‘Não cabe a nós escolher quem pode viver ou quem deve morrer’

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24 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo presidiu a missa desta sexta-feira, 24, na capela de sua residência, na intenção do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5581, que visa descriminalizar o aborto para mulheres grávidas infectadas como zika vírus.

“Pedimos a Deus que ilumine os ministros que devem fazer esse julgamento para que tomem a decisão certa. Nosso posicionamento é sempre em defesa da vida e da dignidade humana e não cabe a nós escolher quem pode viver ou quem deve morrer”, afirmou o Arcebispo, enfatizando, ainda, que “a vida é sempre um dom, mesmo quando ela não é perfeita ou completa”. 

Protocolada em 2016 pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), a ação teve a votação adiada em maio do ano passado e começou a ser votada nesta sexta-feira, por meio de voto escrito, em plenário virtual do STF.

O MILAGRE

Na homilia, Dom Odilo refletiu sobre o Evangelho do dia (Jo 6,1-15), que inicia uma longa narrativa sobre a vida pública de Jesus, que começa com o milagre da multiplicação dos pães. O Cardeal chamou a atenção para alguns aspectos dessa cena. Um deles é que o povo em grande quantidade seguia Jesus, em primeiro lugar, por causa dos doentes que ele curava. “É por isso que a Igreja, ao longo dos tempos, sempre teve especial atenção pelos doentes”, destacou.

Outro detalhe destacado pelo Cardeal é a multidão reunida em torno do Mestre em um lugar onde não havia como se alimentar e Jesus se preocupa em dar o alimento “não só da Palavra, mas também do corpo”. Jesus, então, perguntou a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”.

Em seguida, o Senhor multiplicou e partilhou com a multidão os cinco pães e dois peixes que havia com um menino. O Cardeal observou que todos se alimentaram bem e ainda sobraram 12 cestos, que Jesus mandou que fossem recolhidos e não desperdiçados.

PÃO DA VIDA

Dom Odilo recordou, ainda, que, nesse momento de crise, muitas pessoas já não têm o que comer e, por isso, a sociedade precisa de organizar para quer todos possam se alimentar e que não haja desperdício de alimentos. “O desperdício ofende a Deus e ao próximo”, disse. 

O Arcebispo também explicou que esses sinais realizados por Jesus, em seguida, ao longo do Evangelho, ajudam a compreender que Jesus é o verdadeiro pão da vida. “O pão de cada dia nos nutre e precisamos dele para a vida deste mundo, mas precisamos do pão que nutre para a vida eterna”.

IGREJA DE CRISTO

A primeira leitura da missa (At 5,34-42) narra como terminou o julgamento dos Apóstolos no Sinédrio. Enquanto eram acusados, correndo o risco de serem mortos por anunciarem a ressurreição de Jesus, levantou-se um fariseu chamado Gamaliel que, com sabedoria, aconselhou os mestres a lei a deixarem os réus irem embora.

“Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!”, alertou o fariseu, que disse, ainda: “Se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los”.

A partir dessas palavras, Dom Odilo ressaltou que, ao longo dos séculos, foram muitas as pessoas que desejaram o fim do cristianismo e da Igreja. “As portas do inferno não vão prevalecer contra ela. Nós que estamos à frente da Igreja podemos errar, ser pecadores, mas a Igreja não vai acabar, por vem de Deus”, afirmou, destacando que essas palavras de Gamaliel no início do caminho dos cristianismo continuam a sustentar a Igreja ao longo de sua história.

DIGNIDADE HUMANA

Por fim, lembrando novamente o julgamento no STF, o Cardeal pediu que os responsáveis pelo julgamento “coloquem a cabeça no lugar e não se ponham a julgar contra o próprio Deus; que tenham a ajuda do Espírito Santo e não se oponham àquilo que é bom, justo, verdadeiro e respeitoso: a dignidade da pessoa humana”.

LEIA TAMBÉM: 

Descriminalização do aborto volta à pauta do STF nesta sexta-feira

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA SEXTA-FEIRA: 

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CNBB emite nota contra a descriminalização do aborto em infectadas por zika vírus

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21 de abril de 2020

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com segmentos, instituições, homens e mulheres de boa vontade, convocou a todos, por meio de uma nota oficial, pelo empenho em defesa da vida, contra o aborto. A entidade se dirigiu, publicamente, como o faz em carta pessoal, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para compartilhar e ponderar argumentações, e considerar, seriamente, pelo dom inviolável da vida.

CLIQUE E LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA

Reiterando que a fé cristã compromete, de modo inarredável, na defesa da vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural, a nota salienta que este compromisso de fé é também um compromisso cidadão, em respeito à Carta Magna que rege o Estado e a Sociedade Brasileira, como no seu artigo quinto, quando reza sobre a inviolabilidade do direito à vida.

No texto, a presidência da CNBB demonstra a preocupação e perplexidades, no grave momento de luta sanitária pela vida, neste tempo de pandemia, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de pautar para este dia 24 de abril, em sessão virtual, o tratamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP, que pede dentre outras questões relacionadas ao zika vírus, a descriminalização do aborto caso a gestante tenha sido infectada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.

Na oportunidade, a Conferência reiterou sua imutável e comprometida posição em defesa da vida humana com toda a sua integralidade, inviolabilidade e dignidade, desde a sua fecundação até a morte natural comprometida com a verdade moral intocável de que o direito à vida é incondicional, e disse que o mesmo deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana.

“Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto. São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto”, diz um trecho da nota.

A CNBB reafirma, ainda, fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, o repúdio ao aborto e quaisquer iniciativas que atentam contra a vida, particularmente, as que se aproveitam das situações de fragilidade que atingem as famílias. “São atitudes que utilizam os mais vulneráveis para colocar em prática interesses de grupos que mostram desprezo pela integridade da vida humana. (S. João Paulo II, Carta Encíclica Evangelium Vitae, 58)”.

A entidade espera e conta que a Suprema Corte, pautada no respeito à inviolabilidade da vida, no horizonte da fidelidade moral e profissional jurídica, finalize esta inquietante pauta, fazendo valer a vida como dom e compromisso, na negação e criminalização do aborto, contribuindo ainda mais decisivamente nesta reconstrução da sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça, do respeito incondicional à dignidade humana e na reorganização da vivência na Casa Comum, segundos os princípios e parâmetros da solidariedade.

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Bispos pedem que vacina seja produzida sem o uso de células de bebês abortados

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20 de abril de 2020

Uma vacina efetiva e segura contra o novo coronavírus tem sido buscada por diversos laboratórios ao redor do mundo, mas seu desenvolvimento deve evitar associações com o aborto, pedem líderes pró-vida em uma carta ao governo norte-americano, enviada na sexta-feira, dia 17.  

Entre os signatários estão Dom Joseph. F. Naumann, Arcebispo de Kansas City e Presidente da Comissão Pró-Vida da Conferência Episcopal Norte-Americana, numerosos bispos e lideranças do movimento pró-vida.

A carta, direcionada ao comissário da Administração e Medicamentos dos Estados Unidos (em inglês, Food and Drug Administration), Dr. Stephen M. Hahn, afirma “ser de suma importância que os americanos tenham acesso a uma vacina produzida dentro dos padrões éticos: nenhum americano pode ser forçado a escolher entre ser vacinado contra este vírus potencialmente mortal e violar sua consciência”.

“Estamos conscientes que, entre tantas vacinas que estão sendo atualmente desenvolvidas, algumas estão sendo produzidas com o uso de linhas celulares velhas criadas a partir de células de bebês abortados (...) Felizmente, outras vacinas, como as que estão sendo produzidas pela Sanofi Pasteurs, Inovio e do Instituto de Pesquisa Médica João Paulo II utilizam células não ligadas a procedimentos e métodos antiéticos”, afirma a carta.

Os signatários salientam o caso da empresa Janssen Pharmaceuticals, que possui um contrato com o governo federal norte-americano e que está trabalhando em uma vacina a partir de linhas celulares geradas de bebês abortados.

A carta foi enviada, em cópia, também ao presidente Donald Trump, ao vice-presidente Mike Pence e ao Secretário de Saúde do país, Alex M. Azar II.

Um documento de 2005 da Pontifícia Academia para a Vida considerou os aspectos morais de vacinas preparadas a partir de linhas celulares que descendam de bebês abortados. No documento, o Vaticano concluiu que é permitido aos católicos usarem vacinas produzidas dessa maneira, desde que não haja outras opções. Entretanto, asseverou-se que os católicos têm o dever de usar as vacinas produzidas dentro dos padrões éticos em detrimento das produzidas de maneira antiética.

Em 2008, o documento Dignitatis Personae, da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou que, por “razões graves”, as vacinas produzidas em desacordo com a ética pode ser utilizadas, como, por exemplo, se há “perigo para a saúde das crianças”.

Entretanto, permanece o dever dos católicos “de manifestar o próprio desacordo na matéria e pedir que os sistemas sanitários disponibilizem outros tipos de vacina”.

Fonte: Catholic News Agency

 

 

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No México, Marcha da Mulher termina em vandalismo de templos

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14 de março de 2020

Uma marcha na Cidade do México, capital do país, tornou-se violenta, quando algumas manifestantes vandalizam templos católicos, monumentos públicos e prédios particulares nas ruas da cidade.

Uma grande confusão ocorreu fora da Catedral Metropolitana da Assunção da Virgem Maria aos Céus, da Cidade do México. Feministas, muitas das quais usando máscaras, atiraram tinta e líquido inflamáveis na igreja. Um grupo de católicos se uniu fora da catedral para protegê-la durante a marcha, e um contingente de policiais mulheres foi deslocado para o local.

Manifestantes também jogaram Coquetéis Molotov no Palácio Nacional do México, a residência oficial do presidente, deixando algumas pessoas com queimaduras e outros ferimentos. Além disso, janelas de carros e portas de edifícios foram destruídas.

O governo afirmou que 80 mil pessoas participaram da Marcha, que defendeu, abertamente, o “direito” ao aborto, com o uso de bandanas verdes, a cor usada pelas feministas mexicanas para simbolizar a luta pela legalização do aborto.

Alguns grupos contra o aborto distribuíram panfletos e colocaram banners descrevendo o aborto como feminicídio. Os banners foram rasgados durante a marcha.

Igrejas e prédio públicos foram também vandalizados em outras cidades do país. Em Hermosillo, Católicos que assistiam à missa foram atacados por um grupo com máscaras. Os fiéis montaram barricadas dentro da igreja com os bancos, para evitar que as feministas vandalizassem o interior do templo.

Fonte: Catholic News Agency

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Justiça veta legalização do aborto até as 16 semanas de gravidez

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11 de março de 2020

A corte suprema da Colômbia não permitiu que o aborto seja considerado legal nas primeiras 16 semanas de gravidez. Conforme determinação divulgada no dia 2, a Corte Constitucional do país, que é o equivalente ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, definiu que não deve ser alterada a lei do aborto colombiana.
O aborto permanece, portanto, legal em apenas três casos específicos: estupro, malformação do feto e risco de saúde para a mãe, inclusive saúde mental. A descriminalização desses casos ocorreu em 2006 e, a cada ano, são realizados mais de 16 mil abortos legais no país.
Grupos que defendem a descriminalização completa vêm tentando mudar a lei desde então, tornando-a mais permissiva. Movimentos de defesa da vida, por outro lado, pressionavam por uma proibição completa. O tribunal rejeitou novas interpretações da lei atual e se declarou impossibilitado de legislar no lugar o Parlamento.
Diante das tentativas de permitir a “interrupção voluntária” da gravidez independentemente das causas, a Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) declarou satisfação, embora com cautela, com a decisão da suprema corte do país. O Presidente da Comissão para Promoção e Defesa da Vida, Dom Juan Vicente Córdoba Villota, reiterou que a Igreja defende “que a vida seja respeitada desde a concepção até a morte natural”.
 

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Corte Constitucional da Colômbia não amplia permissões para aborto

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07 de março de 2020

A Corte Constitucional da Colômbia, por seis votos a três, rejeitou o pedido que pretendia ampliar o direito ao aborto naquele país até a 16ª semana de gestação. Por outro lado, rejeitou as demandas para proibir o aborto no território nacional.  

A decisão foi tomada no dia 2. Ativistas pró-vida, no lado de fora do tribunal, comemoram o resultado como um “triunfo que dá esperança”, nas palavras de Jesús Magaña, presidente da plataforma Unidos pela Vida.

Desde 2006, o aborto, em caso de risco de vida para a mãe, violação sexual ou malformações fetais tornou-se legal no país. O Ministério da Saúde trabalha numa regulamentação da lei de aborto, que, a partir de uma decisão da Corte Constitucional de 2018, passou a ser considerado um “direito humano”.

Em janeiro deste ano, a doutora em Direito Constitucional da Universidade de Sorbonne em Paris, Natalia Bernal Cano, ajuizou duas ações perante a Corte Constitucional para defender os direitos do não nascidos, para que o aborto seja proibido no país. Em resposta a essas ações, um juiz entrou com uma ação pedindo o aumento do direito ao aborto.

“Ganhamos uma batalha, mas não a guerra contra o lobby do aborto que pretendia ampliar o prazo para esta prática até 16 semanas”, disse Magaña.

No dia do julgamento, milhares de pessoas se manifestaram a favor da vida diante à Corte e em aproximadamente 30 cidades da Colômbia. Protestaram, também, devido à morte de Juan Sebastián Medina, que foi abortado com quase 8 meses de gestação.

Em um comunicado, a plataforma Unidos pela Vida lamentou que a Corte “não se pronunciou no fundo e deixou de lado a demanda da Dra. Bernal”.

Fonte: ACI Prensa

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Jovem com síndrome de Down luta contra lei que permite aborto de deficientes

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06 de março de 2020

Aos 24 anos, Heidi Crowter (foto) decidiu entrar na Justiça contra o governo britânico numa tentativa de mudar a lei que autoriza o aborto até o nascimento em casos de crianças consideradas “seriamente deficientes”.
Em uma nota enviada à agência Catholic News Service (CNS), Heidi declarou: “No momento, no Reino Unido, bebês podem ser abortados até o nascimento se forem considerados seriamente deficientes. Essa definição me inclui, só porque tenho um cromossomo a mais”.
A jovem, que vive em Coventry, na Inglaterra, entrou em ação conjunta com  Cheryl Bilsborrow, cujo filho de 2 anos também tem síndrome de Down.
Heidi e Cheryl levantaram objeção contra a provisão de 1967 que permite o aborto de bebês até 24 semanas de gestação, mas não estabelece um prazo nos casos de bebês com deficiência – o que inclui a síndrome de Down, o lábio leporino e o pé torto congênito.
Segundo elas, o objetivo é que a Suprema Corte do país mude a lei atual, pois esta “inadmissivelmente viola a dignidade de pessoas com deficiência”. Dados do Departamento de Saúde do Reino Unido mostram que, em 2018, houve 3.269 abortos por motivos de deficiência, dos quais 618 foram realizados porque o feto tinha síndrome de Down.
No Reino Unido, o aborto também é permitido em casos de risco de vida para a mãe ou riscos à sua saúde física ou mental, com a autorização de dois médicos.
 

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Bispos lançam campanha contra legalização do aborto

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14 de fevereiro de 2020

Os bispos da Argentina lançaram, no dia 5, a campanha “Sim à mulher, sim à vida”. Trata-se de uma iniciativa de conscientização da população do país contra a intenção do atual governo argentino de legalizar o aborto. 
Uma carta aberta foi publicada pela conferência episcopal, atualmente presidida por Dom Oscar V. Ojea, Bispo de San Isidro. Segundo o documento, a campanha terá o seu ápice no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, quando os bispos devem concelebrar uma missa “pela proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural”.
Em dezembro do ano passado, o presidente Alberto Fernández declarou que pretendia levar adiante um novo projeto de lei, dizendo que o tema é uma crise de saúde pública. Em 2018, um projeto muito parecido foi rejeitado no Senado após tramitar pela sétima vez no Parlamento. Em teoria, outro parecido só pode ser apresentado na próxima legislatura.
No fim de janeiro, Fernández visitou o Papa Francisco e, segundo comunicado do Vaticano, os dois conversaram sobre o tema da defesa da vida.
O presidente anterior, Mauricio Macri, demonstrou posições dúbias sobre a interrupção da gravidez, ao incentivar, por vezes, uma flexibilização das regras atuais, que permitem o aborto somente em casos de estupro, ameaças à vida da mãe ou à sua “saúde social”, e por outras, ao dizer que a prática deve se restringir aos casos previstos em lei.
Desta vez, os bispos da Argentina estão adotando uma posição pública mais crítica, contrária a qualquer projeto que vise a permitir o aborto no país. Em ocasiões anteriores, eles delegaram a grupos de fiéis leigos a mobilização contra a lei. Agora, procuram passar a mensagem de que a luta pela defesa da vida inclui tanto a vida do bebê quanto a da mulher.


Fontes: Conferência Episcopal Argentina e Crux
 

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‘Para qualquer problema há uma solução que não será encontrada no aborto’

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05 de novembro de 2019

Quem passa pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo, na praça em frente ao Hospital Pérola Byington, tem encontrado pessoas em uma vigília pacífica de oração. Elas participam da campanha global “40 Dias pela Vida” (www.40daysforlife.com), que este ano acontece simultaneamente, até 3 de novembro, em 505 cidades do mundo, com o intuito de conscientizar as comunidades locais sobre os malefícios do aborto.
Desde 25 de setembro, das 8h às 20h, em grupos, em família ou individualmente, muitos católicos têm se colocado em atitude de oração na praça, igualmente como tem sido feito em outras partes do mundo em locais próximos a hospitais ou centros médicos onde se realizam abortos, ainda que com respaldo legal. 
Desde que foi amplamente estruturada, em 2007, a campanha já ocorreu em mais de 800 cidades de 56 países, e permitiu que 16 mil vidas fossem salvas. Além disso, 191 trabalhadores pediram demissão de seus postos de trabalho em centros de aborto e 104 destes locais já foram fechados, uma vez que, ao longo dos 40 dias, também é feito um chamado ao arrependimento daqueles que trabalham em ambientes que praticam o aborto, bem como das instituições que financiam tais instalações.
“É muito importante que todos se levantem e saiam às ruas contra este crime e também o façam para dar esperança de vida às mulheres que estão passando por uma crise na gravidez. E isso podemos fazer por meio dos ‘40 Dias pela Vida’”, afirma a mexicana Lourdes Varela, coordenadora latino-americana dessa iniciativa global, que, em visita a São Paulo, em outubro, detalhou à reportagem as origens e os objetivos da campanha, cujas ações na capital paulista podem ser vistas em 
facebook.com/40diaspelavidaSP. 
A seguir, leia a íntegra da entrevista. 

O SÃO PAULO – COMO COMEÇOU A CAMPANHA “40 DIAS PELA VIDA”?
Lourdes Varela – Essa iniciativa teve início após a frustração de um pequeno grupo, chamado de Coalização pela Vida, que percebeu que, apesar de todos os esforços voltados para informar a comunidade sobre o crime do aborto, essa prática continuava crescendo no Texas, Estados Unidos. Um dia, essas quatro pessoas decidiram rezar e perguntar a Deus sobre o porquê disso, e o que Ele queria que fosse feito. Foi quando surgiu a ideia dos 40 dias, porque é um período bíblico de transformação. Em 2004, começou o primeiro esforço. Depois, a iniciativa passou a acontecer em outras cidades, e, em 2007, de forma já organizada nacionalmente nos Estados Unidos. A partir de 2014, o movimento chegou ao México, em 2015 à Colômbia, e hoje temos a campanha “40 Dias pela Vida” também em São Paulo, em um esforço que vem desde 2016. Queremos que aconteça não só aqui na cidade, mas que se estenda por todo o Brasil, porque é muito importante que todos se levantem e saíam às ruas contra este crime e também para dar esperança de vida às mulheres que estão passando por uma crise na gravidez. E isso podemos fazer por meio dos “40 Dias pela Vida”. 

E POR QUE ESCOLHER VIVER ESTES 40 DIAS EM UMA VIGÍLIA DE ORAÇÃO E JEJUM?
Pensou-se na oração e no jejum porque somente assim se afastam alguns demônios, e nós cremos que a batalha contra o aborto é uma batalha contra satanás. Nosso inimigo não são os abortistas nem a mulher que tem interesse em fazer aborto quando está grávida, tampouco são as feministas que defendem os supostos direitos reprodutivos, que não são direitos, na verdade. O inimigo é satanás. Por isso, fazemos oração e jejum durante 40 dias, com vigílias pacíficas, porque não queremos agredir nem julgar. Queremos simplesmente invocar a misericórdia de Cristo. Acreditamos que é importante informar a comunidade, por isso o terceiro componente é este alcance comunitário. 

COMO A IGREJA CATÓLICA TEM APOIADO ESTE MOVIMENTO?
Muitos bispos e cardeais nos mandam cartas ou fazem vídeos de apoio. Alguns deles têm preferido nos conhecer primeiro antes de dar um apoio oficial. Nós já entregamos ao Papa Francisco exemplares do livro sobre os “40 Dias pela Vida”, e ele nos respondeu com uma felicitação a todos nós, voluntários, que saímos pelas ruas para defender a vida humana.

DE QUE MANEIRA É FEITA A CONSCIENTIZAÇÃO DAS MULHERES GRÁVIDAS PARA QUE DEFENDAM A VIDA DOS NASCITUROS?
Cremos que a única maneira de convencer uma mulher em favor da vida que está em seu ventre é transformando e tocando seu coração, o que não se consegue com palavras, mas, sim, pela oração. Às vezes, a mulher quer ter o filho, mas está passando por graves problemas. Assim, nós tentamos fazer com que ela conheça as instituições da Igreja antes que faça o aborto, pois talvez o que necessite, de fato, para manter a gravidez, é suporte médico, medicamento, moradia, trabalho e estudo. Para qualquer problema há uma solução que não será encontrada no aborto. Então, ajudamos essa mulher quando podemos. Porém, há mulheres que chegam até nós após já terem abortado. Para elas, também temos acompanhamento, por meio de conversas com instituições que lidam com mulheres que já abortaram. 

O QUANTO A VIVÊNCIA DA FÉ AJUDA A MULHER A RESISTIR À TENTAÇÃO DE COMETER O ABORTO?
Todas as pessoas que oram percebem mais facilmente as soluções que devem tomar diante de um problema. No geral, a mulher que aborta está passando por uma crise e crê que a única saída é o aborto. E o que nós queremos mostrar para essa mulher é que há uma saída a ser encontrada a partir da oração. Assim, ela encontrará mais facilmente uma resposta à situação que está vivendo. 

NO BRASIL, UMA DAS OCASIÕES EM QUE A MULHER QUE PRATICA O ABORTO NÃO É PUNIDA É QUANDO É VÍTIMA DE ESTUPRO. QUAL A AVALIAÇÃO DA SENHORA SOBRE ESSA GARANTIA LEGAL?
Nós acreditamos que a mulher estuprada precisa de apoio, não de aborto. O aborto jamais vai “desviolar” a mulher, tampouco vai apagar o que houve. O que ela necessita é falar do problema e sair da área de vulnerabilidade. A mulher que sofre um abuso sexual pode ter sido violentada por alguém da família: um tio, um padrasto ou outro membro. Se ela permanece onde eles estão, pode acontecer que, depois de ter feito o aborto, ela regresse e continue a ser estuprada. Portanto, ela precisará mudar de casa. Diante disso, muitas organizações pró-vida oferecem também casas de acolhida para mulheres nessa situação de vulnerabilidade. No México, por exemplo, há casas onde a mulher é recebida, tem um lugar para dormir, para fazer as refeições e passa por cursos profissionalizantes para que, ao sair dali, possa conseguir um trabalho. 

NESTES DIAS EM QUE PERMANECEU NO BRASIL, QUAL FOI A PERCEPÇÃO DA SENHORA SOBRE A ACOLHIDA DOS BRASILEIROS À CAMPANHA “40 DIAS PELA VIDA”?
Eu vi muita adesão. Os voluntários não pararam de rezar, e isso é o mais importante. Também vi a participação de um grupo de homens rezando o Rosário em frente ao hospital, algo que para mim foi muito impactante, porque muitas vezes os homens se calam por pensar que esse é um tema somente das mulheres. Não! Os homens também devem defender a sua família. Infelizmente, alguns pais apoiam que suas filhas realizem aborto e pressionam para que essa prática seja legalizada.

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Milhares de cadáveres de bebês abortados são encontrados em casa de médico

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23 de setembro de 2019

O médico Ulrich Klopfer, que residia no condado de Will, no estado norte-americano de Illinois, falecido em 3 de setembro deste ano, mantinha em sua casa 2.246 restos de corpos de bebês abortados, que eram medicamente preservados. A descoberta ocorreu quando a família foi à sua casa para recolher seus pertences.

Ulrick Klopfer era proprietário de uma clínica de abortos na cidade de South Bend, estado de Indiana, a aproximadamente, 200 quilômetros de Will, onde morreu. Em 2015, ele foi obrigado a fechar a clínica e mudar de estado, pois sua licença para exercer a medicina havia sido cassada em Indiana, após uma série de graves faltas médicas.

A polícia diz que não há evidências de que o médico praticava abortos ilegais em Will, apesar dos milhares de cadáveres preservados.

Shawn Sullivan, fundador e diretor do Centro da Vida de South Bend (em inglês, The Life Center), instituição que luta pela vida nos Estados Unidos, relata que, em seus últimos anos de vida, o médico demonstrava arrependimento pelos abortos que havia cometido. Sullivan explica que, em 2012, foi aberto um Centro da Vida ao lado da clínica de aborto de Klopfer.

O objetivo era, por meio da oração e do aconselhamento das mães, impedir que abortos fossem realizados na clínica. No centro, ofereciam-se missas e faziam-se adorações ao Santíssimo Sacramento com essa intenção. Segundo Shawn Sullivan, a
tática foi eficaz. “Quando abrimos o The Life Center, Ulrich Klopfer era muito hostil em relação a nós, pois sempre tínhamos guerreiros que rezavam e aconselhavam na calçada em frente à clínica. Ele estava no auge de seu negócio e possuía três clínicas em Indiana”, afirmou Shawn Sullivan.

Entretanto, em apenas um ano de atuação do Centro, o número de abortos na clínica caiu para um terço e, após dois anos, não houve nenhum aborto, pois a clínica foi fechada. Esperava-se, com isso, que a hostilidade do médico em relação ao Centro aumentasse, mas o que aconteceu foi o oposto, segundo Sullivan.

Após o fechamento de sua clínica, o médico passou a frequentar o Centro da Vida para conversar sobre fé, arrependimento e conversão. “Ele esteve aqui apenas alguns dias antes de sua morte, e era claro que estava se transformando”, disse Sullivan.

A plataforma pró-vida Life Action salientou que esse não é o primeiro caso em que corpos de bebês são “colecionados” pelos médicos que praticam abortos. “Esse tipo de comportamento é mais semelhante ao dos assassinos em série do que dos profissionais médicos”, afirmou a plataforma.

Fontes: The Life Center/ ACI Digital

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