Brasil e Acnur renovam acordo que garante direitos a venezuelanos

Por
28 de dezembro de 2018

O Ministério do Desenvolvimento Social e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) renovaram na sexta-feira, 28, por mais um ano, o acordo de cooperação que garante a refugiados e imigrantes venezuelanos direitos socioassistenciais, à moradia e ao trabalho. O convênio vigora desde agosto.

Durante o próximo semestre, as prefeituras que acolhem os grupos receberão do governo federal R$ 400 mensais por cada pessoa assistida. 

Na cerimônia de assinatura do documento, foi lançado o livro Pátria Mãe Gentil, com fotografias do processo de interiorização de venezuelanos no Brasil, feitas por profissionais do ministério, do Acnur, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Presidência da República.

ACOLHIDA DEVE CONTINUAR

O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse que o governo Jair Bolsonaro, que assumirá em 1º de janeiro, deve dar continuidade às ações.

“Acho que o ministério e o governo brasileiro levarão um pouco de esperança aos irmãos venezuelanos, e isso é tarefa de qualquer governo. Deve-se dizer aqui que, em grande parte, devido à posição corajosa do presidente Michel Temer. Não foram poucas as pressões políticas, de toda natureza, para que se fechasse a fronteira do Brasil com a Venezuela. Em todos os momentos, ele resistiu a essas pressões e garantiu o processo que é hoje, talvez, um dos mais bem-sucedidos de interiorização, de adaptação, de acolhimento de estrangeiros e migrantes que existe no mundo”, disse Beltrame.

“A diferença, a diversidade e o estrangeiro não devem ser vistos como algo estranho no país. Pelo contrário, são os imigrantes, são as pessoas que vêm para cá, que enriquecem a nossa cultura, a nossa culinária, o nosso dia a dia e, sobretudo, o exercício permanente da tolerância”, complementou Beltrame.

INTERIORIZAÇÃO

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, até o momento 3.602 venezuelanos foram acolhidos no projeto e vivem hoje em 31 municípios de 14 estados: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

O representante do Acnur no Brasil, Federico Martínez, acrescentou que, todos os dias, 5 mil venezuelanos abandonam seu país à procura de melhores condições de vida. "Na Organização das Nações Unidas, estimamos que mais de 3 milhões já deixaram a Venezuela e que quase 200 mil tenham entrado no Brasil desde 2017, sendo que aproximadamente 98 mil permanecem no país, a grande maioria como solicitante de refúgio”, comentou.

NOVA MENTALIDADE

Martínez sugeriu que gestores do programa repensem seu modelo, focando em equilibrar, entre os diversos estados brasileiros, as tarefas relacionadas ao suporte oferecido aos venezuelanos.

“A ideia é como distribuir essa responsabilidade de maneira mais solidária, onde outros estados e outras cidades podem participar. O governo tem trabalhado com a meta de interiorizar mil pessoas por mês. Achamos que é uma meta bem ambiciosa, mas que nos permite ver o desafio que temos à frente: como continuar com esse fluxo de pessoas que chegam a Roraima, estado que tem muitos desafios para continuar com essa capacidade de acolhida. Então, precisamos voltar e fazer uma análise, ser realistas e definir quais são essas necessidades”, observou.

 

LEIA TAMBÉM

Papa: Migrantes são vítimas da cultura do descarte, enfermidade do mundo contemporâneo

Comente

Paróquia São Francisco de Assis distribui 1,7 mil cestas de Natal

Por
22 de dezembro de 2018

Por meio da Pastoral Social da Paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré, Setor Pastoral Butantã, os agentes de pastoral e colaboradores realizaram, no dia 9, a entrega de 1,7 mil sacolinhas de Natal às crianças das famílias assistidas, contendo brinquedos, doces e roupas.

O Padre Edilberto Alves da Costa, Pároco, que acompanhou a entrega, congratulou a todos os agentes de pastoral e colaboradores pela inciativa desse evento. 

O chamado “Natal dos Pobres”, que acontece há 33 anos, demostra o verdadeiro espírito de Natal e a integração de toda a comunidade em prol das pessoas mais necessitadas.
 

 

Comente

Ser doador voluntário de sangue é oferecer a alguém uma nova chance de viver

Por
25 de novembro de 2018

A mão, ao abrir e fechar em um ritmo acelerado, faz com que o sangue seja bombeado e lentamente chegue bolsa localizada centímetros acima do doador. A ação de erguer um dos braços e deixar a mão aberta pode ser comparada a de quando nos colocamos em sinal de ajuda. Pode ser sinônimo, entre outras coisas, da sobrevivência de alguém. Na maioria dos casos não se tem conhecimento de quem é a pessoa beneficiada. O que se tem convicção é de que, independentemente de quem seja, o sangue que lhe é oferecido trará a essa pessoa a esperança de viver.

HÁ 12 ANOS

Em 2006, após participar de um trabalho voluntário que tinha o objetivo de distribuir 300 kits de lanches aos moradores em situação de rua, na região central da cidade de São Paulo, Jarbas Roberto Pecoraro, que é corretor de imóveis e empresário, decidiu doar sangue pela primeira vez. A iniciativa acontece, também, como estímulo de superação do medo de agulhas.

Atualmente, Pecoraro realiza as doações de uma a quatro vezes por ano e ao longo dos 12 anos como doador, somou 29 doações: “As doações me fizeram vencer o medo de agulhas e também deram um sentido ainda maior à definição de ser prestativo e consciente das necessidades alheias, principalmente em se tratando de saúde e recuperação de estados críticos", contou.

O empresário falou ao O SÃO PAULO dos motivos que o fazem ser doador há tantos anos: “Doo por saber da importância que é para as pessoas necessitadas e que isso pode significar para alguém a diferença entre sobreviver ou não”.

SALVAR VIDAS

Para Alexsandro Justino, 43, a chegada do filho despertou o desejo de tornar-se doador em 2011. Há cada 30 dias, Justino, que também é contador, realiza a doação de plaquetas e, quatro vezes por ano, de sangue.

Justino defendeu que a importância do gesto está na possibilidade de ajudar o próximo, sem conhecer quem é esse próximo: “Você sabe que pode estar salvando uma vida. Às vezes, ficamos sabendo que há alguma criança com câncer e com baixa imunidade, neste momento, você passa a pensar mais vida”, concluiu.

AJUDAR AINDA MAIS

O analista de sistemas Robevaldo Oliveira fundou, em 2014, o projeto Cadastro Nacional de Doadores de Sangue (CNDS). Hoje, aos 32 anos, tomou a decisão de doar seu sangue pela primeira vez, quando o pai de uma amiga estava internado em estado grave e precisando passar por uma transfusão sanguínea.

Ao refletir sobre o fato de nunca ter feito a doação, chegou à conclusão e mudou essa realidade. “Tenho o prazer em doar um pouco do meu sangue para aqueles que necessitam dele”, salientou.

Com o desejo de colaborar ainda mais com a questão da doação de sangue, criou o sistema de encontro de doadores e pacientes: “O doador recebe um comunicado por e-mail e vai, voluntariamente, ao centro de coleta indicado na solicitação, com o nome do paciente”.

Quatro anos depois, a rede cresce a cada dia e já conta com doadores de todos os tipos sanguíneos e espalhados por todo o País. A triagem ocorre em três etapas: o doador voluntário se cadastra on-line no site do projeto; o paciente solicita doadores no mesmo canal; e, por fim, o sistema localiza o doador compatível por localidade e faz o comunicado no e-mail do doador.

Oliveira ressaltou ainda que o projeto não tem ligação com qualquer centro de coleta ou hospital, e que apenas o doador tem acesso ao nome do paciente que receberá a doação. Mais informações podem ser encontradas no site.

A FAVOR DA VIDA

“A Fundação Pró-Sangue abastece mais de cem serviços de saúde da rede pública do município. A demanda é bastante grande. Todos os tipos de sangue são importantes, da mesma forma que os doadores têm tipos variados, os pacientes também têm”, reiterou a médica Fátima Aparecida Hangai Nogueira, que é hematologista e hemoterapêuta na Fundação Pró-Sangue, instituição que existe desde 1984 e é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde e ao Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A médica esclareceu que para atender tantas pessoas são coletados dos voluntários 450 ml de sangue, que são fracionados em até quatro novas bolsas, o que significa até a oportunidade de quatro novas transfusões.

O tipo sanguíneo é, segundo Fátima, um aspecto desafiador. Em virtude dos baixos índices, os especialistas recomendam que, principalmente, pessoas que tenham o tipo O+ façam a doação, já que este é compatível com todos os demais.

CAMPANHA INCANSÁVEL

Fátima contou que percebeu ao longo dos anos um aumento no número de pessoas que fazem a doação de maneira voluntária, ou seja, sem ligação direta com algum paciente e que há mais mulheres doando.

Porém, ela enfatiza que campanhas devem ser feitas de forma incansável, pois mesmo com o aumento, os bancos de sangue ainda apresentam índices de 50% abaixo do nível desejado.

REQUISITOS E ETAPAS

Os interessados em doar, precisam:

- Estar em boas condições de saúde;

-Ter entre 16 a 69 anos;

Pesar no mínimo 50 kg;

- No dia da doação é importante que o voluntário tenha se alimentado bem até 4 horas antes e portar um documento com foto.

- Antes da doação, é feito uma triagem composta por teste de anemia, checagem do batimento cardíaco, pressão arterial, peso e temperatura.

- Por fim, o candidato participa de uma entrevista e responde a etapa de autoexclusão, alegando se oferece ou não risco para doenças sexualmente transmissíveis. Ao fim do processo, o doador segue para a coleta.

Comente

Palmeiras é campeão também na solidariedade

Por
06 de novembro de 2018

O Campeonato Brasileiro Sub-20 de Futebol foi conquistado de forma inédita em 25 de outubro, pela Sociedade Esportiva Palmeiras. Diante de 23 mil torcedores, no Allianz Parque, em São Paulo (SP), o Palmeiras venceu o Vitória pelo placar de 5 a 2 e garantiu o título da competição. O Verdão já havia vencido o jogo de ida por 4 a 1, em Salvador (BA). 

Em 23 de outubro, os torcedores fizeram fila e deram um verdadeiro testemunho de solidariedade. Os ingressos da decisão do Brasileirão Sub-20 foram trocados por 1kg de alimento (arroz, feijão, macarrão ou 1L de leite ou de óleo). Foram arrecadadas em torno de 23 toneladas de donativos, igualmente destinadas à Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. 

 

ESPORTE E SOLIDARIEDADE

Um mutirão de voluntários - que reuniu funcionários do Palmeiras, membros da diretoria e integrantes da Pastoral do Menor - organizou os alimentos que foram enviados para armazenamento em um salão da Missão Belém. 

A parceria entre o Clube e a Pastoral teve início em dezembro de 2017, com o evento “Natal dos Sonhos”, realizado no Ginásio do Palmeiras, com a proposta de anunciar o nascimento de Jesus, incentivar a doação de brinquedos às crianças carentes e resgatar a importância do direito de brincar.

Em abril, na véspera da decisão do Campeonato Paulista de Futebol, cujo título seria decidido entre Palmeiras e Corinthians, 35 mil torcedores acompanharam o último treino do Verdão antes da decisão e também realizaram a troca de 1kg de alimento pelo ingresso. Na ocasião, cerca de 30 toneladas de alimentos foram arrecadadas e tiveram o mesmo destino. 

“Essa parceria se deu por meio da oportunidade que a Pastoral do Menor teve de apresentar o trabalho social, não só feito pela Pastoral, mas por toda Igreja, no âmbito da Arquidiocese de São Paulo”, afirmou Sueli Maria de Lima Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, em entrevista ao O SÃO PAULO.

 

DESTINO DOS ALIMENTOS

Os alimentos vão contribuir com grande parte da população carente, assistida pelas obras sociais da Arquidiocese. As doações serão entregues às instituições que atendem o maior número de pessoas, entre elas a Missão Belém, Aliança de Misericórdia, Pastoral do Povo da Rua e outras organizações que auxiliam crianças, adolescentes, idosos e imigrantes.

“Os doadores entregam os alimentos muito conscientes do trabalho que estão fazendo e na confiança de que esses donativos serão destinados às pessoas certas. É importante ver a sociedade unida, pois ela é capaz de resolver a necessidade da população”, completou Sueli. 

Segundo a coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, em reunião com a diretoria do Palmeiras, foi apresentada toda a estrutura de projetos sociais da Arquidiocese, e a direção alviverde enfatizou que as doações foram realizadas não tanto pelo vínculo religioso e sim pelo social, destacando a seriedade dos projetos apresentados pela Arquidiocese.

“Os alimentos arrecadados foram distribuídos de uma forma que todos recebessem a quantidade que atendesse a necessidade de cada obra social. Essa nova doação agradou a todos. Uma ação esportiva que vem responder a uma realidade social gritante da cidade de São Paulo”, concluiu Sueli.
 

LEIA TAMBÉM: Projeto ‘Anjos do Esporte’ transforma vida de crianças e jovens carentes

Comente

Paróquia promove ação solidária em favor de crianças com deficiência

Por
24 de outubro de 2018

As crianças da Catequese da Paróquia São João Maria Vianney, no Setor Pastoral Lapa, motivadas pelo Padre Raimundo Rosimar Vieira, Pároco, e pela catequista Maria Ida Comino, do Grupo Perseverança, promoveram uma ação solidária em prol de crianças carentes com deficiência física. 

Por meio da venda de trufas no final das missas e de doações espontâneas dos paroquianos, foram levantados fundos para comprar seis cadeiras de rodas adaptadas. As crianças contempladas foram selecionadas e indicadas pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). 

A entrega foi feita durante uma das missas de 7 de outubro, contando com a presença das crianças cadeirantes beneficiadas e seus familiares. 

A comunidade paroquial se engajou nesta campanha das crianças. Foram momentos vividos por todos: adultos, crianças da Catequese e as crianças com deficiência física.

(Colaborou: Padre Raimundo Rosimar Vieira)
 

LEIA TAMBÉM: Apostolado da Oração realiza encontro anual

 

Comente

Sempre há tempo para a compaixão

Por
31 de agosto de 2018

Antônio Carlos Malheiros é Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP); Pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP, onde também é professor; conferencista da Polícia Militar do Estado de São Paulo e da Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB -SP). Foi Coordenador da Infância e Juventude no TJ-SP e Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Mas de todas essas funções, o que mais se destaca é o fato de boa parte de sua vida ter sido dedicada ao trabalho voluntário. Como ele mesmo se definiu, é “eclético” no voluntariado. Já atuou em favelas, ruas, hospitais, sobretudo com crianças e adolescentes. Há mais de 20 anos, troca a toga e a seriedade dos tribunais pelo nariz de palhaço para contar histórias a crianças portadoras de HIV. 

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Malheiros assegurou que a motivação para esses inúmeros trabalhos é fruto da “graça de Deus” que nasce do contato com aqueles que sofrem. Ele também compartilhou as experiencias inesquecíveis que mudaram sua vida nesses mais de 50 anos de voluntariado. Confira.

O SÃO PAULO – QUAL FOI A SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COM O TRABALHO VOLUNTÁRIO?

Antonio Carlos Malheiros – Eu tive uma formação cristã católica muito forte na minha família. Logo quando eu cheguei ao Colégio São Luís, dos jesuítas, eu externei a vontade de me tornar um sacerdote na Companhia de Jesus. Por isso, fui morar no seminário menor, com o propósito de futuramente ingressar no noviciado jesuíta. 

Em 1963, eu tinha 13 anos e cursava a terceira série ginasial, quando conheci um professor de Geografia chamado Fauzi Saad, que nos propôs, como trabalho para substituir o exame do meio do ano, fazer visita a uma favela. Fui um dos poucos alunos que toparam fazer esse trabalho. O Professor me levou à Favela do Vergueiro, que era a maior da cidade de São Paulo na época. Entrei com papel e caneta para fazer anotações de tudo o que eu visse nessa comunidade e, depois, relatar para a classe o resultado. 

Ao entrar na favela, eu encontrei uma menina da minha idade, chamada Mônica, negra, extremamente magra, mal agasalhada, pés descalços e, o que mais me assustou, estava grávida, vítima de um abuso que sofreu. Ela me chamou para conhecer o barraco onde morava. Era um barraco caindo aos pedaços, chão de terra batida quase todo coberto por um colchão de casal, onde estava deitada sua mãe, de cerca de 40 anos e com câncer.  Além da mãe, moravam no barraco mais cinco irmãos mais velhos. Confesso que a partir desse dia nunca mais consegui sair da grande favela da vida. Eu não tinha a menor ideia da tragédia que muitas pessoas viviam na nossa cidade.

E A PARTIR DAÍ?

No restante do meu ginásio e do meu colegial, acompanhei o Padre Paulo Ruffier, jesuíta já falecido, que ia às ruas, principalmente nas noites mais frias, para levar café, lanches e cobertores para os moradores de rua. Terminado o colegial, eu acabei não indo para o noviciado da Companhia de Jesus e entrei na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Logo, escolhi dez colegas de classe, moças e rapazes, e, durante 10 anos, fomos dar reforço escolar na Favela do Bororé [na zona Sul] para as crianças e adolescentes que trabalhavam num lixão da região, para quem também dávamos noções de cidadania. Há mais ou menos cinco anos, fui chamado para uma festa de Natal naquela comunidade. Aqueles meninos e meninas cresceram e se tornaram os líderes comunitários daquele local. Sem a ajuda de políticos, eles próprios passaram a exigir do poder público melhorias como creche, ambulatório médico, um ponto de ônibus na entrada da comunidade. As ruas internas estavam urbanizadas. Outra coisa que me chamou a atenção foi que os traficantes de drogas não dominavam a comunidade graças à organização dos moradores que os impediu de se fixarem lá.

E COMO FOI O TRABALHO COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA?

Trabalhei muitos anos nas ruas, várias vezes por semana, com os Irmãos da Caridade, ramo masculino da congregação fundada por Santa Teresa de Calcutá. Era um trabalho muito interessante. Tentávamos reintegrar os meninos e meninas que viviam nas ruas às suas famílias. Eu era da equipe que ia às ruas, e havia outra que ia às favelas e cortiços tentar encontrar as famílias. Era extremamente difícil, porque as famílias, muitas vezes, não queriam essas crianças de volta. 

DESSES MENORES DAS RUAS, ALGUM MARCOU MAIS?

Uma das melhores pessoas que conheço eu descobri nas ruas, na década de 1970. Era um “meninão” de 15 anos, filho de um engenheiro e de uma professora. Ele era viciado em cocaína, uma droga que ainda não estava nas ruas naquela época. Eu comecei a prestar a atenção nesse menino. Passados vários meses, eu fiz um arriscado convite para ele trabalhar como office-boy no meu escritório de advocacia. Ele aceitou, voltou a estudar, voltou para a casa dos pais, fez um tratamento no Hospital das Clínicas, tornou-se um ótimo funcionário e recaiu. Fui novamente buscá-lo nas ruas, fez o caminho de volta várias vezes. Na oitava vez que fui buscá-lo nas ruas, eu disse a ele: “Não aguento mais você. Mas, convivendo contigo durante todo esse tempo, passei a te amar como um filho... E de filho nós não desistimos. Vamos embora de novo”. Dessa vez, ele saiu e não voltou para as ruas. Hoje ele é um professor da Fundação Getúlio Vargas. É um excepcional administrador hospitalar. Desenvolveu em São Paulo, e hoje no Rio de Janeiro, um trabalho maravilhoso com crianças e adolescentes com dependência química. 

E O VOLUNTARIADO COM PESSOAS COM HIV?

Em 1984, eu era diretor de uma editora, quando o nosso tesoureiro, grande e forte, morreu de pneumonia em duas semanas. Fui conversar com o médico para entender o que tinha acontecido, quando descobri que ele tinha Aids. Pedi mais informações sobre isso e o médico me levou para conhecer a Aids no Hospital Emílio Ribas, de onde eu nunca mais saí. Comecei a trabalhar com aqueles adultos, na época, quase todos homens, completamente sozinhos... Fiquei muito sensibilizado com aquilo. Como não dava para ter dois voluntariados, entrei na Pastoral da Saúde e trabalhei com os primeiros doentes de Aids até 1997, quando fui convidado para trabalhar com crianças com HIV. Assim, nasceu a Associação Viva e Deixe Viver, uma ONG de contadores de histórias e de palhaços em hospitais, hoje com mais de 1.500 voluntários espalhados em 97 hospitais de todo o País. Eu continuo indo todas às sextas-feiras, à tarde, para passar duas horas brincando com as crianças no Emílio Ribas. 

AGORA, COMO VOCÊ ENCONTRA TEMPO PARA TUDO ISSO?

Todas as vezes que eu paro para fazer contas, não bate. Então, essa pergunta eu não consigo responder. Eu vou fazendo. 

POR QUÊ?

Isso vem de dentro. É um impulso interior. Eu tenho certeza absoluta que esse impulso foi formado por toda a minha base cristã, começou com meus pais. Penso que a história da Mônica, naquela favela, me marcou profundamente. Percebo que minha vida é permeada por esse sentimento de compaixão, de misericórdia. Faz parte da minha vida. É evidente que isso é a graça de Deus. Não há dúvida nenhuma. Nem sempre faço bem feito. Há momentos em que fico cansado. Aí eu respiro fundo, rezo e volto a ter forças novamente para continuar.

QUE CONSELHO VOCÊ DÁ PARA QUEM TEM INTERESSE DE SER VOLUNTÁRIO EM ALGO?

Você pode ser voluntário em vários lugares. Mas precisa descobrir o local onde mais se identifica. Eu sou, modéstia à parte, um eclético em matéria de voluntariado. Porém nem todo mundo é. É preciso identificar a periferia existencial onde há pessoas que necessitam de compaixão. Estar atento a quem está próximo e necessita de ajuda. 

Comente

Festival Halleluya 2018 bate recorde de solidariedade

Por
14 de agosto de 2018

Conhecido como o maior evento católico da América, o Festival Halleluya 2018 se tornou um dos festivais mais solidários do País, tendo batido recorde da arrecadação de alimentos e doações de sangue.

Há 16 anos, o evento, promovido pela Comunidade Católica Shalom, tem uma parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) para a coleta de sangue. 

Neste ano, durante os dias em que aconteceu o festival no Condomínio Espiritual Uirapuru, em Fortaleza (CE), de 25 a 29 de julho, foram coletadas 1.022 bolsas de sangue, superando a meta de 900 bolsas. 

Outra ação solidária foi a doação de alimentos. Foram arrecadados 3,5 mil quilos de alimentos não perecíveis, os quais serão destinados aos projetos de Promoção Humana da Comunidade Shalom, que atendem pessoas em situação de risco. 

A 22ª edição do Festival Halleluya reuniu mais de 1,5 milhão de participantes, que aproveitaram os cinco dias de música, artes, esportes radicais, cultura e fé.

“Em nome da Comunidade Shalom, agradecemos a população de Fortaleza e de todo o Ceará por abraçar e viver da melhor forma o Festival Halleluya. Jovens, crianças, adultos e muitas famílias que saíram de suas casas e optaram por viver essa experiência de fé, de paz e de encontro pessoal com Deus”, disse o Padre Sílvio Scopel, Assistente da Shalom em Fortaleza (CE). 

Um dos ambientes mais visitados foi o Espaço da Misericórdia. De acordo com os organizadores, 3.406 pessoas receberam oração e aconselhamento; foram atendidas 3.450 confissões; e 1.389 pessoas participaram dos cursos. Outro destaque foi o Halleluya Kids, que recebeu 2.839 crianças, em um espaço adaptado ao público infantil.

 

Fonte: ACI Digital
 

Comente

Papa aos Cavaleiros de Colombo: caridade e Evangelho da família

Por
10 de agosto de 2018

O Papa Francisco renovou aos cavaleiros de Colombo, por ocasião da convenção anual deles realizada nos dias 7 a 9 de agosto em Baltimor, nos EUA, gratidão pelo compromisso em “proclamar o Evangelho da família” – às vésperas do encontro mundial de Dublin – e pelo apoio aos cristãos do Oriente Médio que “suportam preconceitos e perseguições por causa de sua fé”.

Dois mil herdeiros espirituais do Venerável Pe. Michael McGivney – representando os quase dois milhões hoje presentes no mundo inteiro – se reuniram pela 136ª vez na arquidiocese primacial estadunidense, escolhendo este ano como lema “Cavaleiros de caridade”.

 

União inseparável de fé e caridade

Numa mensagem em inglês ao cavaleiro supremo Carl A. Anderson – assinada pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin –, o Pontífice evoca o carisma fundacional e a admirável história da ordem, com “a união inseparável de fé e caridade” que levou os primeiros cavaleiros a trabalhar por uma sociedade fraterna através da formação cristã e o apoio recíproco dos membros.

Uma realidade ainda atual, observa a mensagem pontifícia, visto que em nossos dias, o Santo Padre pede a toda a Igreja uma renovada consciência da “nossa responsabilidade de ser custódios uns dos outros e de viver concretamente a fé que se expressa através do amor”.

 

Solicitude pelos mais pequeninos dos irmãos e irmãs

E ao fazê-lo, mediante a recente exortação apostólica sobre o chamado à santidade, “Francisco fala das bem-aventuranças como “carta de identidade” que mostra que somos verdadeiros seguidores de Cristo”. Ademais, “nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida” (Gaudete et Exsultate, 63), de modo especial através da amorosa solicitude pelo menor dos irmãos e das irmãs.

“Os grandes santos, cuja imitação de Cristo continua nos inspirando, uniam diariamente fé, oração e caridade prática” – prossegue a mensagem.

 

Solidariedade para com os pobres e necessitados

Por esse motivo, o Papa “encoraja os esforços perseverantes dos cavaleiros de Colombo, em todos os níveis, para testemunhar o amor de Deus através do amor concreto e a solidariedade para com os pobres e os necessitados”.

Daí, o enaltecimento pelos “inúmeros atos de caridade praticados habitualmente de modo silencioso” pelos membros dos Conselhos – as articulações locais da ordem – que “mostram a verdade das palavras de madre Teresa de Calcutá”: Deus “abaixa-Se e serve-Se de nós, de ti e de mim, para sermos o seu amor e a sua compaixão no mundo... Ele depende de nós para amar o mundo e demonstrar-lhe o muito que o ama” (Gaudete et Exsultate, 107).

 

Iniciativas tragam frutos de uma caridade criativa

Com a esperança expressa pelo Pontífice de que o programa dos cavaleiros “Fé na ação”, acompanhada da outra iniciativa “Ajudar as mãos”, tragam os frutos de uma caridade criativa sempre mais apta às novas formas de pobreza e de necessidade humana que emergem na sociedade atual.

Em particular, a mensagem faz referência às famílias: efetivamente, ao tempo em que se prepara para ir à Irlanda para o encontro mundial, o Papa agradece aos cavaleiros de Colombo do mundo inteiro pelo encorajamento deles “aos homens em sua vocação de maridos e pais católicos e a defesa deles à autêntica natureza do matrimônio e da família no seio da sociedade”.

E faz votos de que eles continuem sendo guia sobretudo para os jovens, “que num mundo repleto de luzes contrárias ao Evangelho, buscam permanecer fiéis discípulos de Cristo e fiéis filhos da Igreja”.

 

Caridade em prol dos cristãos perseguidos no Oriente Médio

Por fim, Francisco louva a caridade da ordem “em favor dos nossos irmãos e irmãs” cristãos perseguidos no Oriente Médio e pede que continuem rezando pela paz na região, a conversão dos corações, o diálogo e a justa resolução dos conflitos.

Comente

A solidariedade da Igreja às vítimas de tragédia no Largo do Paissandu

Por
04 de mai de 2018

A Arquidiocese de São Paulo manifestou solidariedade e proximidade às vítimas do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, próximo ao Largo do Paissandu, no centro da Capital Paulista, na madrugada da terçafeira, dia 1º. A pedido do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, e o Padre Julio Renato Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral  do Povo da Rua, estiveram no local do acidente acompanhando o atendimento às vítimas e auxiliando no diálogo entre desabrigados e agentes públicos em busca de soluções emergenciais para as cerca de 140 famílias que ocupavam o prédio.

Segundo o cadastro social da Prefeitura de São Paulo, 49 pessoas não haviam sido localizadas até a tarde da quarta-feira, 2. Mas isso não significa que todas estejam sob os escombros, já que nem todos poderiam estar no local no momento do acidente. O Corpo de Bombeiros confirmou o desaparecimento de um homem que estava sendo resgatado do alto do prédio, mas caiu no momento do desmoronamento. Também há informações de parentes sobre uma mulher e duas crianças que estariam no edifício poucas horas antes do incêndio e ainda não foram localizadas.

A principal hipótese levantada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para o incêndio é a de acidente doméstico, como a explosão de um botijão de gás ou de uma panela de pressão. Também há relatos de que houve uma briga de casal no quinto andar do edifício, onde começou o incêndio. Segundo peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo, um laudo será feito a partir da análise dos objetos e destroços encontrados para se chegar às prováveis causas. 

Leia também: Cardeal Odilo Scherer visita vítimas do desabamento e equipes de resgate no Largo do Paissandu
Padres visitam Pastor da Igreja Luterana no Largo do Paissandu

 

DIÁLOGO E ACOLHIDA

Dentre as alternativas apresentadas para o atendimento emergencial das famílias que se aglomeraram no Largo do Paissandu, foi oferecida a quadra do Colégio São Bento, também na região central, após um diálogo entre os monges beneditinos e a Prefeitura, intermediado pela Arquidiocese. Dom Odilo chegou a conversar, por telefone, com o Prefeito Bruno Covas, que garantiu oferecer toda a infraestrutura para essa solução provisória até que fosse encontrada uma medida definitiva. 

Dom Carlos explicou ao O SÃO PAULO que a presença da Igreja facilitou a conversa entre as vítimas e a Prefeitura. “Pelo trabalho que a Igreja tem junto a essa população existe uma relação de confiança com os representantes das pastorais”, afirmou. 

O Secretário de Governo da Prefeitura, Júlio Semeghini, explicou à reportagem que a proposta de um local provisório para abrigar as vítimas tem o objetivo de garantir o mínimo de dignidade para essas famílias e facilitar as negociações por uma solução permanente. Muitos dos desabrigados temiam ser removidos para albergues da Prefeitura para pessoas em situação de rua e serem separados de seus entes. Também foram oferecidos pela Prefeitura outros dois locais alternativos para a acolhida temporária na região central.

A maioria dos desabrigados optou por permanecer acampado no Largo do Paissandu, alegando medo de perder a força de reivindicação de direitos. Entretanto, aceitaram ter como ponto de apoio um espaço do Movimento da População de Rua, no Viaduto Pedroso, onde há banheiros, camas e alimentação. “Tudo isso, por enquanto, é emergencial. Essas pessoas não vão poder ficar nessa situação de maneira permanente”, alertou o Padre Julio Lancellotti. 

 

O EDIFÍCIO

Inaugurado em 1968, o edifício Wilton Paes de Almeida foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Estado de São Paulo (Conpresp) em 1992. 

Com 24 pavimentos, foi um dos primeiros prédios da cidade a exibir uma fachada formada inteiramente por esquadrias preenchidas de vidro. Em 1980, o prédio abrigou a sede da Policia Federal, que em 2003 deixou o local e mudou-se para a sede atual na Lapa, na zona Oeste. Abandonado, o edifício sofreu várias ocupações. 

A Secretaria Municipal de Habitação atuava na ocupação do edifício por meio do Grupo de Mediação de Conflitos, uma vez que no local estava previsto haver a reintegração de posse, movida pela Secretaria de Patrimônio da União. Uma vez desocupado, o imóvel seria cedido à Prefeitura. Entre fevereiro e abril, a Secretaria de Habitação teria feito seis reuniões com as lideranças da ocupação para esclarecer a necessidade de desocupação do prédio, por conta do risco e da ação judicial. A ocupação era organizada pelo Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), que faz parte do Movimento Luta por Moradia Digna. No dia 10 de março, a secretaria cadastrou cerca de 150 famílias ocupantes do prédio. Desse total, 25% eram estrangeiras. Esse cadastro foi realizado para identificar a quantidade de famílias, o grau de vulnerabilidade social e a necessidade de encaminhamento das famílias à rede socioassistencial.

 

RISCOS

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) determinou, na terça-feira, dia 1º, que sejam investigadas as causas do incêndio, além da veracidade dos relatórios técnicos encaminhados pelos órgãos públicos responsáveis pela manutenção e fiscalização. Em 24 de agosto de 2015, a Promotoria de Habitação de Urbanismo já havia instaurado um inquérito civil para apurar a possível existência de risco no imóvel. Em nota, o MPSP informa que reabriu o caso em virtude dos “gravíssimos fatos ocorridos”. 

Em 16 de março, a Promotoria  arquivou o inquérito civil após receber um laudo de vistoria da Defesa Civil, quando “não foram constatadas anomalias que implicassem riscos naquela edificação, embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio”.

 

DESTRUIÇÃO DE IGREJA HISTÓRICA

A Arquidiocese também prestou solidariedade à Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, que teve 80% de seu histórico templo destruído pelo desabamento do edifício localizado ao lado. A pedido do Cardeal Scherer, foram iniciados contatos com lideranças luteranas para colocar algum templo católico à disposição da celebração dos cultos, caso seja necessário, enquanto a igreja não for reconstruída. 

Inaugurada em 25 de dezembro de 1908, o templo é considerado a primeira paróquia evangélica da Capital Paulista. Entre 2012 e 2013, passou por uma reforma interna. 

 

DOAÇÕES

Além do acompanhamento das vítimas, a Arquidiocese está auxiliando na arrecadação de doações, com o apoio da Caritas Arquidiocesana . Os itens de maior necessidade são: alimentos, água roupas (adulto/infantil), fraldas, sapatos, itens de higiene, colchão/colchonetes, materiais escolares e cobertores.

As doações devem ser encaminhadas para: Igreja Santa Ifigênia (Rua Santa Ifigênia, 30); Santuário São Francisco (Largo São Francisco, s/nº); Catedral da Sé (Praça da Sé, s/nº); Centro de Acolhida (Viaduto Pedroso, 111); Cruz Vermelha (Avenida Rubem Berta, 860).

(Com informações de Estadão, G1, Exame e Portal Luteranos)
(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)
 

Comente

Palmeiras arrecada 30 toneladas de alimentos para a pastoral do Menor

Por
13 de abril de 2018

O sábado, 7, véspera da decisão do Campeonato Paulista de Futebol entre Palmeiras e Corinthians, foi marcado pela solidariedade na Sociedade Esportiva Palmeiras. 

No Allianz Parque, 35 mil torcedores acompanharam o último treino do Verdão antes da decisão e deram um testemunho solidário e de amor ao clube. Os ingressos foram trocados por 1kg de alimento (arroz, feijão, macarrão ou um litro de leite ou de óleo).

As cerca de 30 toneladas de donativos arrecadados foram destinadas para a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. “É um lindo testemunho. Foi marcante na história da Pastoral do Menor presenciar esse momento”, afirmou Sueli Maria de Lima Camargo, Coordenadora Arquidiocesana da Pastoral do Menor, em entrevista ao O SÃO PAULO.

Uma parceria entre o clube e a Pastoral aconteceu em dezembro de 2017, com o evento “Natal dos Sonhos”, realizado no Ginásio do Palmeiras, com a proposta de anunciar o nascimento de Jesus, incentivar a doação de brinquedos para crianças carentes e resgatar a importância do direito de brincar.

AÇÃO SOLIDÁRIA

No sábado, 7, um mutirão de voluntários - que reuniu funcionários do Palmeiras, membros da diretoria e integrantes da Pastoral do Menor - organizou os alimentos que foram enviados para armazenamento em um salão da Missão Belém.

“O Palmeiras fica muito feliz com essa ação, em poder ajudar as pessoas carentes e necessitadas. Muito feliz, também, pelo engajamento da nossa torcida, com o torcedor palmeirense que encarou essa ação com alegria, satisfação e espírito de solidariedade. Acredito que o sucesso dessa iniciativa mostre que é possível fazer ações visando ajudar ao próximo e as pessoas carentes”, afirmou Paulo Roberto Buosi, Diretor-administrativo do Palmeiras. 

Após os trabalhos, em círculo e de mãos dadas, os voluntários uniram-se em oração, e foi realizado um agradecimento por parte da Diretoria e da Pastoral do Menor. “O depoimento que foi dado é de pessoas que não eram católicas, que não tinham religião, mas que estavam comovidas com a situação e com o testemunho que estávamos dando, do trabalho feito pela Igreja na cidade de São Paulo.” disse Sueli Camargo.

DESTINO DOS ALIMENTOS

Os alimentos vão contribuir para grande parte da população carente assistida pelas obras sociais da Arquidiocese. As doações serão entregues para as instituições que atendem o maior número de pessoas, entre elas a Missão Belém, Aliança de Misericórdia, Pastoral do Povo da Rua e outras organizações que auxiliam crianças e adolescentes.

Na terça-feira, 10, começou a distribuição das doações, que foram acompanhadas por uma equipe da TV Palmeiras.

“A principal lição que fica é que, pela solidariedade, nós somos capazes de matar a fome de um grande número de pessoas. Se fôssemos solidários doando muito pouco, nós resolveríamos a questão da fome no País”, concluiu a Coordenadora da Pastoral. 

NA DECISÃO

A festa da torcida palmeirense no sábado não se repetiu no domingo, 8. No Allianz Parque, o Palmeiras perdeu a partida para o Corinthians por 1 a 0. Com o gol de Rodriguinho, o Corinthians devolveu a derrota sofrida no primeiro jogo, o que levou a decisão para os pênaltis. O clube alvinegro venceu por 4 a 3 e conquistou seu 29º título paulista.

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.