Vaticano endurece política de ‘tolerância zero’ a abusos

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04 de agosto de 2018

O Papa Francisco aceitou duas renúncias nos últimos dias, demonstrando endurecimento na política de ‘tolerância zero’ diante do problema dos abusos sexuais praticados por alguns membros do clero. O Arcebispo Emérito de Washington, nos Estados Unidos da América, Theodore McCarrick, renunciou ao Colégio Cardinalício, perdendo privilégios e títulos, após ser acusado de abusos a menores e adultos. Aos 88 anos, ele está obrigado a se afastar de todo ministério público e a viver em “oração e penitência” até a conclusão dos processos canônicos. É a primeira vez na história que um cardeal renuncia por tal motivo. Também foi aceita a renúncia de Dom Philip Edward Wilson ao governo da Arquidiocese de Adelaide, na Austrália. Ele é acusado de encobrir denúncias. (FD) 

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Francisco visita idosa que não pode sair de casa

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04 de agosto de 2018

Uma senhora que já não consegue sair de casa, a quem o Papa conhecia quando ainda era cardeal, recebeu a visita inesperada do Pontífice no sábado, 28 de julho. No fim da tarde, ele chegou de surpresa à sua casa, que fica a alguns metros da igreja argentina Santa Maria Adolorata, em Roma. A idosa havia pedido para encontrá-lo diversas vezes, mas não conseguiu por problemas de saúde. Também alguns vizinhos da senhora tiveram a chance cumprimentá-lo, entre eles um homem doente. (FD)
 

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Dura crítica ao desperdício de comida

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04 de agosto de 2018

Recordando o milagre de Jesus na multiplicação dos pães e dos peixes, o Papa Francisco notou que todas as sobras de alimento foram recolhidas “para que nada fosse perdido”. Na oração do Ângelus, no domingo, 29 de julho, ele questionou: “Penso nas pessoas que têm fome e quanta sobra de comida nós jogamos fora. Cada um de nós pensemos: a comida que sobra no almoço, na janta, aonde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Joga-se fora?” 

Às 25 mil pessoas presentes, ele pediu: “Converse com seus avós que viveram no pós-Guerra [Mundial]. A comida se reaproveita, ou se dá a quem possa comer, a quem precisa. Nunca jogar fora o que sobra. É um conselho e também um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?” (FD).


 

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A intelectuais, Papa pede liderança renovada em vez de ‘slogans vazios’

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04 de agosto de 2018

Diante dos graves problemas sociais de hoje, a humanidade “precisa de pessoas e instituições que assumam uma liderança renovada”, disse o Papa Francisco em mensagem a mais de 500 teólogos reunidos em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, na sexta-feira, 27 de julho. “Não é preciso gritar slogans, que frequentemente permanecem vazios, ou o antagonismo daqueles que disputam quem é mais forte”, escreveu. “Precisamos de líderes que ajudem a descobrir e pôr em prática uma forma mais justa de viver para todos nós neste mundo, como partilhadores de um destino comum.” 

O texto foi escrito especialmente para o encontro de teólogos morais, realizado entre 26 e 29 de julho, como o tema “Um tempo crítico para construir pontes: Ética teológica católica hoje”. A crítica pareceu ser direcionada àqueles que preferem se colocar ideologicamente contra outros, em vez de trabalhar unidos por objetivos comuns. 

O congresso reuniu alguns dos principais nomes da teologia moral na atualidade, entre pesquisadores, professores e jornalistas. Eles buscaram apresentar propostas práticas para o comportamento humano na complexa realidade política atual. Pensam, por exemplo, em criar uma rede internacional de eticistas – proposta que o Papa aprova. 

Francisco explicou, ainda, o motivo de insistir na sua mensagem de que é preciso “construir pontes, e não muros”. Escreveu: “Continuo repetindo isso na viva esperança de que pessoas em todo lugar vão prestar atenção a essa necessidade que é cada vez mais reconhecida, 
embora, às vezes, encontre resistência por causa do medo e de formas de regressão. Sem renunciar à prudência, somos chamados a reconhecer todo sinal e mobilizar nossas energias para remover os muros de divisão e construir pontes de fraternidade em todo o mundo.”

O Papa convidou-lhes a serem apaixonados pelo diálogo. “Isso não quer dizer forçar uma uniformidade de pontos de vista, mas buscar, com sinceridade e boa vontade, uma convergência de propósitos, em abertura dialógica e discussão de perspectivas diferentes”, afirmou.


 

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Papa trabalha em documento sobre Migração, diz Cardeal Turkson

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20 de abril de 2017

 

O Cardeal Peter Turkson revelou ao O SÃO PAULO que o Papa Francisco está trabalhando em um novo documento sobre a questão migratória. “A publicação já foi preparada”, afirmou, sem dar maio- res detalhes, em rápida conversa com a reportagem em 30 de março. Após um encontro com jornalistas em Roma para falar do novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, ele acrescentou que, “a partir da semana do dia 2, provavelmente vamos começar a publicar material sobre o que estamos fazendo no novo dicastério, em linhas gerais”. A informação remete à reforma da Cúria Romana que vem sendo realizada pelo Papa. Desde o início de 2017, foram fundi- dos quatro escritórios do Vaticano para a criação do novo dicastério para o desenvolvimento humano, uma espécie de “ministério” para questões sociais. De acordo com o decreto que o instituiu (motu proprio), o dicastério é competente “em matéria de migração, dos necessitados, dos doentes e dos excluídos, dos marginalizados e das vítimas de conflitos armados e desastres naturais, dos prisioneiros, dos desempregados e das vítimas de qualquer forma de escravidão e tortura”.

Por enquanto, o Papa decidiu assumir pessoalmente as demandas sobre migração. “O Papa quis seguir ele mesmo o tema das migrações, dos refugiados, e agora o tráfico de pessoas. Ele quis dar atenção especial e isso é já uma indicação de ênfase”, comentou Dom Turkson no encontro com jorna- listas. “A atualidade do problema e sua importância merecem uma voz de autoridade da Igreja”. Ele explicou, ainda, que ao menos uma vez por mês os padres Michael Czerny e Fabio Baggio, subsecretários, se reúnem com o Pontífice para discutir o assunto.

O cardeal ganês afirmou à reportagem que um outro documento será divulgado em breve, detalhando a fusão dos departa- mentos e as questões estruturais e organizativas do novo dicastério. “Já preparamos isso, mas não falamos nada ainda porque queremos primeiro uma aprovação do Papa. No sábado, dia 1º, tenho uma audiência com o Santo Padre e esperamos logo tornar isso público”.

 

 

Amazônia e índios

Questionado pela reportagem sobre projetos na América Latina, Dom Turkson disse que pretende ampliar a atuação da Fundação Populorum Progressio. Criada em 1992 por São João Paulo II, a fundação procura envolver comunidades locais em agricultura, pecuária, infraestrutura, educação, dentre outros. “Queremos que a Fundação possa atender às necessidades das populações indígenas locais”, disse o Cardeal. “Isso está no topo da nossa lista.”

Ele citou o exemplo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), onde trabalha o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. “Aquilo é algo que começou aqui”, afirmou. “Estamos planejando trabalhar com os bispos na América do Norte também. Por causa da experiência amarga que os indígenas tiveram no passado, que- remos olhar para eles e ajudá-los”, disse.

 

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