Papa renova os estatutos do IOR

Por
15 de agosto de 2019

O Papa Francisco renovou, no sábado, 10, por dois anos, os estatutos do Instituto para as Obras de Religião (IOR), aprovados em 1990 por São João Paulo II, que, por sua vez, a fim de melhor adaptá-los “às exigências dos tempos”, havia dado uma nova configuração à instituição, constituída em 1942 por Pio XII. 


A finalidade do Instituto permanece inalterada: “prover à custódia e à administração dos bens móveis e imóveis transferidos ou confiados ao Instituto por pessoas físicas ou jurídicas e destinados a obras de religião ou de caridade”.


Uma das principais alterações é a estipulação de apenas um auditor externo, que pode ser uma pessoa física ou uma empresa. Assim, nos órgãos do Instituto não existem mais três auditores internos, cujos cargos eram sempre renovados. O auditor externo é nomeado pela Comissão de Cardeais, sob proposta do Conselho de Superintendência, e realiza suas funções por um período de três exercícios consecutivos, renováveis uma única vez. Ele é responsável pela revisão legal das contas: expressa “a sua opinião sobre as demonstrações financeiras do Instituto num relatório especial”; “examina todos os livros e documentos contábeis”; e “recebe do Instituto e a ele pode pedir qualquer informação útil para a sua atividade de auditoria”.


Em junho passado, o IOR publicou o balanço do exercício de 2018, que registrou um lucro de 17,5 milhões de euros (contra 31,9 milhões de euros em 2017) – montante que foi doado ao Papa. O resultado, embora muito inferior ao do ano anterior, foi, segundo o Instituto, alcançado “apesar da forte turbulência dos mercados” e “da persistência das taxas de juros ainda muito baixas”.


O IOR “continuou a realizar investimentos destinados a incentivar o desenvolvimento dos países mais pobres, no respeito de escolhas coerentes com a realização de um futuro sustentável para as gerações futuras” e “contribuiu com a implementação de numerosas atividades beneficentes e sociais, tanto por meio de doações de caráter financeiro quanto por meio de concessões em locações a uma taxa facilitada ou uso gratuito de imóveis de sua propriedade a entidades com fins sociais”.
 

Comente

Francisco expressa proximidade e encorajamento aos sacerdotes

Por
08 de agosto de 2019

O Papa Francisco enviou uma carta a todos os sacerdotes do mundo no domingo, 4, por ocasião dos 160 anos da morte de São João Maria Vianney, patrono dos padres. 


O Santo Padre expressou seu encorajamento e proximidade aos “irmãos presbíteros, que, sem fazer alarde”, deixam tudo para se empenhar na vida diária das suas comunidades; que trabalham na “trincheira” e diariamente enfrentam desafios sem pensar em si mesmos, “para que o povo de Deus seja cuidado e acompanhado”.


“Dirijo-me a cada um de vós que tantas vezes, de forma imperceptível e sacrificada, no cansaço ou na fadiga, na doença ou na desolação, assumis a missão como um serviço a Deus e ao seu povo e, mesmo com todas as dificuldades do caminho, escreveis as páginas mais belas da vida sacerdotal”, afirmou o Pontífice.

TRIBULAÇÃO
Já no início, o Papa recordou que nos últimos tempos tem sido ouvido o clamor das vítimas de abusos de poder, de consciência e sexuais por parte de ministros ordenados. “Sem dúvida, é um período de sofrimento na vida das vítimas, que padeceram diferentes formas de abuso, e também para as suas famílias e para todo o povo de Deus”, ressaltou.


Contudo, Francisco enfatizou que mesmo sem “negar ou ignorar o dano causado”, seria “injusto não reconhecer que tantos sacerdotes, de maneira constante e íntegra, oferecem tudo o que são e que têm pelo bem dos outros”.  
“Estou convencido de que, na medida em que formos fiéis à vontade de Deus, os tempos da purificação eclesial que estamos a viver nos tornarão mais alegres e simples e, num futuro não muito distante, serão muito fecundos”, acrescentou. 

GRATIDÃO
O Papa continuou a carta recordando que a vocação é mais do que uma escolha de cada um, “é resposta de um chamado gratuito do Senhor”. Ele convidou os padres a retornar aos “momentos luminosos” em que experimentaram o chamado do Senhor para consagrar toda a sua vida ao seu serviço, voltar ao “sim” crescido no seio de uma “comunidade cristã”.


Em momentos de dificuldade, de fragilidade, de fraqueza, “quando a pior de todas as tentações é a de ficar a ruminar a desolação”, o Pontífice motivou a “não perder a memória cheia de gratidão da passagem do Senhor na nossa vida” que “nos convidou a apostar Nele e pelo seu povo”.


Francisco agradeceu os irmãos sacerdotes “pela fidelidade aos compromissos assumidos” e observou que é muito significativa a existência de pessoas que apostem na felicidade de doar a vida em uma sociedade e em uma cultura que transformou o “gasoso” em valor. 

ARDOR
O Pontífice manifestou o desejo de fazer companhia a todos os padres na renovação de seu “ardor sacerdotal”. 


“A missão a que fomos chamados não comporta ser imunes ao sofrimento, à dor e até à incompreensão; pelo contrário, pede-nos para os enfrentar e assumir, a fim de deixar que o Senhor os transforme e nos configure mais a Ele”, escreveu.


Ainda segundo o Papa, independentemente das fragilidades e pecados, Deus sempre “nos permite levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria”. “[Jesus] é o primeiro a dizer-nos: ‘Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para o vosso espírito’”, completou. 


Por fim, o Santo Padre afirmou que é impossível falar de gratidão e encorajamento sem contemplar a Virgem Maria, “mulher do coração trespassado”, que ensina o louvor capaz de abrir o olhar para o futuro e devolver a esperança ao presente.

Comente

Papa Francisco: a mão de Jesus é a nossa mão, sempre estendida para ajudar o outro

Por
07 de agosto de 2019

O Papa Francisco, na primeira Audiência Geral depois da pausa de verão, retomou a série de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, comentando o milagre de Pedro da cura de um paralítico, em nome de Cristo. A nossa mão que ajuda o próximo a se levantar "é a mão de Jesus".

O Papa Francisco retoma as tradicionais Audiências Gerais das quartas-feiras. Neste dia 7 de agosto, na Sala Paulo VI e devido ao calor forte do verão italiano, os fiéis puderam acompanhar a catequese do Pontífice sobre os Atos dos Apóstolos, em continuidade à reflexão do final de julho quando fez uma pausa de férias.

“Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6): a cura de um paralítico de nascença que agora caminha, anda e louva a Deus. O Papa Francisco refletiu sobre a primeira narração de cura do Livro dos Apóstolos e enalteceu a ação concreta dos Apóstolos Pedro e João que testemunharam a verdade do anúncio do Evangelho, demonstrando como agem em nome de Cristo.

A "relação" com o outro que acontece no amor

Francisco recordou que a lei da época impedia de oferecer sacrifícios a quem tinha algum tipo de deficiência física, em consequência de alguma culpa, e inclusive impedia o acesso ao Templo em Jerusalém. Mas, como narra o Evangelho, o paralítico, “paradigma de tantos exclusos e descartados da sociedade, estava ali para pedir a esmola de todos os dias”, quando os Apóstolos trocaram olhares com ele e Pedro disse: “Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6).

Essa foi a relação estabelecida entre o paralítico e os Apóstolos, o mesmo modo em que Deus ama se manifestar, ressaltou Francisco, “na relação”, sempre no diálogo, com a inspiração do coração, através de um encontro real entre as pessoas que pode acontecer só no amor.

Igreja pobre para os pobres

Ao tratar do Templo, onde na frente se encontrava o paralítico, o Papa explicou que, além de ser um centro religioso, era um lugar de trocas comerciais. E por essa dimensão do espaço, Jesus tinha se manifestado contrário várias vezes.

“ Mas quantas vezes eu penso a isso quando vejo alguma paróquia onde se pensa que é mais importante o dinheiro que os sacramentos! Por favor! Igreja pobre: peçamos ao Senhor isso. ”

A Igreja que não fecha os olhos, mas abre o olhar

Aquele mendigo paralítico, encontrando os Apóstolos, não encontrou aquele dinheiro, mas “o Nome que salva o homem: Jesus Cristo, o Nazareno”. Pedro invocou o seu nome e ordenou o paralítico a se levantar e andar, tocou no doente e o ajudou a ficar em pé.

“ E aqui aparece o retrato da Igreja, que vê quem está em dificuldade, não fecha os olhos, sabe olhar a humanidade no rosto para criar relações significativas, pontes de amizade e de solidariedade no lugar de barreiras. Aparece o rosto de ‘uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos’ (Evangelii gaudium, 210), que sabe pegar na mão e acompanhar para se levantar – não para condenar. Jesus sempre pega a mão, sempre procura levantar, fazendo com que as pessoas se curem, que sejam felizes, que encontrem Deus. ”

O Papa descreveu essa atitude como “a arte do acompanhamento”, que se caracteriza pela delicadeza com o próximo, dando sinais de proximidade, como a troca respeitosa e cheia de compaixão de olhares.

"E isso fazem os dois Apóstolos com o paralítico: olham ele, dizem ‘olhem para nós’, seguram a sua mão, o fazem se levantar e o curam. Assim faz Jesus com todos nós. Pensemos nisso quando estivermos em momentos ruins, em momentos de pecado, em momentos de tristeza. Aí está Jesus que diz: ‘Olhe para mim: eu estou aqui!’. Vamos pegar na mão de Jesus e deixar que nos levante.”

Estender a mão ao outro: sempre!

Os Apóstolos Pedro e João nos ensinaram a confiar na “verdadeira riqueza que é a relação com Jesus”, afirmou o Papa. Uma tarefa que também cabe a nós, acrescentou o Pontífice, ao finalizar a catequese de hoje:

“ E nós, cada um de nós, o que temos? Qual é a nossa riqueza, o nosso tesouro? Com que coisa podemos tornar ricos os outros? Peçamos ao Pai o dom de uma memória agradecida ao recordar os benefícios do seu amor na nossa, para dar a todos o testemunho de louvor e reconhecimento. Não esqueçamos: sempre a mão estendida para ajudar o outro a se erguer; é a mão de Jesus que, através da nossa mão, ajuda os outros a se levantar. ”

Veja o resumo da catequese de hoje:

O livro dos Atos dos Apóstolos mostra como o anúncio do Evangelho é confirmado pelos milagres e sinais que o acompanham. O primeiro deles é a cura dum paralítico de nascença que, todos os dias, era colocado à porta do Templo de Jerusalém para pedir esmola. Um dia, pelas três da tarde, Pedro e João sobem ao Templo e seus olhos cruzam-se com o olhar daquele mendicante que pede uma esmola. Os apóstolos acolhem aquele olhar, aceitam um encontro real com aquele homem enfermo, ativam uma relação: «Dinheiro, não temos! Mas damos-te o que temos: “Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!” E ele de um salto, pôs-se de pé e começou a andar». Encontrando os Apóstolos, o mendicante não encontra dinheiro, mas o Nome que salva: Jesus Cristo Nazareno. Pedro e João ensinam-nos a confiar, não nos meios materiais – sem dúvida, necessários –, mas na verdadeira riqueza que é a relação com Jesus ressuscitado. De facto, como dirá o apóstolo Paulo, «somos tidos (…) por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). O nosso tudo é o Evangelho, que manifesta o poder do nome de Jesus que realiza prodígios. Prova disto é o paralítico curado: agora caminha, salta e louva a Deus. Pode viver celebrando o Amor de Deus que o criou para a vida e a alegria.

Fonte: vaticannews

Comente

Angelus: ‘A compaixão é a chave da vida cristã’

Por
18 de julho de 2019

O Papa Francisco, no domingo, 14, dedicou a alocução que antecede a oração do Angelus à parábola do Bom Samaritano, proposta da liturgia do XV Domingo do Tempo Comum. Nesse episódio, Jesus é interrogado por um doutor da lei sobre o que é necessário para herdar a vida eterna.

“Ele nos faz entender que não somos nós, com base nos nossos critérios, que definimos quem é o próximo e quem não é, mas é a pessoa em situação de necessidade que deve poder reconhecer quem é o seu próximo, isto é, quem usou de misericórdia para com ele”, prosseguiu o Papa.

“Ser capazes de sentir compaixão: esta é a chave. Esta é a nossa chave. Se diante de uma pessoa necessitada você não sente compaixão, o seu coração não se comove, significa que algo não funciona. Fique atento, estejamos atentos. Não nos deixemos levar pela insensibilidade egoísta. A capacidade de compaixão tornou-se a medida do cristão, ou melhor, do ensinamento de Jesus”, acrescenou.

O Pontífice tomou o exemplo dos moradores de rua e de como nos comportamos diante de alguém caído no chão. “Pergunte-se se o seu coração não endureceu, se não se tornou gelo. (...) A misericórdia diante de uma vida humana na situação de necessidade é a verdadeira face do amor.” “Que a Virgem Maria nos ajude a compreender e, sobretudo, a viver sempre mais o elo indissolúvel que existe entre o amor a Deus, nosso Pai, e o amor concreto e generoso pelos nossos irmãos, e nos dê a graça de ter e crescer na compaixão”, concluiu o Papa.

Comente

Balanço 2018 do IOR: lucro de 17,5 milhões de euros doados ao Papa

Por
13 de junho de 2019

Em 2018, o Instituto para as Obras de Religião "continuou, com prudência, a prestar serviços financeiros à Igreja Católica presente em todo o mundo e ao Estado da Cidade do Vaticano".

É o que revela um comunicado de imprensa do IOR, especificando que em 2018 foram servidos 14.953 clientes representando 5 bilhões de euros de recursos financeiros  (foram 5,3 bilhões em 2017). Destes, 3,2 bilhões dizem respeito a "poupanças e valores depositados".

Foram 112 os países beneficiados por meio das atividades do Instituto, em 2018.

“ O dinheiro deve servir, não governar (a Exortação Apostólica do Papa Francisco de 2013 Evangelii Gaudium)”

Lucro de 17,5 milhões de euros

Em 2018, obteve-se um resultado líquido de € 17,5 milhões (€ 31,9 milhões em 2017), devolvidos ao Santo Padre. O lucro - conforme especificado na nota - foi alcançado "apesar da forte turbulência dos mercados no decorrer do ano e da persistência de taxas de juros ainda muito baixas".

Com relação ao "processo de otimização de custos",  eles foram reduzidos para 16 milhões de euros (18,7 milhões em 2017).

Investimentos e ética católica

Não deve ser esquecido - escreve o presidente da Comissão do IOR, cardeal Santos Abril y Castelló - que o Instituto "nos últimos tempos encontrou-se em uma fase de ajustes e esclarecimentos que envolveram por vezes  sacrifícios".  "Tudo com a resoluta vontade  - sublinha o purpurado - de criar uma situação totalmente alinhada com a prática de uma direção ética inalienável, como solicitado pelo Santo Padre".

Em 2018, o Instituto também “aperfeiçoou ainda mais a integração de critérios negativos e positivos de screening para a seleção das atividades financeiras nas quais realizar investimentos coerentes com a ética católica, selecionando exclusivamente empresas que realizam atividades em conformidade com a Doutrina Social da Igreja Católica".

Atividades benéficas

O IOR também "continuou a fazer investimentos destinados a fomentar o desenvolvimento dos países mais pobres, no respeito de escolhas coerentes com a realização de um futuro sustentável para as gerações futuras".

O Instituto – lê-se no final do comunicado - “contribuiu para a realização de inúmeras atividades de natureza beneficente e social, quer através de doações de carácter financeiro, quer através de concessões em arrendamentos com uma taxa facilitada ou comodato de uso gratuito de imóveis de sua propriedade a instituições com finalidade social".

O balanço foi submetido a uma revisão contábil pela empresa de auditoria independente Deloitte & Touche S.p.A.

 

Comente

Na Romênia, Francisco faz apelo por unidade e fraternidade

Por
11 de junho de 2019

“Caminhemos juntos” foi o lema da 30ª Viagem Apostólica Internacional do Papa Francisco, que teve como destino a Romênia, entre os dias 31 de maio e 2 de junho. 
Durante os três dias de viagem ao País do Leste Europeu, o Pontífice teve uma intensa programação, passando por Bucareste, Sumuleu Ciuc, Iasi e Blaj. Ele encontrou-se com autoridades civis e religiosas e visitou diferentes comunidades católicas, que representam 7% da população do País de maioria cristã ortodoxa (86%).

A SERVIÇO DO BEM COMUM 
Logo após sua chegada à capital, Bucareste, na sexta-feira, 31 de maio, o Santo Padre foi recebido pelo presidente romeno, Klaus Werner Iohannis, no Palácio Presidencial. Em seu primeiro discurso, Francisco recordou a visita de São João Paulo II ao País, há 20 anos, e afirmou que a Igreja Católica quer se colocar a serviço da dignidade e do bem comum. 
O Pontífice relembrou os 30 anos da libertação da Romênia do regime comunista, que oprimia a liberdade civil e religiosa, e elogiou a reconstrução do País e o trabalho feito por meio “do pluralismo das forças políticas e sociais e do seu diálogo mútuo por meio do reconhecimento fundamental da liberdade religiosa e da plena integração do País no mais amplo cenário internacional”.
“É necessário caminhar juntos e que todos se comprometam, convictamente, a não renunciar à vocação mais nobre a que deve aspirar um Estado: ocupar-se do bem comum do seu povo”, afirmou o Papa. 

HERANÇA COMUM
O Papa Francisco foi recebido pelo Patriarca Ortodoxo Daniel Ciobotea, com o qual teve uma reunião privada, seguida de encontro com os membros do Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena. 
Após a saudação de boas-vindas do Patriarca, o Pontífice fez um discurso, no qual recordou que os vínculos de fé que unem as duas Igrejas remontam aos apóstolos e “lembram-nos que existe uma fraternidade do sangue que nos antecede e que, ao longo dos séculos, como uma silenciosa corrente vivificante, nunca cessou de irrigar e sustentar o nosso caminho”. 
O Papa também disse que os sofrimentos e martírios sofridos por todos “é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do irmão que a partilha”. 

SANTUÁRIO MARIANO
No sábado, dia 1º, o Papa presidiu missa no Santuário de Șumuleu Ciuc com a participação de cerca de 100 mil pessoas. Francisco ressaltou que “se, em Caná da Galileia, Maria intercedeu a Jesus para que realizasse o primeiro milagre, em cada santuário vela e intercede não só diante do seu Filho, mas também diante de cada um de nós, para não deixarmos que nos seja roubada a fraternidade pelas vozes e feridas que alimentam a divisão e a fragmentação”.

BEATIFICAÇÃO DE MÁRTIRES
No domingo, 2, o Santo Padre beatificou sete bispos greco-católicos mártires romenos, durante a Divina Liturgia, celebrada no Campo da Liberdade, em Blaj.
Os bispos Vasile Aftenie, Valeriu Traian Frenţiu, Ioan Suciu, Tit Liviu Chinezu, Ioan Bălan, Alexandru Rosu e Iuliu Hossu derramaram sangue por resistirem à perseguição do regime comunista nas décadas de 1950 e 1960. 
Na homilia, o Pontífice sublinhou que os mártires demonstraram uma fé e um amor exemplares pelo seu povo ao suportar “a feroz opressão do regime”. “Esses pastores, mártires da fé, recuperaram e deixaram ao povo romeno uma herança preciosa que podemos resumir em duas palavras: liberdade e misericórdia”, afirmou. 

COM OS CIGANOS
O último compromisso do Papa Francisco na Romênia foi o encontro com a comunidade cigana em Blaj.
“Em nome da Igreja, peço perdão, ao Senhor e a vocês, por todas as vezes que, ao longo da história, os discriminamos, maltratamos ou os consideramos de forma errada, com o olhar de Caim em vez do de Abel, e não fomos capazes de reconhecê-los, apreciá-los e defendê-los na sua peculiaridade”, manifestou o Papa. 

PRECE PELA EUROPA 
Na coletiva com os jornalistas a bordo do voo de volta para Roma, no domingo, o Papa fez um apelo pela unidade da Europa. O Pontífice ressaltou que os políticos que fazem apologia ao medo estão ameaçando a existência da União Europeia e fazendo com que o continente perca “o objetivo de trabalhar em conjunto”.
“Estamos vendo fronteiras na Europa, e isso não é bom. É verdade que cada país tem a sua própria identidade e deve preservá-la, mas, por favor, que a Europa não se deixe vencer pelo pessimismo e pelas ideologias”, completou.

Comente

‘A caridade é o abraço de Deus, nosso Pai, a todo homem’

Por
05 de junho de 2019

O Papa Francisco recebeu, em audiência, na segunda-feira, 27, cerca de 400 pessoas que participaram da 21ª Assembleia Geral da Cáritas Internacional, encerrada na terça-feira, 28.

A 21ª Assembleia é eletiva e teve início no dia 23, em Roma, com a missa presidida pelo Papa. Participam delegados enviados das 168 organizações nacionais, entre os quais representantes da Cáritas Brasileira. O tema refletido no encontro foi “Uma família humana, uma casa comum”.

Entre os representantes brasileiros esteve Lena Machado, Secretária Executiva Regional da Cáritas no Maranhão. Ao O SÃO PAULO, Lena falou sobre a participação na Assembleia e do encontro com o Papa.

“Tive a oportunidade ímpar de participar da audiência papal como delegada da Assembleia. Estar frente a frente com Papa Francisco foi dádiva, graça, reafirmação da Igreja onde aprendi a amar a vida e onde tenho plena convicção, a certeza de que Deus caminha com seu povo. O Papa Francisco é uma voz importante que nos convoca para o exercício da caridade que transforma”, disse Lena.

Aos participantes, Francisco afirmou: “O que jamais devemos esquecer é que a caridade tem a sua origem e a sua essência em Deus mesmo; a caridade é o abraço de Deus, nosso Pai, a todo homem, de modo particular aos últimos e aos sofredores, os quais ocupam no seu coração um lugar preferencial”.

Fonte: Vatican News

Comente

Papa Francisco recebe Raoni Metuktire, líder indígena caiapó

Por
30 de mai de 2019

O encontro entre o Papa Francisco e o líder indígena da etnia caiapó, Raoni Metuktire, aconteceu na segunda-feira, 27, na Casa Santa Marta, em Roma. O líder indígena está em viagem pela Europa desde o dia 14, para se encontrar com chefes de Estado e falar sobre as crescentes ameaças à Amazônia.

“A audiência insere-se no contexto da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, que se realizará, de 6 a 27 de outubro, no Vaticano, sobre o tema ‘Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral’”, afirmou Alessandro Gisotti, diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Líder da etnia caiapó, o cacique de 87 anos ganhou visibilidade internacional nas últimas décadas em sua luta pela preservação dos povos indígenas e da Amazônia. Ele tentará arrecadar 1 milhão de euros para proteger o Parque Nacional Indígena do Xingu, reserva onde vivem vários povos indígenas. Raoni viaja acompanhado de outros três líderes indígenas que vivem naquela região.

Os fundos que Raoni pretende arrecadar devem ser usados para sinalizar melhor os limites da reserva do Xingu e comprar drones e equipamentos para vigiar a região e protegê-la contra incêndios. Além disso, algumas comunidades no Xingu necessitam de recursos para saúde, educação e conhecimentos técnicos para a extração e comercialização de produtos renováveis obtidos na floresta.

Fontes: Vatican News e Instituto Humanitas Unisinos

Comente

Mensagem para o 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado

Por
30 de mai de 2019

Foi divulgada na segunda-feira, 27, a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será comemorado em 29 de setembro. A Igreja celebra a data desde 1914. Com o tema “Não se trata apenas de migrantes”, o Papa inicia sua mensagem recordando que “conflitos violentos, verdadeiras e próprias guerras não cessam de dilacerar a humanidade; sucedem-se injustiças e discriminações; tribula-se para superar os desequilíbrios econômicos e sociais, de ordem local ou global. E quem sofre as consequências de tudo isto são, sobretudo, os mais pobres e desfavorecidos”. 

O Papa lembra ainda que “os migrantes, os refugiados, os desalojados e as vítimas do tráfico de seres humanos aparecem como os sujeitos emblemáticos da exclusão, porque, além dos incômodos inerentes à sua condição, acabam, muitas vezes, alvo de juízos negativos que os consideram como causa dos males sociais”.

Por fim, Francisco considera: “Queridos irmãos e irmãs, a resposta ao desafio colocado pelas migrações contemporâneas pode-se resumir em quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. Esses verbos, contudo, não valem apenas para os migrantes e os refugiados; exprimem a missão da Igreja em favor de todos os habitantes das periferias existenciais”, informa um dos trechos do texto.

Comente

Dom João Inácio Muller é nomeado Arcebispo de Campinas

Por
15 de mai de 2019

Ao meio-dia, hora de Roma, a Santa Sé publicou a nomeação feita pelo Papa Francisco para o novo Arcebispo para a Diocese vacante de Campinas (SP). O escolhido foi Dom João Inácio Muller, transferindo-o da Diocese de Lorena(SP).

Dados biográficos

Dom João Inácio Müller, nasceu em 15 de junho de 1960, em Santa Clara do Sul-RS, Diocese de Santa Cruz do Sul. Fez a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de abril de 1985 e foi ordenado sacerdote aos 3 de dezembro de 1988. Estudou Filosofia na Faculdade Imaculada Conceição, na cidade de Viamão, na Arquidiocese de Porto Alegre-RS, e Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e no Studium Theologicum em Jerusalém.

Obteve a Licenciatura em Teologia Espiritual no Antonianum em Roma. Durante seu presbiterado desempenhou os seguintes cargos: de 1988 a 1990 foi Promotor Vocacional e Membro da Equipe dos Formadores no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, em Taquari; posteriormente foi Promotor Vocacional, Membro do Secretariado Vocacional e do Conselho de Formação, Membro da Fraternidade no Seminário Menor em Arroio do Meio, de 1990 a 1992; foi Secretário de Pastoral, Promotor Vocacional, Guia dos Candidatos ao Postulantado em Lomba do Pinheiro, de 1992 a 1994; em 1997 e 1998 foi Guardião do Convento São Boaventura; Vigário Paroquial da Paróquia São João Batista em Daltro Filho, de 1997 a 2004;

Também foi Mestre de Noviços, de 1997 a 2004; Secretário da Formação e Estudos da Província e Definidor Provincial, de 1999 a 2007; de 2005 a 2007 foi Vigário da Fraternidade, Mestre dos Estudantes de Filosofia, Agente de Pastoral na Rede de Comunidade da Paróquia Santa Clara no Bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. De 2007 a 2013 foi Ministro Provincial da Província Franciscana São Francisco de Assis, que compreende o Estado do Rio Grande do Sul e presidente da Conferência dos Frades Menores do Brasil.

No dia 25 de setembro de 2013, Papa Francisco o nomeou bispo da Diocese de Lorena, recebendo a Sagração Episcopal pelas mãos do Dom Cláudio Hummes OFM, Cardeal Arcebispo de São Paulo, em Santa Clara do Sul, sua terra natal, escolhendo com lema do seu episcopado: Amor Dei Glória.

Saudação da CNBB

Dom Joel Portella Amado, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nome de todo o episcopado brasileiro, envia a seguinte saudação a dom João Inácio:

Saudação da CNBB a dom João Inácio Muller

Brasília, 15 de maio de 2019

Prezado Irmão, dom João Inácio Muller.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se alegra com sua nomeação como novo arcebispo de Campinas (SP). Agrademos, nessa ocasião, o cuidado do Papa Francisco em prover pastores para as nossas Igrejas Particulares.

O senhor percorreu uma trajetória em seu ministério episcopal servindo, desde 2013, o Povo de Deus, em Lorena (SP) e esse tempo de realizações no serviço do Reino de Deus o envia à Igreja que está em Campinas.

Como sinal da nossa saudação, lembrando a missão que o aguarda, recorremos às palavras de Papa Francisco aos bispos da América Central, em janeiro deste ano: “O pastor não pode estar longe do sofrimento do seu povo; mais ainda, poderíamos dizer que o coração do pastor se mede pela sua capacidade de deixar-se comover à vista de tantas vidas feridas e ameaçadas. Fazê-lo segundo o estilo do Senhor significa deixar que este sofrimento toque e marque as nossas prioridades e gostos, toque e marque o uso do tempo e do dinheiro e inclusive a forma de rezar, para podermos ungir tudo e todos com a consolação da amizade de Jesus numa comunidade de fé que possua e abra um horizonte sempre novo que dê sentido e esperança à vida”

Enviamos o nosso abraço e nossa oração.

Em Cristo,

Dom Joel Portella Amado

Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.