia do paciente, a preservação do sigilo médico-paciente e a proteção contra conflitos de interesse na atividade médica, de pesquisa e docência. Fica vedado ao médico desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de risco iminente de morte.

Dignidade

Em caso de situação clínica irreversível e terminal, o novo código estabelece que o médico evite a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos considerados desnecessários e propicie aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.

Ato Médico

O código assegura a proibição à cobrança de honorários de pacientes assistidos em instituições que se destinam à prestação de serviços públicos; e reforça a necessidade de o médico denunciar aos conselhos regionais instituições públicas ou privadas que não ofereçam condições adequadas para o exercício profissional.

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Fiocruz desenvolve teste para Zika mais barato e rápido

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15 de abril de 2019

Exames para identificar infecção pelo vírus da Zika em breve vão poder ser feitos em 20 minutos. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, desenvolveram um método simples e 40 vezes mais barato que o tradicional. A expectativa é que chegue aos postos de saúde antes do final do ano, beneficiando, principalmente, os municípios afastados dos grandes centros, onde o resultado do teste de Zika pode demorar até 15 dias. As informações são de um dos criadores da técnica, o pesquisador da unidade Jefferson Ribeiro.

“Tendo em vista que a técnica atual (PCR) é extremamente cara e o Brasil tem poucos laboratórios de referência que podem realizar o diagnóstico de Zika – até um tempo atrás eram apenas cinco, inclusive a Fiocruz de Pernambuco -, uma cidade pequena, no interior do estado, acaba prejudicada. A amostra precisa sair do interior, ir para a capital, para ser processada, enfim, se pensarmos nesses municípios, o resultado pode demorar 15 dias”, destaca Ribeiro.

Outra vantagem do novo teste é que pode ser feito por qualquer pessoa nos posto de saúde, não exige treinamento complexo. Com um kit rápido, basta coletar amostras de saliva ou urina, misturar com reagentes fornecidos em um pequeno tubo plástico e depois aquecer em banho maria. Vinte minutos depois, se a cor da mistura se tornar amarela, está confirmado o diagnóstico de Zika, se ficar laranja, o resultado é negativo. Hoje, o teste PCR (reação em da polimerase), com reagentes importados, é feito com material genético retirado das amostras, o que demora mais.

O teste elaborado pela Fiocruz Pernambuco é também mais preciso, ou seja, tem uma taxa de erro menor, acusando a doença mesmo em casos que não foram detectados pela PCR.

A expectativa dos pesquisadores é que o kit seja desenvolvimento pela indústria nacional, com a participação da Bio-manguinhos, e disponibilizado até o fim do ano. Testes semelhantes já são usados para o vírus da dengue e outras bactérias. “Essa é a nossa pretensão, para facilitar a disponibilidade para o Sistema Único de Saúde”, disse Ribeiro.

Zika

O número de casos de Zika, que pode causar microcefalia em bebês, vem diminuindo nos últimos anos. No entanto, o país ainda teve 8.680 diagnósticos em 2018 (em 2017 foram 17.593), com maior incidência no Norte e Centro-Oeste. A doença está relacionada à falta de urbanização e de saneamento básico e costuma aumentar nas estações chuvosas.

A Zika é transmitida principalmente por picadas de mosquito, mas também durante a relação sexual desprotegida e de mãe para filho, na gestação. Provoca complicações neurológicas como a microcefalia e a Síndrome de Guillain Barré. Começa com manchas vermelhas pelo corpo, olho vermelho, febre baixa e dores pelos corpos e nas juntas, geralmente, sem complicações.

O novo teste para a Zika foi desenvolvido no mestrado em Biociências e Biotecnologia em Saúde, com orientação do professor Lindomar Pena. Em breve, será publicado em detalhes em revista científica. Anteriormente, os pesquisadores publicaram artigo com os resultados dos testes para amostras de mosquitos infectados e não de secreções humanas.

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Brasil: ainda há muito o que melhorar na saúde

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12 de abril de 2019

No dia 7 de abril, em todo o mundo, comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Uma data oportuna para pensar a respeito dos avanços e desafios da saúde no Brasil, sobretudo no que se refere à saúde pública e às políticas públicas nessa área, no âmbito do tema da Campanha da Fraternidade 2019, “Fraternidade e Políticas Públicas”.

O Brasil escolheu aproveitar a ocasião para fazer um alerta sobre a importância da vacinação e da imunização para evitar a volta de doenças já erradicadas no mundo. Recentemente, um surto de sarampo no País aconteceu devido ao fato de muitos pais ou responsáveis decidirem não vacinar seus filhos.

A vacinação contra o sarampo atingiu um pico em 2003, porém vem caindo ano a ano, até chegar próximo a 80% em 2018, patamar longe da meta de, no mínimo, 95% de taxa de imunização.

Importante recordar que o sistema de imunização do Brasil é referência mundial no que se refere a campanhas de vacinação. Aliás, se há um aspecto das políticas públicas que deve ser elogiado no País é justamente o da imunização. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente 19 vacinas, prevenindo contra 18 doenças, proporcionando proteção que se inicia ainda nos recémnascidos, podendo se estender por toda a vida. São mais de 300 milhões de doses de vacinas aplicadas por ano.

 

AS PÉROLAS DO SUS

É importante falar acerca das vacinas do SUS, porque, além de gratuitas, todas são seguras. Elas passam, desde o processo de produção, por avaliação de qualidade e segurança por meio de agências reguladoras e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é internacionalmente reconhecido e seu sucesso favoreceu a redução das desigualdades sociais e a proteção contra uma série de doenças, contribuindo significativamente para diminuir os índices de mortalidade em menores de 5 anos.

Outros programas, como os centros de referência para controle de HIV/AIDS, também são exemplo para outros países, bem como as farmácias de alto custo do SUS, a legislação de genéricos e o acesso a medicamentos de uso contínuo.

 

CUIDADO CONSTANTE

Pessoas com doenças graves e que precisam de medicamentos excepcionais, ou seja, de uso contínuo ou de alto custo, podem também contar com o SUS para obtê-los. O caminho a ser percorrido nem sempre é fácil e os beneficiados passam por uma espécie de triagem, além de terem o dever de estar em dia com consultas e receitas.

Esses medicamentos são usados no tratamento de doenças crônicas e raras e distribuídos em farmácias específicas para esse fim. Por representarem custo elevado, sua distribuição obedece a regras e critérios específicos. O Programa de Medicamentos Excepcionais foi criado em 1993 e ampliado pelo SUS.

Rita dos Santos Medina, 64, vai todos os meses à Farmácia da Vila Mariana, na zona Sul de São Paulo, que atende, por mês, cerca de 28 mil pacientes, de acordo com dados fornecidos pelo próprio site do estabelecimento. Rita usa mais de um medicamento para osteoporose, que trata há mais de oito anos, e afirma que, se não obtivesse os medicamentos gratuitamente, não conseguiria se manter e pagar os remédios.

“Penso sempre nas pessoas que não têm acesso, que moram em cidades afastadas ou nem sabem que têm esse direito. Na verdade, mesmo sendo difícil, pois atravesso a cidade para vir aqui, é muito bom que exista este programa”, contou Rita.

 

GENÉRICOS

Outra conquista no que se refere ao acesso à saúde foi a legislação dos medicamentos genéricos, aprovada em 1999.

O processo começou ainda na década de 1970, mas só foi concluido com a Lei 9.787, de 10/02/1999. Após a Lei, foram criadas as condições para a implantação de medicamentos genéricos, em consonância com normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde.

 

QUANDO O SISTEMA NÃO VAI TÃO BEM...

Embora existam aspectos que devam ser reconhecidos por sua abrangência e eficiência, o SUS está longe de funcionar perfeitamente. São muitos os problemas pelos quais os brasileiros passam todos os dias quando recorrem ao sistema público e, em alguns casos, até mesmo em sistemas privados, sobretudo nos convênios médicos.

São comuns nos noticiários cenas de pessoas sendo atendidas nos corredores dos hospitais ou reportagens sobre a falta de médicos nas unidades. E não só de médicos, mas de profissionais de forma geral, de equipamentos e de vagas. Enfim, quando o assunto é saúde pública, a lista de problemas e desafios parece não ter fim.

O caso da pequena Alícia, que nasceu em abril de 2018, no Hospital Municipal Vereador José Storopolli (popularmente conhecido como Vermelhinho), na zona Norte de São Paulo, é um desses exemplos em que a defasagem do sistema foi crucial para o desenrolar dos fatos.

Na noite seguinte ao nascimento, a recém- -nascida começou a apresentar os primeiros sintomas de síndrome da Hipoplasia, uma condição rara do coração, que requer um procedimento cirúrgico logo após o nascimento.

Não havia, porém, vaga para a cirurgia no hospital em que se encontrava.

Talyta Amaral, tia de Alícia, começou uma busca por vagas nos hospitais e levou o caso à mídia, para tentar que a sobrinha fizesse o procedimento. No entanto, mesmo diante de muito esforço e mobilização de várias pessoas, a recém-nascida não conseguiu a vaga e não resistiu, vindo a falecer 19 dias após o nascimento.

“Nosso coração chora. Chora porque nós perdemos nossa princesa por culpa de um sistema inútil, que não ampara aqueles que não podem pagar. Nosso País chegou ao caos, nossos direitos só existem no papel. Enquanto isso, outros usam nosso dinheiro para benefício próprio”, escreveu Talyta na ocasião.

 

RAPIDEZ É ESSENCIAL

Recentemente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em São Paulo, foi questionado por ter passado por uma série de mudanças que, segundo especialistas, pode piorar um sistema que já estava deficiente.

Em fevereiro de 2019, a Secretaria Municipal da Saúde anunciou o fechamento de 31 das 58 bases do Samu. Com isso, os funcionários passaram a trabalhar em locais como Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e hospitais. Segundo a Prefeitura, tal mudança permitiu ampliar os pontos de atendimento para 78.

O que está em jogo é justamente o tempo do atendimento. De acordo com padrões internacionais, o tempo máximo é de 12 minutos para a chegada do socorro quando a vítima corre o risco de morrer. Na Capital Paulista, um socorro dessa modalidade demora, em média, 30 minutos, e as pessoas se queixam do extenso protocolo, ou seja, de todas as perguntas que têm de ser respondidas quando da solicitação do serviço, o que atrasa ainda mais o atendimento. O sistema se defende, afirmando que o protocolo foi criado devido ao alto número de trotes.

Em reportagem publicada pela Câmara Municipal de São Paulo, no dia 13 de março, a Prefeitura disse ainda que vai economizar R$ 600 mil por mês e que a economia será reinvestida no Samu. O diretor do Samu, Marcelo Takano, afirmou que os médicos vão sentir a mudança a partir de abril.

O Samu recebe cerca de 5 mil ligações diariamente. Esse total inclui chamados múltiplos para a mesma ocorrência, trotes e solicitações de informações que não se enquadram nas características do serviço. Em média, são realizados 600 despachos de viaturas para atendimento de ocorrências de urgência e emergência.

UMA MÃE E UM MILAGRE

Orney da Silva e Janete Simplício da Silva são casados há 21 anos e têm três filhos: Iago Simplício da Silva, 14; Yuri Simplício da Silva, 10, e o pequeno Mikael, que completa 4 meses de vida em abril.

Em 17 de dezembro de 2018, Janete foi internada no Hospital Geral da Vila Nova Cachoeirinha para uma cesariana e o nascimento do terceiro filho. No dia seguinte, o esposo, Orney, ligou no hospital para saber quando poderia visitá-la e foi informado que não seria possível, pois ela ainda estava à espera de um quarto.

“Então, no dia 19, liguei novamente e pedi esclarecimentos, pois não era normal que eu ficasse dois dias sem contato com ela. Quando finalmente consegui, vi minha esposa entubada, apagada e fiquei em choque”, contou Orney.

Janete teve complicações durante a cesariana, passou por duas cirurgias, que duraram seis horas, teve hemorragia e chegou a perder o útero. “Segundo os médicos, devido à hemorragia, o sangue atingiu o pulmão e ela não conseguia respirar”, disse o esposo.

Aos 39 anos, Janete teve uma tromboembolia pulmonar e ficou 34 dias em coma, sendo que nesse período sua respiração era feita 100% por aparelhos.

“Todos os dias, ia visitá-la e os médicos diziam que a possibilidade de ela sobreviver era menos de 1%. Então, a única coisa que eu podia fazer era rezar e pedir a Deus que a salvasse. E assim fizemos: eu, minha família e a comunidade”, contou Orney, que participa da Comunidade São Pedro, do Jardim Paraná, pertencente à Paróquia São José Operário, na Região Episcopal Brasilândia.

Mikael agora passeia no colo da mãe e, acompanhado pelos irmãos e o pai, vai à missa na Comunidade que tanto rezou pela recuperação de Janete. “Foi um milagre de Deus, não há explicação. Até os médicos ficaram surpresos com a recuperação dela”, disse, emocionado, Orney.

Janete teve complicações durante a cesariana, passou por duas cirurgias, que duraram seis horas, teve hemorragia e chegou a perder o útero. “Segundo os médicos, devido à hemorragia, o sangue atingiu o pulmão e ela não conseguia respirar”, disse o esposo.

Aos 39 anos, Janete teve uma tromboembolia pulmonar e ficou 34 dias em coma, sendo que nesse período sua respiração era feita 100% por aparelhos.

“Todos os dias, ia visitá-la e os médicos diziam que a possibilidade de ela sobreviver era menos de 1%. Então, a única coisa que eu podia fazer era rezar e pedir a Deus que a salvasse. E assim fizemos: eu, minha família e a comunidade”, contou Orney, que participa da Comunidade São Pedro, do Jardim Paraná, pertencente à Paróquia São José Operário, na Região Episcopal Brasilândia.

Mikael agora passeia no colo da mãe e, acompanhado pelos irmãos e o pai, vai à missa na Comunidade que tanto rezou pela recuperação de Janete. “Foi um milagre de Deus, não há explicação. Até os médicos ficaram surpresos com a recuperação dela”, disse, emocionado, Orney


 

DIA MUNDIAL DOS ENFERMOS

Em 11 de fevereiro, a Igreja celebra o Dia Mundial dos Enfermos. A data, instituída em 1992 por São João Paulo II, acontece anualmente em comunidades, paróquias, dioceses e conferências episcopais de todo o mundo no dia de Nossa Senhora de Lourdes.

Este ano, o tema do Dia Mundial dos Enfermos foi “Recebestes de graça, dai de graça” (Mt 10,8). Na mensagem, o Papa Francisco recorda que a vida é dom de Deus. “Precisamente porque é dom, a existência não pode ser considerada como mera possessão ou propriedade privada, sobretudo à vista das conquistas da Medicina e da Biotecnologia, que poderiam induzir o homem a ceder à tentação de manipular a ‘árvore da vida’” (cf. Gn 3,24).

“Mãe de todos os seus filhos, mas com uma solicitude especial pelos doentes”, a Igraja, escreve o Papa, lembra que o caminho mais credível de evangelização são os gestos de um dom gratuito como os do bom samaritano. A atenção para com os doentes precisa de profissionalismo e ternura, de gestos gratuitos, imediatos e simples.

 

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Quando a orquestra vai ao hospital

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17 de novembro de 2018

Quinze músicos preparam seus instrumentos e fazem uma apresentação com duração aproximada de uma hora para pacientes e toda a equipe médica e funcionários dos hospitais Há 13 anos, sob a regência do médico Samir Rahme, a Orquestra do Limiar protagoniza o projeto “Música nos Hospitais”. 

A iniciativa é da Associação Paulista de Medicina (APM), com aprovação do Programa Nacional de Cultura (Pronac), do Ministério da Cultura, e, atualmente, com o patrocínio do Aché Cultural, pertencente ao Aché Laboratórios Farmacêuticos.

A música vai ganhando espaço nos corredores dos hospitais e encontrando ouvidos atentos e perspicazes. “É um programa diferenciado e muito bonito. É como se a gente acendesse um incenso musical e proporcionasse um momento de beleza e reflexão”, disse Samir Rahme, em entrevista à rádio 9 de Julho.

Após a apresentação principal, que acontece no hall do hospital ou em outro espaço como a capela, os músicos da Orquestra de Câmara dividem-se em quatro grupos e vão até os andares para tocar seus instrumentos àqueles pacientes e funcionários que não puderam se deslocar para a apresentação principal.

Com o projeto, a APM propõe uma atividade mais leve e prazerosa dentro da rotina hospitalar, levando a alegria e os benefícios da música aos pacientes, funcionários e frequentadores. É uma oportunidade de proporcionar contato com a cultura por meio da realização de concertos de música erudita e instrumental, uma vez que se trata de uma orquestra de cordas.

Estudos publicados pela Associação Americana de Musicoterapia e pela Federação Mundial de Musicoterapia indicam os efeitos positivos da música no funcionamento do organismo. As pesquisas confirmam que as atividades musicais melhoram o humor, potencializam a expressão e favorecem o aprendizado.

 

PELO BRASIL

A programação é 100% gratuita e, até o fim de 2018 o projeto “Música nos Hospitais” terá acontecido em 13 instituições nos Estados de São Paulo, Bahia e Ceará. “A gente viajava com a orquestra até dois anos atrás e pretendemos voltar a viajar em breve. Já nos apresentamos em todas as cidades do Estado de São Paulo e em 12 capitais brasileiras, além de outras cidades do interior”, explicou Samir. “Quando chegamos a um hospital pela primeira vez, sempre há aquele ar de desconfiança e medo, mas no fim do concerto, a pergunta é sempre a mesma: ‘Quando vocês vão voltar?’”, continuou.

Desde 2004, o programa foi realizado 176 vezes, em 21 cidades espalhadas pelo Brasil, contemplando 68 hospitais e reunindo cerca de 60 mil pessoas – entre médicos, enfermeiros, funcionários, pacientes e familiares. Ao longo desses anos, a APM, juntamente com seus parceiros, buscou impactar positivamente o dia a dia das pessoas nos hospitais e, dessa forma, ampliar também o gosto pela música erudita.

 

REPERTÓRIO

Samir explicou que o repertório é escolhido cuidadosamente por ele mesmo e as apresentações são compostas por peças e arranjos específicos para cordas. “Escolho músicas que toquem o coração das pessoas, que falem às almas delas. A música tem tudo o que a gente precisa: ela tem melodia, acontece no tempo, assim como a vida. Normalmente, começamos o programa com grandes mestres que souberam lidar com a matemática musical, como Vivaldi, Bach, Villa Lobos e Mozart. A música de Mozart está em todas as apresentações, pois são peças cheias de leveza e que provocam envolvimento. A música dele faz a alma dançar”, con- tinuou o médico. O repertório é composto também por músicas mais populares, como arranjos de Beatles para orquestras e compositores brasileiros.

 

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Fundada em 1930, a APM é uma entidade representativa dos médicos do Estado de São Paulo. Sem fins lucrativos, de utilidade pública e com cerca de 30 mil associados, tem o objetivo de identificar e enfrentar os grandes desafios da Medicina na atualidade. Além do Música nos Hospitais, a APM apoia diversos programas culturais abertos ao público, como exposições de arte, programas musicais, cinema e debates.

 

 

ORQUESTRA DO LIMIAR

Fundada em 2002 pelo maestro e médico Samir Rahme, que é formado em Composição e Regência pela Unesp, a Orquestra  do Limiar, desde a sua criação esob o lema “Música para a Alma”, apresenta concertos de música instrumental e erudita em con- gressos, eventos e hospitais.

Regência: Samir Rahme
Spalla: Marcos Scheffel

Violinos: Kleberson Buzo, Gabriel Gorun, Luiz Gustavo Nascimento, Marcela Sarudiansky, Wassi Carneiro, Jair Guarnieri,Tiago Paganini e Nikolay Iliev Iliev

Violas: Everton de Souza e Daniele Benedecte

Violoncelos: Fábio Petrucelli e Mayara Alencar
Contrabaixo: Thiago Hessel

 

PRÓXIMOS CONCERTOS

(As apresentações são abertas ao público e gratuitas. Não há necessidade de inscrição nem retirada de ingressos com antecedência).

 

QUARTA, 21, ÁS 12H ENSAIO ABERTO

Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Octavio Frias de Oliveira – Hall de Entrada (Avenida Doutor Arnaldo, 251 - Cerqueira César - São Paulo/SP)

 

QUARTA, 28, ÁS 11H ENSAIO ABERTO

Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Octavio Frias de Oliveira - Hall de Entrada

(Avenida Doutor Arnaldo, 251 - Cerqueira César - São Paulo/SP)

 

QUARTA, 5 DE DEZEMBRO, ÁS 12H30 ENSAIO ABERTO

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (INCOR) - Marquise - Térreo - Bloco II

(Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 44 – Cerqueira César - São Paulo/SP)

 

QUARTA, 12 DE DEZEMBRO, ÁS 11H ENSAIO ABERTO

GRAACC - Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer - Brinquedoteca Seninha - 3o andar

(Rua Pedro de Toledo, 572 - Vila Clementino - São Paulo/SP)

 
(Colaborou: Larissa Freitas/rádio 9 de Julho)
 
 

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A luta pelo ser e pelo crescer ainda na infância

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01 de novembro de 2018

Já nas primeiras horas do dia, quando é terça-feira e sexta-feira, Sandra Avalos e a filha Ana Beatriz se levantam e saem da zona Leste de São Paulo, em Ermelino Matarazzo, rumo ao bairro do Tucuruvi, na parte norte da cidade. Os aproximados 60 minutos de distância, tornam-se segundos, quando o motivo que as leva até lá é lembrado. Os raios de sol que crescem no horizonte significam a conquista que o dia poderá lhes oferecer.

Às 4h de 1o de julho de 2005 nascia Ana Beatriz, hoje com 13 anos, e que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no momento do parto. Sua mãe contou ao O SÃO PAULO que na hora do nascimento da filha, a equipe médica que a atendeu não permitiu que ela segurasse nem visse a filha. Os médicos alegavam que Ana estava cansada.

No dia seguinte, Sandra percebeu que sua filha não havia sido levada pelas enfermeiras para mamar. A resposta dada pela equipe médica permaneceu a mesma. Na realidade, a recém-nascida estava apresentando hisparmos, que são crises compulsivas.

Levada para Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, foram feitos exames, dentre eles a tomografia que diagnosticou um AVC Hemorrágico do lado esquerdo do cérebro: “Eu só agradeci a Deus, mas em momento algum imaginava a luta que seria depois do nascimento dela”, relembrou Sandra.

Durante a gestação e mesmo os exames pré-natal não identificaram uma cardiopatia congênita, responsável pelo AVC sofrido por Ana. As quatro veias do coração invertidas só foram descobertas um mês após ao seu nascimento e, por já estarem em estado avançado, uma cirurgia de correção foi realizada, às pressas, quando a menina tinha apenas 40 dias de vida: “Dentro das cardiopatias que existem, a dela representa apenas 1%, é raríssima”, destacou Sandra.

Duas vezes por semana, Ana Beatriz realiza fisioterapia em uma clínica no bairro do Tucuruvi. Lá é atendida por profissionais que cuidam das sequelas deixadas pelo AVC. Ana possui dificuldade cognitiva e de locomoção. A cada sessão, é conquistado um pouco mais de autonomia e, quem sabe, uma nova palavra é aprendida e pronunciada.

‘MEU MILAGRE’

“Eu cheguei a ouvir de fonoaudiólogos que ela poderia não falar. Aquilo para mim foi angustiante”, contou emocionada a mãe de Ana Beatriz, que comemora a cada nova palavra verbalizada pela filha.

Um dos momentos mais marcantes para Sandra foi quando Ana deu os primeiros passos, aos 2 anos e meio de idade. Ela lembrou ainda que amarava um pano na cintura da filha para estimulá-la a caminhar: “Ainda tem um caminho a percorrer, mas eu confio no tempo dela e no tempo de Deus”, continuou.

Após a operação que corrigiu a má formação nas veias da menina, foram necessárias 72 horas de espera para ter a certeza de que seu organismo não iria rejeitar o procedimento cirúrgico. “Foi um momento desesperador, por isso, eu falo que ela é meu milagre”.

TORNAR-SE FORTE

Um dos aspectos destacados por Sandra são os aprendizados que a maternidade lhe trouxe. No início, Sandra diz que saia desesperada para o hospital a cada febre que Ana apresentava.

Saber lidar com o preconceito foi, para ela, outro ponto necessário a superar. Hoje, pode reconhecer seu crescimento e considera que o tempo foi capaz de transformá-la em uma pessoa mais fortalecida.

ANTES MESMO DE NASCER

A forma como Arthur Bruno virava os olhos, abria e fechava a mão direita, repentinamente, despertaram em Paula Meneghetti a desconfiança de que, talvez, algo pudesse estar errado com seu primeiro filho. Dois dias após dar à luz, os dois receberam alta e seguiram para casa, em Ribeirão Pires (SP).

Arthur seguiu apresentando os sinais. Paula levou o menino a um hospital. A médica de plantão diagnosticou que Arthur estava sofrendo convulsões e logo foi dado a ele o primeiro, das muitas doses, de anticonvulsivante.

Foram dez dias de internação e realização de ressonância magnética e tomografia, que acusaram um AVC Isquêmico do lado esquerdo do cérebro, Arthur precisaria fazer usos dos anticonvulsivante a cada 12 horas: “A partir daí, começou nossa luta”, falou Paula.

Quando tinha de 15 a 18 dias de nascido, Arthur iniciou tratamento na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Por ser muito pequeno, não realizava fisioterapia. Eram feitos apenas estímulos de som e de movimentos com os braços.

UMA CAIXINHA DE SURPRESAS

“O primeiro diagnóstico que o médico me deu foi que ele não iria andar, não iria falar, talvez ficasse na cama. Os médicos não estão preparados para falar com os pais e os pais não estão preparados para receber a notícia”, rememorou mãe de Arthur sobre a primeira consulta no neurocirurgião. 

Paula disse que se sentiu arrasada pelo fato de ter em seus braços um bebê no qual saberia qual seria o seu destino: “Ele era uma caixinha de surpresa no momento”.

Graças ao rápido tratamento, Arthur, hoje com 9 anos, não possuí sequelas do AVC, vive normalmente e desde os 3 anos não faz usos de remédios e de tratamento fisioterápico, o que para sua mãe representa o mais vitorioso momento desde o seu nascimento.

Aos 6 anos, uma nova bateria de exames foi solicitada pela equipe médica que acompanha Arthur, e foi percebido que a cicatriz em seu cérebro é de antes de seu nascimento, ou seja, o que eles desconheciam é que seu AVC ocorreu ainda no útero. As causas não são claras. O mais provável é que Paula tenha sofrido alguma alteração que tenha ultrapassado a placenta e o atingido.

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Tanto Sandra quanto Paula enfrentaram dificuldades para conseguir informações sobre o problema dos filhos. Elas se conheceram por meio das redes sociais e hoje administram uma página no Facebook (AVC em crianças, casos raros, mas reais) 

Dessa iniciativa, muitas famílias são beneficiadas com dados sobre a doença, além de buscar forças nos testemunhos que são contatos. Parte dessas histórias estão registradas no livro que possui o mesmo nome da página, lançando em 2017, pela editora Multifoco.

RARO, MAS COMUM

Em todo mundo, o dia 29 de outubro é destacado como de combate ao AVC. No Brasil, é organizado pela ONG Nossa Casa, primeira plataforma nacional destinada a paralisia cerebral e o AVC Infantil e pelo ANVIA, grupo de pesquisa da UNICAMP que investiga Anormalidades Neurovasculares na Infância e Adolescência, o Dia Mundial do AVC Infantil.

Maria Valeriana Leme de Moura Ribeiro, neuropediatra, presidente do Grupo CNPq Anvia e co-fundadora da ONG Nossa Casa - Um lugar para falar de Paralisia Cerebral e AVC Infantil, explicou à reportagem que 1 em cada 3 mil nascidos sofre com o AVC infantil.

Dentre os principais motivos estão as malformações do coração apresentadas logo após o nascimento, doença ou inflamação dos vasos do sistema nervoso central ou vasculopatia ou vasculites e traumas em acidentes. Anemias, como a falciforme; malformações dos vasos sanguíneos, complicações de infecções, como em casos de otite ou meningite.

A neuropediatra disse, ainda, que a principal diferença entre o AVC ocasionado em adultos para os que acontecem em crianças estão nas causas, mas que as sequelas de ambos são semelhantes. 

Ao falar dos sintomas do acidente cerebral infantil, Maria Valeriana destacou: “As crianças podem ficar confusas e até desmaiar. Perda ou dificuldade para movimentar um dos lados do corpo, convulsão, perda da fala e ‘repuxamento’ da boca. Todos devem estar atentos para o atraso do desenvolvimento motor global”, conclui.

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