Papa aos tailandeses: continuem caminho dos primeiros missionários
Em missa no Estádio Nacional, em Bangcoc, Santo Padre recordou os 350 anos de evangelização na Tailândia
O Papa Francisco presidiu sua primeira missa na Tailândia na noite desta quinta-feira, 21 (8h no Brasil), no Estádio Nacional, em Bangcoc. Esta foi a última atividade do segundo dia de sua 32ª Viagem Apostólica Internacional que também tem como destino o Japão.
Cerca de 65 mil pessoas participaram da Eucaristia, que foi celebrada em inglês, com leituras em tailandês.
Na homilia, o Pontífice partiu da frase o Evangelho de São Mateus: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?”, proclamado na Festa da Apresentação de Nossa Senhora, celebrada nesta data.
O Santo Padre explicou que Jesus desafiou a multidão a prestar atenção a esta pergunta, que parecia tão óbvia, e respondeu: “Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai, que está no Céu. Este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Deste modo, disse Francisco, Jesus critica os determinismos religiosos e legais da época. No entanto, é impressionante ver no Evangelho a variedade de perguntas que perturbam, despertam e convidam os discípulos a pôr-se a caminho e a descobrir a verdade, capaz de gerar a vida. Isso, afirmou o Papa, serve para abrir o coração e renovar a nossa vida e a da comunidade.
“Assim aconteceu com os primeiros missionários, que partiram e chegaram a estas terras: ao ouvir a Palavra do Senhor e responder aos seus pedidos, puderam perceber que pertenciam a uma família bem maior do que a gerada pelos laços de sangue, cultura, região ou pertença a um determinado grupo”, acrescentou o Santo Padre.
O Pontífice salientou, ainda, que impelidos pela força do Espírito e repletos de esperança, que nasce da boa nova do Evangelho, os missionários se puseram a caminho para conhecer os membros desta sua família que ainda não conheciam. Mas, tiveram que abrir o coração a uma nova realidade, superar todos os obstáculos e divisões, para encontrar as mães e irmãos tailandeses, que não frequentavam a Igreja.
“Sem este encontro, faltaria o rosto do Cristianismo, os cânticos e as danças, que representam o sorriso típico dos tailandeses e seu contexto cultural. O discípulo missionário não é um mercenário da fé nem um caçador de prosélitos, mas um mendigo que reconhece que lhe faltam os irmãos, as irmãs e as mães com quem celebrar e festejar o dom da reconciliação, que Jesus oferece a todos”, completou o Papa.
350 ANOS DE EVANGELIZAÇÃO
Francisco recordou os 350 anos da criação do Vicariato Apostólico de Sião. Na época, eram apenas dois missionários que lançaram a semente do Evangelho, que, desde então, cresceu e desabrochou em uma variedade de iniciativas apostólicas, que contribuíram para a vida da nação.
O Papa concluiu a homilia reforçando: “Todos somos discípulos missionários, quando fazemos parte viva da família do Senhor, como Ele o fez”. Ele acrescentou que o discípulo missionário sabe que a evangelização não é contar com a adesão dos poderosos, mas abre as portas para viver e partilhar do abraço misericordioso e mediador de Deus Pai. Assim, ele exortou a comunidade tailandesa a continuar o caminho iniciado há 350 anos pelos primeiros missionários.
Na sexta-feira, 22, o Pontífice se encontrará com sacerdotes, religiosos, seminaristas e catequistas, e depois com os bispos tailandeses e asiáticos, na paróquia de São Pedro e na adjacente Igreja do Santuário, intitulado ao Beato Nicolas Bunkerd Kitbamrung.
Os dois últimos compromissos serão o encontro com os líderes cristãos e de outras religiões, e depois a Santa Missa com os jovens na catedral da Assunção de Bangcoc. No sábado, dia 23, Francisco seguirá para o Japão, onde ficará até o dia 26.
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(Fotos: Vatican Media)