VATICANO

Papa Francisco

Quaresma: tempo para desligar o celular e conectar-se com o Evangelho

Por Fernando Geronazzo
27 de fevereiro de 2020

Na catequese desta Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco refletiu sobre o sentido do deserto como lugar do essencial e da intimidade com Deus

Na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, 26, durante a Audiência Geral, na Praça São Pedro, o Papa Francisco fez uma catequese na qual refletiu sobre a relação da Quaresma com o deserto, recordando que Jesus, no início de seu ministério, retirou-se no deserto por 40 dias para rezar e jejuar, sendo tentado pelo diabo.

“No deserto, encontra-se a intimidade com Deus, o amor do Senhor. Jesus gostava de retirar-se todos os dias para lugares desertos para rezar. Ele nos ensinou a procurar o Pai, que nos fala no silêncio”, disse Francisco.

DAR ESPAÇO PARA A PALAVRA

“A Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É o tempo para se desligar do telefone celular e conectar-se com o Evangelho. É o tempo de renunciar a palavras inúteis, conversinhas, fofocas, mexericos e se aproximar do Senhor. É o tempo de se dedicar a uma ecologia saudável do coração, fazer uma limpeza nele”, acrescentou o Papa, reforçando que: “Jesus, chamando-nos no deserto, nos convida a prestar atenção no que interessa, no que é importante, no essencial”.

O Santo Padre ressaltou, ainda, que vive-se em um ambiente poluído pela violência verbal, por muitas palavras ofensivas e nocivas, que a rede amplifica. Hoje, insulta-se como se dissesse ‘Bom dia’. Somos submergidos de palavras vazias, publicidades e anúncios falsos. Acostumamo-nos a ouvir tudo sobre todos e corremos o risco de cair num mundanismo que atrofia os nossos corações. Custamos para distinguir a voz do Senhor que nos fala, a voz da consciência, do bem. Jesus, chamando-nos no deserto, nos convida a prestar atenção no que interessa, no que é importante, no essencial”, completou.

LUGAR DO ESSENCIAL

“O deserto é o lugar do essencial”, sublinhou o Papa, convidando todos a olharem para suas vidas e observarem quantas coisas inúteis os circundam. “Seguimos mil coisas que parecem necessárias, mas na realidade não são. Nos fará bem nos libertar de muitas realidades supérfluas a fim de redescobrir o que interessa e reencontrar o rosto de quem está ao nosso lado.”

Sobre isso, Jesus dá o exemplo por meio do jejum. “Jejuar é saber renunciar às coisas vãs, supérfluas, para ir ao essencial. Jejuar não é apenas para emagrecer, jejuar é ir ao essencial, é buscar a beleza de uma vida mais simples”, disse Francisco.

Por fim, o Papa  afirmou que o deserto “é o lugar da solidão”. “Ainda hoje, perto de nós, existem muitos desertos, muitas pessoas sozinhas. São pessoas sós e abandonadas. Quantos pobres e idosos estão ao nosso lado e vivem em silêncio, sem fazer barulho, marginalizados e descartados! Falar sobre eles não faz audiência. Mas o deserto nos leva a eles, àqueles que, em silêncio, pedem a nossa ajuda em silêncio. Muitos olhares silenciosos que pedem a nossa ajuda. O caminho no deserto quaresmal é um caminho de caridade para com os vulneráveis. Oração, jejum e obras de caridade: eis o caminho no deserto quaresmal”, concluiu o Pontífice.

(Com informações de Vatican News - foto Vatican Media)

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