Espiritualidade

Os jovens na Igreja

Está acontecendo em Roma a XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. O objetivo central dessa Assembleia é a evangelização da juventude, com o tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. 

O Sínodo acontece dentro do processo de conversão e renovação das estruturas eclesiais, a que todos somos chamados a participar e a contribuir. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa Francisco chamou a atenção para a necessidade de renovar as estruturas eclesiais que estão a serviço dos jovens:  “A pastoral juvenil, tal como estávamos habituados a desenvolvê-la, sofreu o impacto das mudanças sociais. Nas estruturas ordinárias, os jovens habitualmente não encontram respostas para as suas preocupações, necessidades, problemas e feridas. A nós, adultos, custa-nos a ouvi-los com paciência, compreender as suas preocupações ou as suas reivindicações, e aprender a falar-lhes na linguagem que eles entendem” ( Evangelii Gaudium, 105). 

Todo o trabalho sinodal, desde a carta de convocação pelo Papa Francisco até a realização da Assembleia sinodal é um convite a olhar para os jovens a partir da perspectiva de Jesus. Nosso Senhor aproximou-se e caminhou com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35), compreendeu sua dor diante de expectativas que à primeira vista pareciam que não se tinham concretizado, alentou-os com a Palavra no triste retorno, aceitou sua hospitalidade e abriu-lhes os olhos com o Pão partilhado; também ouviu com atenção o jovem que d’Ele se aproximou e trazia no coração uma pergunta fundamental sobre o sentido da vida: ‘bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?’ (Mc 10,17-30). Jesus gastou tempo com esse jovem, ouviu-o e respondeu à sua inquietante preocupação, olhou para ele com amor e o convidou a segui-lo. 

Seguindo os passos de Jesus, o caminho sinodal já traçado nos mostra que “cuidar dos jovens não é uma tarefa facultativa da Igreja, mas é parte fundamental de sua vocação e missão na história” (cf. Instrumemtum Laboris, 1). “A Igreja precisa cuidar da fé dos jovens para que eles sejam ‘caminheiros da fé’, felizes por terem encontrado Jesus Cristo e por levarem o bom Senhor a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!” (cf. Evangelii Gaudium, 106). 

Por fim, para fazer frente à desorientação que a cultura do improviso está impondo, sobretudo aos jovens, a Igreja precisa constituir novos organismos capazes de acompanhar todos os jovens, sem exceções, num processo de discernimento em direção à alegria do amor. O discernimento desperta e aumenta a esperança, porque abre aos jovens o futuro, de modo que não fiquem encalhados no presente, mas entrem conscientemente na grande aventura em busca de plenitude de vida.

 

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