Igreja necessita de profetas da esperança, diz Papa a religiosos

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13 de novembro de 2018

“Um convite para olhar com confiança o futuro da vida consagrada na Espanha”. Em síntese, foi o que escreveu o Papa Francisco na mensagem enviada nesta terça-feira à XVI Assembleia Geral da Conferência Espanhola de Religiosos (CONFER), que se realiza em Madri de 13 a 15 de novembro sob o lema “Darei a vós um futuro repleto de esperança”.

O Senhor dá esperança

O Senhor – disse Francisco – nos dá esperança com suas constantes mensagens de amor e com suas surpresas, que às vezes podem nos deixar desorientados, “porém nos ajudam a sair de nossos fechamentos mentais e espirituais. Sua presença é de ternura, nos acompanha e nos compromete”.

O caminho realizado pela CONFER – ressaltou o Papa – “tem uma história frutífera, cheia de exemplos de dedicação e santidade oculta e silenciosa”. Neste sentido, “nenhum esforço deve ser poupado para servir e encorajar a vida consagrada espanhola, para que não lhe falte a memória agradecida nem o olhar para o futuro, porque não há dúvida de que o estado de vida religiosa, sem esconder incertezas e preocupações, está cheio de oportunidades e também de entusiasmo, paixão e consciência de que a vida consagrada hoje tem sentido”.

Igreja necessita de homens e mulheres de esperança

O Papa enfatiza então que a Igreja “precisa de nós profetas, isto é, homens e mulheres de esperança”.

Diante das dificuldades que a vida religiosa está vivendo hoje disse o Pontífice, citando – “a diminuição das vocações e o envelhecimento de seus membros, os problemas econômicos e os desafios da internacionalidade e da globalização, as insídias do relativismo, a marginalização e a irrelevância social” – “nossa esperança se eleva ao Senhor, o único que pode nos ajudar e nos salvar”.

E esta esperança,  “leva-nos a pedir ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe, e trabalhar na evangelização dos jovens para que se abram ao chamado do Senhor”. Estar ao lado dos jovens – enfatizou Francisco – “é um grande desafio”.

Especialmente no contexto atual, há necessidade de “religiosos audazes, que abram novos caminhos e uma abordagem da questão vocacional como opção fundamental cristã. Cada tempo da história é tempo de Deus, também o nosso, pois o Espírito sopra onde quer, como quer e quando quer”.

Por isso, “qualquer momento pode transformar-se em um “Kairós”. É preciso somente estar atentos para reconhecê-lo e vivê-lo como tal”, alertou.

Vida Consagrada  caminha na santidade

Como religiosos – observou o Santo Padre – devemos ser obstinados, nos gastar e nos cansar, vivendo “as obras de misericórdia, que são o programa de nossa vida”.

“Não se trata de ser heróis nem de nos apresentar aos outros como modelos, mas de estar com aqueles que sofrem, acompanhar, buscar com outros caminhos alternativos, conscientes de nossa pobreza, mas também com a confiança depositada no Senhor e no seu amor sem limites. Daí a necessidade de voltar a ouvir o chamado a viver com a Igreja e na Igreja, deixando os nossos esquemas e confortos, para estar próximos das situações humanas de sofrimento e desesperança que esperam a luz do Evangelho”.

Os tempos mudaram e as nossas respostas devem ser diferentes, disse o Papa, encorajando os religiosos “a darem uma resposta tanto a situações estruturais que exigem novas formas de organização, como a necessidade de sair e buscar novas presenças para ser fiéis ao Evangelho e  canais do amor de Deus”.

“A vida de oração, o encontro pessoal com Jesus Cristo, o discernimento comunitário, o diálogo com o bispo devem ser uma prioridade na tomada de decisões. Temos que viver com humilde audácia olhando para o futuro e em atitude de escuta do Espírito, com ele podemos ser profetas da esperança”, disse o Santo Padre ao concluir, concedendo sua bênção aos participantes da Assembleia.

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Almoço do Papa com pessoas pobres será no próximo domingo

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04 de dezembro de 2018

No próximo domingo, 18 de novembro, será celebrado o II Dia Mundial dos Pobres, nascido no final do Jubileu da Misericórdia, por vontade do Papa Francisco. Uma iniciativa, como recordado pelo Santo Padre no Angelus de domingo, de "evangelização, oração e partilha", que "promove maior atenção às necessidades dos últimos, dos marginalizados, dos famintos".

Nesta ocasião, o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que é responsável pela organização e promoção do evento nas dioceses em todo o mundo, tem coordenado algumas iniciativas para transmitir a preocupação da Igreja, sobretudo em relação àqueles que vivem à margem.

Entre essas iniciativas, o almoço do Papa Francisco com pessoas pobres, após a celebração da Santa Missa presidida pelo Papa na Basílica Vaticana, às 10 hora do domingo, com a participação de cerca de 6.000 pobres, juntamente com voluntários que os acompanham, além de representantes de várias entidades que se preocupam dessas pessoas necessitadas. A celebração será transmitida pelo Vatican News a partir das 9h55, horário italiano (6h55, horário de Brasília).

O almoço do Papa com os pobres

O Santo Padre Francisco convidou cerca de 3.000 pobres para participarem do almoço organizado na Sala Paulo VI, que se transformará em um grande refeitório. A refeição a ser servida será oferecida pela Rome Cavalieri - Hilton Itália, em colaboração com a organização sem fins lucrativos Tabor.

O Papa se sentará à mesa com os pobres, compartilhando com eles um momento informal, na maior simplicidade. Este momento de convívio terá lugar simultaneamente nos refeitórios de muitas paróquias, universidades, realidades assistenciais e associações de voluntariado que aderiram à iniciativa, como a Caritas, a Comunidade de Santo Egídio, Legionários de Cristo, Círculo de São Pedro, Colégio Leoniano, Convitto Lateranense Beato Pio IX, Universidade Europeia de Roma, Regina Apostolorum, Instituto Villa Flaminia e a ACLI de Roma.

Posto de Saúde Solidário

Também neste ano, está sendo repetida a experiência do Posto de saúde Solidário, iniciativa que quer oferecer atendimento gratuito a todos os necessitados, que normalmente teriam muitas dificuldades para acessá-lo.

Este ano, o Posto de Saúde Solidário foi instalado no lado esquerdo da Piazza São Pedro,  adjacente ao Braço de Carlo Magno. A estrutura entrou em funcionamento na segunda-feira, 12 de novembro, e permanecerá aberta até domingo, 18 de novembro, com horários de atendimento das 10h às 22h. Já o laboratório de análises, ficará aberto das 8:00 às 13:00.

Este ano, o calendário foi deliberadamente alargado para ir de encontro às necessidades das pessoas que, muitas vezes, pela sua natureza e necessidades, preferem deslocar-se à noite.

As especialidades médicas disponibilizadas são medicina geral, cardiologia, infectologia, ginecologia e obstetrícia, podologia, dermatologia, reumatologia, oftalmologia e, tal como especificado acima, o laboratório de análises clínicas.

As instituições de saúde que disponibilizaram seus seus serviços são: Fundação Policlinico Universitario A. Gemelli, Universidade de Roma Tor Vergata, grupo Bios S.p.A., a ONG Roma Cares, o hospital San Giovanni Addolorata.

Uma ambulância estará sempre presente e disponível no Posto de Saúde, para aqueles que porventura possam precisar de cuidados especiais que não podem ser realizados dentro da própria estrutura.

No ano passado, mais de 600 pessoas foram atendidas e tratadas, algumas das quais em estado grave.

Voluntariado

No sábado, 17 novembro, às 20h00, na Basílica de São Lourenço Fora dos Muros, haverá uma Vigília de Oração para as associações de voluntariado, que como verdadeiros agentes de misericórdia, no silêncio e na discrição, oferecem um serviço constante para essas pessoas que vivem as diferentes formas de pobreza e exclusão, que infelizmente produzem a sociedade de hoje.

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Papa Francisco: evitar uma lista de preços para os Sacramentos

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09 de novembro de 2018

O Papa Francisco iniciou a sexta-feira (09/11) celebrando a missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta.

Na homilia, ele comentou o Evangelho do dia, extraído de João, explicando as motivações que levam à agressividade de Jesus, que expulsa violentamente os mercantes do Templo. O Filho de Deus é impulsionado pelo amor, “pelo zelo” que sente pela casa do Senhor, “convertida num mercado”.

Os ídolos escravizam

Entrando no templo, onde se vendiam bois, ovelhas e pombas, na presença dos cambistas, Jesus reconhece que aquele lugar era povoado por idolatras, homens prontos a servir ao “dinheiro” ao invés de “Deus”. “Por trás do dinheiro há o ídolo”, destacou Francisco, os ídolos são sempre de ouro. E os ídolos escravizam:

Isso nos chama a atenção e nos faz pensar em como nós tratamos os nossos templos, as nossas igrejas; se realmente são casa de Deus, casa de oração, de encontro com o Senhor; se os sacerdotes favorecem isso. Ou se parecem com os mercados. Eu sei... algumas vezes eu vi – não aqui em Roma, mas em outro lugar – vi uma lista de preços. “Mas como pagar pelos Sacramentos?”. “Não, é uma oferta”. Mas se querem dar uma oferta – e devem dá-la – que a coloquem na caixa das ofertas, escondido, que ninguém veja quanto está dando. Também hoje existe este perigo: “Mas devemos manter a Igreja. Sim, sim, sim, realmente.” Que os fiéis a mantenham, mas na caixa das ofertas, não com uma lista de preços.

Que as igrejas não se tornem mercado

O Papa Francisco adverte também para a tentação da mundanidade:

Pensemos em algumas celebrações de algum Sacramento talvez, ou comemorativas, onde você vai e vê: não sabe se é um local de culto, a casa de Deus ou uma salão social. Algumas celebrações que escorregam para a mundanidade. É verdade que as celebrações têm que ser bonitas – bonitas –, mas não mundanas, porque a mundanidade depende do deus dinheiro. É uma idolatria também. Isso nos faz pensar, e também no que diz respeito a nós: como é o nosso zelo pelas nossas igrejas, o respeito que nós temos ali quando entramos.

O templo do coração

O Pontífice refletiu depois sobre a primeira carta de São Paulo aos Coríntios, esclarecendo que também o coração de cada um de nós representa “um templo: templo de Deus”. Mesmo conscientes de sermos pecadores, portanto, cada um deveria interrogar o próprio coração para verificar se é “mundano e idolatra”.

Eu não pergunto qual é o seu pecado, o meu pecado. Pergunto se existe dentro de você um ídolo, se há o senhor dinheiro. Porque quando existe o pecado há o Senhor Deus misericordioso que perdoa se você vai até Ele. Mas se há o outro senhor – o deus dinheiro – você é um idolatra, isto é, um corrupto: não mais um pecador, mas um corrupto. O cerne da corrupção é justamente uma idolatria: é ter vendido a alma ao deus dinheiro, ao deus poder. É um idolatra.

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Migrantes são vítimas da cultura do descarte, enfermidade do mundo contemporâneo

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04 de dezembro de 2018

Os migrantes, refugiados e desabrigados são “ignorados, explorados, violados e abusados em silêncio”, vítimas das inúmeras injustiças da atual cultura do descarte, que é uma enfermidade contemporânea. Assim escreveu o Papa Francisco em mensagem enviada a o “Foro Social de Migraciones 2018”, um evento organizado na Cidade do México, no Méxoco, entre os dias 2 e 4, buscando promover um novo conceito de migração, isto é, a ideia de que a mobilidade humana é parte de um processo permanente.

No texto, Francisco diz que o primeiro passo para superar tais injustiças é dar voz aos que não a têm. Depois, “é necessário identificar pautas de solução concretas e viáveis, esclarecendo papéis e responsabilidades de todos os atores”, diz a mensagem.

“No âmbito migratório, a transformação se alimenta da resiliência dos migrantes, refugiados e desabrigados, e aproveita suas capacidades e aspirações para a construção de sociedades inclusivas, justas, solidárias, capazes de restituir a dignidade àqueles que vivem com grande incerteza e que não conseguem sonhar com um mundo melhor”, escreveu o Pontífice.

Francisco defende, ainda, uma urgente colaboração da comunidade internacional para lidar com a questão migratória em âmbito regional e global, com pactos bilaterais e multilaterais entre os países. Para isso, a Seção Migrantes e Refugiados, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, no Vaticano, elaborou um documento com “20 Pontos de Ação para os Pactos mundiais”

Conforme observa o Pontífice, os pactos mundiais sobre migração constituem “um marco de referência para desenvolver propostas políticas e colocar em prática medidas concretas”.

 

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‘A memória é o que faz forte um povo’, diz Papa Francisco

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08 de novembro de 2018

Ao longo da última semana, o Papa Francisco defendeu a preservação da memória histórica dos povos e da humanidade em pelo menos duas ocasiões diferentes. Na missa do “Dia de Finados”, na sexta-feira, 2, ele afirmou que recordar os fiéis defuntos é fazer memória do passado, lembrar daqueles que caminharam neste mundo antes de nós. “A memória é o que faz forte um povo, porque se sente enraizado em um caminho, na sua história”, disse.

“A memória nos faz entender que não estamos sozinhos, somos um povo: um povo que tem história, que tem passado, que tem vida”, acrescentou, observando que nem sempre é fácil recordar os momentos difíceis do passado. O “navegador” para seguir uma estrada rumo ao futuro com esperança são as bem-aventuranças: “Essas beatitudes do Evangelho, que Jesus nos ensinou, a mansidão, a pobreza de espírito, a justiça, a misericórdia, a pureza de coração, são as luzes que nos acompanham para não errar o caminho. Esse é o nosso presente.”

A esperança, continuou, deve ser celebrada por meio da fé. “Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de jamais perder a memória, nunca esconder a memória, da pessoa, família, povo, e que nos dê a graça da esperança, porque a esperança é um dom seu”, disse.

Na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, o Papa presidiu a missa no Cemitério Laurentino, em Roma, onde visitou em silêncio uma seção dedicada somente a crianças e bebês mortos durante ou logo após o parto – mais um forte sinal de que, embora às vezes se manifeste de maneira sutil, não deixa de lado a pauta da defesa da vida em todos os seus estágios.

Francisco também visitou a cripta da Basílica de São Pedro, onde estão os túmulos de seus predecessores, e celebrou no sábado, 3, uma missa em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos no último ano.

 

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Papa Francisco: Jesus nos convida ao banquete do Reino, cuidado para não rejeitar

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06 de novembro de 2018

O Papa Francisco começou a terça-feira (06/11) celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta. O tema da homilia foi o trecho do Evangelho do dia, extraído do capítulo 14 de Lucas, sobre os convidados que rejeitam o banquete.

A narração é sobre um almoço, o banquete que um chefe dos fariseus organizou e ao qual Jesus também foi convidado. Naquela ocasião, narra o Evangelho de ontem, cujo de hoje é a continuação, Jesus tinha curado um doente e observou que muitos convidados tentavam ocupar os primeiros lugares. E recomendou ao fariseu que convidasse para o almoço os últimos, aqueles que não podem retribuir o favor.

Dupla rejeição

A um certo ponto, no banquete, e aqui começa o trecho de Lucas de hoje, um dos comensais exclama: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!”.

É o trecho da rejeição dupla, disse o Papa. E Jesus então conta a história de um homem que pede um grande jantar e faz muitos convites. Os seus servos dizem aos convidados: “Vinde, pois tudo está pronto! Mas todos começam a arrumar desculpas para não ir. Quem comprou um campo, quem comprou cinco juntas de bois, quem acabou de se casar. “E sempre desculpas. Eles se desculpam.”

Desculpar-se é a palavra educada para não dizer: “Rejeito”, disse o Papa. Eles recusam, mas educadamente. Então o patrão fica zangado e diz ao empregado para sair pelas praças e ruas da cidade, obrigando os aleijados, cegos e coxos a participar. E o trecho do Evangelho – afirmou Francisco – termina com a segunda rejeição, mas desta vez da boca de Jesus”. (…) “Quem recusa Jesus, Jesus espera, dá uma segunda oportunidade, talvez uma terceira, uma quarta, quinta.. Mas no final recusa Jesus.”

E a rejeição também deve nos fazer pensar nas vezes que Jesus nos chama; nos chama a fazer festa com Ele, a estar perto Dele, mudar de vida. Pensem que ele busca seus amigos mais íntimos e eles O rejeitam! Depois busca os doentes...e vão; talvez alguém rejeita. Mas quantas vezes nós sentimos a chamada de Jesus para ir até Ele, para fazer uma obra de caridade, para rezar, para encontra-Lo e nós dizemos: “Mas desculpe, Senhor, estou atarefado, não tenho tempo. Sim, amanhã, não posso...” E Jesus fica ali.

Desculpas para Jesus

O Papa se pergunta quantas vezes também nós pedimos a Jesus que nos desculpe quando Ele “nos chama para nos encontrar, a falar, a fazer uma bela conversa”. Também nós rejeitamos o convite de Jesus:

Cada um de nós pense: na minha vida, quantas vezes senti a inspiração do Espírito Santo a fazer uma obra de caridade, a encontrar Jesus naquela obra de caridade, ir rezar, de mudar de vida nisto, nisto que não vai bem? E sempre encontrei um motivo para me desculpar, para rejeitar.

Jesus é bom, mas é justo

Francisco diz que entrará no Reino de Deus quem não recusa Jesus ou quem não é rejeitado por Ele. Para quem diz que Jesus é bom e perdoa tudo, o Papa observou:

“Sim, é bom, é misericordioso” – é misericordioso, mas é justo. Se você fecha a porta do seu coração, Ele não pode abri-la, porque respeita o nosso coração. Rejeitar Jesus é fechar a porta a partir de dentro e Ele não pode entrar.

Com sua morte, Jesus pagou o banquete

Há outro elemento que o Papa observa, isto é, quem paga o banquete? É Jesus! O Apóstolo na Primeira Leitura “nos mostra o recibo desta festa”, falando de Jesus que ‘esvaziou-se a si mesmo, assumindo uma condição de servo e fazendo-se obediente até a morte na cruz’. “Com a sua vida – disse Francisco – Jesus pagou a festa. E eu digo: ‘Não posso’ (...) Que o Senhor nos dê graça – concluiu – de entender este mistério da dureza de coração, de obstinação, de rejeição e a graça de chorar”.

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Livro escrito por Papa Francisco é lançado em São Paulo

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01 de novembro de 2018

Sabedoria das Idades, livro escrito pelo Papa Francisco será lançado em São Paulo, no dia 06, às 19h30, no salão do Colégio São Luís (Rua Haddock Lobo, 400 – Consolação).

O Bispo Emérito Dom Mauro Morelli, Padre Carlos Alberto Contieri, Padre Danilo Mondoni, Sônia Magalhães estarão presentes na noite de lançamento.

SINOPSE

Um dia, enquanto rezava, Papa Francisco foi inspirado a esclarecer o papel vital dos avós e de outros idosos e a sabedoria transformadora que eles têm a compartilhar. Sabedoria das idades é o resultado dessa inspiração. Idosos de mais de 30 países compartilham sua sabedoria adquirida ao longo de anos de experiência. Todas as histórias são testemunhos do poder da fé, da perseverança, da resiliência humana e do amor. O livro se organiza em torno a 5 eixos temáticos, sobre os quais os idosos tecem seus comentários baseados em suas próprias experiências de vida: trabalho, luta, amor, morte e esperança são os temas abordados.

O próprio Papa Francisco se inclui na classe de idoso a transmitir sabedoria. Além de ter solicitado pessoalmente tal livro - como desdobramento do projeto Querido Papa Francisco, livro no qual perguntas de crianças do mundo todo são respondidas pelo Pontífice - que pudesse dar voz e vez ao idosos, indicou os temas a serem abordados e apresentou seu pensamento sobre cada um deles, ora iniciando a reflexão, ora comentando a reflexão dos entrevistados.

A Edição Brasileira conta, ainda, com uma sessão especialmente denominada "Caderno Brasil" em que apresenta todos os relatos dos brasileiros entrevistados. Ainda assim, duas brasileiras foram selecionadas pela Equipe do Projeto Mundial, tendo sido relato de uma delas comentado pelo próprio Papa.

Para mais informações

 

 

 

 

 

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Papa Francisco: "escolher o caminho das Bem-aventuranças"

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01 de novembro de 2018

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, nesta quinta-feira (1º/11), Solenidade de Todos os Santos que será celebrada pela Igreja no Brasil, no próximo domingo.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice sublinhou que a Primeira Leitura da liturgia de hoje, extraída do Livro do Apocalipse, “nos fala do céu e nos coloca diante de uma grande multidão, incalculável, de nações, tribos, povos e línguas”.

Estamos unidos a todos os santos

“São os santos. O que fazem lá em cima? Cantam juntos, louvam a Deus com alegria. Seria bonito ouvir o canto deles! Podemos imaginá-lo: sabem quando? Durante a missa, quando cantamos «Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo...». É um hino, diz a Bíblia, que vem do céu, que se canta lá: um hino de louvor. Então, cantando o “Santo”, não somente pensamos nos santos, mas fazemos o que eles fazem: naquele momento, na missa, estamos unidos a eles mais do que nunca.”

Segundo o Papa, “estamos unidos a todos os santos, não somente aos mais conhecidos, do calendário, mas também aos “da porta ao lado”, aos nossos familiares e conhecidos que agora fazem parte daquela grande multidão”.

“Hoje, então, é a festa da família”, sublinhou Francisco. “Os santos estão próximos a nós, aliás, são os nossos verdadeiros irmãos e irmãs. Eles nos entendem, nos amam, sabem qual é o nosso verdadeiro bem, nos ajudam e esperam por nós. São felizes e nos querem felizes com eles no paraíso.”

Caminho das Bem-aventuraças

O Papa disse que os santos “nos convidam para o caminho da felicidade, indicada no Evangelho de hoje, tão bonito e conhecido: «Felizes os pobres em espírito (...). Felizes os mansos (...). Felizes os puros de coração ...». Mas como? O Evangelho diz: felizes os pobres, enquanto o mundo diz: felizes os ricos. O Evangelho diz: felizes os mansos, e o mundo diz: felizes os prepotentes. O Evangelho diz: felizes os puros, e o mundo: felizes os espertos e os que buscam prazer”.

“Este caminho das bem-aventuranças, da santidade, parece conduzir à derrota. Porém, nos recorda novamente a primeira leitura, os santos trazem “palmas nas mãos”, isto é, os símbolos da vitória. Eles venceram, não o mundo e nos exortam a escolher a sua parte, a de Deus que é Santo.”

O Papa nos convidou a fazer as seguintes perguntas: “De que lado estamos? Do lado céu ou da terra? Vivemos para o Senhor ou para nós mesmos, para a felicidade eterna ou para alguma satisfação imediata? Perguntemo-nos: queremos realmente a santidade? Ou nos contentamos em ser cristãos sem infâmia e sem louvores, que acreditam em Deus e estimam os outros sem exagerar?”

O Senhor “pede tudo, e o que Ele oferece é a vida verdadeira. Oferece tudo, oferece a felicidade para a qual fomos criados”. “Em síntese, ou a santidade ou nada! Faz-nos bem nos deixarmos ser provocados pelos santos, que aqui não tiveram meias medidas e do além “torcem” por nós, para que escolhamos Deus, a humildade, a mansidão, a misericórdia, a pureza, para que nos apaixonemos pelo céu antes que pela terra.”

Desfrutar da felicidade de Deus

Francisco concluiu, dizendo que “hoje, nossos irmãos e irmãs não nos pedem para ouvir de novo um belo Evangelho, mas para colocá-lo em prática, para seguir o caminho das bem-aventuranças”.

“Não se trata de fazer coisas extraordinárias, mas de seguir esse caminho todos os dias que nos leva ao céu, para a família e para casa. Hoje, nós entrevemos o nosso futuro e celebramos aquilo para o qual nascemos: nascemos para nunca mais morrer, nascemos para desfrutar da felicidade de Deus!”

“O Senhor nos encoraja e a quem segue o caminho das bem-aventuranças diz: «Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu». Que a Santa Mãe de Deus, Rainha dos Santos, nos ajude a caminhar com decisão pela estrada da santidade. Ela, que é a Porta do Céu, introduza os nossos amados defuntos na família celeste”, concluiu o Papa.

Corrida dos Santos

Após a oração mariana do Angelus, Francisco saudou com afeto os peregrinos provenientes da Itália e demais países, famílias, grupos paroquiais, associações e grupos escolares.

Saudou especialmente os participantes da “Corrida dos Santos”, promovida pela Fundação Missão Dom Bosco, para viver numa dimensão de festa popular a Solenidade de Todos os Santos. “Obrigado por esta bela iniciativa e pela sua presença”, disse.

A seguir, o Papa recordou que nesta sexta-feira (02/11), Comemoração de todos os fiéis defuntos, Dia de Finados, irá ao Cemitério Laurentino, em Roma. “Peço a todos vocês para me acompanharem com a oração neste dia de sufrágio por aqueles que nos precederam na fé e dormem o sono da paz.”

Por fim, desejou a todos uma boa festa na companhia espiritual dos santos e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.

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Papa Francisco: é revolucionário amar o cônjuge assim como Cristo amou a Igreja

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31 de outubro de 2018

Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Cerca de 20 mil fiéis participaram na Praça São Pedro do encontro semanal com o Pontífice.

Nesta quarta-feira (31/10), o Papa Francisco completou a catequese sobre o sexto mandamento, “não cometer adultério”, evidenciando que o amor fiel de Cristo é a luz para viver a beleza da afetividade humana. O amor se manifesta na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia.

Revolução

Este mandamento, recordou o Papa, refere-se explicitamente à fidelidade matrimonial. Francisco definiu como “revolucionário” o trecho da Carta de São Paulo aos Efésios lido no início da Audiência, em que o Apóstolo afirma que o marido deve amar a esposa assim como Cristo amou a Igreja. Levando em consideração a antropologia da época, disse o Papa, “é uma revolução. Talvez, naquele tempo, é a coisa mais revolucionária dita sobre o matrimônio”.

Por isso, é importante refletir profundamente sobre o significado de esponsal, estando ciente, porém, de que o mandamento da fidelidade é destinado a todos os batizados, não só aos casados.

Amar é descentralizar

De fato, o caminho do amadurecimento humano é o próprio percurso do amor, que vai desde o receber cuidados até a capacidade de oferecer cuidados; de receber a vida à capacidade de dar a vida. Tornar-se adultos significa viver a atitude esponsal, ou seja, capaz de doar-se sem medida aos outros.

O infiel, portanto, é uma pessoa imatura, que interpreta as situações com base no próprio bem-estar. “Para se casar, não basta celebrar o matrimônio!”, recordou o Papa. É preciso fazer um caminho do eu ao nós. De pensar sozinho, a pensar a dois. A viver sozinho, a viver a dois. Descentralizar é uma atitude esponsal.

Por isso, acrescentou Francisco, “toda vocação cristã é esponsal”, pois é fruto do laço de amor com Cristo mediante o qual fomos regenerados. O sacerdote é chamado a servir a comunidade com todo o afeto e a sabedoria que o Senhor doa.

A Igreja não necessita de aspirantes ao papel de sacerdotes, “é melhor que fiquem em casa”, mas homens cujo coração é tocado pelo Espírito Santo com um amor sem reservas para a Esposa de Cristo. No sacerdócio, se ama o povo de Deus com toda a paternidade, ternura e a força de um esposo e de um pai. O mesmo vale para quem é chamado a viver a virgindade consagrada.

O corpo não é um instrumento de prazer

“O corpo humano não é um instrumento de prazer, mas o local da nossa chamada ao amor, e no amor autêntico não há espaço para a luxúria e para a sua superficialidade. Os homens e as mulheres merecem mais!”

O Papa concluiu recordando que o sexto mandamento, mesmo em sua forma negativa – não cometer adultério – nos oriente à nossa chamada originária, isto é, ao amor esponsal pleno e fiel, que Jesus Cristo nos revelou e doou.

Dia de Finados

Ao final da Audiência, o Papa recordou a celebração do Dia de Finados. “Que o testemunho de fé dos que nos precederam reforce em nós a certeza de que Deus acompanha cada um no caminho da vida, jamais abandona alguém a si mesmo, e quer que todos sejamos santos, assim como Ele é santo.”

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Papa Francisco: "a paz se faz com humildade, doçura e magnanimidade"

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26 de outubro de 2018

A paz passa pela humildade, a doçura e a magnanimidade: foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de sexta-feira (26/10) na capela da Casa Santa Marta.

Refletindo sobre a Primeira Leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Efésios, Francisco recordou que Paulo dirigiu aos cristãos um verdadeiro “hino à unidade” quando estava na prisão, evocando a “dignidade da vocação”.

 

A dificuldade dos acordos de paz

O próprio Jesus, destacou o Papa, “antes de morrer, na Última Ceia, pediu ao Pai a graça da unidade para todos nós”. E mesmo assim, constatou Francisco, estamos acostumados a respirar o “ar dos conflitos”: todos os dias, na tv e nos jornais, se fala de conflitos, “um atrás do outro”, de guerras, “sem paz, sem unidade”. Não obstante “se façam pactos” para deter qualquer tipo de conflito, pois esses mesmos acordos não são respeitados. Deste modo, “a corrida armamentista, a preparação às guerras, à destruição, avança”.

Também as instituições mundiais – hoje vemos – criadas com a melhor vontade de ajudar a unidade da humanidade, a paz, se sentem incapazes de encontrar um acordo: que há um veto aqui, um interesse lá… E têm dificuldade em chegar a acordos de paz. Enquanto isso, as crianças não têm o que comer, não vão à escola, não são educadas, não há hospitais porque a guerra destrói tudo. Temos uma tendência à destruição, à guerra, à desunião. É a tendência que semeia no nosso coração a inimigo, o destruir a humanidade: o diabo. Paulo, neste trecho, nos ensina o caminho rumo à unidade, que ele diz: “A unidade está coberta, está ‘blindada’ – podemos dizer – com o vínculo da paz”. A paz leva à unidade.

 

Abrir o coração

Eis então o chamado a um comportamento digno “do chamado” recebido, “com toda humildade, doçura e magnanimidade”.

Para fazer a paz, a unidade entre nós, “humildade, doçura – nós que estamos acostumados a nos insultar, a gritar... doçura – e magnanimidade”. Deixa para lá, mas abra o coração. Mas é possível fazer a paz no mundo com essas três pequenas coisas? Sim, é o caminho. É possível chegar à unidade? Sim, aquele caminho: “humildade, doçura e magnanimidade”. E Paulo é prático, e continua com um conselho muito prático: “suportai-vos uns aos outros no amor”. Suportai-vos uns aos outros. Não é fácil, sempre escapa o juízo, a condenação, que leva à separação, à distância …

 

Acordo desde o início

Acontece o mesmo quando se cria uma distância entre os membros de uma mesma família, notou o Papa. E “o diabo fica feliz” com isso, é o “início da guerra”. O conselho é então “suportar”, “porque todos nós causamos incômodo, impaciência, porque todos nós – recordou – somos pecadores, todos temos os nossos defeitos”. São Paulo recomenda “preservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz”, “certamente sob a inspiração das palavras de Jesus na Última Ceia: ‘Um só corpo e um só espírito’”. Depois segue em frente e “nos faz ver o horizonte da paz, com Deus; assim como Jesus nos fez ver o horizonte da paz na oração: ‘Pai, que sejam um, como eu e Ti’. A unidade”.

Francisco recordou ainda que no Evangelho de Lucas proclamado hoje, Jesus aconselha a encontrar um acordo com o nosso adversário “enquanto estais a caminho”: um “belo conselho”, comentou o Pontífice, porque “não é difícil encontrar um acordo no início do conflito”.

O conselho de Jesus: entre num acordo no início, fazer as pazes no início: esta é humildade, isso é doçura, isso é magnanimidade. Pode-se construir a paz em todo o mundo com essas três pequenas coisas, porque essas atitudes são a atitude de Jesus: humilde, manso, perdoa tudo. O mundo hoje necessita de paz, as nossas famílias necessitam de paz, a nossa sociedade necessita de paz. Vamos começar em casa a praticar essas coisas simples: magnanimidade, doçura e humildade. Vamos avante nesta estrada: de fazer sempre a unidade, consolidar a unidade. Que o Senhor nos ajude neste caminho.

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