Seminário na Alemanha abre as portas para as pessoas em situação de rua

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13 de abril de 2020

Silvio Vallecoccia, 44, está se preparando, para, junto a esposa e dois amigos, ler e compartilhar o Evangelho em uma chamada de vídeo on-line. Depois da partilha bíblica, os amigos jantaram juntos. Era domingo, 5 e, embora cada casal estivesse em sua própria casa, eles assim partilharam a vida em comunidade.

Silvio mora com a esposa em Colônia, na Alemanha, e ambos trabalham para a Arquidiocese. Há alguns dias, a cidade alemã, que foi sede da Jornada Mundial da Juventude em 2005, ganhou as páginas dos jornais em todo mundo quando o Cardeal Rainer Maria Woelki decidiu abrir o seminário para dar auxílio às pessoas em situação de rua.

Silvio é italiano e mora na Alemanha há 15 anos. Ele atua no Centro de Eventos Maxhaus, na cidade de Dusseldorf, um antigo mosteiro que tornou-se um local para realização de concertos, cursos e exercícios espirituais.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Silvio falou sobre a acolhida das pessoas em situação de rua no Seminário e como a Arquidiocese de Colônia, bem como a cidade, que tem uma população estimada em 1 milhão de habitantes, tem enfrentado a pandemia do novo coronavírus.

A rotina na cidade de Colônia mudou muito devido à Covid-19?

Silvio Vallecoccia – Sim. Desde 15 de março, foram tomadas as primeiras disposições para fechar atividades culturais e lugares de encontro entre as pessoas. Em seguida, foram proibidas reuniões, partidas de futebol, cinemas e museus etc. As únicas coisas que restam abertas hoje são os supermercados, as farmácias e tudo o que possa ser útil para bens de primeira necessidade. Não se pode sair em mais de duas pessoas ou, no máximo, membros da mesma família. Grupos de amigos, colegas ou familiares distantes não podem se reunir ou sair juntos.

As pessoas tem aderido bem a essas recomendações?

Sim. Estamos vivendo dias muito difíceis, pois aqui inicia a primavera e as temperaturas começaram a subir, quando, normalmente, as pessoas saem mais e aproveitam os parques e praças. As pessoas, porém, estão cumprindo as determinações do governo. Respeita-se a distância entre as pessoas e os supermercados e negócios abertos estão muito organizados.

Como a Igreja em Colônia se organizou em relação às missas, celebrações e outras atividades eclesiais?

As celebrações litúrgicas não estão sendo mais presenciais. As comunidades estão transmitindo pela internet as missas, momentos de oração e encontros formativos. Há, também, muitas iniciativas entre as pessoas para continuar se encontrando virtualmente. Além disso, todas noites, às 21h, abrem-se as janelas e se aplaude as pessoas que estão nos hospitais ou nas ruas trabalhando. É um momento de encontro, troca entre as pessoas.

E qual a realidade das pessoas em situação de rua em Colônia?

Temos aqui cerca de 7 mil pessoas em situação de rua e, devido à restrição de circulação, as pessoas estão sem possibilidade de ganho. Isso porque elas recolhiam plásticos e latinhas nas ruas, por exemplo, e os trocavam no supermercado por comida e abrigo. Obviamente não havendo pessoas nas ruas, não há mais este tipo de ganho. Com o fechamento dos restaurantes e outros locais, há poucos banheiros públicos disponíveis.

Como a Igreja e as pessoas em geral viram a atitude do Cardeal de abrir o seminário para as pessoas em situação de rua? E como está acontecendo esta acolhida?

A decisão do Cardeal de abrir o seminário foi muito bem vista por todos, sobretudo pelos meios de comunicação, que divulgaram muito a notícia. As pessoas acolhidas não irão dormir no seminário, pois, neste caso, estão sendo acolhidas e ajudadas por instituições como a Cáritas ou outras entidades não religiosas. O seminário é aberto por duas horas ao dia. Das 13h às 14h fica aberto para as mulheres e das 14h às 15h para os homens. As pessoas tem a possibilidade de usar os banheiros, tomar banho e recebem um prato de comida. A previsão é de que se acolha de 100 a 150 pessoas por dia. No sábado, 4, 80 pessoas foram acolhidas. Li recentemente, em um jornal local, o testemunho de José (não me recordo o sobrenome). Ele falou que não pode trabalhar em casa, pois não tem casa e que no Seminário, além de receber um prato quente de comida, pode fazer sua higiene diária, pois não tem lugares com água corrente para tomar banho ou mesmo lavar as mãos. Ele reconheceu que o serviço oferecido pelo seminário está fazendo muita diferença em sua vida.

Você participa dessa iniciativa? Poderia falar sobre sua experiência.

Sim. Minha esposa e eu nos disponibilizamos para trabalhar como voluntários, sobretudo durante a semana da Páscoa. A maior parte dos voluntários são jovens estudantes e os próprios seminaristas e estudantes de Teologia. O Cardeal acompanha tudo de perto e coordena todo o trabalho. Importante ressaltar que todas as medidas de higiene estão sendo tomadas, como uso de máscaras e luvas. Acredito que crer em Deus é algo que se vive no interno da comunidade, na liturgia, no anúncio e nas obras concretas. A ação de abrir o Seminário é muito bonita, pois mostra uma Igreja atenta a todos. Recentemente, uma freira franciscana, que colabora na acolhida das pessoas no Seminário, falou que tem vivido uma experiência diferente de comunidade junto às pessoas em situação de rua.

 

ASSISTA UM VÍDEO SOBRE A INICIATIVA

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Cardeal Odilo Scherer: ‘Jesus sofreu na sua carne as consequências do pecado da humanidade’

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10 de abril de 2020

Em profundo silêncio, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, padres, diáconos e seminaristas prostraram-se em frente ao presbitério da capela do Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, às 15h desta Sexta-feira Santa, 10 de abril.

Neste ano, a ação litúrgica da Sexta-feira da Paixão do Senhor aconteceu sem a presença da assembleia de fiéis, para evitar a aglomeração de pessoas e potenciais riscos de disseminação do novo coronavíus. Pelas redes sociais da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho, muitos uniram-se a este que é um dos momentos centrais da fé cristã.

Cristo assume a nossa humanidade

Após o relato da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, este ano extraída do Evangelho segundo São João (Jo 18, 1-19, 42), Dom Odilo iniciou a homilia lembrando que ao se colocar na cena da Paixão, cada pessoa pode discernir se está ou não ao lado de Cristo.

Dom Odilo afirmou que a crucifixão de Jesus não foi da vontade da Deus, mas decorreu da escolha humana pelo caminho da maldade e do firme propósito de Jesus de estar junto aos homens. “Ele assumiu nossa humanidade em tudo, também nas consequências do pecado”, entre as quais o ódio, a injustiça e a calúnia. “Cristo sofreu na sua carne as consequências do pecado e da maldade da humanidade”, recordou.

O Arcebispo disse, ainda, que o Filho de Deus despojou-se de sua glória para a todos redimir. “Ele se faz o Redentor, aquele que resgata, que consegue reconciliar a humanidade com Deus”, de modo que quem hoje ainda sofre, “pode olhar para Jesus na cruz e ter a certeza de não estar abandonado por Deus”.

Fragilidade e humildade

Dom Odilo ressaltou que Cristo, na cruz, entregou-se confiante por ter a certeza de que não seria abandonado por Deus. “Jesus dá o exemplo de como devemos enfrentar nossas provações quando humanamente nada mais podemos fazer”.

Ao recordar o momento vivido em todo o mundo em razão da pandemia do novo coronovírus, o Arcebispo de São Paulo disse que o vírus colocou em xeque muito daquilo que a humanidade considerava como seguro e que tem levado a todos a refletir sobre as próprias fragilidades.

“Ninguém deve se gloriar de si mesmo, de suas capacidades ou virtudes. Isso também vale para nossas forças sociais, poderes econômicos, forças políticas, partidos, nossa ciência e a tecnologia, por melhor que seja. É sempre bom manter-se humildes, pois somos frágeis. No fim de tudo, conta a nossa vida como dom, contamos nós como pessoas”, enfatizou.

Dom Odilo lembrou que este é o momento oportuno para que todos revejam o próprio modo de vida, reconheçam que um mundo sem Deus um dia pode ruir e que convém repensar as relações sociais, muitas vezes marcadas pelo ódio. “Vale muito mais, mesmo tendo pensamento diverso, compreender-se, respeitar-se, dar-se as mãos, lutar juntos para edificar o mundo melhor. Todos juntos, um com os outros”, disse.

Oração universal

Após a homilia, a ação litúrgica teve sequência com a oração universal pela Santa Igreja, pelo Papa, por todas as ordens e categorias de fiéis, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pelos judeus (aos quais o Senhor Deus falou em primeiro lugar), pelos que não creem no Cristo (a fim de que possam ingressar no caminho da salvação), pelos que não creem em Deus (para que possam chegar ao Deus verdadeiro), pelos poderes públicos e por todos os que sofrem provações.

Este ano foi adicionada uma intenção “por todos os que sofrem as consequências da atual pandemia; para que Deus nosso Senhor, conceda a saúde aos enfermos, força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias e a salvação a todos as vítimas mortais”, conforme consta na introdução da oração, publicada em 30 de março pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Adoração da Santa Cruz

Em razão de a missa acontecer sem a assembleia de fiéis, a adoração a Santa Cruz foi feita apenas pelo Cardeal, padres, diáconos e seminaristas que participaram da ação litúrgica, bem como pelas poucas pessoas que auxiliaram na liturgia.

Colocar a própria vida diante de Deus

Na sequência do ato litúrgico, os presentes rezaram o Pai Nosso e foi distribuída a Santa Comunhão.

Posteriormente, o Arcebispo convidou que todos ofereçam a própria vida diante de Jesus e agradeçam por tudo que Ele fez por amor à humanidade. Ele pediu de modo especial pelos doentes e pelos profissionais da área da saúde. Foi ainda feita uma prece pelo fim da pandemia do novo coronavírus.

Coleta para os Lugares Santos

Também por causa da pandemia do novo coronavírus, não foi realizada a Coleta para os Lugares Santos, que acontece tradicionalmente neste dia. Esta foi remarcada para 13 de setembro, por determinação do Papa Francisco.

Manter-se em oração, recolhimento e penitência

Antes da oração sobre o povo, com qual se concluiu a ação litúrgica da Sexta-feira Santa, o Arcebispo de São Paulo exortou que todos se mantenham em clima de recolhimento, oração e penitência, e recomendou especial preparação para a vigília à espera da Ressurreição.

Por fim, Dom Odilo invocou as bênçãos de Deus sobre todos, em especial  os doentes e os profissionais da área da saúde.

Vigília Pascal

No sábado, 11, às 9h, o Cardeal Scherer fará uma transmissão ao vivo em sua conta no Facebook (@domodiloscherer), quando refletirá sobre o Credo e os aspectos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Às 18h, o Arcebispo presidirá a Vigília Pascal também na capela do Seminário de Teologia Bom Pastor.

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Pastoral da Saúde orienta para cuidados em casa de pessoas com a COVID-19

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08 de abril de 2020

A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo disponibiliza a todos os seus agentes e aos demais interessados uma relação de orientações para cuidar de uma pessoa com a COVID-19 em casa.

O conteúdo foi produzido pelo Prof. Dr. Jamal Suleiman, médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo, que cedeu o material para a divulgação da Pastoral da Saúde.

“Ele disponibilizou esse texto para a Pastoral da Saúde e lhe somos imensamente gratos por isso. Colocamos essas orientações à disposição das famílias e grupos que tiverem que cuidar de algum enfermo do COVID-19. Ao mesmo tempo, recomendamos seguir sempre as indicações dos profissionais da saúde. Confiamos todos os enfermos à proteção misericordiosa de Deus, pela intercessão de Nossa Senhora da Saúde. Que Deus também abençoe e recompense os profissionais da saúde e demais servidores das estruturas sanitárias pelo serviço abnegado que prestam à população, em especial, aos doentes. Pedimos também que Deus ilumine o esforço dos cientistas, pesquisadores e técnicos na busca de uma vacina contra o novo Coronavírus e de medicamentos eficazes para combater a doença do COVID-19 e outras doenças que afligem a humanidade”, escreve o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde.

 

CLIQUE E ACESSE A ÍNTEGRA DAS ORIENTAÇÕES

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Novo hospital de campanha será construído no complexo esportivo do Ibirapuera

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07 de abril de 2020

Na coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 7, o Governado de São Paulo, Joao Dória (PSDB) anunciou que um novo hospital de campanha está sendo construído na cidade de São Paulo, para o tratamento de pacientes com COVID-19, no Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães (Ibirapuera).

Esse é o terceiro hospital de campanha construído pela Prefeitura de São Paulo com apoio do governo estadual. Nesta segunda-feira, 6, foi inaugurada a primeira unidade localizada no estádio do Pacaembu, com capacidade para 200 leitos. No próximo dia 15, será aberto o hospital de campanha do Parque Anhembi, com 1,8 mil leitos.

Ao todo, serão 240 leitos para atendimentos de baixa complexidade, mais 28 de estabilização, sala de descompressão, consultórios médicos de tomografia. Os pacientes atendidos serão transferidos de unidades de pronto atendimento.

 “No total, estamos acrescentando aqui na capital 2.240 leitos de baixa complexidade, fundamentais para liberarem as unidades de saúde para o atendimento da alta complexidade”, informou o governador.

O hospital de campanha será erguido no gramado e parte da pista de atletismo do complexo, e terá 7,5 mil metros quadrados. A construção é resultado de uma parceria com a Secretaria de Estado de Esportes.

A Secretaria de Estado da Saúde firmará convênio com o Serviço Social da Construção (SECONCI), Organização Social de Saúde (OSS), que já administra outros hospitais e Ambulatórios Médicos de Especialidades do Governo do Estado, para a implantação e administração da nova unidade.

Caberá a OSS a contratação de 800 profissionais da área da saúde para os trabalhos no local. Ao todo, serão gastos R$ 12 milhões para a construção e desmobilização do local e mais 10 milhões mensais em investidos para o custeio da unidade.

PROGRAMA ALIMENTO SOLIDÁRIO

Uma nova medida para o auxílio das pessoas em situação de vulnerabilidade social, ao longo da pandemia de coronavírus, foi anunciado pelo governador, João Dória. O programa Alimento Solidário irá entregar 1 milhão de cestas de alimentos nos 645 munícios do Estado.

A inciativa foi pensada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, com apoio do Fundo Social de São Paulo, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e InvestSP. A distribuição está prevista para começar no próximo dia 17, na capital. Posteriormente, os municípios da região metropolitana, interior e litoral serão contemplados.

Os alimentos serão entregues às famílias cadastradas no Cadastro Federal oficial para inclusão em programas de assistência social e transferências de renda (CadÚnico), que possuem renda de até R$ 89,00 per capta mensal. A distribuição será feita por meio da Rede de Assistência Social Municipal e das Diretorias Regionais de Assistência Social.

(Com informações Governo do Estado de São Paulo)

 

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Igreja amplia iniciativas em favor das vítimas da COVID-19

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06 de abril de 2020

Diante da emergência sanitária provocada pela COVID-19, a Igreja ativou, ainda mais, todas as suas dimensões espirituais e materiais, sem esquecer os mais pobres e vulneráveis, em uma grande rede de solidariedade e cuidado.

É importante salientar que a caridade para os cristãos, é muito mais do que a ajuda material. Desse modo, toda a Igreja, não somente na Itália, país gravemente afetado pela COVID-19, mas em todo o mundo, está empenhada em dar sua contribuição neste momento de emergência e, além do acompanhamento espiritual, está desenvolvendo iniciativas para envolver os fiéis e ajudá-los a continuar no caminho da fé cristã.

A Diocese de Bergamo, na Itália, um dos epicentros da doença, colocou à disposição de médicos e enfermeiros 50 apartamentos do Seminário. Atitude que se repetiu em cidades como Roma, Cremona, Crema, Brescia, Taranto e tantas outras.

Conferência Episcopal e Congregações Religiosas

As Congregações religiosas masculinas e femininas que gerenciam hospitais e clínicas responderam igualmente com muita generosidade. A Conferência Episcopal Italiana (CEI), por sua vez, doou milhões de euros para instituições como a Pequena Casa da Divina Providência – Cottolengo de Turim e outras instituições hospitalares.

Além disso, a atuação da Caritas Italiana tem sido destinada, sobretudo, para ajudar as famílias mais pobres em itens de primeira necessidade e pessoas em situação de rua.

A Itália registrou 681 mortos no sábado, 4, o menor número em nove dias. O país é o segundo da Europa em números confirmados de Covid-19 e soma quase 140 mil casos. O Brasil já tem mais de 10 mil casos confirmados.

(Com informações de Vatican News)

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Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos emite nota a respeito da COVID-19

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05 de abril de 2020

A Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC), da qual o Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) faz parte, publicou em 27 de março uma nota a respeito da COVID-19.

De acordo com o documento, considerando que muitas ações ainda precisarão ser desenvolvidas, a SBCC propõe aos pesquisadores católicos que priorizem soluções para os problemas mais relevantes, tendo em conta o valor inegociável da vida humana, e que busquem ações econômicas e de organização social baseadas em um humanismo solidário.

A nota afirma ainda que as medidas políticas, sociais e econômicas adotadas devem estar baseadas em modelos que priorizem vidas, seja evitando a disseminação da doença, seja garantindo a subsistência dos indivíduos num cenário pós-epidemia.

A SBCC foi fundada durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, em maio de 2019, e faz parte do núcleo do Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da CNBB que tem como presidente o arcebispo de Montes Claros (MG). O objetivo da fundação da SBCC é reunir cientistas católicos, que podem ser pesquisadores de diversas áreas da Ciência (Exatas, Humanas ou Biológicas), e promover ações específicas no campo de ensino e pesquisa. O grupo liderado por dom João Justino é composto por teólogos e pastoralistas que têm a função de garantir que as ações da Sociedade se mantenham dentro das normativas da Doutrina Católica e também de realizar um trabalho de pastoreio para com seus membros.

O assessor da comissão padre Danilo Pinto, diz que muitos pesquisadores estão sendo convidados a cooperar a partir das suas áreas de conhecimento para o enfrentamento do coronavírus e outros problemas que foram desencadeados a partir da pandemia nos diversos setores da sociedade quanto da saúde, da educação e da economia, entre outros.

“Os membros da SBCC são chamados a colaborar, os mestres e doutores, a partir de uma contribuição bem específica porque balizada pelos critérios que são retirados do evangelho. Critérios que nos ajudam a compor o imenso patrimônio que chamamos de humanismo solidário. que é a capacidade que a gente tem de de refletir, de promover a pessoa humana a luz da fé. Então, é a luz dos critérios do humanismo solidário que os mestres e doutores católicos são convidados a colaborar com as soluções, alternativas e reflexões que precisamos para esse novo tempos que estamos vivendo”, destaca o padre.

LEIA A NOTA DA SBCC NA ÍNTEGRA

Nós, membros da SBCC, diante da pandemia do Covid-19, fazemo-nos próximos e solidários aos brasileiros neste momento de angústia, incertezas e esperanças. Reconhecemos o grande valor dos cientistas, profissionais da saúde e de todos os demais que têm papel indispensável nesta hora. Queremos também contribuir para a promoção e defesa da vida, o bem maior.

A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a comunidade científica têm indicado algumas ações que já estão em andamento para conter o avanço da doença e assim evitar o colapso do sistema de saúde, bem como reduzir o número de mortes causadas pela Covid-19. Considerando-se que muitas outras ações ainda precisarão ser desenvolvidas, a SBCC propõe aos pesquisadores católicos as seguintes reflexões:

1 – É preciso priorizar temporalmente os esforços científicos, técnicos e econômicos, de modo que soluções para os problemas mais relevantes sejam rapidamente levantadas, tendo em conta o valor inegociável da vida humana. Sob este valor, devem estar subordinadas todas as demais preocupações políticas e econômicas.

2 – A aplicação em larga escala de vacinas, medicamentos e outros tratamentos deve ser baseada em conhecimentos científicos comprovados ou, quando em condições extremas, em protocolos clínicos devidamente justificados. Comunidades humanas não podem ser usadas como cobaias, a fim de obter conhecimento. Isso inverte a lógica de uma ciência humanista e fere a ética científica em diferentes níveis. Neste mesmo sentido, as medidas políticas, sociais e econômicas adotadas devem estar baseadas em modelos que priorizem vidas, seja evitando a disseminação da doença, seja garantindo a subsistência dos indivíduos num cenário pós-epidemia.

3 – É mister estabelecer, em espírito solidário, um diálogo efetivo e transdisciplinar para encontrar a dosimetria adequada das ações no complexo enfrentamento da crise. Deve-se buscar ações econômicas e de organização social baseadas em um humanismo solidário, que visem o bem comum e protagonizem a opção preferencial pelos pobres.

4 – Ao fim dessa crise, a sociedade terá a oportunidade de reavaliar os papéis tanto da comunidade científica quanto dos profissionais de saúde, por vezes preteridos de incentivos públicos e privados, no cenário nacional. Reafirmamos sua importância e a necessidade de que suas orientações sejam seguidas por parte das autoridades civis, eclesiásticas, e toda sociedade de modo geral.

Em tempo, conclamamos esses profissionais a que assumam, com profunda solidariedade e colaboração, suas funções tão necessárias nesse momento crítico em que vivemos. Pedimos a todos os irmãos para que rezem por esses profissionais e que nos unamos a Cristo para sermos sinais de esperança.

27 de março de 2020.

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‘Nossa fé não é um fato de mídia social, é uma experiência vivida’

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04 de abril de 2020

“O fundamento da nossa fé é Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e sempre”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na missa da manhã deste sábado, 4, celebrada na capela de sua residência e transmitida pelos meios de comunicação.

Ao refletir sobre o Evangelho do dia (Jo 11,45-56), Dom Odilo explicou que esse trecho do texto bíblico se dá no contexto da ressurreição de Lázaro, que gerou grandes comentários na região. De um lado, havia aqueles que acreditavam em Jesus e, de outro, aqueles que queriam eliminá-lo, temendo que todos o seguissem e que isso provocasse a repressão das autoridades romanas sobre os judeus.  

O evangelista conta, ainda, que diante da proximidade da Páscoa judaica, todos na região se perguntavam se Jesus apareceria na festa, o que, de fato, fez, como mostra a narrativa da entrada solene de Jesus em Jerusalém, celebrado no Domingo de Ramos.

ENCONTRO COM CRISTO

O Cardeal Scherer ressaltou que esses fatos são um convite para que os cristãos manifestem o desejo de encontrar Jesus. “Temos que querer encontrá-lo, estar com ele e acompanhá-lo”, enfatizou, afirmando, ainda: “Nossa fé não é um fato de mídia social, em que as notícias duram muito pouco. Nossa fé uma experiência vivida. Por isso, nós nos fundamentamos na pessoa de Jesus, não apenas em notícias”.

Nesse sentido, o Arcebispo reforçou o convite para que todos celebrem intensamente a Semana Santa desejosos desse encontro com Cristo. “Este ano, celebraremos de maneira diferente. Não nas igrejas, nas procissões, nas celebrações de massa... Porém, nós faremos essa celebração, que será transmitida e comunicada da melhor forma para que, de casa, vocês possam também acompanhar e ter os seu momento de oração, de união a Jesus Cristo na sua paixão, morte e ressurreição”. 

ORAÇÃO DO PAPA

No fim da celebração, Dom Odilo renovou sua orientação para seguir as medidas preventivas para evitar a disseminação do COVID-19. “Ainda estamos no meio da tempestade, precisamos cuidar da saúde com paciência e prudência, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias de isolamento social”, reiterou.  

Em seguida, o Arcebispo rezou a oração do Papa Francisco à Virgem Maria pelo fim da pandemia:

Ó Maria,

Tu sempre brilhas no nosso caminho

como sinal de salvação e esperança.

Nós nos entregamos a Ti, Saúde dos Enfermos,

que junto à Cruz foste associada à dor de Jesus,

mantendo firme a Tua fé.

Tu, Salvação do povo romano,

sabes do que precisamos

e temos a certeza de que garantirás,

para que, como em Caná da Galiléia,

possam retornar a alegria e a celebração

após este momento de provação.

Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor,

a nos conformarmos com a vontade do Pai

e a fazer o que nos disser Jesus,

que tomou sobre si os nossos sofrimentos

e carregou as nossas dores

para nos levar, através da Cruz,

à alegria da Ressurreição. Amém.

 

Sob a Tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus.

Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação,

e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e bendita.

 

MISSA DIÁRIA

As missas presididas por Dom Odilo são transmitidas diariamente, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MÍSSA DESTE SÁBADO: 

 

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É hora de ajustar as contas do mês

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03 de abril de 2020

O Governo Federal promete iniciar na próxima semana o pagamento de uma renda básica emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, autônomos e pessoas sem renda fixa. Aproximadamente 54 milhões de pessoas devem ser beneficiadas com os recursos que ajudarão a compensar a redução da renda familiar em tempos de isolamento social para evitar a proliferação do novo coronavírus.

Apesar de a medida que prevê o pagamento emergencial ter sido sancionada na quinta-feira, 2, ainda não há detalhes sobre como será a operacionalização dessa transferência de renda. Assim, não é improvável que para muitas dessas famílias as contas do mês cheguem antes do recurso emergencial e que com o dinheiro que dispõem não seja possível saldar os todos os compromissos, como as contas de água, energia elétrica, plano de telefone celular, a prestação do imóvel ou aluguel do mês.  

Para auxiliar no planejamento das conta domésticas mensais, o jornal O SÃO PAULO conversou com a economista Cristiane Mancini, que também é mestre em Economia pela PUC-SP. “A primeira medida a ser feita é reavaliar todas as contas da família”, e elencar “aquilo que é de fato necessário, os bens que podem ser substituídos ou os que podem ser dispensados no momento atual”.

Priorize o pagamento das contas de água e de energia elétrica

Neste mês e também em maio e junho, por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mesmo que um consumidor deixe de pagar a conta de energia elétrica, ele não terá o fornecimento interrompido. Isso não significa que as dívidas serão perdoadas: multas e juros sobre valores não pagos continuarão sendo aplicados.

A Aneel estuda conceder a famílias de baixa renda isenção no pagamento. A medida beneficiaria aproximadamente 10 milhões de famílias, mas ainda não está oficializada.

Em São Paulo, o Governo do Estado já concedeu isenção no pagamento da conta de água e de esgoto a 506 mil famílias de baixa renda. Anteriormente, elas pagavam a tarifa social, o valor mais baixo cobrado pela Sabesp.

Cristiane avalia que apesar dos recursos mais escassos, as famílias devem priorizar o pagamento das contas de água e de energia elétrica. “Mesmo que haja a possibilidade de pagar em outro momento, o cenário para muitos é ainda mais incerto, não conhecendo se haverá a mesma receita, se estará empregado, dentre outras variáveis que precisam ser consideradas. Além disso, uma vez que se deixa de liquidar essa conta neste mês, ela deverá ser paga a posteriori, somando-se à do novo mês. Essa família precisará ter muito controle financeiro para que saiba poupar este montante, não gastando-o para que o tenha no momento futuro”, alertou.

Pause o pagamento do imóvel apenas se não houver outra alternativa

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a Caixa Econômica Federal, que financia a maior parte dos empreendimentos imobiliários do País, já anunciou que os clientes podem requerer uma pausa no pagamento das prestações por até três meses.

Quando a situação econômica for normalizada, essas prestações pausadas serão incorporadas ao saldo devedor. Na prática, apesar do alívio imediato nas contas, o custo final do imóvel será mais caro, pois a dívida demorará mais para ser paga com o banco.

Cristiane afirma que se a prestação do imóvel “couber no orçamento mensal”, ainda que com “apertos”, é melhor que já seja paga.

“Recomendo que essa família quite sim a sua parcela, honre seus compromissos neste momento. Muitas vezes, a família tem a ilusão de que dada a possibilidade de pagamento posterior, ela pode usufruir desse montante gastando-o em outras aquisições, independente quais sejam. Isso traz uma ilusão de aporte financeiro, mas a dívida ainda existe, somente criou-se a possibilidade de pagamento posterior que será incrementado por uma taxa de juros que não seria se assim não o fizesse”, orienta.

Negocie os valores e as condições do aluguel

Parte significativa do orçamento das famílias de baixa renda está comprometida com o pagamento do aluguel do imóvel onde vivem. Neste momento, a regra é negociar.

Em recente nota à imprensa, o sindicato da habitação do estado de São Paulo, Secovi-SP, indicou que “muitos inquilinos começam a solicitar flexibilidade dos proprietários para o pagamento dos aluguéis em decorrência da diminuição ou mesmo estagnação da atividade econômica do setor em que atuam”. A entidade afirma que tem recomendado a proprietários e locatários que negociem os contratos e que “uma das alternativas mais recorrentes é a postergação dos aluguéis em parte ou na sua totalidade, conforme a dificuldade momentânea do inquilino, e por um período curto. Ao final do mês subsequente, as partes devem rever a situação e definir possível prorrogação do prazo”.

Cristiane Mancini recomenda que o locatário negocie com o proprietário do imóvel, explicando a situação atual da família e suas necessidades. “Caso não haja acordo para a reavaliação do valor, sugiro procurar um novo local que ‘caiba no orçamento’ e não sacrifique a família”, afirma.

Na sexta-feira, 3, o Senado aprovou regras transitórias para a locação de imóveis, com vistas a preservar contratos e servir de base para futuras decisões judiciais. Um dos pontos do projeto de lei é que não se concederá liminar para desocupação de imóvel urbano nas ações de despejo ajuizadas até 30 de outubro de 2020. O projeto também original previa a permissão para o atraso no pagamento de aluguel por conta de demissão, redução de carga horária ou diminuição de remuneração do locatário, mas este artigo foi vetado pelo Senado. O texto agora segue para nova apreciação da Câmara dos Deputados.

Seja rigoroso com a lista de supermercado

Gastos com alimentação também são parte significativa dos custos mensais das famílias. Em época de orçamento mais enxuto, pesquisar preços e evitar a compra de itens desnecessários são uma boa medida de economia doméstica.

“Um conselho é fazer uma lista de bens de primeira necessidade, ou seja, aqueles que não há possibilidade de se manter em sua ausência. Aqueles que são supérfluos, como cremes, lácteos mais custosos, salgadinhos, bolachas, tortas e alguns congelados podem ser retirados da lista. É a possibilidade de uma economia saudável, sobrando para as outras contas que a família tem a pagar”, afirma Cristiane.

“Pesquisar também é sempre uma ótima recomendação. Não comprar o primeiro produto visto no mercado, observar os mesmos produtos, mas de marcas diferentes, não circular por muitas gôndolas para que não ‘caia na tentação’ de comprar produtos desnecessários”, complementa a economista.

Ajuste os planos de tevê por assinatura e do telefone celular

Outras contas que podem ser reduzidas em época de contenção de gastos são as dos planos de telefonia celular e dos pacotes de tevê por assinatura. Nestes casos, renegociar é novamente o verbo do momento.

“No caso de celulares, opte por solicitar a adesão a um plano controle, que permitirá acesso à internet, a um vasto número de mensagens e chamadas, o que é bastante suficiente. No caso da tv a cabo, o mesmo. Solicite um plano que caiba em sua realidade, como um plano com acesso a um número menor de canais. Sabemos que os consumidores não assistem a todos os canais. Opte por um pacote que de fato usufrua neste momento. Essas ações certamente auxiliaram a reduzir em 50% os gastos de telefonia e assinaturas. Além da opção por assinaturas digitais, com preços reduzidos. E se tratando de negociação, sim é possível. O indicado é ligar para a sua operadora e propor uma negociação. Neste momento, todas as empresas estão bastante abertas para negociação com o intuito de manter seus clientes”, orienta Cristiane.

Empréstimo bancário: só em último caso

Os cinco maiores bancos do País - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander já se comprometeram a prorrogar por até 60 dias os vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores que já foram usados pelo consumidor.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) orienta que os clientes entrem em contato com o banco em que têm conta para se informar sobre as condições oferecidas para prorrogar as dívidas.

Se renegociar dívidas já existentes pode ser uma boa alternativa, adquirir um empréstimo com o banco não é o mais aconselhável, de acordo com Cristiane Mancini.  “Se existe a real necessidade de adquirir empréstimos é uma opção, no entanto, ainda vemos taxas de juros extremamente elevadas. Recomendo empréstimos sempre em último caso”.

Não se iluda com o limite do cartão de crédito

A economista também alerta que não se deve pensar no limite do cartão de crédito como alternativa para conseguir pagar todas as contas mensais.

“O limite do cartão de crédito te oferece o falso dever cumprido, a ideia de que foi paga a conta, o que na verdade não ocorre, pois no mês seguinte ou no outro a família ou o indivíduo terá que pagar da mesma forma. E essa família ou esse indivíduo sabe com 100% de certeza se está garantido em seu emprego nesses meses à frente? Terá esse montante a pagar nesses próximos meses? Ou simplesmente está jogando para a frente algo que não conseguirá arcar mesmo no futuro?”, observa.

Cristiane aconselha que todas as contas da família sejam centralizadas em um único cartão de crédito, “optando por aquele que isenta o pagamento da anuidade. O mesmo vale para contas correntes”.

Um dia a dívida precisará ser paga, portanto, planeje-se!

Por fim, um alerta fundamental: a dívida que não for paga neste momento um dia precisará ser saldada. Assim, é indispensável já se programar para isso.

“Há maneiras de se programar. Por exemplo: calcular os juros que virá embutido nessa conta no futuro. Assim, se o valor da conta é X e o 5%, o indivíduo precisará ter em mente que além dos X, precisará ter mais 5% quando for sanar a dívida. Em qualquer renegociação ou postergação de pagamento é necessário conhecer todas as cláusulas, opções que serão dadas, para que no futuro se tenha a clareza do montante a ser pago”, conclui a economista Cristiane Mancini.

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Sociedade Brasileira de Infectologia emite nota sobre uso de máscaras por toda população

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03 de abril de 2020

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) publicou nesta quinta-feira, 2, uma nota de esclarecimento sobre o uso de máscaras por toda a população como forma de evitar a disseminação da pandemia de coronavírus.

No documento, a SBI reforça a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de que máscaras cirúrgicas devem ser utilizadas apenas por profissionais de saúde em horário de trabalho nas unidades hospitalares, e que para o restante da população indica-se o uso de máscaras de pano.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

(Uso de máscaras na pandemia de COVID-19)

Diante do número crescente de casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus, a COVID-19, muito se tem discutido a respeito do uso de máscaras por toda a população, como forma de proteção.

Segundo a Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, atualizada em 31/03/2020, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e elaborada por uma equipe técnica e de especialistas, que incluiu a participação da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), devem usar máscara cirúrgica os pacientes com sintomas respiratórios (tosse, espirros, dificuldade para respirar), os profissionais de saúde e os profissionais de apoio que prestarem assistência ao paciente suspeito ou confirmado de COVID-19.

A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda, sempre que possível, o uso da máscara cirúrgica durante a permanência do profissional no serviço de saúde ou hospital. Ademais, é desejável que as máscaras sejam trocadas por ocorrência de sujidade ou excesso de umidade. Principalmente em instituições de referência para atendimento de pacientes com COVID-19, preocupa-nos a possibilidade de transmissão da infecção entre profissionais de saúde (transmissão intra-hospitalar), como já descrito em outros países.

Com a escassez dos equipamentos de proteção individual (EPI) em face da pandemia, avalia-se o uso das máscaras de pano. Porém, em serviços de saúde, elas não devem ser usadas sob qualquer circunstância, de acordo com o mesmo documento citado anteriormente.

Para a população que necessita sair de suas residências, a máscara de pano pode ser recomendada como uma forma de barreira mecânica. Conquanto, há de ser destacada a importância da manutenção das outras medidas preventivas já recomendadas, como distanciamento social, evitar tocar os olhos, nariz e boca, além de higienizar as mãos com água e sabonete ou álcool gel 70%. A máscara de pano pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saberem, porém não protege o indivíduo que a está utilizando, já que não possui capacidade de filtragem. O uso da máscara de tecido deve ser individual, não devendo ser compartilhado.

São Paulo, 02 de abril de 2020.

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Governo zera impostos de produtos usados no combate ao coronavírus

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03 de abril de 2020

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) ampliou a lista de produtos necessários ao combate do novo coronavírus com redução temporária para zero da alíquota do Imposto de Importação. A resolução nº 28 foi publicada na edição de hoje, 3, do Diário Oficial da União.

Entre os produtos com redução do imposto estão tecidos para fabricação de máscaras; suporte para circuitos respiratórios; válvulas de ventiladores pulmonares; baterias; cartão de memória, entre outros dispositivos.

A Camex já havia reduzido a tarifa a zero para álcool etílico e imunoglobulina, na Resolução nº 22, de 25 de março. Nesta resolução de hoje, a câmara corrigiu a descrição técnica dos produtos.

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