Novo hospital de campanha será construído no complexo esportivo do Ibirapuera

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07 de abril de 2020

Na coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 7, o Governado de São Paulo, Joao Dória (PSDB) anunciou que um novo hospital de campanha está sendo construído na cidade de São Paulo, para o tratamento de pacientes com COVID-19, no Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães (Ibirapuera).

Esse é o terceiro hospital de campanha construído pela Prefeitura de São Paulo com apoio do governo estadual. Nesta segunda-feira, 6, foi inaugurada a primeira unidade localizada no estádio do Pacaembu, com capacidade para 200 leitos. No próximo dia 15, será aberto o hospital de campanha do Parque Anhembi, com 1,8 mil leitos.

Ao todo, serão 240 leitos para atendimentos de baixa complexidade, mais 28 de estabilização, sala de descompressão, consultórios médicos de tomografia. Os pacientes atendidos serão transferidos de unidades de pronto atendimento.

 “No total, estamos acrescentando aqui na capital 2.240 leitos de baixa complexidade, fundamentais para liberarem as unidades de saúde para o atendimento da alta complexidade”, informou o governador.

O hospital de campanha será erguido no gramado e parte da pista de atletismo do complexo, e terá 7,5 mil metros quadrados. A construção é resultado de uma parceria com a Secretaria de Estado de Esportes.

A Secretaria de Estado da Saúde firmará convênio com o Serviço Social da Construção (SECONCI), Organização Social de Saúde (OSS), que já administra outros hospitais e Ambulatórios Médicos de Especialidades do Governo do Estado, para a implantação e administração da nova unidade.

Caberá a OSS a contratação de 800 profissionais da área da saúde para os trabalhos no local. Ao todo, serão gastos R$ 12 milhões para a construção e desmobilização do local e mais 10 milhões mensais em investidos para o custeio da unidade.

PROGRAMA ALIMENTO SOLIDÁRIO

Uma nova medida para o auxílio das pessoas em situação de vulnerabilidade social, ao longo da pandemia de coronavírus, foi anunciado pelo governador, João Dória. O programa Alimento Solidário irá entregar 1 milhão de cestas de alimentos nos 645 munícios do Estado.

A inciativa foi pensada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, com apoio do Fundo Social de São Paulo, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e InvestSP. A distribuição está prevista para começar no próximo dia 17, na capital. Posteriormente, os municípios da região metropolitana, interior e litoral serão contemplados.

Os alimentos serão entregues às famílias cadastradas no Cadastro Federal oficial para inclusão em programas de assistência social e transferências de renda (CadÚnico), que possuem renda de até R$ 89,00 per capta mensal. A distribuição será feita por meio da Rede de Assistência Social Municipal e das Diretorias Regionais de Assistência Social.

(Com informações Governo do Estado de São Paulo)

 

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‘É tempo de fraternidade, solidariedade e cuidado recíproco’

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08 de abril de 2020

Na missa desta Terça-feira Santa, 7, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na capela de sua residência, ressaltou as duas atitudes de infidelidade que Jesus sofreu em sua Paixão: a negação de Pedro e a traição de Judas Iscariotes.

Na homilia Dom Odilo destacou que o próprio Jesus faz referência a esses fatos durante a última ceia, como narra o Evangelho do dia (Jo 13,21-33.36-38). Após Cristo anunciar que é chegada a hora de sua Paixão, Pedro, por excesso de amor ao mestre, diz que o seguirá aonde for e dará a vida por ele. Jesus, por sua vez, responde “Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

“Foi por fraqueza, excesso de amor e autoconfiança que Pedro negou Jesus. Ele não foi humilde e pretendeu contar mais com suas forças do que com a forca de Deus”, afirmou o Cardeal.  

É CHEGADA A HORA

Quanto à traição de Judas, anunciada pelo próprio Jesus durante a ceia, Dom Odilo enfatizou que o apóstolo foi ganancioso e pensou somente em si mesmo. “Jesus,  conhecendo em seu coração o que Judas tramava, não se intimida e diz que é chegado o momento da glorificação de Deus, da demonstração do maior amor de Deus pela humanidade, por meio da entrega da sua vida, da sua morte na cruz”, disse.

No momento da cruz, enfatizou o Cardeal, a glória de Deus se revela plenamente e seu amor vai até o extremo “para encontrar o homem e estender a sua misericórdia a todos”. 

“É chocante a atitude de Judas e que isso nunca passe por nossa mente, nem trair as pessoas ao nosso redor, muito menos trair o amor imenso de Deus para conosco. E se acontecer, por fraqueza, façamos como Pedro, arrependemo-nos, peçamos perdão e continuemos com ainda mais fidelidade e amor a seguir Jesus Cristo”, exortou o Arcebispo.

DOAR A PRÓPRIA VIDA

Ainda referindo-se sobre a última ceia, Dom Odilo destacou que esse momento manifesta a entrega de Jesus, que reparte o pão entre seus amigos e, nesse gesto, entrega a si mesmo. “Nesse tempo em que nós vivemos, precisamos muito desse gesto de entrega da nossa vida”, afirmou, recordando aqueles que estão se dedicando aos outros mesmo com o risco da própria vida, como os profissionais da saúde e aqueles que estão cuidando dos doentes.

O Cardeal lembrou-se, ainda, daqueles que ofertam o pão da caridade aos mais necessitados, sejam os que vivem nas ruas, como aqueles que passam por necessidades, estão sem trabalho e como sustentar suas famílias. “Portanto, é preciso que todos procuremos nos mobilizar para aliviar as necessidades dos nossos irmãos que passam por dificuldades”, enfatizou.

CUIDAR UNS DOS OUTROS

No fim da celebração, Dom Odilo reforçou o convite a intensificar a preparação para a Páscoa por meio da oração e da caridade e mesmo sem a possibilidade de ir à Igreja, que a Semana Santa seja vivida com profunda fé em família.

Recomendando novamente o povo a seguir as orientações das autoridades para evitar sair de casa para conter a disseminação do COVID-19, o Cardeal deu um recado àquelas pessoas que, por não serem consideradas do grupo de risco para desenvolverem a forma grave da doença, pensem que não seja necessário ficarem isoladas:

“Talvez alguém diga: ‘Eu sou forte, para mim não vai haver problema’, ‘Eu sou jovem e saudável’. Agradeça a Deus, mas pense nas outras pessoas. Você pode estar infectado, pode não sentir nada, mas pode contagiar outras pessoas. Portanto, todos têm que se cuidar para cuidar da vida e da saúde do outro. É tempo de fraternidade, solidariedade e cuidado recíproco”, afirmou.

SEMANA SANTA 

As celebrações do Tríduo Pascal presididas por Dom Odilo serão transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook. Veja os horários na imagem ao lado. 

No Domingo de Páscoa, 12, haverá um ato de Consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido diretamente do México, por iniciativa do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA TERÇA-FEIRA: 

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Governo de SP prorroga quarentena até 22 de abril

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06 de abril de 2020

O Governador João Doria, decidiu após reunião com os médicos do Centro de Contingência do coravírus, nesta segunda-feira, 6, prorrogar até o dia 22 de abril, a quarentena em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo. Os especialistas apontaram que o contágio já chegou a 100 cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados.

“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, em todo o estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do Governo do Estado. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o Governador.

AUMENTO DOS NUMEROS

O número de mortes pela COVID-19 entre 17 de março e 5 de abril já é quase igual ao total de óbitos por gripe registrado ao longo de todo o ano passado. As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. As mortes subiram 180% em uma semana.

Somente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, são 220 pacientes suspeitos ou confirmados, dos quais 110 internados em UTI. Para tentar conter o avanço dos casos, que já está lotando hospitais o Governo do Estado determinou a prorrogação da quarentena. A recomendação é que as pessoas fiquem em casa. Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.

IMPORTÂNCIA DA QUARENTENA

A decisão segue orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas sob a coordenação do médico David Uip.

Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs.

A extensão da quarentena também é importante para que o Estado organize a rede pública de saúde ao número crescente de doentes. Já foram ativados 1.524 novos leitos de UTI em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. Além disso, o Governo de São Paulo prepara a implantação de um hospital de campanha no Complexo Esportivo Ibirapuera, na capital.

PRINCIPAIS CENÁRIOS

O cenário epidemiológico de São Paulo em relação ao coronavírus é, no momento, melhor que em relação a outros países. O Governo do Estado decretou quarentena apenas 26 dias após o primeiro caso, quando havia 810 infectados e 22 mortes. Com isso, a curva de casos apresentou tendência de achatamento.

Na Itália, por exemplo, a quarentena foi decretada 49 dias do primeiro caso, já com 47.021 casos e 4.032 mortes, e mesmo assim a curva de contágio continuou crescente. O mesmo ocorreu na Espanha, onde a quarentena começou 45 dias depois do primeiro caso, quando havia 11.826 casos e 533 mortes.

Em São Paulo, o distanciamento social está ajudando a mitigar a transmissão de casos. As pessoas estão tendo menos contato entre si e, com isso, a taxa de contágio por COVID-19 caiu. Segundo estudo do Instituto Butantan em parceria com o Centro de Contingência, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis, antes das medidas de restrição a velocidade de transmissão do vírus era de uma para seis pessoas.

 Em 20 de março esse número caiu para uma para três. No dia 25, já era de uma para menos de duas. Mas somente quando a taxa for menor do que um para um poderá se dizer que a epidemia foi controlada.

ISOLAMENTO DIMINUIU

Ainda conforme as informações do estudo, com 66% dos paulistanos em suas casas após 23 de março, houve expressiva redução de pacientes com quadros pulmonares internados em hospitais. Mas o isolamento diminuiu nos últimos dias. Em 2 de abril, era de 52,4% na cidade de São Paulo e de 51,8% no Estado.

“Esses resultados positivos reforçam a importância das medidas de afastamento social adotadas. A evolução da epidemia indica claramente que as medidas tem que ser mantidas, e a adesão da sociedade, reforçada. O Centro de Contingência avalia diariamente o impacto das medidas na mobilidade das pessoas, e a constatação é que ainda existe espaço para melhoria. Neste momento crítico da epidemia, a única medida efetiva ao nosso dispor é o distanciamento social”, afirma o médico David Uip.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo)

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Igreja amplia iniciativas em favor das vítimas da COVID-19

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06 de abril de 2020

Diante da emergência sanitária provocada pela COVID-19, a Igreja ativou, ainda mais, todas as suas dimensões espirituais e materiais, sem esquecer os mais pobres e vulneráveis, em uma grande rede de solidariedade e cuidado.

É importante salientar que a caridade para os cristãos, é muito mais do que a ajuda material. Desse modo, toda a Igreja, não somente na Itália, país gravemente afetado pela COVID-19, mas em todo o mundo, está empenhada em dar sua contribuição neste momento de emergência e, além do acompanhamento espiritual, está desenvolvendo iniciativas para envolver os fiéis e ajudá-los a continuar no caminho da fé cristã.

A Diocese de Bergamo, na Itália, um dos epicentros da doença, colocou à disposição de médicos e enfermeiros 50 apartamentos do Seminário. Atitude que se repetiu em cidades como Roma, Cremona, Crema, Brescia, Taranto e tantas outras.

Conferência Episcopal e Congregações Religiosas

As Congregações religiosas masculinas e femininas que gerenciam hospitais e clínicas responderam igualmente com muita generosidade. A Conferência Episcopal Italiana (CEI), por sua vez, doou milhões de euros para instituições como a Pequena Casa da Divina Providência – Cottolengo de Turim e outras instituições hospitalares.

Além disso, a atuação da Caritas Italiana tem sido destinada, sobretudo, para ajudar as famílias mais pobres em itens de primeira necessidade e pessoas em situação de rua.

A Itália registrou 681 mortos no sábado, 4, o menor número em nove dias. O país é o segundo da Europa em números confirmados de Covid-19 e soma quase 140 mil casos. O Brasil já tem mais de 10 mil casos confirmados.

(Com informações de Vatican News)

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Com baixo custo, ventiladores pulmonares mecânicos podem salvar vidas

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07 de abril de 2020

Ao acompanhar o aumento do número de pessoas contagiadas com o novo coronavírus no Brasil e as notícias do colapso dos sistemas de saúde em países que já vivenciam o pico da COVID-19, o engenheiro físico e matemático Roberto Ueno, professor da Universidade São Judas, uniu esforços com outros desenvolvedores de soluções criativas – makers, como também são conhecidos – para elaborar um protótipo de ventilador pulmonar mecânico.

Assim se formaram pelo Brasil mais de 30 comitês Covidamaker, para o desenvolvimento do protótipo, que leva cerca de três horas para ser montado em laboratório. Ueno integra um desses grupos, composto por 14 pessoas. O valor estimado de cada unidade do protótipo é de R$ 2 mil, bem menor que os R$ 15 mil dos modelos mais baratos vendidos atualmente.

Praticidade

O ventilador pulmonar mecânico não é ligado à rede de tubulação de oxigênio dos hospitais, como acontece com os ventiladores pneumáticos. “O ventilador mecânico é mais prático, portátil, podendo ser levado para qualquer lugar”, detalhou Ueno ao O SÃO PAULO.

O engenheiro afirmou que em escala industrial podem ser produzidas até mil unidades ao dia, o que ajudaria a suprir a demanda por ventiladores pulmonares, que tende a crescer nas próximas semanas.

Em busca da chancela da Anvisa

O protótipo desenvolvido pelo grupo de Ueno já foi validado por equipes médicas da cidade de Uberlândia (MG), da Universidade Federal do ABC e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Essas equipes fizeram testes simulando um ambiente pulmonar com a COVID-19, em que o pulmão vai tendo uma complacência, vai ficando rígido, e observaram que o aparelho se mantém sem apresentar problemas de quebra ou de parada”, detalhou Ueno.

O engenheiro tem buscado que outras equipes médicas, incluindo a de grandes hospitais particulares, façam essa simulação mecânica para validar o protótipo. A meta é que em posse desses indicadores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, dê a chancela para que o produto possa ser produzido nas indústrias.

Foco é salvar vidas

Esse protótipo, assim como outros que estão sendo elaborados por universidades e pesquisadores independentes, tem patente aberta, ou seja, quem o desenvolve não obtém lucro. Além disso, qualquer interessado pode acessar o passo a passo para fabricá-lo.

“O nosso foco é apenas o de ajudar as pessoas”, assegura Ueno, destacando, ainda, que o Governo Federal tem encontrado dificuldades para importar ventiladores pulmonares em decorrência da alta procura pelo produto em todo o mundo. Assim, os ventiladores pulmonares mecânicos produzidos no Brasil seriam uma alternativa.

VEJA O VÍDEO DO PROTÓTIPO DO VENTILADOR PULMONAR MECÂNICO

USP também desenvolve item de baixo custo

Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) também estão desenvolvendo um ventilador pulmonar mecânico de baixo custo, o Inspire, fabricado com componentes disponíveis no mercado brasileiro.

Segundo o professor Raul González Lima, especialista em Engenharia Biomédica e um dos coordenadores do projeto, a atual cadeia nacional de produção de ventiladores pulmonares poderá não ser suficiente para atender o aumento da demanda pelo produto.

“Esses equipamentos [hoje comercializados] dependem de muitos componentes importados, e nem todos estão em estoque na quantidade necessária. Os componentes podem não chegar a tempo para fazer essa produção”, afirmou Lima em entrevista à Agência Brasil.

Cada unidade do Inspire tem custo estimado de R$ 1 mil. Os idealizadores do projeto também estão em diálogo com o Governo Federal para viabilizar a produção em escala industrial.

Fábricas se mobilizam para consertos

Em uma iniciativa coordenada pelo Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai), profissionais de montadoras e fabricantes de automóveis estão consertando, voluntariamente, ventiladores pulmonares que estão danificados ou parados há algum tempo.

Estima-se que até 5 mil ventiladores possam ser consertados em fábricas da General Motors (GM), FCA Fiat Chrysler, Ford, Honda, Jaguar Land Rover, Renault, Scania e Toyota. A iniciativa também têm o apoio do grupo ArcelorMittal e da Vale.

(Com informações de Agência Brasil e Revista Exame)

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‘Nestes dias da Semana Santa, em casa, permaneçamos diante do Crucificado’

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06 de abril de 2020

Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, completamente vazia, algo inimaginável em uma Semana Santa, o Papa Francisco presidiu a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, neste dia 5.

A celebração que geralmente conta com a presença de milhares de fiéis foi acompanhada por milhões de católicos por meio das plataformas digitais do Vaticano. 

A acompanhado do mestre de cerimônias e alguns auxiliares, o Pontífice, com um ramo na mão, caminhou  até o altar da Cátedra de São Pedro, que estava enfeitado com ramos de oliveira, para lembrar a entrada solene de Jesus em Jerusalém.

O SERVO

Santo Padre iniciou a homilia a partir do trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses, proclamado na Primeira Leitura, em que o Apóstolo afirma que Jesus “esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2, 7).

“Deixemo-nos introduzir por estas palavras do apóstolo Paulo nos dias da Semana Santa em que a Palavra de Deus, quase como um refrão, nos mostra Jesus como servo: na Quinta-feira Santa, é o servo que lava os pés aos discípulos; na Sexta-feira Santa, é apresentado como o servo sofredor e vitorioso (cf. Is 52, 13)”, afirmou o Papa, destacando, ainda, que “Deus salvou-nos, servindo-nos”.

TRAIÇÃO E ABANDONO

Francisco explicou que Jesus serviu dando a sua vida pela humanidade, a ponto de experimentar a traição e o abandono. O Pontífice ressaltou que Cristo tomou sobre si as infidelidades de cada pessoa, removendo suas traições.

“Assim nós, em vez de desanimarmos com medo de não ser capazes, podemos levantar o olhar para o Crucificado, receber o seu abraço e dizer: ‘Olha! A minha infidelidade está ali. Fostes Vós, Jesus, que pegastes nela. Abris-me os braços, servis-me com o vosso amor, continuais a amparar-me... Assim poderei seguir em frente!’”, continuou o Papa.

Sobre o abandono de Jesus, nada é mais impressionante do que as palavras pronunciadas por Ele na cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?”. “Agora, no abismo da solidão, pela primeira vez designa-O pelo nome genérico de ‘Deus’. E clama, ‘com voz forte’, o ‘porquê’ mais dilacerante: ‘Porque Me abandonaste também Tu?’, salienta.

CORAGEM

“Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expetativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: Coragem! Abra o coração ao meu amor”, refletiu o Santo Padre.

O Pontífice também exortou os fiéis a viverem esses dias da Semana Santa em casa, permanecendo diante do crucificado, medida do amor de Deus pela humanidade. “Diante de Deus, que nos serve até dar a vida, peçamos a graça de viver para servir. Procuremos contatar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer”, afirmou.

“O drama que estamos travessando nos impele a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor”.

Recordando que neste Domingo de Ramos também se celebra o 35º Dia Mundial da Juventude, Francisco se dirigiu aos jovens com palavras de encorajamento.

Nessa data, a delegação portuguesa receberia a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial de Juventude, em preparação para a próxima edição do evento internacional, que acontecerá em 2022, em Lisboa. Porém, devido à pandemia, a entrega dos símbolos foi adiada para 22 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei. 

“Queridos amigos, olhai para os verdadeiros heróis que vêm à luz nestes dias: não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que se oferecem para servir os outros. Senti-vos chamados a arriscar a vida. Não tenhais medo de a gastar por Deus e pelos outros! Lucrareis… Porque a vida é um dom que se recebe doando-se. E porque a maior alegria é dizer sim ao amor, sem se nem mas... Como fez Jesus por nós”, concluiu o Papa.

(Com informações de Vatican News e fotos de Vatican Media)

 

 

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'Somos chamados a socorrer os irmãos e, como Jesus, a ser servidores'

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06 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa desta Segunda-feira Santa, 6, na capela de sua residência. Como tem acontecido desde o início das medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades para conter a pandemia do novo coronavírus, as celebrações eucarísticas do Arcebispo de São Paulo tem sido transmitidas diariamente pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook.

Na homilia, Dom Odilo explicou que a liturgia do dia destaca os momentos que antecederam Jesus no seu caminho do Calvário, convidando todos a acompanharem o mistério central da fé cristã. “Nós celebramos a Paixão no rito e no sacramento, Jesus a viveu”, ressaltou.

Na Primeira Leitura (Is 42,1-7), o Profeta Isaías fala da figura do servo sofredor, eleito de Deus, em quem se compraz sua alma e “promoverá o julgamento das nações”, como uma profecia de Jesus e sua Paixão.

PERFUME DE CRISTO

Já o Evangelho (Jo 12,1-11) narra a cena de Maria, irmã de Lázaro, que unge os pés de Jesus, fazendo com que a casa inteira ficasse repleta do perfume de bálsamo. “Quem enche as nossas vidas com o perfume da sua presença, com a luz e a sabedoria que vem dele, senão Jesus, nosso Senhor e Salvador?”, destacou o Cardeal.   

O evangelista também destaca a atitude de Judas Iscariotes, que observa que o perfume usado pela mulher era muito caro e o dinheiro usado para compra-lo poderia ter sido dado aos pobres. Contudo, o texto ressalta que “Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão”.

Ao destacar a ganância de Judas, Dom Odilo lembrou que por uma quantia muito menor, o discípulo traidor entregou Jesus para aqueles que queriam prendê-lo e mata-lo. “Jesus vale muito mais e não tem preço. Traição de judas foi um ato muito vil e baixo, que não tem nenhuma qualificação”, enfatizou o Arcebispo.

CONSOLO DOS AMIGOS

Ainda comentando o Evangelho do dia, Dom Odilo chamou a atenção para o fato de Jesus, ao se aproximar a sua Paixão, não se escondeu, mas foi à casa de seus amigos em busca de consolo e conforto entre aqueles que ama. “Procurar consolo e conforto é um gesto humano e ter a sensibilidade e acolher e consolar é humano e divino”, afirmou.

O Cardeal ressaltando que, nesses tempos difíceis de pandemia de COVID-19, todos são chamados a consolar aqueles que necessitam, especialmente os doentes que estão nos hospitais ou em isolamento. “Somos chamados a socorrer os irmãos e, como Jesus, a ser servidores”, enfatizou.

CELEBRAÇÕES

No fim da missa, Dom Odilo motivou todos a viverem intensamente a Semana Santa, especialmente a celebração do Tríduo Pascal, acompanhando, de suas casas, pelos meios de comunicação, as celebrações de suas paróquias e comunidades.

Veja na imagem ao lado os horários das celebrações da Semana Santa presididas pelo Arcebispo de São Paulo e transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook

Ainda nesta segunda-feira, Dom Odilo presidirá outra missa em sua residência, às 19h30, que será transmitida pela TV Canção Nova.  

JEJUM E ABSTINÊNCIA

O Arcebispo também recordou que a Sexta-feira Santa é dia de jejum e a abstinência de carne como gesto de penitência prescrito pela Igreja, estando dispensados as pessoas doentes, idosas, gestantes, lactantes e crianças.

Dom Odilo também esclareceu que, embora seja possível substituir a carne vermelha por algum tipo de peixe, isso não significa que as pessoas devam comprar um peixe caro. “A Igreja não manda comer peixe na Sexta-feira Santa, mas a fazer jejum e abstinência de carne”, frisou.

CONSAGRAÇÃO À VIRGEM DE GUADALUPE

O Cardeal lembrou, ainda, que, neste Domingo de Páscoa, 12, haverá um ato de Consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido diretamente do México, por iniciativa do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA SEGUNDA-FEIRA: 

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‘Unamo-nos a Jesus Cristo no caminho de sua Paixão’

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05 de abril de 2020

O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, neste dia 5, foi celebrado de forma diferente na Arquidiocese de São Paulo em boa parte do mundo. Devido à pandemia de COVID-19, os ritos que marcam o início da Semana Santa aconteceram sem a presença dos fiéis, a benção e a procissão dos ramos pelas ruas e praças.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a celebração na capela de sua residência, sendo transmitida pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook.

“Formamos uma grande comunidade, mesmo à distância, sem nos vermos, mas Deus está nos vendo”, afirmou Dom Odilo, no início da missa.

Nessa celebração, além de ser recordada a entrada solene de Jesus em Jerusalém, também se recorda a narrativa da Paixão e Morte do Senhor, este ano, segundo o evangelista São Mateus (Mt 21,1-11). 

MISTÉRIO DA FÉ

Na homilia, o Cardeal ressaltou que a celebração do Domingo de Ramos convida os cristãos a se unirem aos passos a Paixão de Cristo a fim de que cada um também possa se posicionar em relação a esse mistério da fé.

“Hoje, sabemos quem é Jesus, depois de muito testemunho de fé, temos mais clareza sobre quem ele é. Naquele tempo, Jesus deu sinais de quem ele é. Mas, mesmo assim, as pessoas estavam próximas dele não conseguiam enxergar. Por isso, quem o aclamou na entrada em Jerusalém fez coro àqueles que clamaram por sua morte”, destacou.

O Arcebispo continuou a meditação ressaltando que o relato do evangelista impressiona ao detalhar as torturas e humilhações sofridas por Jesus. “Aquele que foi aclamado, admirado e procurado durante a vida, sente-se abandonado por todos”, afirmou, recordando as palavras ditas por Cristo agonizante na Cruz: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, tiradas do Salmo 21, também entoado na celebração.

CONFIANÇA EM DEUS

Dom Odilo enfatizou que esse não é um salmo de desespero, mas de abandono e confiança extrema em Deus, o único que finalmente pode salvar. Tanto que no final, diz: “Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!”

O Cardeal Scherer reconhece que, diante desses fatos, muitos se perguntem por qual razão Jesus teve que sofrer tudo isso. “Este é um mistério que ninguém consegue explicar, a não ser se olharmos por outro olhar: Jesus tudo acolheu por amor”,  afirmou Dom Odilo, mencionando o trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 2,6-11), proclamado neste dia, em que diz que Jesus voluntariamente se esvaziou de sua glória, fez-se servo de todos, humilhou-se até a morte e morte de cruz.  

“Jesus, portanto, aceita voluntariamente a morte porque quer estar ao lado de todos aqueles que sofrem todo tipo de humilhação, zombaria e desprezo, para a todos resgatar, mostrar a sua salvação. ‘Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por aqueles que amam’”, completou o Arcebispo, recordando as palavras do próprio Cristo no Evangelho de São João (Jo15,13).

UNIR-SE À PAIXÃO

“Celebrando o Domingo de Ramos de uma maneira tão diferente, somos convidados também a nos unirmos a Jesus Cristo no caminho da sua Paixão, a aceitarmos, muitas vezes, as dores da nossa vida”, continuou Dom Odilo, convidando todos a fazerem um exame de consciência diante do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.  

“Todos nós temos que reconhecer a nossa condição humana. Somos inconstantes, contraditórios, experimentamos momentos de infidelidade e desrespeito a Deus e podemos tornar ainda mais pesada cruz de Cristo”, afirmou o Arcebispo, acrescentando: “Temos, portanto a possibilidade de mudar, de sermos mais fiéis, humildes, ter mais amor pelo próximo e procurar fazer com que a cruz de Cristo, que pesa na vida de tantas pessoas, seja mais leve”.

RETIRO ESPIRITUAL

Na conclusão da missa, Dom Odilo renovou seu convite para que todos possam vivenciar a Semana Santa em família, respeitando as recomendações das autoridades para ficar em casa, mas unidos às suas comunidades paroquiais que irão transmitir as celebrações pelas plataformas digitais. “Que esta semana seja um verdadeiro retiro espiritual para todos nós”, afirmou.

Dom Odilo recordou, ainda, que a Sexta-feira Santa, 10, é dia de jejum e abstinência de carne como prescreve a Igreja, estando dispensadas as pessoas doentes, idosas, gestantes, lactantes e crianças.

SEMANA SANTA 

Ainda neste domingo, o Cardeal Scherer presidirá mais uma missa que será transmitida pelos meios de comunicação às 11h, horário em que ele costuma celebrar a Eucaristia na Catedral da Sé.

Veja na imagem ao lado os horários das celebrações da Semana Santa presididas pelo Arcebispo de São Paulo e transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook

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Com celebrar a Semana Santa sem sair de casa?

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Em tempo de pandemia, fiéis recebem aconselhamento espiritual à distância

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04 de abril de 2020

Diante do isolamento social causado pela pandemia de COVID-19, além de transmitirem missas e momentos de oração pela internet, os Padres estão se adaptando às plataformas digitais para continuarem atendendo individualmente os seus paroquianos em suas necessidades espirituais.

Seja por aplicativos de mensagens, vídeo-chamadas ou mesmo por telefone, têm aumentado a demanda dos fiéis pela escuta do sacerdote. Alguns desses fiéis já tinham o hábito de recorrer ao ministro para desabafarem ou pedirem um conselho, outros descobriram essa necessidade justamente por estarem confinados em suas casas, angustiados e inseguros pela situação atual.

Com isso, ganha novo destaque a prática da direção ou orientação espiritual, uma da mais antigas e comuns da vida cristã. Contudo surge a questão: é possível aconselhar-se com o sacerdote à distância? Para responder a essa questão, é preciso compreender melhor em que consiste essa prática.

PADRES ESPIRITUAIS

Desde os primeiros séculos, a Igreja sempre recomendou a direção espiritual, como meio de grande eficácia para progredir na vida cristã. Seu fundamento está na vida do próprio Jesus, humilde a obediente aos desígnios do Pai.

De igual modo, os santos, homens e mulheres que seguiram e imitaram a Cristo, sempre buscaram corresponder à vontade de Deus, com o auxílio de mediações humanas nesse caminho de santidade: os chamados pais espirituais.

“Deus dispôs que, de forma ordinária, os homens se salvem com a ajuda de outros homens; e assim, aos que Ele chama a um grau mais alto de santidade lhes proporciona também quem lhes guie até esta meta”, afirmou o Papa Leão XIII, sobre a direção espiritual.

NÃO É TERAPIA

Frei Patrício Sciadini, sacerdote carmelita e escritor de livros de espiritualidade, ressaltou que a função do direção espiritual não é ter alguém para visitar todos os dias e consultar por todos os problemas da vida. “Não é uma função psicológica e nem para fazer terapias. Nada disto, mas para caminhar no Espírito e chegar a ter na vida a estatura plena em Cristo Jesus de que nos fala o apóstolo Paulo. (Cf. Efésios 4,11-13)”, explicou o Frade, autor do livro “Pedagogia da Direção Espiritual”.

Nesse sentido, é tema da direção espiritual a vida cotidiana do fiel, suas dúvidas, preocupações, alegrias e tristeza, porém, sempre em uma perspectiva sobrenatural. Não um mero desabafo, mas a oportunidade de colocar a vida diante da luz de Deus. Por isso, destacam-se na conversa com o diretor, a vida de oração, as práticas de piedade, a vivência das virtudes, o aprofundamento da doutrina, a vivência da sua vocação particular e seu testemunho cristão no ambiente em que vive.

PARA TODOS

O Papa Emérito Bento XVI, em um discurso feito em 2011 aos alunos da Instituto Teresianum de Espiritualidade, em Roma, recomendou que essa não seja uma prática “só daqueles que deveram seguir a Deus de maneira próxima, mas de cada cristão que queira viver com responsabilidade o próprio Batismo”.

 “Trata-se de instaurar aquele mesmo relacionamento pessoal que o Senhor havia com seus discípulos, aquela especial ligação com a qual Ele os conduzia, atrás de si, abraçando a vontade do Pai, abraçando isso é, a cruz”, disse.

Na Exortação Apostólica Patoris Dabo Vobis (1992), São João Paulo II também abortou do tema e pediu que “as crianças, os adolescentes e os jovens sejam convidados a descobrir e a apreciar o dom da direção espiritual, e a solicitá-lo com confiante insistência aos seus educadores na fé”.

NÃO É CONFISSÃO

Outro aspecto que precisa ser esclarecido é que essa prática não pode ser confundida com a Confissão. Embora possam ser tratadas questões íntimas relacionadas à luta do fiel contra o pecado e haja o compromisso da confidencialidade daquele que escuta, a direção espiritual não é um sacramento e nem consiste no perdão dos pecados.

Vale recordar que a Confissão ou Reconciliação é um sacramento e, como tal, possui um rito próprio e um ministro para que seja garantida a sua validade. Consiste na confissão dos pecados ao sacerdote, de forma presencial, para que, então, haja a absolvição sacramental. É comum que o sacerdote dê aconselhamentos ao penitente durante a confissão, mas não pode ser confundida com a direção.

É também por essa razão que a Confissão sacramental não pode ser realizada à distância, mas sempre presencialmente. Recentemente, a Penitenciaria Apostólica publicou orientações a respeito do Sacramento da Reconciliação nesse período de pandemia. Leia aqui.

Muitas pessoas optam pelo mesmo sacerdote como diretor espiritual e confessor. Contudo, permanece a distinção entre ambos o momentos.

QUEM PODE ORIENTAR

Embora a direção espiritual seja uma prática mais exercida por sacerdotes, é possível que uma religiosa consagrada ou um leigo acompanhe espiritualmente uma pessoa. No entanto, é preciso ressaltar a necessidade do devido preparo para tal.

Citando as palavras de São João da Cruz, o Catecismo da Igreja Católica ressalta que “o diretor espiritual deve não somente ser sábio e prudente, mas também experimentado… Se o guia espiritual não tem a experiência da vida espiritual, é incapaz de nela conduzir as almas que Deus chama, e nem sequer as compreenderá” (CIC 2690).

À DISTÂNCIA

A prática da direção espiritual por meios não presenciais não é uma novidade da cultura digital, muito menos da atual pandemia.

Ao longo da história, muitos santos tinham o hábito de se corresponder com seus padres e madres espirituais para tratar de sua vida de fé.

São João de Ávila, famoso místico e pregador espanhol do século XVI, recebia cartas de quase toda a Espanha pedindo-lhe seus conselhos espirituais. Ele definia a direção espiritual como a “arte das artes” de conduzir as almas progressivamente à perfeição cristã.

O místico manteve correspondência com quase todos os santos espanhóis de sua época, como São Pedro de Alcântara, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Jesus, São Francisco de Borja e São João de Ribeira.

CARTAS SOBRE A VIDA INTERIOR

As correspondências entre Santa Teresa de Calcutá e seu diretor espiritual, Padre Celeste Van Exem, permitiram conhecer com mais profundidade a vida interior dessa grande santa, especialmente a maneira como ela lutou heroicamente contra a “noite escura” espiritual pela qual passou por muitos anos.

Esses diálogos unidos ao ato de fé e abandono nas mãos de Deus permitiram que Madre Teresa continuasse sua missão e enfrentasse essa aridez espiritual com um sentido sobrenatural, a ponto de escrever ao seu diretor: “Comecei a amar minha escuridão, porque agora acredito que é uma parte muito pequena das trevas e do sofrimento em que Jesus viveu na terra”.

RECOMENDAÇÕES

Com as novas tecnologias, a direção espiritual tornou-se mais acessível, sobretudo em circunstâncias como as atuais. Porém é preciso tomar alguns cuidados básicos para que sejam mantidas a seriedade própria desse momento:

  • Recomenda-se que seja marcado um horário para que haja o devido preparo das duas partes;
  • Mesmo se tratando de uma conversa feita a partir de casa, o cuidado com apresentação e vestimenta deve ser o mesmo de uma conversa presencial, na Igreja.
  • A conversas poder ser por meio de um simples telefonema, vídeochamada (Whatsapp, Facebook Messenger, Instagram Messenger) ou vídeo conferência (Skipe, Google Meeting, Zoom). 
  • Verifique se trata de uma conversa privada e não uma transmissão pública;
  • Recomenda-se que a conexão seja feita por uma conta pessoal numa plataforma digital segura, para que não haja o risco de outra pessoa acessar a conversa;
  • Busque um lugar silencioso e reservado para essa conversa;
  • Recomenda-se que a conversa aconteça em tempo real, não por meio do envio de vídeos ou áudios gravados, para evitar o risco de extravio desses arquivos. Muito menos que toda a conversa seja gravada para consulta posterior.

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‘Nossa fé não é um fato de mídia social, é uma experiência vivida’

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04 de abril de 2020

“O fundamento da nossa fé é Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e sempre”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na missa da manhã deste sábado, 4, celebrada na capela de sua residência e transmitida pelos meios de comunicação.

Ao refletir sobre o Evangelho do dia (Jo 11,45-56), Dom Odilo explicou que esse trecho do texto bíblico se dá no contexto da ressurreição de Lázaro, que gerou grandes comentários na região. De um lado, havia aqueles que acreditavam em Jesus e, de outro, aqueles que queriam eliminá-lo, temendo que todos o seguissem e que isso provocasse a repressão das autoridades romanas sobre os judeus.  

O evangelista conta, ainda, que diante da proximidade da Páscoa judaica, todos na região se perguntavam se Jesus apareceria na festa, o que, de fato, fez, como mostra a narrativa da entrada solene de Jesus em Jerusalém, celebrado no Domingo de Ramos.

ENCONTRO COM CRISTO

O Cardeal Scherer ressaltou que esses fatos são um convite para que os cristãos manifestem o desejo de encontrar Jesus. “Temos que querer encontrá-lo, estar com ele e acompanhá-lo”, enfatizou, afirmando, ainda: “Nossa fé não é um fato de mídia social, em que as notícias duram muito pouco. Nossa fé uma experiência vivida. Por isso, nós nos fundamentamos na pessoa de Jesus, não apenas em notícias”.

Nesse sentido, o Arcebispo reforçou o convite para que todos celebrem intensamente a Semana Santa desejosos desse encontro com Cristo. “Este ano, celebraremos de maneira diferente. Não nas igrejas, nas procissões, nas celebrações de massa... Porém, nós faremos essa celebração, que será transmitida e comunicada da melhor forma para que, de casa, vocês possam também acompanhar e ter os seu momento de oração, de união a Jesus Cristo na sua paixão, morte e ressurreição”. 

ORAÇÃO DO PAPA

No fim da celebração, Dom Odilo renovou sua orientação para seguir as medidas preventivas para evitar a disseminação do COVID-19. “Ainda estamos no meio da tempestade, precisamos cuidar da saúde com paciência e prudência, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias de isolamento social”, reiterou.  

Em seguida, o Arcebispo rezou a oração do Papa Francisco à Virgem Maria pelo fim da pandemia:

Ó Maria,

Tu sempre brilhas no nosso caminho

como sinal de salvação e esperança.

Nós nos entregamos a Ti, Saúde dos Enfermos,

que junto à Cruz foste associada à dor de Jesus,

mantendo firme a Tua fé.

Tu, Salvação do povo romano,

sabes do que precisamos

e temos a certeza de que garantirás,

para que, como em Caná da Galiléia,

possam retornar a alegria e a celebração

após este momento de provação.

Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor,

a nos conformarmos com a vontade do Pai

e a fazer o que nos disser Jesus,

que tomou sobre si os nossos sofrimentos

e carregou as nossas dores

para nos levar, através da Cruz,

à alegria da Ressurreição. Amém.

 

Sob a Tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus.

Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação,

e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e bendita.

 

MISSA DIÁRIA

As missas presididas por Dom Odilo são transmitidas diariamente, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MÍSSA DESTE SÁBADO: 

 

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