INTERNACIONAL

COVID-19

Coleta para os Lugares Santos é adiada para 13 de setembro

Por Fernando Geronazzo
31 de março de 2020

Tradicionalmente realizada na Sexta-feira Santa, arrecadação feita nas igrejas do mundo para ajudar os cristãos da Terra Santa será na véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz

Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém (Foto: Divulgação/Custódia da Terra Santa)

A Custodia da Terra Santa comunicou nesta terça-feira, 31, que a Coleta para os Lugares Santos foi adiada para o dia 13 de setembro. A arrecadação feita tradicionalmente nas igrejas de todo o mundo na Sexta-feira Santa teve sua data transferida com a autorização do Papa Francisco, por meio da Congregação para as Igrejas Orientais, devido à situação de emergências causada pela pandemia de COVID-19.

"Assim, a Igreja universal poderá garantir a ajuda necessária à terra onde estão as raízes de nossa fé, fazendo um esforço de solidariedade e comunhão no sofrimento”, diz o comunicado.

NOVA DATA

A nova data escolhida para a coleta pontifícia será na véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz, que comemora a dedicação da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, ocorrida no século IV.

“Para todos os fiéis, permanece consolação que, nos lugares sagrados, as comunidades franciscanas continuem celebrando os ritos da Páscoa e rezando pelo fim imediato da pandemia, pelos doentes e suas famílias, por todos os que morreram do vírus e por todos os países afetados pela doença”, acrescenta a nota.

A COLETA

A Coleta para os Lugares Santos foi instituída por São Paulo VI em 25 de março de 1974, por meio da exortação apostólica Nobis in Animo.

“A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos Lugares Santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das Nações e nas maiores Organizações internacionais. Tal atenção é hoje primordialmente pedida em razão dos graves problemas de ordem religiosa, política e social ali existentes”, afirmou o Santo Padre, na Exortação Apostólica.                        

Em entrevista publicada pelo O SÃO PAULO em 6 de setembro de 2017, Frei Bruno Varriano, Guardião da Basílica da Anunciação, em Nazaré, recordou que já no tempo da Igreja nascente, o apóstolo São Paulo pedia uma coleta para os cristãos de Jerusalém, como relata o capítulo 16 da 1ª Carta aos Coríntios. “Até hoje, a ‘Igreja-mãe’ é pobre. São poucos os cristãos nos Lugares Santos e, por isso, não são suficientes para ajudarem na manutenção”, afirmou.

O Franciscano explicou que, com a ajuda financeira, são mantidas escolas e obras sociais e construídas casas para os cristãos, de modo especial para os que tiveram suas casas destruídas em Aleppo e Damasco, na Síria. “A coleta também ajuda a financiar bolsas de estudos para que cristãos possam estudar no exterior e depois voltar para ajudar na Terra Santa. Nós temos, por exemplo, a Escola Magnificat, que é a única no Oriente Médio onde estudam cristãos, muçulmanos e judeus, e cujos professores também são das três religiões. Um lugar extraordinário de encontro. Portanto, são muitas as iniciativas. Os cristãos em dificuldades na Terra Santa necessitam da nossa ajuda”.          

(Com informações da Agência SIR e Custódia da Terra Santa)            

 

 

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