NACIONAL

COVID-19

Bispos da Amazônia brasileira alertam para a grave situação da pandemia na região

Por Fernando Geronazzo
04 de mai de 2020

Em nota, o episcopado da região amazônica afirma que a rápida disseminação do novo coronavírus coloca em risco a vida dos povos a floresta

Os bispos que atuam no território brasileiro da Amazônia emitiram uma nota sobre a situação dos povos da região neste período de pandemia da COVID-19.

A nota foi assinada pelo Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, da conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e pelos 66 bispos e arcebispos e administradores diocesanos das circunscrições eclesiásticas que compõem o território amazônico no País. 

PREOCUPAÇÃO

Os prelados manifestaram sua “imensa preocupação” com o avanço descontrolado do novo coronavírus no Brasil, especialmente na Amazônia, e exigem maior atenção dos governos federal e estaduais “à essa enfermidade que cada vez mais se alastra nesta região”.

“Os povos da Amazônia reclamam das autoridades uma atenção especial para que sua vida não seja ainda mais violentada. O índice de letalidade é um dos maiores do país e a sociedade já assiste ao colapso dos sistemas de saúde nas principais cidades, como Manaus e Belém”, ressaltam os bispos.

A nota salienta, ainda, que as estatísticas veiculadas pelos meios de comunicação não correspondem à realidade e alertam que a testagem para a doença é insuficiente para saber a real expansão do vírus. “Muita gente com evidentes sintomas da doença morre em casa sem assistência médica e acesso a um hospital”, destaca o texto.

ATENÇÃO DOS PODERES PÚBLICOS

“Diante deste cenário de pandemia incumbe aos poderes públicos a implementação de estratégias responsáveis de cuidado para com os setores populacionais mais vulneráveis. Os povos indígenas, quilombolas, e outras comunidades tradicionais correm grandes riscos que se estendem também à floresta, dado o papel importante dessas comunidades em sua conservação”, enfatizam os bispos.

O episcopado chamou a atenção para o fato de a região amazônica possuir a menor proporção de hospitais do País, além de extensas áreas do território não dispor de unidades de terapia intensiva (UTI) e apenas poucos municípios atendem os requisitos mínimos recomendados pelas Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação a número de leitos de UTIs por habitante.

A nota também ressalta as condições de vida precárias das populações urbanas, sobretudo das periferias, onde faltam “saneamento básico, moradia digna, alimentação e emprego”.

MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE

Os bispos da Amazônia brasileira convocam a Igreja e a toda a sociedade para exigir medidas urgentes dos poderes executivo e legislativo nas esferas federal, estaduais e municipais em prol da população da região.

Por fim, o episcopado amazônico pede a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, “Rainha da Amazônia”, para que o acompanhe e socorra.

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