Sínodo Arquidiocesano

Animai-nos com um vivo ardor missionário para o testemunho do Evangelho

O caminho sinodal arquidiocesano de São Paulo coloca-nos diante de um assunto que, para nós, parece ser muito antigo, mas é sempre muito novo em todos os sentidos, que é “a vida, a presença e a missão da Igreja na cidade”.
Nós, na Arquidiocese de São Paulo, somos uma Igreja que vive em uma das maiores metrópoles do mundo e que já tem um histórico eclesial e evangelizador na cultura urbana e, até por isso, somos tentados a pensar que tudo sabemos e tudo já fazemos para evangelizar a cidade.

No entanto, no caminho sinodal arquidiocesano, a Igreja em São Paulo, colocando-se à “escuta do que o Espírito diz a ela” neste tempo de mudança de época, é surpreendida e “sacudida” pela realidade religiosa e pastoral constatada pela “pesquisa sobre a vida e a ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo” realizada em 2018, no primeiro ano do sínodo.

Um dos resultados desta pesquisa foi sublinhado pelo nosso Arcebispo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, em sua homilia na celebração de Corpus Christi (20/06/2019): “Cerca de 5% dos católicos frequentam regularmente a Missa dominical; outros cerca de 25% frequentam a Missa de vez em quando. E são cerca de 70% dos católicos paulistanos que não frequentam a Missa nunca, ou quase nunca”.

Diante desta realidade, nosso Arcebispo enfatiza que “isso é muito preocupante, pois a não participação regular da Santa Missa tem como consequências quase inevitáveis o distanciamento da Igreja, a não identificação com ela e com sua mensagem e missão (...), pois quem não participa da Missa dominical não alimenta a fé católica, caminha sozinho e se priva do testemunho da comunidade e, com facilidade, perde o contato com a Igreja e perde a fé católica”.

Assim, neste momento do caminho sinodal da Igreja em São Paulo, com a realização da segunda sessão da assembleia sinodal nas regiões episcopais, há que se considerar algumas questões que, certamente, exigirão espaço, tempo, estudo, compreensão e compromisso ao definir a ação da Igreja em São Paulo no contexto da cultura urbana, por exemplo: como alimentar a vida de fé na cidade? Como evangelizar no mundo urbano? 

Dom Joel Portella Amado, atual Secretário-Geral da CNBB, em seu artigo “O desafio de gerar Comunidades em ambientes de mobilidade, individualidade e adesão seletiva” (CNBB/INP, “Pastoral Urbana: Categorias de análises e interpelações pastorais”, 2010) escreve: “Num tempo em que a consciência evangelizadora da Igreja reconhece a necessidade de se recomeçar a partir de Jesus Cristo (Documento de Aparecida-DAp 12 e 41), não se dando nada por pressuposto (DAp 549), o acesso a Jesus Cristo se dá destacadamente pela vida de comunidade”. 

Este é o ponto urgente da ação evangelizadora e missionária da Igreja na cidade – a comunidade eclesial, pois a experiência do anonimato, tão forte nas grandes cidades, gera pessoas sequiosas de convívio humano efetivo, convívio que se torna base para o encontro com o Cristo, que é fonte e meta de todos os relacionamentos.

Que, no caminho sinodal arquidiocesano, não percamos de vista esta urgência da ação pastoral e missionária da Igreja em São Paulo.

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.