“Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado” (Is 9,5). “Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita” (Is 9,2). “O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas” (Sl 95,11-12). “A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade” (Tt 2,11-12). “Nasceu o Salvador, o Cristo Senhor. E Maria o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na estrebaria” (Lc 2,7). 
Natal é uma criança enrolada em faixas e colocada em uma manjedoura, coisa de mãe que na hora do aperto encontra um jeito de proteger o filho. Como nos diz um antigo hino “Nasceu a flor formosa da casa de Jessé. A prole venturosa da esposa de José. Jesus é essa flor. Maria é a roseira que trouxe o Salvador”. É esse bom odor da flor formosa na gruta de Belém que deve nos comprometer ainda mais a limpar toda sujeira e mau cheiro que estragam a convivência humana.
Natal é o nascimento de uma criança que precisa de cuidados e de um lugar aconchegante para ser reclinada. Barulho não faz bem a um recém-nascido, pois o incomoda. Cuidado com a agitação e barulho para correr atrás de muitas coisas. Eles podem nos entreter tanto a ponto de deixar de lado a mensagem do Menino Jesus. Natal é tempo de contemplar e perceber as maravilhas que Deus fez para nós.
Natal é tempo de aprender com as crianças. Criança gosta de brincar, e como não se lembrar das antigas cirandas e brincadeiras de roda? Aprendamos com elas a brincar de roda e a dançar cirandas para que nossos pés caminhem ao encontro dos irmãos excluídos; que nossos braços e nossas mãos se estendam ao aconchego e à acolhida; que nossos corpos se inclinem à solidariedade e compromisso com a vida digna. Que nossas relações testemunhem o perdão e a paz. Que o Deus Menino dê alento e nos anime a firmar nossos passos em cirandas e rodas de paz e amor, pois “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria” (Sl 125,3).    
Um ano novo está para começar e nele precisamos avançar, tendo como referência o Menino de Belém, o Príncipe da Paz. Precisamos de paz, de construir a paz, de viver em paz. Que possamos banir palavras e gestos que nos induzem à violência, para sermos instrumentos da paz, levando o amor onde houver ódio, o perdão onde houver ofensa e a verdadeira fé onde houver dúvidas. Que neste ano prestes a começar, em nenhum dia, em nenhum momento, percamos a paz. Um santo Natal e um feliz Ano-novo.