O desafio de atualizar as novas diretrizes para a Igreja no Brasil e eleger a nova presidência da CNBB

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26 de abril de 2019

De 1º a 10 de maio acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida do Santuário Nacional de Aparecida (SP), a 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) da qual podem participar, segundo o Estatuto da CNBB, os 323 bispos na ativa, os 171 bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja. Este ano, a AG tem a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023.

A versão que os bispos aprovarão na 57ª AG, produzida inicialmente pela Comissão Especial sobre a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023, foi objeto de sugestões e emendas dos órgãos da CNBB, como seu Conselho Permanente, dos bispos, dos organismos e pastorais da Igreja no Brasil. Sua atualização teve início ainda na 56ª AG do ano passado quando os bispos apontaram as primeiras sugestões.

O arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, coordenador dos trabalhos desta comissão, lembra que a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pelos bispos do Brasil, é o foco do documento. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das grandes cidades”, acentua.

Segundo o presidente da Comissão Especial, o grupo recebeu significativas contribuições. A tendência da equipe, segundo dom Belisário, foi acolher todas as emendas propostas, exceto as que apresentaram caráter contraditório. A equipe se encontrou mais uma vez antes da antes da 57ª AG com a missão de incorporar as últimas contribuições enviadas. É desta reunião, reforça, que saiu o texto final que será aprovado pelos bispos em Aparecida (SP).

Estrutura do documento

 As Diretrizes que os bispos aprovarão estão estruturadas a partir da imagem da comunidade cristã como “casa”. No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por “quatro pilares”: Palavra, Pão, Caridade e Missão.

O texto está estruturado em 4 partes. A primeira, que inclui uma introdução e o 1º capítulo, aprofunda os rumos da Igreja no mundo urbano atual. O 2º capítulo aprofunda o olhar dos discípulos missionários; o 3º capítulo trata da ideia-força da Igreja nas Casas, retomando a inspiração das primeiras comunidades cristãs; O 4º, e último capítulo, constitui-se de indicadores que apontam sobre qual que maneira a Igreja em Missão no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo urbano.

“Fundamentalmente, a nossa pergunta é: como que a nossa Igreja no Brasil agora se coloca diante deste novo momento da realidade brasileira?”, questiona dom Belisário. O desafio, após a 57ª AG, será transformar estas Diretrizes em projetos pastorais que, respeitando a unidade da Igreja em todo o Brasil, respondam às realidades regionalmente diversificadas.

A 57ª AG da CNBB também tem como desafio eleger a nova presidência da CNBB para o próximo quadriênio. Esta é composta pelo presidente, vice-presidente e secretáriogeral. Na ocasião também serão eleitos os 12 presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e o delegado e o suplente junto ao Conselho Episcopal Latino Americano (Celam).

Outros temas prioritários e diversos como reuniões, comunicações, celebrações e retiro integram a pauta da Assembleia. Esta edição prevê, inicialmente, duas mensagens e carta final sendo uma ao papa Francisco e outra ao prefeito da Congregação para os Bispos.

Diariamente, acompanhe os detalhes sobre a 57ª Assembleia Geral da CNBB no site do jornal O SÃO PAULO e nos noticiários da rádio 9 de Julho.

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Bispos refletem sobre os urgentes desafios da educação no País

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18 de fevereiro de 2019

A educação, um dos pilares de uma sociedade bem desenvolvida, foi o tema central da 29ª edição do Curso Anual para os Bispos do Brasil, promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, no Rio Comprido, entre os dias 5 e 8 de fevereiro.

No encontro, os Bispos de todo o País foram convidados a refletir sobre a temática “Urgentes desafios para a educação no Brasil hoje”. Entre eles, estava o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello. De acordo com o Arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, “temos a oportunidade de discutir esse assunto que tem uma grande mudança no Brasil, a partir da qual há uma disponibilidade de ouvir a Igreja no que diz respeito à educação. São oportunidades que os bispos têm para ouvir propostas para suas vidas, para a Igreja e a sociedade”, disse.

Um dos organizadores do curso, em 1990, o Bispo Emérito, Dom Karl Josef Romer explicou como se dá a escolha da temática a ser abordada. “Sempre buscamos temas urgentes, ou seja, quais são os problemas para a Igreja do Brasil neste momento? ”, esclareceu.

Apesar de o curso ser destinado aos Bispos, os vigários episcopais dos diversos vicariatos da Arquidiocese do Rio também estiveram presentes. Segundo o vigário episcopal para a Educação, Padre Thiago Azevedo, “o vicariato, recém-criado na Arquidiocese, tem tido essa grande preocupação de reanimar, revitalizar e, sobretudo, enfatizar a missão educadora da Igreja”.

O secretário da Congregação para a Educação Católica, Dom Angelo Vincenzo Zani, abordou os temas: “Da Gravissimum educationis a hoje: temas e documentos do percurso pós-conciliar”, “Orientações do Magistério sobre estudos eclesiásticos: a Constituição Apostólica Veritatis Gaudium e a Instrução sobre estudos de Direito Canônico” e “A Igreja e as universidades católicas. A constituição Apostólica Ex corde Ecclesiae e suas perspectivas hoje”.

Dom João Justino de Medeiros Silva, Arcebispo de Montes Claros (MG), trabalhou a temática: “Rumos da educação no Brasil e a atuação da Igreja”. Ele deu início à palestra afirmando que, atualmente, não há mais uma proximidade entre a Igreja e escola, tal como nos tempos de outrora.

O professor Italo Fiorin, abordou “Os riscos e os desafios da educação na cultura e na sociedade de hoje” e “Educar à luz da visão do Papa Francisco”. Segundo ele, “o contexto social e cultural em que vivemos e operamos não é um dado imutável, mas um desafio para a nossa identidade como educadores e uma possibilidade que desafia a nossa responsabilidade pessoal e coletiva”, sublinhou.

O Curso para os Bispos do Brasil, realizado no Centro de Estudos no Sumaré, contou com a presença do professor Felipe Nery, que abordou os temas: “Problemas do modelo de educação existente no Brasil: qual perfil de pessoas estamos formando?” e “Possibilidade para as escolas paroquiais atualmente”.

No encontro, também esteve presente o secretário executivo adjunto do Ministério da Educação, Eduardo Miranda Freire de Melo, que destacou a importância das Igrejas cristãs no processo educacional. “Pretendemos ajudar e apoiar todas as pessoas e organizações que tenham a educação como múnus principal. Então, a Igreja Católica e as demais Igrejas cristãs cumprem um papel muito importante na disseminação e no formato da educação. A tradição da educação no Brasil passa pela educação cristã, a partir de seus fundamentos, uma vez que o próprio Jesus disse: ‘Ide e ensinai a todos os povos’”. Completou defendendo que o ensino religioso confessional (o qual se trata de uma disciplina para uma crença específica) tem a necessidade de ouvir a população.

(Com informações: Carlos Mioli/Arquidiocese do Rio de Janeiro)
 

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Sínodo dos Bispos chega ao fim e propõe maior empatia na relação com os jovens

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01 de novembro de 2018

“Caminhar juntos” é proposta de todo Sínodo dos Bispos, mas este, em especial, foi percorrido na companhia dos jovens. Após consultas em todo o mundo e uma reunião pré-sinodal em Roma, o Sínodo, ocorrido de 3 a 28 de outubro, refletiu sobre o caminhar da Igreja com os jovens. Entre as diversas resoluções está a de “escutar e ver os jovens com empatia”. Na missa de encerramento, o Papa Francisco refletiu sobre três atos que favorecem o crescimento na fé: escutar, fazer-se próximo e testemunhar. 

O documento final do Sínodo, que serve de base para o Papa escrever uma exortação pós-sinodal, fala do desejo da Igreja de alcançar todos os jovens, sem nenhuma exclusão. “A Igreja, no momento em que esse Sínodo escolheu se ocupar dos jovens, fez uma opção bem precisa: considera essa missão uma prioridade pastoral da época, para a qual deve investir tempo, energias e recursos”, diz o número 119. “Desde o início do caminho de preparação, os jovens expressaram o desejo de serem envolvidos, apreciados e de se sentirem protagonistas da vida e da missão da Igreja”.

De acordo com Dom Vilson Basso, Bispo de Imperatriz (MA) e padre sinodal, essa opção pelos jovens ficou clara no documento. “O Sínodo foi experiência de uma Igreja que quer aprender e encontrar caminhos com os jovens. A Igreja jovem. Partindo o pão e ouvindo a Palavra, quer abrir os olhos numa grande saída missionária, a partir da belíssima notícia do Cristo Ressuscitado”, disse ao O SÃO PAULO

Como ele, os outros padres sinodais evitaram criar uma distinção entre jovens e Igreja, falando, em vez disso, de uma “Igreja jovem”. “A participação responsável dos jovens na vida da Igreja não é opcional, mas uma exigência da vida batismal e um elemento indispensável para a vida de toda comunidade. As dificuldades e fragilidades dos jovens nos ajudam a ser melhores, as suas perguntas nos desafiam, as suas dúvidas nos questionam sobre a qualidade da nossa fé”, lê- -se no número 116. 

A imagem bíblica que representa esse caminho é a dos discípulos de Emaús. Conforme o Evangelho de Lucas, eles encontram Jesus ressuscitado, mas não o reconhecem imediatamente. Jesus caminha com eles enquanto se afastam da comunidade cristã de Jerusalém. Porém, ao se revelar aos discípulos, eles voltam e passam a compartilhar a experiência do Cristo Ressuscitado.

 

ESCUTAR, FAZER-SE PRESENTE, TESTEMUNHAR

“Também nós caminhamos juntos, fizemos Sínodo”, disse o Papa Francisco na missa de encerramento no domingo, 28. Referindo-se à passagem do Evangelho de Marcos que narra o “ministério itinerante” de Jesus e a adesão do cego Bartimeu, o Papa refletiu sobre três atos que favorecem o crescimento na fé.

Escutar, disse ele, é o “apostolado do ouvido”. “Gostaria de dizer aos jovens, em nome de todos nós adultos: desculpem se muitas vezes não os escutamos, e se, em vez de abrir o coração, enchemos os seus ouvidos. Como Igreja de Jesus, desejamos nos colocar à escuta com amor”, disse, na homilia. 

“Fazer-se próximo”, explicou, é envolver-se diretamente com as pessoas. “A fé passa pela vida. Quando a fé se concentra puramente sobre as formulações doutrinais, arrisca-se a falar só à cabeça, sem tocar o coração”, afirmou. “E quando se concentra só em fazer, arrisca-se a se tornar moralismo e reduzir-se ao social.”

Por fim, testemunhar é o terceiro passo. “Não é cristão esperar que os irmãos que estão à procura [de respostas] batam à nossa porta. Temos que ir até eles, e não levando nós mesmos, mas Jesus.”

 

AMADURECIMENTO NA FÉ

O jovem Lucas Galhardo, representante brasileiro no Sínodo, avalia que este tenha sido, para ele, uma experiência de amadurecimento na fé. “Foi viver a sinodalidade: caminhar juntos, sentir-se escutado e poder contribuir. É importante continuar esse caminho nas nossas comunidades. Levar essa cultura da escuta, para que a Igreja seja lugar de acolhida e mostre o amor de Jesus a todos”, disse. 

Nesse sentido, Dom Gilson Andrade da Silva, Bispo Coadjutor de Nova Iguaçu (RJ) e padre sinodal, comentou que se sentiu “enviado pelo Santo Padre” ao fim do Sínodo. “Foi uma experiência da universalidade da Igreja, de amizade e colaboração, sobretudo com os jovens. Vamos levar o desejo de estar próximos dos jovens, fomentar esse testemunho no nosso meio, e ajudá-los a se tornar protagonistas desta época”, completou. 

Em 60 páginas, o documento final apresenta uma série de propostas para uma ação pastoral com os jovens – e não só para os jovens. Entre elas, uma maior interação entre os grupos já existentes; a ideia de que toda pastoral juvenil também é vocacional; o acompanhamento pessoal dos jovens e a formação de mais leigos e consagrados nesse ministério; uma maior ênfase nos jovens durante a formação dos seminaristas e religiosos; e uma presença mais ativa no mundo digital, incentivando boas práticas para evitar notícias falsas e discursos de ódio. 

O texto está disponível, em italiano, no site do Vaticano, contudo em breve será traduzido para todas as línguas. “O Espírito Santo nos presenteia esse documento, também a mim, para podermos refletir sobre o que quer dizer a todos nós”, disse o Papa ao fim do Sínodo.
 

 

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Sínodo: o Papa entrega o Docat aos jovens auditores

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25 de outubro de 2018

A 19ª congregação geral do Sínodo dos Bispos dedicada aos jovens, teve início na manhã de quarta-feira, 24, e prosseguiu na parte da tarde com os trabalhos dos Padres para a elaboração do esboço do Documento final. Os participantes tiveram a possibilidade de tomar a palavra e entregar por escrito à Secretaria do Sínodo suas observações. Estas serão colocadas no texto definitivo pelo relator geral, Cardeal Sérgio da Rocha e pelos secretários especiais, os padres Giacomo Costa e Rossano Sala, coadjuvante dos especialistas.

 

 

 

 

Francisco entrega o Docat aos jovens auditores

A Sala do Sínodo teve um particular momento de festa quando o Papa entregou a todos os jovens auditores um exemplar do Docat: o livro que apresenta a Doutrina Social da Igreja numa linguagem jovem e dinâmica. O material foi desenvolvido com base em importantes documentos da Igreja desde Leão XIII até o atual pontificado do Papa Francisco, ele mesmo no prefácio, nos diz que “é um manual de instruções que nos ajuda, com o Evangelho, em primeiro lugar, a transformarmo-nos a nós mesmos, depois a transformarmos o nosso ambiente mais próximo e, por fim, o mundo inteiro”.

O sonho do Papa é que esta mudança aconteça pelas mãos dos jovens. “Eu espero que um milhão de jovens, mais ainda, que uma geração inteira seja, para os seus contemporâneos, uma Doutrina Social em movimento”, diz Francisco.

 

Hoje a peregrinação dos Padres Sinodais na Via Francígena: 300 inscritos

A próxima congregação geral, a 20ª será realizada na tarde de sexta-feira, 26, logo depois da reunião da Comissão para a redação do documento final: os presentes serão chamados para eleger os membros do XV Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos.

No entanto, nesta quinta-feira, 25, os padres Sinodais participarão junto com os auditores do Sínodo e os jovens das paróquias romanas a uma paregrinação de 6 quilômetros até o túmulo de São Pedro, percorrendo a Via Francígena. A peregrinação partirá do Parque de Monte Mario (bairro de Roma) e seguirá até a Basílica do Vaticano, onde será celebrada uma missa junto ao túmulo de Pedro com a presença do Papa, presidida pelo cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos.

 

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Sínodo dos Bispos trabalha no documento final e enviará mensagem aos jovens de todo o mundo

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24 de outubro de 2018

O documento final do Sínodo dos Bispos sobre os jovens deve ser revisado e aprovado esta semana. Após 20 dias de muito trabalho, entre debates e apresentações na assembleia geral e em pequenos grupos, os padres sinodais agora avaliam os rascunhos do documento apresentados por uma comissão de redação. 

O texto deve destacar, entre outros temas, a importância do acompanhamento dos jovens na fé para que tenham um “encontro pessoal com Jesus Cristo”. Diversos resumos dos grupos linguísticos, chamados “círculos menores”, colocam esse encontro no centro de todo processo da pastoral juvenil. Trata-se de um encontro espiritual, por meio da oração e do discernimento, mas também concreto, por meio do serviço aos mais necessitados. 

Além disso, menciona-se a necessidade de boa formação dos acompanhadores; um maior papel dos leigos nesse campo, inclusive das mulheres; uma melhor integração dos grupos e movimentos que já trabalham com os jovens; o impacto do mundo digital e seus aspectos positivos; o testemunho dos mártires e cristãos perseguidos; a importância de melhorar a preparação dos jovens para o acesso aos sacramentos; um diálogo mais aprofundado sobre a sexualidade, entre outros assuntos. 

“Sentimos que o Sínodo é uma oportunidade de manifestar a opção preferencial pelos jovens, traduzida em escolhas concretas e corajosas em nível paroquial, diocesano, nacional e internacional”, diz o relatório do grupo de Língua Portuguesa, liderado pelo Cardeal João Braz de Aviz e cujo relator é Dom Joaquim Augusto da Silva Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, em Portugual. 

O grupo indica, também, que o acompanhamento juvenil seja considerado como um verdadeiro processo de iniciação na fé cristã e na vida eclesial. “Em relação ao mundo digital, os jovens devem ser motivados a ser protagonistas na evangelização e não somente destinatários da Igreja, pois são aqueles que melhor podem inculturar o Evangelho nesse ambiente”, diz o texto.

 

MENSAGEM AOS JOVENS

Durante as assembleias gerais, surgiu a ideia de se enviar uma mensagem do Sínodo aos jovens de todo o mundo. Enquanto o documento final é direcionado ao Papa, com o objetivo auxiliá-lo no governo da Igreja, essa mensagem seria endereçada diretamente aos jovens. 

A secretaria formou, então, uma comissão para a redação da mensagem. Além de quatro padres sinodais e um especialista nos temas da pastoral juvenil, integram esse grupo o Frei Alois, Prior da Comunidade Ecumênica de Taizé, na França, famosa por seus encontros internacionais de jovens e por seus cantos no mundo inteiro; e duas jovens: a Irmã Briana Santiago, da Congregação das Apóstolas da Vida Interior, e a indonésia Anastasia Indrawan, membro da comissão para os jovens da conferência episcopal de seu país. 

Cerca de 30 jovens participam do Sínodo como auditores e, na sexta-feira, 26, haverá um momento de descontração com os padres sinodais, com música e atividades recreativas.
 

 

‘LEVAR O EVANGELHO A TODOS, COM OS JOVENS’

Anunciando o que recebeu gratuitamente, a Igreja pode compartilhar com os jovens “o caminho e a verdade” que conduzem ao sentido da vida nesta terra – diz o Papa Francisco na mensagem para a Jornada Missionária Mundial, celebrada no domingo, 21.

“Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-se para a nossa liberdade e provoca  buscar, descobrir e anunciar esse sentido verdadeiro e pleno”, afirma o Pontífice. “Caros jovens, não tenham medo de Cristo e da sua Igreja!” Conforme a sua própria experiência, o Papa Francisco afirma que ele encontrou na fé o fundamento de seus sonhos e a força para realizá-los. 

“Vi muito sofrimento e muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E, ainda assim, para quem está com Jesus, o mal é provocação a amar cada vez mais”, acrescenta. “Muitos homens e mulheres, muitos jovens se doaram generosamente, às vezes até o martírio, por amor ao Evangelho e serviços aos irmãos”, diz o Papa.

 

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Dom Eduardo, Sínodo: será entregue ao Papa um material muito rico

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22 de outubro de 2018

Dia de reflexão nos trabalhos da XV Assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Na manhã do último sábado tivemos a 17ª Congregação Geral que teve no centro dos trabalhos, os 14 Relatórios dos Círculos Menores sobre a terceira parte do Instrumentum Laboris. Nesta segunda os padre sinodais têm uma pausa para refletir sobe o conteúdo dos relatório e sobre a proposta do texto final do Sínodo.

Para a Igreja é necessária – lê-se em alguns dos 14 Relatórios dos Círculos Menores - uma conversão pastoral e missionária que não seja um mero exercício técnico, mas uma exigência do seguimento de Cristo; uma conversão voltada à renovação da própria Igreja para aspirar a ser mais, a servir mais. Com efeito, o sonho do Sínodo é uma Igreja mais em conformidade ao Evangelho. E uma contribuição essencial para implementar tal conversão vem precisamente dos jovens: eles - sublinham os Padres Sinodais – não devem ser somente um objeto "receptor" preferencial da ação pastoral, mas também sujeitos protagonistas e participantes ativos nos processos de tomada de decisão, em uma ótica de corresponsabilidade e colegialidade, porque eles têm algo precioso para oferecer, com o qual o Senhor pode operar milagres.

Para o padre sinodal, Dom Eduardo Pinheiro, Bispo de Jaboticabal-SP, os trabalhos têm caminhando muito bem e ele acredita que o material que será entregue ao Papa será um material muito rico por causa da diversidade dos olhares, dos pensamentos e dos sonhos de bispos, de leigos, de jovens.

No entanto, afirma Dom Eduardo, esta será uma semana muito delicada, muito exigente, porque chegamos ao final, e como todo final de uma reflexão, se espera algumas coisas mais de orientação, práticas. Porém não podemos ter uma quantidade muito grande coisas práticas porque cada realidade é uma realidade diferente.

 

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Bispos chineses no Sínodo: aqui há uma única fé da Igreja, somos uma grande família

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15 de outubro de 2018

Em uma entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News, os dois bispos da China continental, John Yang Xiaoting e Joseph Guo Jincai, expressaram sua alegria por estarem presentes pela primeira vez em uma assembléia sinodal.

A alegria de pode participar de um Sínodo, pela primeira vez, a recepção calorosa e a consciência de fazer parte de uma grande família, a da Igreja, são alguns dos sentimentos expressos pelos dois bispos da China continental John Baptist Yang Xiaoting e Joseph Guo Jincai em ocasião de uma entrevista concedida em 12 de outubro, à redação chinesa da Rádio Vaticano - Vatican News no Palazzo Pio. Os dois bispos relataram sua experiência sinodal e descreveram a atividade pastoral de suas dioceses.

Excelências, vocês poderiam expressar seus sentimentos por sua presença no Vaticano para este Sínodo sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional?

Dom Joseph Guo JincaiComo bispo chinês, estou feliz em participar do Sínodo pela primeira vez. Sentimos que a Igreja é uma família e recebemos uma recepção calorosa. Juntamente com o Papa, os cardeais e os bispos de todo o mundo, falamos sobre os problemas relativos aos jovens, o discernimento das vocações e como enfrentar os desafios do nosso tempo. Nós sentimos que aqui há a única fé da Igreja e que somos uma grande família. Nós compartilhamos nossas reflexões com outros bispos e discutimos as questões atuais que devemos enfrentar.

Dom John Yang: Concordo com Dom Guo. Eu tenho o mesmo sentimento a esse respeito. Este Sínodo é feito para os jovens de todo o mundo. Para os jovens chineses, este Sínodo é muito atual e os temas que foram discutidos são o que precisamos para a formação vocacional e são como um guia. Para nós este Sínodo é muito significativo, uma boa experiência.

Vocês poderiam nos falar sobre a realidade vocacional dos jovens chineses, o acompanhamento da vocação e da formação?

Dom Joseph Yang: Desde 2002 trabalho com a formação no seminário, ao qual dedico grande parte do meu tempo. Para a formação e o discernimento, penso que os problemas encontrados são semelhantes aos de outros países do mundo. Para o discernimento das vocações, trabalhamos na formação, no catecismo, na importância do conceito de vocação, que não é somente para os consagrados, mas também para os leigos. No discernimento, começamos de um trabalho pastoral, para que os jovens possam olhar para sua própria vocação sob diferentes pontos de vista. Nas dioceses mais preparadas há o Comitê para as Vocações e a Pastoral Juvenil, que oferecem acompanhamento em diversos aspectos da vida.

Falando de vocações religiosas, há projetos para ajudar os jovens a discernir?

Dom John YangComo eu dizia, nas dioceses mais preparadas há o Comitê para as vocações e os jovens são acompanhados por sacerdotes quer na formação como na fé, assim como no crescimento humano. Esses projetos começaram há mais de uma década na Igreja na China. Convocamos os seminários importantes, lançamos projetos e discutimos sobre como lidar com os atuais desafios e desenvolvimentos no futuro.

O casamento também é uma vocação. Para os jovens que pretendem seguir essa vocação, suas dioceses têm projetos de formação ou acompanhamento?

Dom Joseph Guo Jincai: Sob a orientação dos bispos, dioceses e em cada paróquia temos os Departamentos de acompanhamento especialmente para os jovens casados ​​e aqueles que estão se preparando para o casamento, oferecendo-lhes cuidados pastorais. A Exortação "Amoris laetitia" expressou o amor do Papa Francisco pelos jovens e pelas famílias. Creio que isso seja importante para todas as famílias, porque cada família recebe o chamado de Deus. Cada família e a vocação da família estão ligadas ao crescimento da Igreja e ao serviço da sociedade. Portanto, a estabilidade da família trará o bem para toda a sociedade. Devemos rezar pelas famílias e por esta vocação, para que com a fé possam ser guardadas as promessas matrimoniais e continuem a seguir este chamado de Deus, para isso rezamos pelos jovens e pelas famílias.

Dom John YangNas diversas dioceses na China continental são realizadas diversas atividades  em favor do casamento e da família. Cada diocese, de acordo com suas próprias exigências, oferece uma formação pré-matrimonial e durante o casamento. Algumas dioceses, mais preparadas ou que dispõe de recursos, ajudam as paróquias a oferecer cursos para os jovens, sempre sob a orientação do Comitê Pastoral. Algumas dioceses têm seu próprio centro, com cursos regulares ou de curta duração, também têm um treinamento sobre ética matrimonial que ajuda muito os jovens na vida conjugal.

Qual tema do Sínodo você mais impressionou vocês?

Dom Joseph Guo JincaiA palavra que todos nós temos dado importância e que permaneceu em mim: vocação. Mas qual é a vocação? A vocação é o chamado de Deus, Deus chama cada pessoa, porque cada um de nós é criado por Ele. Agora sentimos que a nossa tarefa é ainda mais difícil no tema da vocação dos jovens. Somos chamados a proclamar o Evangelho, a fortalecer nossa fé e a servir nossa sociedade, dando nossa contribuição ao país. Esperamos também que com a vocação possamos levar a paz ao mundo.

Dom John YangO tema deste Sínodo, a fé e o discernimento vocacional, é muito interessante, significativo e atual para a Igreja de hoje. A Igreja fala hoje dos problemas que devemos enfrentar, de como ajudar os jovens a viver a sua fé e encontrar os verdadeiros valores em suas vidas. Esta é uma das discussões mais importantes. Neste tema, temos visto dificuldades e desafios em outros países do mundo. Na realidade, este Sínodo ajuda-nos a compreender como podemos acompanhar os jovens no trabalho pastoral, como ajudá-los a testemunhar a sua fé seguindo a sua vocação.

Neste Sínodo, falou-se muitas vezes de uma palavra chave: "escutar", ou seja, escutar e acompanhar, ouvir a voz dos jovens. Quais são seus pensamentos sobre isso?

Dom Joseph Guo JincaiEu compartilhei minha reflexão no Círculo Menor em francês, junto com cardeais e bispos de diferentes nacionalidades. De fato, quando falamos juntos, isso já é escutar, ou seja, ouvir as vozes dos jovens vindos de diferentes nações, e escutar também significa acompanhar. Escutar permite que os jovens já não se sintam mais sozinhos, já não são mais sem esperança quando têm dificuldades, porque a Igreja sempre será sua família e os acompanhará para sempre.

Dom John YangDesde o início, neste Sínodo, tanto nas Congregações Gerais como nos Círculos Menores, há muitos que falam, também jovens e leigos. E para refletir sobre seus discursos, até mesmo os dos cardeais e bispos, para mim também é escutar. Por isso, a palavra escutar é realmente concretizada neste Sínodo.

O que vocês gostariam de dizer aos jovens e aos católicos chineses?

Dom Joseph Guo JincaiJovens irmãos na fé, o nosso propósito mais sentido neste Sínodo é justamente o de ouvir as vozes dos jovens em diferentes situações, também  a dos jovens chineses. Nós rezamos por vocês e vamos acompanhá-los, ouvindo suas necessidades. Ajudar-vos-emos com o cuidado pastoral, como Jesus ressuscitado escutava e acompanhava os dois jovens no caminho de Emaús. Que Deus cuide de vocês!

Dom John Yang: Acho que neste momento os jovens e os católicos querem saber que inspiração lhes poderia advir deste Sínodo. Eles aguardam uma mensagem alegre. Eu gostaria de compartilhar meu desejo com os jovens na China continental. Este Sínodo é para jovens de todo o mundo e também para jovens chineses. Aqui se fala de acompanhamento, de buscar resolver os problemas dos jovens, da orientação para os jovens na fé. Eu gostaria de dizer a vocês: a Igreja precisa de jovens, a Igreja ama os jovens e, acima de tudo, vê que os jovens são o futuro da Igreja. O Senhor ama os jovens, a Igreja ama os jovens, nós, bispos, amamos os jovens.

 

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Papa aos jovens: apaixonem-se pela liberdade de Jesus

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08 de outubro de 2018

O Santo Padre encontrou-se na tarde deste sábado, 6, na Sala Paulo VI com cerca de sete mil jovens por ocasião do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano de 3 a 28 do corrente.

Testemunhos e cantos marcaram o evento, do qual o Papa participou desde o primeiro momento. 

Após os testemunhos, o Papa ouviu nove perguntas, às quais disse que não poderia responder porque, do contrário, “anularia o Sínodo”. “As respostas devem vir de todos, sem medo.” Mas ofereceu aos jovens alguns ideias para refletir, concentrando-se em alguns aspectos.

 

Encontrar o próprio caminho

O primeiro deles, a importância de cada um fazer o seu próprio caminho, “sejam jovens em caminho olhando o horizonte, não o espelho” ou sentados no sofá. “Encontrem a si mesmos fazendo, indo em busca do bem, da verdade e do belo”.

 

Coerência de vida

Outro conceito reiterado pelo Papa foi a coerência de vida. Isso é fundamental não só para os clérigos, que correm o risco de ceder às tentações do clericalismo, mas também para os jovens. “Sigam a estrada das bem-aventuranças. Não o caminho da mundanidade, do clericalismo, que é uma das piores perversões da Igreja.”

 

Leilão

Francisco também foi enfático ao recordar à juventude de que ela não tem preço. “Vocês não são mercadorias num leilão. Por favor, não se deixem comprar, não se deixem seduzir, não se deixam escravizar pelas colonizações ideológicas. Apaixonem-se pela liberdade de Jesus.”

 

Testemunho concreto

O Papa falou ainda dos riscos representados pela rede e a necessidade de um testemunho “concreto, não líquido” e a coragem do acolhimento. “Os populismos estão na moda, que nada têm a ver com o popular. O popular é a cultura do povo. O populismo é o contrário: é o fechamento num único modelo. O amor é a palavra que abre todas as portas.

O Pontífice finalizou falando da importância das raízes e do diálogo entre as gerações. “Tomem as raízes e levem-nas avante para dar fruto e também vocês se tornarão raízes dos outros.”

Muito obrigado. Estas são orientações. As respostas, a eles (padres sinodais)!, disse o Papa em tom de brincadeira.

 

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Luz para ver, força para querer

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06 de outubro de 2018

“Não temas, de agora em diante serás pescador de homens”. Com estas palavras, Cristo transforma a vida de Simão e, a partir de então, o pescador da Galileia fica sabendo para que vive. Como ele, cada pessoa, mais cedo ou mais tarde, depara-se com esta pergunta: “Qual é a minha missão na vida?”

Durante os próximos dias, o Sínodo dos Bispos refletirá em Roma sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Além de pedir ao Espírito Santo que ilumine os padres sinodais, aproveitemos esta ocasião para meditar sobre o nosso próprio caminho, porque todos temos uma vocação divina, todos somos chamados por Deus à união com Ele.

A fé é uma luz poderosa, capaz de iluminar o nosso futuro e de inspirar desejos de plenitude. Num momento da vida em que talvez a segurança da infância cambaleie e, também, a luz da fé possa se debilitar, é preciso recordar a nossa verdade mais profunda: somos filhos de Deus e fomos criados por amor. Ele realiza a chamada mais radical: chama-nos, a cada um e a cada uma, a sermos plenamente felizes ao seu lado. O Criador não nos lança na vida e se esquece de nós. Aquele que cria, ama e chama. Por isso, o discernimento do nosso caminho deve estar iluminado pela fé no amor de Deus por nós, por cada um. 

“Não temas”, diz Jesus a Pedro. “Não tenham medo de escutar o Espírito que lhes sugere escolhas audazes”, escrevia o Papa na sua carta aos jovens para anunciar este Sínodo. A nossa procura pessoal pode gerar certo desassossego, porque experimentamos a vertigem da liberdade. Serei feliz? Terei forças? Valerá a pena comprometer-se? Também nesses momentos, Deus não nos abandona. Ele nos inspira, se soubermos escutá-lo. É isso que lhe pedimos cada vez que rezamos a mais bela das orações: “seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no 
céu”; faça-se a tua vontade em mim, em ti, em cada um de nós.

Pensando em tantos jovens que desejam secundar os planos de Deus, peçamos que recebam não só luz para ver seu caminho, mas também força para querer unir-se à vontade divina. Ajuda-nos o pensamento de que, quando Ele pede alguma coisa, na realidade está oferecendo um dom. Não somos nós que lhe fazemos um favor: é Deus quem ilumina a nossa vida, enchendo -a de sentido.

Deus queira que todos, jovens e adultos, compreendamos que a santidade não só não é um obstáculo para os nossos sonhos, mas é o seu ponto culminante. Todos os desejos, todos os projetos, todos os amores podem fazer parte dos planos de Deus. Como lembra São Josemaria, “a caridade bem vivida já é santidade”. 

A vida cristã não nos leva a identificar-nos com uma ideia, mas com uma pessoa: com Jesus Cristo. Para que a fé ilumine os nossos passos, além de perguntar-nos: “Quem é Jesus Cristo para mim?”, pensemos: “Quem sou eu para Jesus Cristo?” Descobriremos, assim, os dons que o Senhor nos deu e que estão diretamente relacionados com a nossa missão. Assim, amadurecerá mais e mais em nós uma atitude interior de abertura às necessidades dos outros, saberemos estar a serviço de todos e veremos com mais clareza qual é o lugar que Deus nos confiou neste mundo.

Numa sociedade que com frequência pensa demais no bem-estar, a fé nos ajuda a erguer o olhar e descobrir a verdadeira dimensão da existência. Se formos portadores do Evangelho, a nossa passagem por esta terra será fecunda. Sem dúvida, a sociedade inteira se beneficiará de uma geração de jovens que, a partir da fé no amor que Deus tem por mim, pergunte-se: “Qual é a minha missão nesta vida? Que rasto deixarei?”

Monsenhor Fernando Ocáriz é Prelado do Opus Dei 

 

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Começa o Sínodo dos Bispos sobre os jovens

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05 de outubro de 2018

No Sínodo dos Bispos, os jovens terão voz e falarão todos os dias aos padres sinodais. Além da reunião pré-sinodal, em março, na qual cerca de 300 jovens estiveram em Roma e debateram o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, agora, na reunião dos bispos, eles terão de novo a chance de intervir. Também por meio das redes sociais, receberão informações sobre o Sínodo e poderão comentar. 

São 34 os jovens “auditores” convidados a participar dessa assembleia, com 18 a 29 anos de idade. “Seguimos um critério de representação geográfica, de atuação na pastoral juvenil em diferentes partes do mundo”, explicou o Cardeal Lorenzo Baldisseri, em coletiva de imprensa na segunda-feira, dia 1º. Ele é o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos e, portanto, o principal responsável pela sua organização.

Também foram convidados membros de diversos movimentos eclesiais. “Os jovens convidados poderão participar das discussões nos círculos menores e poderão participar como os padres sinodais e dar a sua colaboração”, acrescentou Dom Lorenzo. Os círculos menores são debates em pequenos grupos, em seis línguas diferentes. “É importante a presença deles. Os jovens não são o objeto, mas o sujeito deste Sínodo.” 

Todos os dias, a sessão de abertura terá uma breve apresentação de um dos jovens. Isso garantirá a eles e oportunidade de falar a todos os padres sinodais simultaneamente – 266 bispos, padres e religiosos de dioceses e congregações em todo o mundo, além das igrejas orientais e da Cúria Romana. No total, são 49 auditores, entre jovens e formadores. Além deles, outros 23 especialistas auxiliarão na orientação dos trabalhos e na redação dos documentos.

O cardeal brasileiro Dom Sergio da Rocha, relator-geral deste Sínodo sobre os jovens, comentou, na mesma conversa com os jornalistas, o chamado Instrumentum Laboris. Trata-se do documento que orienta as atividades do Sínodo. 

“O percurso de escuta que precedeu o Sínodo recolheu milhares de páginas de testemunhos, reflexões e pedidos provenientes de todo o mundo. O Instrumentum Laboris recapitula todas essas contribuições, ajudando-nos a ter um olhar integral e integrado das questões que temos que tratar”, disse o Cardeal, definindo o documento como “quadro de referência”, ou seja, texto que oferece tanto o método quanto os conteúdos para as reuniões.

Assim como o Instrumentum é dividido em três partes – reconhecer, interpretar e escolher – também as reuniões do Sínodo seguirão o mesmo “mapa de ação”. 

“Será necessário que nos deixemos interpelar pelas inquietudes dos jovens, também quando colocam em questão as práticas da Igreja ou envolvem questões complexas, como a afetividade e a sexualidade”, disse Dom Sergio. “Nos nossos contextos eclesiais, é muito fácil falar dos jovens ‘por ouvir dizer’, fazendo referência a estereótipos ou modelos juvenis que talvez já nem existem mais”, analisou. 

Segundo o Arcebispo de Brasília, há uma espécie de “idealização” e de “ideologização” dos jovens. “Às vezes, fazemos referência à nossa juventude e pensamos que os jovens de hoje vivam as nossas mesmas experiências. Mas deste modo, inevitavelmente, perdemos de vista os traços característicos dos jovens de hoje.”

 

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