Na Tailândia, Papa promove diálogo e pede o fim da exploração sexual
Na primeira fase de sua viagem à Ásia, o Papa Francisco dedicou momentos importantes para promover o diálogo entre as diferentes religiões. Tanto no encontro com diferentes líderes, na sexta-feira, 22, quanto na visita ao Patriarca Supremo Budista, na quinta-feira, 21, ele destacou a importância de manter o caminho de “estima e mútuo reconhecimento”, buscando aumentar o respeito e a amizade entre as comunidades.
Só assim é possível conseguir a cooperação entre religiões, algo que, nas palavras do Papa Francisco, “é urgente para a humanidade contemporânea”, diante de tantos conflitos. “Essas situações nos colocam em guarda e nos recordam que nenhuma região nem setor da nossa família humana pode se pensar ou se realizar estranha ou imunemente em relação às outras”, declarou.
APELO
A Tailândia é um país duramente atingido pelo tráfico de pessoas e pelo turismo sexual. Por isso, já em seu primeiro discurso no país, o Papa Francisco denunciou o problema e pediu às autoridades civis e religiosas que se unam para acabar com o problema.
“Penso nas mulheres e crianças dos nossos tempos que estão particularmente feridas, violentadas e expostas a toda forma de exploração, escravidão, violência e abuso”, afirmou, reconhecendo, ao mesmo tempo, os esforços do governo tailandês. Uma inspiração, disse o Pontífice, é o 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Infância e da Adolescência.
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Papa aos tailandeses: continuem caminho dos primeiros missionários
O Papa Francisco presidiu sua primeira missa na Tailândia na noite desta quinta-feira, 21 (8h no Brasil), no Estádio Nacional, em Bangcoc. Esta foi a última atividade do segundo dia de sua 32ª Viagem Apostólica Internacional que também tem como destino o Japão.
Cerca de 65 mil pessoas participaram da Eucaristia, que foi celebrada em inglês, com leituras em tailandês.
Na homilia, o Pontífice partiu da frase o Evangelho de São Mateus: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?”, proclamado na Festa da Apresentação de Nossa Senhora, celebrada nesta data.
O Santo Padre explicou que Jesus desafiou a multidão a prestar atenção a esta pergunta, que parecia tão óbvia, e respondeu: “Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai, que está no Céu. Este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Deste modo, disse Francisco, Jesus critica os determinismos religiosos e legais da época. No entanto, é impressionante ver no Evangelho a variedade de perguntas que perturbam, despertam e convidam os discípulos a pôr-se a caminho e a descobrir a verdade, capaz de gerar a vida. Isso, afirmou o Papa, serve para abrir o coração e renovar a nossa vida e a da comunidade.
“Assim aconteceu com os primeiros missionários, que partiram e chegaram a estas terras: ao ouvir a Palavra do Senhor e responder aos seus pedidos, puderam perceber que pertenciam a uma família bem maior do que a gerada pelos laços de sangue, cultura, região ou pertença a um determinado grupo”, acrescentou o Santo Padre.
O Pontífice salientou, ainda, que impelidos pela força do Espírito e repletos de esperança, que nasce da boa nova do Evangelho, os missionários se puseram a caminho para conhecer os membros desta sua família que ainda não conheciam. Mas, tiveram que abrir o coração a uma nova realidade, superar todos os obstáculos e divisões, para encontrar as mães e irmãos tailandeses, que não frequentavam a Igreja.
“Sem este encontro, faltaria o rosto do Cristianismo, os cânticos e as danças, que representam o sorriso típico dos tailandeses e seu contexto cultural. O discípulo missionário não é um mercenário da fé nem um caçador de prosélitos, mas um mendigo que reconhece que lhe faltam os irmãos, as irmãs e as mães com quem celebrar e festejar o dom da reconciliação, que Jesus oferece a todos”, completou o Papa.
350 ANOS DE EVANGELIZAÇÃO
Francisco recordou os 350 anos da criação do Vicariato Apostólico de Sião. Na época, eram apenas dois missionários que lançaram a semente do Evangelho, que, desde então, cresceu e desabrochou em uma variedade de iniciativas apostólicas, que contribuíram para a vida da nação.
O Papa concluiu a homilia reforçando: “Todos somos discípulos missionários, quando fazemos parte viva da família do Senhor, como Ele o fez”. Ele acrescentou que o discípulo missionário sabe que a evangelização não é contar com a adesão dos poderosos, mas abre as portas para viver e partilhar do abraço misericordioso e mediador de Deus Pai. Assim, ele exortou a comunidade tailandesa a continuar o caminho iniciado há 350 anos pelos primeiros missionários.
Na sexta-feira, 22, o Pontífice se encontrará com sacerdotes, religiosos, seminaristas e catequistas, e depois com os bispos tailandeses e asiáticos, na paróquia de São Pedro e na adjacente Igreja do Santuário, intitulado ao Beato Nicolas Bunkerd Kitbamrung.
Os dois últimos compromissos serão o encontro com os líderes cristãos e de outras religiões, e depois a Santa Missa com os jovens na catedral da Assunção de Bangcoc. No sábado, dia 23, Francisco seguirá para o Japão, onde ficará até o dia 26.
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(Fotos: Vatican Media)
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Papa deseja confirmar a fé e o diálogo pela paz na Tailândia
O Papa Francisco desembarcou nesta quarta-feira, 20, em Bangcoc, na Tailândia, onde permanece até sábado, 23, para a primeira etapa de sua 32ª viagem apostólica que também tem como destino o Japão.
Confirmar na fé o pequeno rebanho de fiéis, apoiar o diálogo e o encontro inter-religioso e promover a paz e a tutela da vida e do ambiente, são as linhas guias do sucessor de Pedro que em ambos os países segue as pegadas de seu predecessor São João Paulo II.
O Pontífice foi acolhido por autoridades civis e eclesiásticas do país do sudeste asiático. Em seguida, foi conduzido à Nunciatura Apostólica, onde foi recebido por um grupo de seminaristas, noviças, religiosas, além de jovens da paróquia vizinha, que em vestes tradicionais dançaram o Santo Padre. No caminho do aeroporto para a Nunciatura, Francisco sentiu a calorosa acolhida dos tailandeses.
HOSPITALIDADE
Na manhã da quinta-feira, 21 (ainda noite de quarta-feira no Brasil), o Papa participou da cerimonia de boas vindas na Casa do Governo da Tailândia, onde será recebido pelo primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, autoridades, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático.
“Sou grato pela oportunidade de estar aqui entre vocês e de poder visitar esta terra, rica de tantas maravilhas naturais, e esplendidamente guardiã de tradições espirituais e culturais ancestrais como a hospitalidade, que hoje experimento em primeira pessoa e da qual gostaria de assumir a responsabilidade de propagar e aumentar os laços de maior amizade entre os povos”, afirmou Francisco, em seu breve discurso.
DIÁLOGO COM BUDISTAS
Depois, o Pontífice foi até o templo Wat Ratchabophit Sathit Maha Simaram, onde se encontrou com o patriarca supremo dos budistas, Somdej Phra Maha Muneewong.
Em seu discurso, o Santo Padre ressaltou que aquele templo é “símbolo dos valores e ensinamentos” que caracterizam o povo da Tailândia. E lembrou das palavras de João Paulo II ao afirmar: “Foi nas fontes do budismo que a maioria dos tailandeses bebeu e modelou a sua maneira de venerar a vida e os seus idosos, realizar um estilo de vida sóbrio baseado na contemplação, desapego, trabalho duro e disciplina (cf. São João Paulo II, Ecclesia in Asia, 6/11/1999); caraterísticas que alimentam o traço distintivo de vocês, tão peculiar: o povo do sorriso”.
O papa também recordou o caminho de diálogo e reconhecimento mútuo dos antecessores das duas tradições religiosas, como os 50 anos da visita do 17º Patriarca Supremo, Somdej Phra Wanarat a São Paulo VI no Vaticano.
Anos depois, em 1984, São João Paulo II visitou o Patriarca Supremo, Somdej Phra Ariyavongsagatanana, na Tailândia.
IGREJA NA TAILÂNDIA
Francisco também fez referencia à chegada do cristianismo na Tailândia, há cerca de quatro séculos e meio, e agradeceu ao povo local que “permitiu aos católicos, mesmo sendo um grupo minoritário, desfrutar de liberdade na prática religiosa, vivendo desde há muitos anos em harmonia com os seus irmãos e irmãs budistas”.
O Pontífice reiterou “empenho pessoal e de toda a Igreja” para fortalecer o diálogo aberto e respeitoso. Além disso, e motivando para um crescimento no estilo de ‘boa vizinhança’, o Papa finalizou o discurso encorajando novos caminhos a serem percorridos em conjunto e pelo bem dos mais pobres e da Casa Comum. “Se somos irmãos, podemos ajudar a paz mundial”, os pobres e os que sofrem, disse o Papa, porque “ajudar os pobres é sempre um caminho de bênção”, disse.
VISITA AO HOSPITAL
O Papa Francisco também visitou o Hospital St. Louis, fundado pelos católicos em 1898 e agora centro médico de excelência. O Pontífice se encontrou com a equipe médica e com um grupo de pacientes.
Após a saudação do diretor da hospital, o Papa Francisco tomou a palavra, manifestando que, para ele, “é uma bênção contemplar pessoalmente este precioso serviço que a Igreja oferece ao povo tailandês, especialmente aos mais necessitados”.
O Santo Padre enfatizou que o serviço prestado na instituição é uma das maiores obras de misericórdia, porque o compromisso sanitário vai muito além de um simples e louvável exercício da medicina. “Deveis ir mais além, abertos ao imprevisto, ou seja, acolher e abraçar a vida como chega à urgência do hospital para ser atendida com uma compaixão especial, que brota do amoroso respeito pela dignidade de todos os seres humanos”.
“Sei que o vosso serviço pode, às vezes, ser pesado e extenuante; viveis no meio de situações extremas, e isto requer que possais ser acompanhados e assistidos no vosso trabalho. Daí a importância de desenvolver uma pastoral da saúde, na qual não só os pacientes, mas todos os membros desta comunidade possam sentir-se acompanhados e sustentados na sua missão”, acrescentou o Papa.
PRÓXIMAS ATIVIDADES
A programa da viagem apostólica nesta quinta-feira também incluiu uma visita privada do Pontífice a Sua Majestade o Rei Maha Vajiralongkorn “Rama X” e a família real tailandesa.
À noite (8h no Brasil), o Santo Padre celebrou sua primeira missa na Tailândia, no Estádio Nacional, com a participação de 65 mil pessoas.
A programação da sexta-feira, 22, será dedicada, antes de tudo, ao encontro do Papa com sacerdotes, religiosos, seminaristas e catequistas, e depois com os bispos tailandeses e asiáticos, na paróquia de São Pedro e na adjacente Igreja do Santuário, intitulado ao Beato Nicolas Bunkerd Kitbamrung.
Os dois últimos compromissos serão o encontro com os líderes cristãos e de outras religiões, e depois a Santa Missa com os jovens na catedral da Assunção de Bangcoc. No sábado, dia 23, Francisco seguirá para o Japão, onde ficará até o dia 26.
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(Com informações de Vatican News - fotos: Vatican Media)