Eleito presidente, Bolsonaro garante respeito à Constituição e à democracia

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31 de outubro de 2018

O deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSL-RJ), 63, será o novo presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2019. O capitão reformado do Exército, nascido na cidade de Glicério (SP), foi eleito em 2º turno no domingo, 28 de outubro, por 57,8 milhões de eleitores (55,13% dos votos válidos), superando Fernando Haddad (PT), que obteve 47 milhões de votos (44,87%).

Com uma forte estratégia de campanha centrada nas redes sociais, especialmente após sofrer um atentado a faca, em setembro, em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro sempre esteve à frente nas pesquisas de intenção de votos nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, preso em Curitiba (PR) desde abril, após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, teve a candidatura à Presidência impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto, sendo substituído por Haddad, até então candidato a vice-presidente.

Após a derrota, Haddad não parabenizou Bolsonaro e sinalizou que o Partido dos Trabalhadores fará oposição ao eleito. No entanto, na manhã da segunda-feira, 29, em sua conta no Twitter, o petista adotou um tom mais cordial: “Presidente Jair Bolsonaro. Desejo-lhe sucesso. Nosso país merece o melhor. Escrevo essa mensagem, hoje, de coração leve, com sinceridade, para que ela estimule o melhor de todos nós. Boa sorte”. 

 

SUPERIOR EM 16 ESTADOS

Bolsonaro, que será o 38º presidente da República Federativa do Brasil, foi o preferido dos eleitores em 16 estados, entre os quais todos os das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (incluindo o Distrito Federal), e a maioria dos estados do Norte, sendo que somente no Pará e em Tocantins Haddad teve mais votos que o presidente eleito. O petista venceu a eleição em todos os estados do Nordeste, tradicional reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores. 

 

29% DOS ELEITORES REJEITAM BOLSONARO E HADDAD

A eleição em 2º turno este ano teve número recorde de abstenções desde 1998: mais 31,3 milhões de brasileiros, o equivalente a 21,3% do eleitorado, não compareceram aos locais de votação. Em 2014, o índice de abstenções foi 21,1%. Nas eleições deste ano, somando-se o percentual dos que não foram às urnas aos 2,49 milhões (1,68% do total do eleitorado) que votaram em branco e aos 8,6 milhões (5,83%) que anularam o voto, tem-se que quase 29% dos eleitores não optaram nem por Bolsonaro nem por Haddad.

Além disso, tendo em conta o universo de 147,3 milhões de pesso as aptas a votar, a quantidade de 57,8 milhões de votos de Bolsonaro representa 39,2% do eleitorado. Em 2014, ao ser reeleita Presidente, Dilma Rousseff (PT) obteve 54,5 milhões de votos, o equivalente a 38% dos 142 milhões de eleitores à época. 

 

RESPEITO À DEMOCRACIA E À LIBERDADE

Em seu primeiro discurso após ter sido eleito, Bolsonaro enfatizou que seu governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus”. Garantiu, ainda, que o respeito à liberdade das pessoas será um princípio fundamental:  “liberdade de ir e vir, de andar nas ruas, em todos os lugares deste País, liberdade de empreender, liberdade política e religiosa, liberdade de informar e ter opinião. Liberdade de fazer escolhas e ser respeitado por elas”, afirmou, reiterando que fará um governo “constitucional e democrático”. 

 

 ‘MAIS BRASIL, MENOS BRASÍLIA’

Bolsonaro também garantiu que irá reduzir a estrutura burocrática do Estado brasileiro, “cortando desperdícios e privilégios”, além de “desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir e seu futuro”. Ainda sinalizou  que seu governo dará maior valor aos entes federativos: “As pessoas vivem nos municípios; portanto, os recursos federais irão diretamente do governo central para os estados e municípios. Colocaremos de pé a federação brasileira. Nesse sentido é que repetimos que precisamos de mais Brasil e menos Brasília”. 

 

REFORMAS PRIMORDIAIS

O presidente eleito também se comprometeu a pôr fim ao que chamou de “círculo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívidas decrescentes e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de empregos”. 

Ainda na noite do domingo, o economista Paulo Guedes, futuro ministro da Economia (ministério que deve agregar as atuais atribuições das pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio), indicou as ações que devem ser priorizadas pelo governo: a reforma da Previdência; o melhor controle dos gastos públicos, em especial das despesas com os juros, o que se pretende estabilizar por meio de privatizações de estatais; e a reforma no Estado, com redução de gastos na máquina pública. Durante a campanha, Bolsonaro anunciou que haverá redução na quantidade de ministérios: dos atuais 29, deve-se passar a 19 pastas.  

 

(Com informações de G1, infomoney, Rede Brasil Atual, Agência Brasil e Exame)
 

Cardeal Scherer saúda Bolsonaro

Em nota publicada na noite do domingo, 28 de outubro, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, parabenizou Jair Messias Bolsonaro (PSL) pela eleição como Presidente da República. Leia a íntegra abaixo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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FAKE NEWS: Como identificar e não compartilhar

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19 de outubro de 2018

É fake! Não é fake! Nunca como hoje a expressão fake news foi tão utilizada no Brasil. Do Inglês, o termo é utilizado para designar notícias falsas ou retiradas do contexto para produzir outro sentido. Em alguns casos, uma notícia falsa, compartilhada em redes sociais como o Facebook ou Instagram ou ainda em correntes e grupos pelo WhatsApp, pode ter consequências que colocam em risco a vida das pessoas.

As fake news já fazem parte do cenário que impede a população de se proteger de doenças como febre amarela, gripe e sarampo. Boatos espalhados pelo WhatsApp, Twitter e Facebook têm influenciado na queda do alcance das campanhas de vacinação no Brasil desde 2016, segundo o Ministério da Saúde. Algumas dessas notícias associam as vacinas aos altos índices de autismo ou déficit de atenção em crianças, por exemplo.

 

CAUSAS

Mas, por que, afinal, uma pessoa cria ou espalha uma notícia falsa, sabendo que pode prejudicar milhares de pessoas? Segundo o professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC/UnB), Paulo José Araújo da Cunha, o hábito de usar notícias falsas indica uma “compulsão” por mentir e enganar os outros. “Do lado contrário, quem compartilha as mentiras geralmente acredita no que está lendo e o faz com boas intenções. Além disso, o advento da internet e redes sociais apenas facilitou esse processo - que é, aliás, muito antigo”, explicou Paulo José, em matéria publicada no site do Ministério da Saúde.

As redes sociais são terreno fértil para a difusão de notícias falsas por diferentes motivos. Alguns criadores desses conteúdos buscam divulgar uma ideia ou atacar uma pessoa, partido ou instituição. Outros têm motivação econômica, uma vez que a grande circulação de uma publicação gera interações, o que pode se traduzir em dinheiro a partir da lógica de veiculação de anúncios nessas plataformas. Foi o caso, por exemplo, de jovens da Macedônia que criaram perfis para difundir notícias falsas nas eleições dos Estados Unidos da América, em 2016, obtendo com isso uma  fonte de renda. 

 

PROJETOS

Se, por um lado, a internet promove a democratização de notícias, por outro, ela tem sido uma ferramenta para espalhar mentiras que, ao serem repetidas milhares e milhares de vezes, acabam soando como verdade. Empresas como a Google e o próprio Facebook têm desenvolvido campanhas e estratégias para barrar o crescimento das fake news. A Google anunciou em vídeo no seu canal oficial do YouTube um novo projeto para fomentar o jornalismo de qualidade em todo mundo. O Google News Initiative é um esforço da empresa em combater a desinformação e assegurar que as empresas consigam propagar bom jornalismo. 

O segundo objetivo é ajudar os sites de notícias a continuar a crescer da perspectiva de negócios, e o último é a criação de novas ferramentas que ajudem jornalistas na produção de notícias. 

Em termos de busca, uma das ferramentas utilizadas para propagar fake news, a empresa comunicou que está trabalhando para treinar o sistema para conseguir identificar notícias falsas e ajustá-lo para mostrar somente os bons resultados ao usuário. Essa iformação foi publicada pelo Canal Tech

Por parte do Governo Federal, grande parcela dos projetos apresentados propõem regras de dois tipos: ou criminalizam os usuários que produzem ou difundem as chamadas notícias falsas ou impõem às plataformas digitais (como Facebook, Google e Instagram) a obrigação de fiscalizar o conteúdo que circula em seu interior, sujeitando essas empresas a multas caso não removam mensagens falsas ou consideradas prejudiciais. Mas ainda não há um consenso sobre a questão.

A Polícia Federal criou um grupo de fiscalização durante as eleições. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral estuda desenvolver um canal, em parceria com a imprensa, para identificar e punir quem publica informações falsas.

7 dicas para não cair nesta armadilha

1) NÃO LEIA SÓ O TÍTULO

Uma estratégia muito utilizada pelos criadores de conteúdo falso na internet é apelar para títulos bombásticos. Ler o texto completo é um passo básico para evitar compartilhar fake news.

2) VERIFIQUE O AUTOR

Ver quem escreveu determinado texto é importante para dar credibilidade ao que está sendo veiculado.

3) VEJA SE CONHECE O SITE

Não deixe de olhar a página onde está a notícia. Navegar mais no site ajuda a analisar sua credibilidade.

4) OBSERVE SE O TEXTO CONTÉM ERROS ORTOGRÁFICOS

As reportagens jornalísticas prezam pelo bom vocabulário e pelo uso correto das normas gramaticais. Por outro lado, os sites com notícias falsas ou mensagens divulgadas pelo whatsapp tendem a apresentar uma escrita fora do padrão, com erros de Português ou quantidade exagerada de adjetivos.

5) OLHE A DATA DE PUBLICAÇÃO

Identifique quando a notícia foi publicada. Muitas vezes, o texto está simplesmente fora de contexto.

6) SAIA DA BOLHA DA REDE SOCIAL

Para estar bem informado, o eleitor deve ler e acompanhar o noticiário não somente nas redes sociais.

7) TOME CUIDADO COM O SENSACIONALISMO

As fake news tendem a conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexem com as crenças das pessoas, atingindo um maior potencial de divulgação e compartilhamento nas redes sociais.

Fonte: www.infograficos.estadao.com.br
 

EDUCAÇÃO

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revelou que as fake news se espalham seis vezes mais rápido do que notícias verdadeiras. Além disso, o estudo aponta que 70% das informações falsas têm mais chance de serem replicadas. Esther Wojcicki, professora e educadora norte-americana com 50 anos de experiência na área, descreve a importância da checagem para combater as fake news. A matéria foi publicada em maio, na página da Época Negócios. 

“A primeira coisa que eu indico é a verificação de fontes. Depois, eu digo que é importante compartilhar somente o que você leu e entendeu”, disse Esther. No texto, ela explica também que o termo “fake news” foi popularizado em 2016, quando a Rússia foi acusada de difundir fatos inverídicos para influenciar a disputa presidencial nos Estados Unidos, em benefício de Donald Trump. Desde então, notícias falsas sobre o Brexit, a independência da Catalunha, o programa nuclear da Coreia do Norte e até mesmo de políticos brasileiros ganharam espaço na internet. 

“Quando as crianças são ‘donas’ do próprio conhecimento, elas dão mais valor e aprendem melhor”, ressaltou Esther, que estimula os jovens ao pensamento crítico, à criatividade e à colaboração, além de, claro, impulsioná-los a buscar dados corretamente.

 

SENSO CRÍTICO

Publicada no site de Infográficos do jornal O Estado de S. Paulo, a reportagem recorda que é preciso fazer um esforço coletivo pela alfabetização digital.

“Tem de vir da grande imprensa, do professor, da família, de todos os lados”, afirmou a diretora da Agência Lupa , Cristina Tardáguila, em texto publicado. A reportagem recorda também um estudo realizado pela Universidade de Stanford. A pesquisa apontou, em julho deste ano, que estudantes norte-americanos tiveram problema para checar a credibilidade das informações divulgadas na internet. Dentre 7.804 alunos dos ensinos Fundamental, Médio e Superior, 40% não conseguiram detectar fake news.

Daniel Schwabe, professor do Departamento de Informática da PUC-Rio, afirmou que nesse cenário de novos canais, há uma certa vulnerabilidade porque não se sabe mediar a absorção da informação que se recebe. “É necessário criar uma cultura de questionamento”, enfatizou. 

Em sua mensagem para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco insistiu no papel do jornalista e do Jornalismo que deve estar comprometido com a verdade. “Penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionalistas e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um Jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação.”

 

PEÇA AJUDA!

Se, mesmo conferindo dados como o site em que foi publicada uma notícia, a data, o autor e o vocabulário, ainda surgirem dúvidas, há sites que ajudam a descobrir se aquela notícia é falsa ou não. É o caso de agências como a Lupa, Aos Fatos e Boatos.org. Basta digitar o título da matéria ou o conteúdo a que ela se refere. 

 

LUPA

Criada pela Revista Piauí em parceria com a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas e com a Rede Um Brasil, a Lupa é a primeira agência especializada em fact-checking do Brasil. Atua desde 2015 com o noticiário nacional e internacional em diversos formatos, como texto, vídeo e áudio.


AOS FATOS

Membros da Rede Internacional de Investigadores, os criadores do Aos Fatos têm compromisso com a verdade e investigam com seriedade os assuntos mais comentados na internet. Além disso, em janeiro, em parceria com o Facebook, o Aos Fatos criou o projeto Fátima, um bot no Messenger que auxilia os usuários a trafegar entre as informações na internet. Aos Fatos também classifica as notícias, que são categorizadas como verdadeiras, imprecisas, exageradas, contraditórias, insustentáveis e falsas.

 

BOATOS.org

Criado e mantido por diversas vozes vindas de grandes empresas jornalísticas, como Edgard Matsuki, que já trabalhou no UOL e na EBC, e Carol Lira, também fruto da EBC, o site tem o propósito de investigar qualquer tipo de notícia que circule na rede e que tenha aparência e procedência duvidosa.

Fonte: Grano studio.com
 
 

O PAPA FRANCISCO E AS FAKE NEWS

A mensagem do Papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais 2018 foi sobre “Fake News e Jornalismo de Paz”, e aponta quatro caminhos para evitar ser vítima ou até mesmo divulgar notícias falsas.

  1. QUE HÁ DE FALSO NAS NOTÍCIAS FALSAS?

 

A eficácia das fake news fica-se a dever, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentar como plausíveis. Falsas, mas verosímeis, tais notícias são capciosas, no sentido que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários. A dificuldade em desvendar e erradicar as fake news é devida também ao fato de as pessoas interagirem muitas vezes dentro de ambientes digitais homogêneos e impermeáveis a perspectivas e opiniões divergentes. O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos.

 

  1. COMO PODEMOS RECONHECÊ-LAS?

 

Nenhum de nós pode se eximir da responsabilidade de contrastar essas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos deliberadamente evasivos e sutilmente enganadores, valendo-se, por vezes, de mecanismos refinados. A prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a lógica da serpente, capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós.

 

  1. A VERDADE VOS TORNARÁ LIVRES (JO 8,32)

 

Dostoievski deixou escrito algo de notável neste sentido: “Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo” (Os irmãos Karamazov, II, 2). O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor.

 

  1. A PAZ É A VERDADEIRA NOTÍCIA

 

O melhor antídoto contra as falsidades não são as estratégias, mas as pessoas: pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, por meio da fadiga de um diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem.


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Em busca de votos, Bolsonaro e Haddad flexibilizam propostas

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19 de outubro de 2018

Na semana inicial da disputa do 2º turno das eleições presidenciais, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) atualizaram discursos e se comprometeram a flexibilizar alguns pontos de seus programas de governo para atrair mais apoios e votos.

 

NÃO HAVERÁ NOVA CONSTITUINTE

Em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo , no dia 8, Haddad descartou que fará uma nova assembleia nacional constituinte. “Revimos o nosso posicionamento, faremos tudo por emenda constitucional”, declarou o candidato. 

No plano de governo registrado pelo petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consta que “para assegurar as conquistas democráticas inscritas na Constituição de 1988, as reformas estruturais indicadas neste plano e a reforma das instituições, é necessário um novo processo Constituinte. Para tanto, construiremos as condições de sustentação social para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, livre, democrática, soberana e unicameral, eleita para este fim nos moldes da reforma política que preconizamos”. 

Bolsonaro nunca cogitou a hipótese de uma nova constituinte e tem afirmado que as mudanças se darão por emenda constitucional. No entanto, seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), já chegou falar da realização de uma constituinte formada por “notáveis”. 

 

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Os dois candidatos também sinalizaram para reformas na Previdência Social. Haddad disse que fará uma reforma da Previdência “cortando privilégios” de quem recebe acima do teto de benefícios. Em seu plano de governo registrado no TSE, o petista aponta que “serão adotadas medidas para combater, na ponta dos gastos, privilégios previdenciários incompatíveis com a realidade da classe trabalhadora brasileira”. 

Bolsonaro, no sábado, 13, afirmou que pretende apresentar ao Congresso Nacional já em 2019 uma nova proposta de reforma da Previdência, mas não detalhou os principais pontos. Em seu plano de governo, há a proposta de criação de um modelo de capitalização, cabendo ao trabalhador escolher entre este e a Previdência tradicional, que seguirá existindo: “Aqueles que optarem pela capitalização merecerão o benefício da redução dos encargos trabalhistas.”

 

PRIVATIZAÇÕES E CONCESSÕES

Nos últimos dias, Bolsonaro também reviu posições a respeito das privatizações e concessões de estatais. Ele disse que não irá privatizar termoelétricas, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por ele consideradas estratégicas. No plano de governo, ele menciona que nas 18 estatais que dependem de subvenções do Governo Federal, “o gasto é altíssimo e crescente e o retorno não é vantajoso”. 

Em seu plano de governo, Haddad indica que irá interromper “as privatizações e a venda do patrimônio público”, mas, ao mesmo tempo, afirma que “para ampliar os investimentos em infraestrutura, o Governo Federal também irá expandir a parceria com o setor privado por meio de concessões e outras parcerias público-privadas, garantindo contratos que propiciem investimentos com o menor custo ao usuário, assegurando os investimentos necessários à infraestrutura nacional”.

 

IMPOSTO DE RENDA

Os presidenciáveis também se manifestaram sobre as alíquotas do Imposto de Renda (IR). Bolsonaro e Haddad apresentaram a mesma proposta:  isentar o pagamento do IR de quem recebe até cinco salários mínimos, sendo que a do petista está registrada em seu plano de governo. Com isso, a União deixaria de arrecadar cerca de R$ 60 bilhões por ano, segundo cálculo do Ministério da Fazenda. Além disso, o candidato do PSL afirma agora que haverá uma taxa fixa de 20% para todas as demais faixas de renda, enquanto Haddad mantém a proposta de que quem tem mais renda irá pagar mais imposto. 

 

BOLSA FAMÍLIA

Outro fato que movimentou o noticiário foi a maior atenção de Bolsonaro ao programa Bolsa Família, que hoje atende 13,7 milhões de famílias, a maioria no Nordeste do País, única região onde o candidato do PSL foi superado por Haddad no 1º turno. Bolsonaro disse que as famílias atendidas receberão 13º salário, a partir dos recursos que serão obtidos com o combate às fraudes no programa. 

Em seu plano de governo, Bolsonaro também fala na instituição de uma renda mínima para todas as famílias brasileiras, que seria superior ao valor hoje pago pelo Bolsa Família.

Haddad tem dito que manterá o Bolsa Família. Ainda no campo das políticas sociais, o petista incorporou quatro propostas de Guilherme Boulos, que foi o candidato do PSOL à Presidência, e que na última semana declarou apoio a Haddad: punição a empresas que desrespeitam a igualdade salarial entre homens e mulheres; combate a privilégios na Previdência Social; ampliação do Programa Minha Casa, Minha Vida; e demarcação de terras indígenas. 

 

DEFESA DA VIDA

Haddad também foi à sede da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), em Brasília (DF), na quinta-feira, 11. “O candidato não veio pedir apoio e a CNBB não tem partido e nem candidato”, declarou, em nota, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da CNBB.

O candidato teria se comprometido a explicitar melhor em seu plano de governo as questões relativas à defesa da vida, mas em entrevista coletiva após o encontro, Haddad não garantiu se efetivamente combaterá as tentativas de legalização do aborto.  Quando era candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012, em entrevista ao Portal Terra, afirmou ser pessoalmente contra o aborto: “A sociedade tem que diminuir o número de abortos. Temos que evoluir, temos que estabelecer políticas públicas oferecendo às mulheres condições de planejar suas vidas”, mas salientou que “as mulheres é que enfrentam os desafios da vida de maneira própria”. Manuela d’Ávilla (PCdoB), sua vice, tem atuação histórica pela legalização do aborto.

Em seus estatutos, o PT não faz menção ao aborto ou direitos reprodutivos da mulher, mas no 6º Congresso Nacional do partido, em 2017, um dos itens do caderno de resoluções defende a “descriminalização do aborto e regulamentação de sua prática no serviço público de saúde”. 

No plano de governo de Haddad, consta que “fundado no princípio constitucional da laicidade do Estado, promoveremos a saúde integral da mulher para o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e se fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não sexista, não racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação e demais políticas públicas”.

Bolsonaro, em uma entrevista à Folha de S.Paulo, em agosto, disse que em sua opinião caberia à mulher a decisão de abortar ou não no caso de uma gravidez indesejada, mas que, se eleito, vetaria qualquer lei que legalizasse o aborto. Na sexta-feira, 12, ele assinou um termo de compromisso com a plataforma Voto Católico Brasil, mantida por fiéis leigos e sem vínculo institucional com a CNBB ou qualquer diocese. Entre outros pontos do documento, o presidenciável se compromete a defender e promover “o direto pleno à vida, desde a concepção até a morte natural, combatendo toda lei ou decisão a favor do aborto, da eutanásia, de pesquisas com embriões humanos e da clonagem humana”. 

Nos estatutos, normas e valores disponíveis em seu site, o PSL não faz menção ao combate das tentativas de legalizar o aborto. O partido considera a vida como principal patrimônio do cidadão, tendo este o direito de defendê-la com o uso de armas, se preciso for.  Além disso, no plano de governo de Bolsonaro consta que “as armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser utilizadas para matar ou para salvar vidas. Isso depende de quem as está segurando: pessoas boas ou más”. 

(Com informações de TSE, PT, PSL, G1, Agência Lupa, UOL e Folha de S.Paulo)
 

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Eleições 2018: Apuração

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11 de outubro de 2018

A 8ª eleição presidencial desde a redemocratização do Brasil será decidida em 2º turno entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). 

Na votação realizada no domingo, 7, Bolsonaro foi o escolhido de 49,2 milhões de eleitores (46,03% dos votos válidos), enquanto Haddad teve 31,34 milhões de votos (29,28%). Os mais votados na sequência foram Ciro Gomes (PDT), com 12,47%, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 4,76%. Outros nove candidatos concorreram à Presidência da República.

Ainda em recuperação cirúrgica após ser atingido por uma facada no abdômen no início de setembro, Bolsonaro dirigiu- -se aos eleitores em um vídeo pela internet na noite do domingo. Ele apontou que o Brasil está “à beira do caos” e defendeu uma união nacional contra um novo governo do PT. “Temos tudo para ser uma grande nação. Temos que unir o nosso povo, unir os cacos que nos fez o governo da esquerda no passado”. 

Discursando a correligionários em São Paulo, Haddad também falou em uma união nacional contra o que chamou de risco à democracia. “Esta eleição coloca muita coisa em jogo. O próprio pacto da Constituinte de 1988 está em jogo em função das ameaças que sofre quase diariamente”. O presidenciável também disse já ter iniciado conversas com Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (REDE) para uma possível aliança no 2º turno. 

 

 

 

MUDANÇAS NO CONGRESSO NACIONAL

As eleições do domingo ocasionaram a mudanças significativas na composição do Congresso Nacional. 

Dos 513 eleitos para a Câmara dos Deputados, 240 darão sequência ao mandato que obtiveram em 2014 (46,8% do total). Portanto, mais da metade da nova legislatura será diferente da atual, embora em alguns casos os “novos nomes” sejam políticos com histórico no Congresso, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014. 

Em São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL) obteve o recorde de votos na história para um deputado federal, com 1,8 milhão de votos. A lista dos cinco mais votados da bancada paulista teve ainda Joice Hasselmann (PSL), Celso Russomanno (PRB), reeleito pela 6ª vez; Kim Kataguri (DEM), um dos líderes das manifestações de rua para o impeachment de Dilma Rousseff; e Tiririca (PR), reeleito. 

No Senado, o quadro de renovação foi ainda mais abrangente, já que apenas oito dos 33 senadores que concorreram à reeleição obtiveram sucesso. Algumas situações foram emblemáticas, como as não reeleições do atual presidente da casa, Eunício Oliveira (MDB-CE); de Romero Jucá (MDB-RR), que esteve no cargo por 24 anos e foi líder no Senado de quatro presidentes da República; e Magno Malta (PR-ES), apoiador declarado de Bolsonaro. O PT também sofreu derrotas expressivas, como da ex- -presidente Dilma Rousseff (em Minas Gerais), do atual senador Lindbergh Faria (no Rio de Janeiro) e do ex-senador Eduardo Suplicy, que em São Paulo foi superado pelo Major Olímpio (PSL) e por Mara Gabrilli (PSDB).  

(Com informações do G1, Folha de S.Paulo e Agência Brasil)
 
 
 
 
 
 
 

 

 

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Vale a pena reeleger o seu deputado estadual?

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05 de outubro de 2018

Nas eleições deste ano, 77 dos 94 de putados estaduais em São Paulo tentarão se reeleger. Embora a avaliação da eficácia de um mandato deva ser feita pelo eleitor a partir da observação sobre as leis que cada parlamentar propôs, apoiou ou se opôs, dados gerais sobre a produtividade da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) indicam que a ação parlamentar nem sempre foi pautada por questões de interesse de todos os paulistas. 

Um levantamento feito pelo O SÃO PAULO, a partir dos dados publicados no site da Alesp no tópico “pesquisa de proposições”, indica que dos 614 projetos de lei apresentados pelos deputados estaduais entre janeiro e setembro deste ano, 119, o equivalente a 19,38% do total, referem-se à atribuição de nomes de locais sob a administração do governo estadual - como escolas, delegacias de Polícia e trechos de rodovias estaduais – e 63 projetos, 10,26%, são sobre a criação de datas comemorativas ou de conscientização e de inclusão de eventos no calendário oficial do Estado de São Paulo. 

A reportagem não contabilizou neste montante os 51 projetos de lei complementar – que visam completar ou explicitar determinações da Constituição do Estado de São Paulo -  propostos desde o início do ano nem os sete projetos de emenda à Constituição estadual – feitos para alterar a redação de trechos dessa Constituição.

 

ATENDENDO A INTERESSES ESPECÍFICO

No caso da nomenclatura de locais sob os cuidados do Governo de São Paulo, em geral nas justificativas de cada projeto de lei, há a biografia daquele que dará nome ao espaço escolhido, e o local quase sempre está na região onde o parlamentar proponente tem sua base eleitoral. 

Sobre a criação de datas comemorativas ou inclusão de alguns eventos ao calendário oficial do Estado, quando isto acontece é possível que o poder público seja um dos apoiadores da infraestrutura das ações relacionadas à data ou ao evento.

“Os dados mostram que, infelizmente, a nossa classe política tem se preocupado com questões ainda muito periféricas, isso num plano geral, embora tenha se tratado algumas questões importantes. Foram propostas pontuais, que atendem interesses muito focalizados, como, por exemplo, a de colocar nome em trechos de rodovias. São medidas que têm pouco impacto na vida da maior parte da população”, comentou Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ao analisar os dados apresentados pela reportagem.

Outro indicador expressivo é sobre a quantidade de projetos para que se declare uma cidade como de interesse turístico: 78 dos 614 PLs propostos este ano - 12,7% do total - tinham essa finalidade. Ao alcançar essa condição, a cidade pode ser beneficiada com repasses do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos, devendo aplicá-los na promoção do turismo local. 

 

BOAS PRÁTICAS

Alguns projetos de lei de maior abrangência foram apresentados este ano, como os que instituem as políticas públicas estaduais de Combate Comunitário à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (579/2018) e de Proteção, Inclusão e Acompanhamento Educacional dos Alunos com Epilepsia na Rede de Ensino do Estado de São Paulo (564/2018), além do programa Infância sem Pornografia (478/2018). 

Outros exemplos são o PL que proíbe o uso de radares eletrônicos e/ou câmeras móveis, colocados em lugares aleatórios e ocultos, sem placas indicativas de sinalização (540/2018); o que obriga os estabelecimentos veterinários a comunicarem a Polícia Civil quando constatarem indícios de maus-tratos nos animais atendidos (486/2018); o que garante atendimento na Defensoria Pública do Estado de São Paulo por intérprete em Libras para cidadãos com necessidades especiais (456/2018); e o que obriga a fixação de cartaz, em bares, restaurantes, mercados, lanchonetes, hotéis e congêneres, alertando para os perigos e danos decorrentes da ingestão de bebida alcoólica por gestante e o risco de desenvolvimento da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), no Estado de São Paulo (34/2018).

 

CPIS

A quantidade e o resultado das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) conduzidas por essa legislatura também chamam a atenção. 

Desde 2015, foram instauradas 23 CPIs na Alesp. Destas, algumas sequer tiveram atividades iniciadas, como as do trabalho infantil; de irregularidades em eventos de diretórios acadêmicos e repúblicas de estudantes; de invasão de terrenos; do vandalismo; do sistema financeiro; da automedicação; e da epidemia de dengue. Outras até geraram relatório final, como a que investigou irregularidades cometidas pelas operadoras de saúde, mas o texto foi rejeitado em plenário por falta de informações suficientes.

Em alguns casos, a discussão ganhou repercussão na imprensa, como a CPI da Máfia da Merenda, que investigou irregularidades nos contratos firmados pelo Governo do Estado com empresas e cooperativas que forneciam merenda escolar. O relatório final apontou 20 responsáveis pelas irregularidades, mas não propôs qualquer punição efetiva aos agentes públicos supostamente envolvidos no caso.

No entanto, houve CPIs que geraram relatórios finais propositivos, como a CPI da Epidemia do Crack, que recomendou o envio de recursos para órgãos de assistência aos usuários e maior articulação dos entes federal, estadual e municipal para acolher os dependentes de drogas; e a CPI do Detran, que indicou a urgente necessidade de criação de um sistema de fiscalização inteligente que possa interagir com as polícias, as ouvidorias públicas e os representantes da sociedade civil para combater irregularidades. 

“A maior parte das CPIs foram abafadas, poucas foram até o fim. Há o problema de que o governador tem o maior controle das bancadas”, apontou Maria do Socorro.

 

RESPONSABILIDADE DE PARTIDOS E ELEITORES

Ainda de acordo com a professora da Universidade Federal de São Carlos, uma legislatura com mais produtividade em vista do bem comum está diretamente relacionada ao acompanhamento permanente por parte dos eleitores. “É preciso que a sociedade acompanhe o mandato dos eleitos, seja em relação às medidas e projetos de lei que o Executivo manda para a Assembleia Legislativa, seja nos projetos que cada um propõe”, afirmou. “Essa maior aproximação fará como que as pessoas sintam que não é só na hora de votar que elas são chamadas a participar. Com isso, o conhecimento do eleitorado vai se ampliando, bem como sua capacidade de perceber quais são os bons políticos e o que, de fato, fazem”, analisou. 

Maria do Socorro também acredita que os partidos têm significativa responsabilidade sobre os rumos do Legislativo. “As lideranças partidárias têm o papel fundamental de manter nos quadros de um partido os políticos que, de fato, tenham uma atuação republicana ao longo do mandato. Por outro lado, não devem dar mais espaço àqueles que não agem assim”, opinou. 

 

(Com informações da Alesp e G1) 
 

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Hora de escolher os comandantes do poder executivo: presidente e governador

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05 de outubro de 2018

Responsabilidade máxima. Essa é a expressão que melhor sintetiza a atribuição de um presidente da República no regime Presidencialista, como no caso brasileiro. 

O presidente acumula a função de chefe de governo – o responsável pelas ações e decisões do cotidiano da política brasileira – e de chefe de Estado – sendo o representante máximo do País perante o mundo. Assim, por exemplo, quando o presidente cria uma política pública, ele o faz como chefe de governo. Já quando recebe uma autoridade internacional, atua como chefe de Estado.

A lista de atribuições que competem a um presidente da República é extensa. A maioria delas está descrita no artigo 84 da Constituição Federal: nomear e exonerar ministros de Estado; sancionar, promulgar ou vetar leis aprovadas pelo Congresso Nacional; organizar a administração federal; manter relações diplomáticas com outras nações; executar uma intervenção federal; exercer o comando supremo das Forças Armadas; declarar guerra em caso de agressão estrangeira (após ser autorizado pelo Congresso Nacional); indicar e nomear – após posterior aprovação no Senado Federal – ministros para o Supremo Tribunal Federal; definir orçamentos e investimentos do tesouro nacional; editar medidas provisórias, as quais vigoram com força de lei antes da análise e aprovação do Congresso. 

Em síntese, é a política pública adotada pelo presidente e seu relacionamento com o Congresso Nacional para aprovação de medidas estratégicas que ditarão o ritmo do País. Por isso, a escolha de um candidato a esse cargo deve ser feita de modo criterioso. O mesmo vale na hora definir o voto para governador, uma vez que o eleito é o responsável pelo Poder Executivo estadual nos âmbitos jurídico, político e administrativo. 

Entre as muitas atribuições que competem ao govenador estão a nomeação de secretários estaduais; o comando das polícias Civil e Militar; as prioridades dos investimentos em infraestrutura; e a administração dos recursos enviados pela União ou conseguidos por empréstimos nacionais e internacionais. O governador também pode propor a elaboração de projetos de lei a respeito de temas que são de competência estadual, a serem votados pela Assembleia Legislativa. 

O presidente da República e o governador têm mandato de quatro anos, com possibilidade de uma reeleição consecutiva por igual período. 

 
Fontes: Politize! e Cartilha “Os cristãos e as eleições 2018”. 
 

 

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‘Vou levar para todo o estado, ideias e iniciativas que já estão em andamento na Capital’

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03 de outubro de 2018

Nesta edição, o jornal O SÃO PAULO encerra a série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado de São Paulo, apontados como os mais bem colocados na pesquisa Ibope, divulgada em 20 de agosto. 

Na ordem do 5º para o 1º colocado na referida pesquisa, foram entrevistados o Major Costa e Silva (DC), Luiz Marinho (PT), Márcio França (PSB), Paulo Skaf (MDB) e agora João Doria (PSDB). 

Todos os candidatos foram questionados pelo jornal sobre suas propostas para as áreas de saúde, segurança pública, educação e combate à corrupção, e responderam a perguntas dos leitores enviadas pelo Facebook.


Empresário e publicitário, o paulistano João Agripino da Costa Doria Junior concorre pela primeira vez ao Governo de São Paulo, dois anos após ter sido eleito como prefeito da Capital Paulista, em 1º turno, em 2016. Ele comandou a maior cidade do País durante 15 meses, renunciando ao cargo em abril deste ano para concorrer nestas eleições. “Reconheço que as pessoas ficaram chateadas comigo por causa da decisão, e eu respeito esse sentimento”, afirma nesta entrevista. 

Doria tentará manter a hegemonia do PSDB no Estado de São Paulo, já que, desde as eleições de 1994, o partido tem saído vencedor no pleito para governador. Ele garante que as áreas de saúde, educação e segurança pública serão os pilares de sua gestão, e, entre outros compromissos, assegura que irá aumentar o número de creches, a rede de Ensino Técnico, levar o programa Corujão da Saúde para todo o Estado, auxiliar as santas casas com recursos e ampliar as ações e a estruturas das policias para combater a criminalidade. A seguir, leia a íntegra da entrevista. 

 

O SÃO PAULO - QUAIS FORAM AS MOTIVAÇÕES DO SENHOR PARA RENUNCIAR AO CARGO DE PREFEITO DE SÃO PAULO, APÓS 15 MESES DE MANDATO, E SE CANDIDATAR AO GOVERNO DO ESTADO?

João Doria - Reconheço que as pessoas ficaram chateadas comigo por causa da decisão, e eu respeito esse sentimento. O que me levou a sair da Prefeitura foi a possibilidade de ter mais força, condições e recursos para trabalhar mais por mais gente, principalmente pelas que mais precisam. Uma parte dos serviços prestados pelo Governo do Estado fica na Capital. É o caso do Hospital das Clínicas, a rede de trilhos, as escolas. Tenho convicção que, como governador, vou ajudar a Prefeitura de São Paulo a fazer com que os compromissos que eu assumi em 2016 sejam todos concretizados. Como governador, vou levar para todo o Estado ideias e iniciativas que já estão em andamento na Capital. Também aceitei esse desafio para evitar que o mesmo populismo que já quebrou o Estado no passado e o Brasil mais recentemente se instale em São Paulo. Não podemos permitir que a velha política nos leve para o atraso novamente.
 

UMA PESQUISA IBOPE NO MÊS DE AGOSTO APONTOU QUE AS ÁREAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA SÃO AS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES DOS PAULISTAS. SE ELEITO, QUAIS SERÃO AS PRIORIDADES DE AÇÃO DO SENHOR PARA CADA UMA DESSAS ÁREAS?

Esses são os principais pilares do nosso plano de Governo. Na educação, pretendemos valorizar o professor com melhores condições de trabalho e salários. Além disso, vamos ampliar o número de creches em parceria com as prefeituras e aumentar a rede de Ensino Técnico com mais Etec’s e Fatec’s.

Na sáude, vamos levar para todo o Estado o programa Corujão da Saúde, que foi um grande sucesso ao realizar parcerias com hospitais municipais e particulares. Nossa gestão vai criar mais 20 AMEs, seis novas unidades da rede Lucy Montoro, e 15 novos hospitais serão credenciados dentro da Rede Hebe Camargo de combate ao câncer. Auxiliaremos muito as santas casas com recursos.

Na área de segurança, o nosso governo terá como lema mais Polícia na rua e bandido na cadeia. Instalaremos 22 novas unidades dos BAEPs, levando para todo o Estado o padrão Rota de policiamento. Outro foco importante é na investigação. Por isso, criaremos os DEICs Regionais, que vão atuar de forma incisiva em crimes como roubos de veículos, de carga, estabelecimentos bancários (incluindo caixas eletrônicos) e extorsão mediante sequestro. 

 

ESSA MESMA PESQUISA E UMA SONDAGEM FEITA COM OS LEITORES DO O SÃO PAULO INDICA GRANDE INSATISFAÇÃO COM A CORRUPÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. COMO PRETENDE COMBATER AS PRÁTICAS DE CORRUPÇÃO NOS ÓRGÃOS SOB O CONTROLE DO GOVERNO DO ESTADO?

Não há limite para a transparência. No nosso governo, vamos incentivar medidas de transparência. Daremos apoio irrestrito aos órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Também daremos autonomia à Corregedoria Geral da Administração.

 

O SENHOR GUSTAVO RAMOS DE OLIVEIRA NOS ENCAMINHOU A SEGUINTE QUESTÃO PELO FACEBOOK: “A POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO É MUITO CRITICADA PELA TRUCULÊNCIA NAS ABORDAGENS E MOSTRA ALGUMAS DEFICIÊNCIAS NO COMBATE AO CRIME. QUAL O CAMINHO PARA MELHORAR ESSA SITUAÇÃO?”

Antes de mais nada, precisamos lembrar que a Polícia de São Paulo realizou 176 mil prisões em 2017, é a polícia que mais prende no Brasil. Precisamos lembrar, também, que possuímos a menor taxa de homicídios do País, com 7,5 mil homicídios para cada 100 mil habitantes. Há muito que ser feito,  mas vale lembrar que para todo desvio de conduta ou excesso da Polícia Militar ou Civil, há instrumentos para punição. Por isso, daremos total autonomia para as corregedorias.

 

TAMBÉM PELO FACEBOOK, RECEBEMOS A SEGUINTE PERGUNTA DA SENHORA MONICA GIOIELLE DALLA VECCHIA: QUAL O PLANO DE GOVERNO O CANDIDATO IRÁ OFERTAR ÀS MULHERES/ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E ABUSO SEXUAL E ÀS GESTANTES, DE FORMA QUE SEJAM ACOLHIDAS E DADA A ELAS A OPORTUNIDADE DE LUTAR PELA VIDA E EVITAR A PRÁTICA DO ABORTO?

A mulher deve ser protegida e receber as mesmas oportunidades que os homens na sociedade e no mercado de trabalho, e o Estado trabalhará para isso no nosso governo. Com relação aos crimes cometidos contra as mulheres, precisamos nos preparar para receber as vítimas de maneira mais humanizada e eficiente, facilitando as denúncias e criando uma porta aberta com os representantes da segurança do Estado, o que vai ajudar a repreender estes tipos de crimes. Para isso, antes de mais nada, vamos manter as delegacias da mulher abertas 24 horas por dia. Vamos criar mais 40 delegacias da mulher, também funcionando 24 horas/dia. Por fim, ampliaremos a rede de atenção e saúde da mulher, para oferecer um atendimento e acolhimento adequado para todas as mulheres em situação de vulnerabilidade, oferecendo o máximo de atendimento e conforto para valorização da dignidade e autonomia.

 

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Eleitor pode conferir local de votação de forma rápida na internet

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02 de outubro de 2018

Na última semana antes da votação do 1º turno das eleições, candidatos se mobilizam para as mas tentativas de angariar apoios e eleitores vão atrás de informações tanto sobre as opções em disputa quanto sobre os procedimentos para a votação.

Uma das principais dúvidas é o local de votação. É possível conferir seção, zona e endereço por diversos canais na internet.

No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitor pode fazer a consulta. A opção está na página principal. Basta inserir o número do título de eleitor.

Para quem esqueceu o registro do documento, uma alternativa é preencher nome, nome da mãe e data de nascimento. O sistema apresenta número do título, seção, zona, endereço e município.

Para quem quiser usar as redes sociais, também há opções. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está usando robôs (bots, no jargão técnico em inglês) para auxiliar os eleitores a obter essas informações.

Os assistentes virtuais funcionam por meio das contas do Tribunal no Twitter(@TSEjusbr) e no Facebook Messenger (@TSEJus).

 

Mensagens

Para interagir com os programas, o eleitor precisa enviar mensagens a eles. Os assistentes funcionam como “perfis” com quem o usuário dialoga. No Facebook, basta o usuário procurar o perfil do TSE e enviar uma primeira mensagem.

Em seguida, aparecerão diversas opções como “dúvidas frequentes”, “situação eleitoral”, “quitação eleitoral” e “local de votação”.

Para conferir o endereço de onde o eleitor terá de comparecer, basta a pessoa fornecer nome completo e número do título para que o assistente consulte o banco de dados do TSE.

Caso o eleitor tenha esquecido o número do título, é possível recuperá-lo fornecendo algumas informações (como data de nascimento e nome completo da mãe).

No Twitter, o robô funciona de forma semelhante. O usuário precisa buscar o perfil do TSE e enviar uma mensagem direta a ele, para que sejam abertas as possibilidades de consulta de informações sobre questões eleitorais e sobre candidatos.

 

Outras informações

Tanto no site quanto por meio dos assistentes virtuais, também é possível obter outras informações.

Na opção “situação eleitoral”, por exemplo, a pessoa confere se está regular e se pode votar normalmente.

Na alternativa “candidatos”, é possível buscar todas as candidaturas, tanto nacionais quanto nos estados. O robô apresenta dados básicos e se a candidatura foi ou não deferida.

O usuário pode solicitar o programa de governo. O sistema enviará o link para consulta do documento.

O programa também dá a opção de ir para o site DivulgaCandContas, onde estão as prestações de contas periódicas dos candidatos.

 

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A partir de amanhã eleitores só podem ser presos em casos especiais

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01 de outubro de 2018

A partir de amanhã, 2, a cinco dias das eleições, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido exceto em casos de flagrante delito ou de sentença criminal condenatória por crime inafiançável por desrespeito a salvo-conduto. A orientação está na legislação e prevista no calendário eleitoral.

Também nesta terça-feira será o último dia para a verificação das assinaturas digitais do Sistema de Transporte de Arquivos da Urna Eletrônica, do Subsistema de Instalação e Segurança e da Solução JE-Connect instalados nos equipamentos da Justiça Eleitoral.

Essa verificação deve ser feita por representantes dos partidos políticos e das coligações, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público e das pessoas autorizadas em resolução específica a formalizar pedido ao juízo eleitoral

Amanhã também é o último dia para os tribunais regionais eleitorais divulgarem na internet os pontos de transmissão de dados que funcionarão em locais distintos daquele de funcionamento da junta eleitoral.

 

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Nova Câmara deve aumentar bancadas de esquerda e direita

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01 de outubro de 2018

A Câmara dos Deputados que sairá das urnas em outubro terá, além de um elevado índice de reeleição, nomes conhecidos na política brasileira, como deputados estaduais, senadores, ex-ministros, ex-prefeitos, ex-secretários e ex-parlamentares, ocupando as vagas dos que não tentaram ou não conseguiram renovar o mandato. As caras novas virão da escolha de policiais, evangélicos e celebridades ou da força do dinheiro e da relação de parentesco com oligarquias políticas.

A projeção foi feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base na estratégia dos partidos políticos de lançar nomes competitivos para disputar a Câmara dos Deputados. Para reforçar as bancadas de deputado federal, que definem os repasses do fundo partidário e o horário partidário, as legendas escalaram seus principais nomes para a Câmara e fizeram coligações competitivas.

Uma movimentação dos senadores indica, além de uma preocupação individual com a derrota na eleição majoritária, a estratégia dos partidos de reforçar a Câmara. Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), José Agripino Maia (DEM-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, e Lídice da Mata (PSB-BA), por exemplo, disputam uma cadeira de deputado federal e tendem a puxar votos para suas legendas.

Nessa linha, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) concorre à Câmara, assim como o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (PPS-RJ), o ex-ministro do Trabalho Manuel Dias (PDT-SC) e o ex-deputado federal Marcelo Itagiba (PPS-RJ).

Segundo levantamento preliminar, coordenado pelo analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap, a composição das bancadas não será muito diferente da atual. Conforme a análise, haverá um leve crescimento dos partidos de esquerda e de direita, acompanhado de uma discreta redução das legendas de centro.

O PT continuará tendo a maior bancada de deputados federais, com 55 a 65 integrantes, conforme o levantamento do Diap, seguido de MDB (44 a 50), PSDB (42 a 50), PP (40 a 48) e PSD (40 a 48). Em um segundo bloco, estão PR, DEM, PSB, PDT e PRB, com bancadas que devem ficar entre 20 e 40 deputados. PSL, PTB, Pros, PSC, PPS, PCdoB, Pode, PSOL e SD devem eleger entre dez e 20 deputados. Outros partidos não devem eleger mais do que dez parlamentares.

 

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