Papa Francisco nomeia bispo para a vacante diocese de Paranavaí (PR)

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25 de abril de 2018

A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou na manhã desta quarta-feira, 25, a decisão do papa Francisco em nomear para a vacante diocese de Paranavaí, no Estado do Paraná, padre Mário Spaki, atualmente secretário-executivo do regional sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A diocese estava vacante desde a saída de dom Geremias Steinmetz, que assumiu a arquidiocese de Londrina, no Paraná (PR), em agosto do ano passado.

Mário Spaki

Natural de Irati (PR), padre Mário Spaki cursou Teologia pela Faculdade Gregoriana de Roma e Filosofia no Instituto de Filosofia e Teologia Mater Ecclesiae (IFITIME), da diocese de Ponta Grossa. Foi ordenado presbítero em 2003, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Irati (PR), por dom João Braz de Aviz. Entre suas atividades pastorais destacam-se a função de presidente da Comissão Regional dos Presbíteros do Paraná; secretário da Comissão Nacional dos Presbíteros do Brasil; reitor do Seminário São José e secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB.

Leia também: "Papa transfere arcebispo de Campinas (SP) para a arquidiocese de Mariana (MG)"

Confira, abaixo, a saudação da CNBB ao novo membro do episcopado:

 

Saudação da CNBB ao P. Mario Spaki

Brasília, 25 de abril de 2018

Prezado P. Mario Spaki.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acolhe, com alegria, sua nomeação como bispo da Diocese de Paranavaí (PR), anunciada hoje, 25 de abril, pelo Papa Francisco. E renovamos nossa gratidão pelo apreço do Santo Padre manifestado na solicitude de enviar pastores para nossas Igrejas Particulares.

Observando seu itinerário de formação e de serviços prestados à Igreja no campo da pastoral, da formação do clero, da promoção da missionariedade na Igreja, do aconselhamento e da comunicação social encontramos um perfil de um bispo que muito vai poder oferecer na missão que lhe foi confiada.

Saudamos sua nomeação com as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos membros da Congregação para os Bispos, em fevereiro de 2014, sobre o perfil episcopal: “’Ele confia os Pastores da Igreja à Palavra da graça que tem o poder de edificar e de conceder a herança’. Portanto, não donos da Palavra, mas entregues a ela, servos da Palavra. Só assim é possível edificar e obter a herança dos santos. A quantos se atormentam com a pergunta sobre a própria herança — ‘qual é a herança de um Bispo? O ouro ou a prata? — Paulo responde: a santidade. A Igreja permanece quando se dilata a santidade de Deus nos seus membros. Quando do íntimo do seu coração, que é a Santíssima Trindade, esta santidade brota e alcança todo o Corpo. Há necessidade de que a unção do alto escorra até à orla do manto. O Bispo nunca poderá renunciar ao anseio de que o óleo do Espírito de santidade chegue até à última orla da veste da sua Igreja”.

Renovamos o compromisso de união fraterna com o senhor e fazemos nossas preces para que seu trabalho seja fecundo.

Em Cristo,

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

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Papa transfere arcebispo de Campinas (SP) para a arquidiocese de Mariana (MG)

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25 de abril de 2018

O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira (25), o novo bispo da arquidiocese de Mariana (MG). Aceitando a renúncia de dom Geraldo Lyrio Rocha, o Papa nomeou como novo arcebispo dom Airton José dos Santos, até então arcebispo de Campinas (SP). A decisão de Francisco foi comunicada pela Nunciatura Apostólica no Brasil.

Dom Airton é bispo desde dezembro de 2001, quando o então papa João Paulo II, o nomeou bispo auxiliar para a diocese de Santo André (SP). Em agosto de 2004, foi nomeado também por João Paulo II bispo da diocese de Mogi das Cruzes (SP), onde ficou até fevereiro de 2012, quando o então papa Bento XVI o nomeou arcebispo metropolitano de Campinas (SP).

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Dom Airton José dos Santos

Nascido na cidade de Bom Repouso, no Sul de Minas Gerais, no dia 25 de junho de 1956, dom Airton foi ordenado sacerdote em dezembro de 1985, por dom Cláudio Hummes, então Bispo da diocese de Santo André.

Em sua trajetória atuou como diretor e formador na Casa de Formação dos Seminaristas da Filosofia do Seminário Diocesano de Santo André; coordenador diocesano da Pastoral Vocacional; coordenador diocesano da Pastoral Familiar; membro do Conselho de Presbíteros; e membro do Colégio de Consultores. Depois de 2 anos em Roma, onde obteve o Título de Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, foi nomeado chanceler do bispado e ecônomo da diocese. Dom Airton também foi secretário do conselho episcopal do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo) e atualmente é presidente do mesmo Regional. Foi também membro da Comissão Episcopal para os Tribunais Eclesiásticos de Segunda Instância.

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviou saudação em nome da entidade ao novo arcebispo de Mariana (MG).

Confira, abaixo, a saudação na íntegra:

 

Saudação da CNBB a dom Airton José dos Santos

Brasília, 25 de abril de 2018

Prezado Irmão, dom Airton José dos Santos.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) envia saudação ao senhor pela sua nomeação, publicada nesta quarta-feira, 25 de abril, pelo Papa Francisco, como novo arcebispo de Mariana (MG).

A missão que o senhor já cumpriu como bispo auxiliar em Santo André (SP), como bispo de Mogi das Cruzes (SP) e como arcebispo metropolitano de Campinas (SP) o conduz a um sereno abraço ao pastoreio da arquidiocese de Mariana (MG).

Saudamos sua nomeação com as palavras do Santo Padre, Papa Francisco, pronunciadas em encontro com Irmãos bispos no mês de setembro de 2016, em Roma: “Não tenhais medo de propor a misericórdia como resumo daquilo que Deus oferece ao mundo, porque o coração do homem não pode aspirar a nada de maior. Se isto não fosse suficiente para ‘dobrar o que é rígido, aquecer o que é gélido, endireitar o que está desviado’, o que mais teria poder sobre o homem? Então, estaríamos desesperadamente condenados à impotência. Teriam, porventura, os nossos temores o poder de contrastar os muros e abrir passagens? Por acaso as nossas inseguranças e desconfianças são capazes de suscitar docilidade e consolação na solidão e no abandono? Como ensinou o meu venerado e sábio Predecessor, é ‘a misericórdia que põe um limite ao mal. É nela que se expressa a natureza muito peculiar de Deus, a sua santidade, o poder da verdade e do amor’. Ela é ‘o modo como Deus se opõe ao poder das trevas com o seu poder totalmente diverso e divino’, precisamente ‘o poder da misericórdia’ (Bento XVI, Homilia, 15 de abril de 2007)”.

Em Cristo,

 

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

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Começa hoje o retiro da Assembleia Geral da CNBB

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14 de abril de 2018

O agostiniano recoleto, nascido em Navarra, na Espanha, dom José Luiz Azcona, tem uma história de grande significado para a luta contra o tráfico humano de pessoas e a prostituição infantil, especialmente na Ilha do Marajó, no Pará.

Nomeado bispo por São João Paulo II, em 1987, ele permaneceu na prelazia marajoara até a renúncia ao governo pastoral, em 2016. Dom Azcona está entre as pessoas ameaçadas de morte na região Norte. Esta realidade marca a sua espiritualidade. E é parte desta experiência de compromisso que ele vai compartilhar no retiro ao episcopado brasileiro que tem início neste sábado e se desdobra até o domingo.

“Às vezes falamos de cristo como a nossa paixão mas muitas vezes ocultamos e deixamos na sombra a sua identidade como crucificado”, disse. A identidade de Cristo, ao qual queremos seguir, disse dom Azcona, é marcada pelas chagas.

O bispo emérito informou que a temática do retiro dos bispos será a mesma do último documento do papa, lançado esta semana, a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”, na qual o pontífice quer “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos, desafios e oportunidades”.

“Aprofundaremos os desafios de sermos santos no mundo de hoje, dirigido com precisão à nossa realidade de bispos do Brasil”, disse. Para o religioso, as raízes da santidade e, portanto, do bispo hoje sempre estão na sua condição primeira de cristão. O bispo emérito afirma que é necessário chegar à identidade de cristão para ser missionário.

Sobre a sua vocação ao sacerdócio ele diz: “Deus foi muito misericordioso comigo. Eu fiz a experiência da graça de Cristo. Estive entre aqueles que denuncia o papa Francisco como ‘pelagianos’ e ‘voluntaristas’, e Deus me colocou nos trilhos da sua Graça e de seu Evangelho”, disse. E foi o seu sim que marcou sua opção missionária, especialmente quando atendeu a um pedido de seu provincial para vir ao Brasil. Desde então, segundo ele próprio diz, vem rompendo muitas barreiras, entre elas a cultural.

O retiro do episcopado brasileiro tem início às 15h30 do sábado, e termina às 11h30 do domingo, com uma missa no Santuário Nacional de Aparecida.

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56ª Assembleia Geral da CNBB tem início nesta quarta-feira, 11 de abril

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10 de abril de 2018

Tudo pronto para começar mais uma assembleia geral do episcopado brasileiro no Centro de Eventos padre Vítor Coelho de Almeida, no pátio do Santuário Nacional, em Aparecida (SP). O encontro se estenderá até o dia 20, incluindo os dias que os bispos dedicarão a um Retiro Espiritual. O tema central do encontro será: Diretrizes para a formação dos presbíteros na Igreja no Brasil.

Quadro episcopal

Segundo os dados atualizados pelo professor doutor Fernando Altemeyer Junior, chefe do departamento de Ciência da Religião da PUC-SP, o quadro geral da organização da Igreja no Brasil está desenhado do seguinte modo:

Circunscrições eclesiásticas

No Brasil há 277 circunscrições eclesiásticas: 44 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 216 dioceses, nove prelazias territoriais, uma arquieparquia de rito oriental, três eparquias orientais, um ordinariato militar, um exarcado, um ordinariato para fieis de rito oriental sem ordinário próprio, uma Administração Apostólica pessoal. A organização na Igreja Católica do Brasil acontece através da rede de 11.700 paróquias e 50.159 centros de atendimento pastoral.

Ministérios e ministros

Ministérios e ministros na evangelização são: 27.416 presbíteros, 3.849 diáconos permanentes, 2.073 membros de institutos seculares, 122.170 missionários leigos, 2.674 irmãos, 6.154 seminaristas maiores em 595 seminários de formação presbiteral, 29.868 religiosas consagradas e 700.000 catequistas.

Episcopado

O episcopado católico brasileiro entre vivos e falecidos de 25/02/1551 até 01/04/2018 somam 1.153 nomes: um Abade-bispo, 22 cardeais-arcebispos, 209 arcebispos, 802 bispos, 95 prelados, três prefeitos, 11 administradores apostólicos, dois exarcas e oito eparcas. São 477 bispos vivos e 676 bispos falecidos. Perfil dos bispos vivos em 01/04/2018 383 brasileiros, ou seja, 80,3% 94 estrangeiros, ou seja, 19,70% Origem geográfica dos 676 bispos falecidos até 01/04/2018 435 brasileiros, ou seja, 64,4% 241 estrangeiros, ou seja, 35,6% Todos os 1153 bispos católicos vivos e falecidos do Brasil até 01/04/2018 817 brasileiros, ou seja, 71 % 336 estrangeiros, ou seja, 29% Atualmente temos 476 bispos vivos no Brasil indicados pelos seguintes pontífices: 2 foram nomeados pelo papa São João XXIII 39 foram nomeados pelo papa beato Paulo VI Nenhum bispo nomeado pelo bem-aventurado papa João Paulo Primeiro. 229 bispos nomeados pelo papa São João Paulo II; 125 nomeados pelo papa Bento 16; 81 nomeados desde 19/03/2013 até 01/04/2018 pelo atual papa Francisco.

Episcopado atual

Há 308 bispos ativos na hierarquia católica no Brasil (com voz e voto na CNBB):

105 nomeados pelo papa São João Paulo II;

122 nomeados pelo papa Bento XVI, hoje emérito;

81 nomeados pelo atual papa Francisco.

Há 168 bispos eméritos: 2 nomeados pelo papa São João XXIII;

39 nomeados durante o papado de Paulo VI;

124 nomeados pelo papa São João Paulo II;

3 nomeados pelo papa Bento XVI;

Nenhum nomeado pelo atual papa Francisco.

Assembleia 2018

Episcopado reunido como CNBB: 476 pastores, sendo 308 bispos na ativa e 168 bispos eméritos (aposentados). Os bispos oriundos do clero diocesano são 279 pessoas, ou seja, 58,6% do episcopado e os que pertenceram a uma ordem ou congregação de vida consagrada são 198 pessoas, ou seja, 41,4% do episcopado brasileiro. por função institucional temos: Cardeais: 6 diocesanos + 3 religiosos. Arcebispos: 42 diocesanos + 29 religiosos. Bispos: 231 diocesanos + 165 religiosos.

Fonte:

ALTEMEYER Jr, Fernando. Perfil Episcopal da Igreja Católica no Brasil, São Paulo: Ed. Paulus, 2018.

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Sínodo dos Bispos será também ‘dos jovens’, diz Cardeal Baldisseri

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26 de fevereiro de 2018

Serão 300 os jovens e especialistas envolvidos na reunião preparatória do Sínodo dos Bispos sobre o tema da juventude. Os nomes dos escolhidos ainda não foram divulgados, mas a maioria deles foi indicada por conferências episcopais ou outros organismos da Igreja. “Trata-se de um evento em que os jovens serão os atores e protagonistas”, afirmou o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, em coletiva de imprensa realizada no Vaticano na sexta-feira, 16. 

“Não se falará somente deles, mas serão eles a falar de si mesmos com sua linguagem, entusiasmo e sensibilidade”, disse o Cardeal. Para ele, o Sínodo não será somente “sobre” e “para” os jovens, mas “dos” e “com” os jovens. A reunião, que será entre 19 e 24 de março, servirá principalmente para confrontar ideias, propostas e dificuldades de jovens de todo o mundo e apresentar um documento preparatório para o Sínodo, cuja assembleia geral será em outubro. “Essa data foi escolhida para que os jovens possam participar do Domingo de Ramos em Roma, data em que tradicionalmente se celebra a Jornada Mundial da Juventude”, explicou.

O documento resultante dos encontros de março será entregue ao Papa e, com base nele, a Secretaria do Sínodo dos Bispos elaborará o instrumentum laboris (instrumento de trabalho) dos padres sinodais. O instrumentum é sempre uma indicação inicial de possíveis temas e direções que o Sínodo poderá tomar.

De acordo com o Cardeal Baldisseri, uma palavra-chave desses encontros será “escuta”, algo muito presente no vocabulário do Papa Francisco. “Nesta reunião pré-sinodal, escutaremos os jovens ao vivo e a cores, para buscar compreender melhor a sua situação: o que pensam de si mesmos, dos adultos, como vivem a fé e quais dificuldades encontram para ser cristãos”, disse. Também serão levados em conta os obstáculos que os jovens enfrentam no discernimento de sua vocação.

Além dos jovens, participarão da reunião alguns pais, educadores, sacerdotes e agentes de pastoral juvenil, além de especialistas no tema, provenientes de diversas partes do mundo. Entre os jovens, há, inclusive, pessoas de regiões periféricas ou que tenham vivido situações de dependência química, guerra e prisão. 

“Queremos propor um método de troca e colaboração intergeracional, favorecendo o diálogo entre jovens e adultos, que, frequentemente, têm dificuldades de se comunicar na realidade cotidiana”, acrescentou Dom Lorenzo. Assim, os encontros devem propor um modelo que seja possível aplicar nas diversas realidades da Igreja.

 

INOVADORA PARTICIPAÇÃO  ON-LINE

Segundo o Cardeal, o formato desse Sínodo é inovador. A Secretaria do Sínodo dos Bispos colocou no ar, por seis meses, um questionário que foi respondido on-line por milhares jovens de todo o mundo e por pessoas envolvidas com o tema da juventude. Da mesma forma, a ideia é que jovens possam participar agora das discussões preparatórias, mesmo que não presentes em Roma nas atividades pré-sinodais. Por meio de páginas no Facebook, jovens de até 29 anos podem integrar a discussão. 

Cerca de 221 mil pessoas responderam ao questionário proposto pela Secretaria, dos quais 100,5 mil responderam a todas as perguntas. Foram 58 mil moças e 42,5 mil rapazes. Mais da metade tem de 16 a 19 anos. Mais da metade das respostas veio da Europa (56,4%), seguida de América Central (19,8%) e África (18,1%). Mais de 70% dos que responderam se declararam católicos. Em setembro, o Sínodo já havia organizado um seminário para discutir os temas mais recorrentes, que serviu para preparar as etapas posteriores.

“Os jovens usam hoje a internet e, especialmente, as redes sociais como um areópago natural, para se encontrarem, comunicarem e expressarem suas opiniões”, lembrou Dom Lorenzo, ao justificar a decisão de se realizar parte das discussões preparatórias também no ambiente digital. “Assim, os jovens de toda parte da Terra poderão não só seguir à distância os trabalhos em tempo real, mas interagir com os outros da sua mesma idade que estarão presentes em Roma e enviar sua contribuição”, disse. Tudo será considerado para o documento síntese final.

 

REUNIÕES EM MARÇO

De acordo com o Subsecretário do Sínodo dos Bispos, Dom Fabio Fabbene, os trabalhos da reunião preparatória com 300 participantes terão início com um encontro com o Papa Francisco, em 19 de março. O Santo Padre responderá a perguntas de cinco participantes de diferentes continentes. “A reunião pré-sinodal, de certa forma, se inspira na dinâmica da assembleia do próprio Sínodo. Não será simplesmente um congresso, um ciclo de palestras, mas haverá discussões dentro de grupos menores, divididos conforme a língua”, explicou o Bispo. 

Também um vídeo será realizado durante o encontro, além do documento conclusivo. Para Dom Fabbene, “os jovens se expressam mais facilmente com as novas tecnologias digitais e amam se comunicar com esse tipo de linguagem de narração, imagens e música”. Além disso, haverá momentos de oração, como uma Via-Sacra nas catacumbas de São Calisto e uma visita informal a Castel Gandolfo. 

Um subsídio já foi publicado em diversas línguas, que servirá tanto para os jovens presentes em Roma quanto para os jovens que desejam participar on-line. Mais detalhes podem ser encontrados no site do Sínodo (www.synod2018.va). Essa fase das discussões tem sido chamada informalmente de “We walk together”, ou “Nós caminhamos juntos”, em Inglês.

 

DESEJO DO PAPA

Foi um pedido do próprio Papa Francisco que a preparação do Sínodo sobre os jovens fosse mais participativa do que no passado. Ele frequentemente critica a cultura atual, chamando-a de “cultura do descarte”, porque em grande parte exclui os jovens e os idosos das discussões essenciais e das maiores decisões. 

Nesse sentido, durante a oração do Ângelus do domingo, 18, o Papa Francisco repetiu que seu desejo é que os jovens sejam protagonistas desse encontro preparatório. “Espero que possam intervir on-line por meio dos grupos de cada língua, moderados por outros jovens”, declarou. “A participação dos grupos em rede se unirá àquela da reunião que será realizada em Roma. Agradeço pela contribuição de vocês por caminhar juntos!”
 

 

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Formação de Presbíteros é tema central da 56ª Assembleia Geral

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09 de fevereiro de 2018

“Diretrizes para a Formação de Presbíteros” é o tema central a ser refletido pelos cerca de 485 bispos católicos do Brasil em 56ª Assembleia Geral (AG) que se realizará em Aparecida (SP) de 10 a 20 de abril deste ano. Antes, contudo, do texto ir para a plenária geral da 56ª AG para receber ainda acréscimos e a aprovação dos participantes o texto percorreu um caminho.

Um grupo formado por bispos e peritos se reuniu nos dias 5 e 6 de fevereiro na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília-DF, pela última vez para consolidar o texto a ser enviado aos bispos antes da assembleia. Os pastores ainda enviarão suas últimas sugestões a uma equipe de síntese cujo papel é fazer a sistematização final do texto que será apresentado à plenária do próximo encontro anual dos bispos.

“Na reunião dos dias 05 e 06 deste mês de fevereiro, consideramos as contribuições dos bispos e preparamos a segunda versão que, nos próximos dias, será enviada para os bispos para nova leitura e apresentação de sugestões”, disse dom Esmeraldo Barreto Farias, membro da equipe de redação do texto, e presidente da Comissão para a Ação Missionária da CNBB.

A Ratio Fundamentalis Instituitionis Sacerdotalis é um dos documentos considerados pela equipe que dá pistas para a formação de seminaristas e do clero da Igreja. Publicado no dia 8 de dezembro de 2016, atualiza as orientações de 1985 e explicita às Igrejas locais como realizar a formação dos futuros presbíteros e a necessidade de formação permanente. O texto destaca que o futuro padre deve ser acompanhado na totalidade das quatro dimensões que interagem simultaneamente no processo formativo e na vida dos ministros ordenados: humana, espiritual, intelectual e pastoral.

As atuais Diretrizes para a Formação Presbiteral foram aprovadas na 48ª Assembleia Geral da CNBB, em 2010, e já visavam enriquecer a formação espiritual, humana, intelectual e pastoral dos futuros sacerdotes “com novos impulsos vitais, consoantes com a índole peculiar de nosso tempo”.

Características do novo Presbítero 

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Jaime Spengler, é um dos responsáveis pela elaboração do texto. Ele conta que o novo presbítero, a ser buscado pela Igreja no Brasil, tem as seguintes características: “Homens verdadeiramente apaixonados pelo Evangelho do crucificado/ressuscitado, homens entusiasmados pela proposta do Reino e por isso capazes de se lançar generosamente no trabalho apostólico”, afirma.

O documento, em processo de elaboração no Brasil, do ponto de vista da formação assumiu as inspirações da Ratio Fundamentalis e suas quatro características que precisam ser destacadas:a formação deve ser única, integral, comunitária e missionária”.

Para o bispo auxiliar de São Paulo (SP) dom José Roberto Fortes, também membro da equipe preparatória do texto, os futuros padres devem ter um “coração semelhante ao coração de Cristo, o Coração do Bom Pastor, que sejam homens misericordiosos, que tenham espírito de serviço, se dediquem com todo seu ser a serviço da evangelização, tenham amor pelo povo, forme comunidades maduras e adultas na fé e colaborem com a graça de Deus para o advento do reino”.

Após a aprovação final pelo episcopado brasileiro em sua 56ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), ao texto segue para a Congregação para o Clero do Vaticano para ser referendado. Só então, o texto se tornará um documento da CNBB que vai orientar a formação de novos presbíteros no Brasil. Um conjunto de outros temas fazem parte da programação da 56ª Assembleia Geral dos Bispos.

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Desafios pastorais nas metrópoles é tema de encontro de bispos

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31 de julho de 2017

Arcebispos e bispos de grandes cidades e metrópoles brasileiras se reuniram nesta segunda-feira, no Centro de Formação Sagrada Família, em São Paulo, para refletirem sobre os desafios a ação evangelizadora nos grandes centros urbanos.

A iniciativa desse encontro, realizado há alguns anos, partiu dos arcebispos de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, mas também contou com a presença dos arcebispos e bispos de Brasília (DF), Salvador (BA), Ribeirão Preto (SP), Belém (PA) Osasco (SP) e São Miguel Paulista (SP).

Os bispos trataram da relação entre igreja e cidade e como lidar com situações novas que surgem, quer na própria Igreja Católica, quer no contexto da diversidade religiosa e social. “A cidade grande é um fenômeno relativamente recente na história do mundo. Nunca houve um período que tivesse cidades tantas cidades tão grandes como agora, ou a população tão densamente urbanizada”, afirmou Dom Odilo ao O SÃO PAULO, destacando que 80% da população brasileira vive em cidades.

“Nós temos que tomar consciência de que saímos de uma pastoral que era rural, de quando a maioria dos cidadãos e, portanto, também, os católicos, moravam no interior e, nas últimas décadas, essa situação foi mudando... Nós tínhamos soluções muito adequadas para aquela outra realidade. O mundo mudou e a Igreja tem que se adaptar porque o Evangelho é uma proposta para todas as pessoas, de qualquer época e que more em qualquer lugar”, afirmou Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador (BA).

Ainda de acordo com o Cardeal Scherer, o primeiro grande desafio da Igreja é ter uma pastoral que possa atender à grande população da cidade. “Temos, por exemplo, imensas áreas na periferia de São Paulo com paróquias com até mais de 100 mil habitantes”, disse.

Outro desafio é encontrar espaço também nas atenções do povo, católicos e não católicos, para a mensagem da Igreja. “É verdade que podemos usar os meios de comunicação, as mídias sociais. Mas nunca temos a certeza que a nossa mensagem, de fato, chega. Vamos semeando um pouco ao vento. Com certeza muitas sementes caem em terra boa. Porém, isso não dispensa a proximidade, a presença junto à vida das pessoas, para isso nós encontramos enormes dificuldades, inclusive para encontrar a abertura, o tempo, um pouco da atenção das pessoas”, acrescentou Dom Odilo.

Para Dom Orani, o encontro “é uma ótima oportunidade de partilha, de encontrar caminhos e ao mesmo tempo de conversarmos livremente sem nenhuma preocupação de decisão, de decisões, estes assuntos todos são complicados que depois cada cidade, cada metrópole tem sua própria realidade”.

“Os desafios que nós encontramos nas grandes metrópoles não devem ser enfrentados sozinhos, isoladamente. Eu acho que nós precisamos dialogar, refletir mais a respeito dos desafios pastorais das grandes cidades para ter uma ação mais eficaz e, na medida do possível, conjunta, já que muitos dos desafios eles se repetem, não são privilégios de uma grande metrópole, então eu creio que seja um motivo a mais para estar junto. A dimensão do desafio não permite que ele seja enfrentado isoladamente, mas também, o fato de compartilhar alegrias e dores comuns também nos leva, sem dúvidas, a pensar juntos o caminho a seguir”, salientou o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB.

Durante o encontro, os bispos também celebraram uma missa na intenção da Irmã Célia Cadorin, religiosa da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que morreu no sábado. “Irmã Célia representou alguém que deu um novo impulso às causas de beatificação e canonização”, afirmou Dom Odilo, referindo-se ao trabalho realizado pela religiosa nas causas de beatificação de vários brasileiros, dentre os quais, Santa Paulina, e Santo Antonio Galvão.

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‘A escola é da família e da comunidade’

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25 de abril de 2017

Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo coadjutor eleito de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, falou, em entrevista ao O SÃO PAULO, sobre o 4º volume da série “Pensando o Brasil”, que trata do tema da educação. O texto será apresentado na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que acontece, de 26 de abril a 5 de maio, em Aparecida (SP). Não se trata de um documento da CNBB, mas de um subsídio que tem como principal finalidade suscitar nas famílias, comunidades, escolas e universidades o diálogo sobre a realidade da educação no país.

O SÃO PAULO – Porque a CNBB decidiu elaborar um subsídio sobre o tema da Educação? Qual a perspectiva com a qual a Igreja se volta para esse tema?

Dom João Justino de Medeiros Silva – A CNBB trata, durante a Assembleia Geral, de temas específicos da realidade brasileira, com o objetivo de oferecer contribuições para a sociedade. Em 2014, refletimos sobre as “Eleições”. No ano seguinte, em 2015, tratamos da “Desigualdade Social no Brasil”. Já em 2016, nos debruçamos sobre o tema “Crises e Superações”. Todas essas reflexões estão disponíveis nas Edições CNBB na coleção “Pensando o Brasil”. No ano passado, decidimos que o tema da educação mereceria ser tratado com particular atenção. Para isso, começamos a trabalhar na produção do texto que foi partilhado com os bispos e, posteriormente, discutido e reformulado durante a Assembleia. Todos sabem da histórica atuação da Igreja no campo da educação, da qualificada contribuição oferecida à sociedade brasileira, por meio das escolas e universidades católicas. Essa experiência nos permite propor uma reflexão sobre a educação no Brasil.

O que mais preocupa a Igreja no Brasil no cenário da Educação brasileira?

São muitos os pontos que merecem nossa atenção. Talvez o mais urgente seja a fragilidade do sistema educacional brasileiro, que carece de um projeto consistente. Precisa tornar-se verdadeira política de Estado e não de governos. Temos assistido a uma sequência de mudanças e reformas que, embora produzam seus efeitos, ainda estão muito aquém do necessário para tornar o Brasil um país de referência na educação. O Brasil tem, ainda, altos índices de analfabetismo e de evasão escolar. Acrescentaria, também, o descaso com o magistério. Infelizmente, o país maltrata os professores e pouco investe na qualificação dos profissionais da educação. Oportuno é lembrar, por exemplo, que os professores dedicados à educação básica, na rede pública, recebem baixos salários. Nada pode ser pior para a educação que a desvalorização dos educadores. Outra situação preocupante: cada vez menos jovens escolhem os cursos de licenciatura ou de pedagogia.

Considerando os desafios do momento atual, qual o papel a que a família é chamada para melhorar a educação escolar em nosso país?

A família precisa compreender que a educação escolar é uma parceria com a sociedade que promove a educação dos filhos. Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos. Por isso, devem acompanhar a vida dos seus filhos na escola. Quanto maior for a interação entre família e escola, melhores serão os resultados. O estudante, sobretudo quando criança ou adolescente, é muito beneficiado ao perceber que seus pais e seus professores querem o seu bem. É urgente recuperar essa aliança ou pacto entre a família e a escola. Isso não vem pela força da lei, mas pela força do desejo e atuação dos pais, movidos a partir do propósito de promoverem o desenvolvimento de seus filhos.

Existe no subsídio uma análise dos problemas que as comunidades escolares (alunos, professores e gestores) estão enfrentando em seu cotidiano? Quais os problemas e as soluções indicadas pelo texto?

São sublinhados alguns princípios e também graves lacunas que não podem ser desconsiderados. Se o texto produzir diálogos, debates, estudos e despertar para maior cuidado com a educação, terá alcançado seu objetivo. Com certeza, muitos educadores terão como enriquecer a discussão a partir de suas práticas e estudos. Não se melhora a educação fora do caminho do diálogo, da troca de ideias, da partilha de experiências, do compromisso em participar da vida escolar ou universitária.

As pessoas, muitas vezes, querem ajudar a melhorar a educação escolar no Brasil, mas não sabem o que fazer. O texto trará pistas nesse sentido? Quais são, a seu ver, as principais?

Sim, algumas pistas são apontadas. E poderão despertar as famílias, os educadores e as comunidades para outras ações. Na quarta parte do texto apresentamos as pistas organizadas em quatro âmbitos: o compromisso de todos na sociedade; o compromisso de todos na gestão escolar e nas famílias; a avaliação do esforço educacional na realidade local; pistas para ação da comunidade católica. Importante observar que o documento se destina a toda sociedade brasileira. Ao apresentar algumas indicações para a ação da comunidade católica, tivemos a intenção de destacar a importância do agir das famílias e comunidades católicas como um incentivo a que atuem mais no acompanhamento da educação. Reconhecemos que nos últimos tempos houve um distanciamento das famílias e comunidades do ambiente escolar.

Qual a contribuição específica que as comunidades católicas podem dar para a solução desses problemas?

Apontaria três contribuições. Em primeiro lugar, pautar o tema da educação nos grupos, especialmente os grupos de famílias e comunidades. Sem reflexões e diálogos relacionados ao campo da educação, é difícil promover avanços. Também é muito importante a participação dos familiares nos diferentes colegiados - na escola onde estão os filhos, nos municípios e outras instâncias. Com certa frequência, chega-se muito tarde para participar de discussões e processos. Não raramente, as contribuições são oferecidas apenas quando interesses específicos estão em debate. Agir assim é insuficiente. É o acompanhamento que permite compreender processos, dificuldades, buscar soluções. Assim, torna-se urgente reconhecer a necessidade de atitudes cidadãs, principalmente dos cristãos, que são chamados a “ser sal da terra e luz do mundo”. Em terceiro lugar, indicaria aos pais e líderes das comunidades que fizessem tudo para reatar o pacto educativo. Isto significa reconhecer que a escola é da família e da comunidade. Nesse sentido, deve ser garantida a presença dos pais e da comunidade como corresponsáveis nos processos relacionados à educação. E a Pastoral da Educação tem muito a contribuir nesse sentido.

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