Em 30 de março, foi feita a abertura das atividades do segundo ano do sínodo arquidiocesano. Em cada região episcopal, houve uma celebração para a invocação do Espírito Santo e a apresentação do programa de todo o caminho sinodal deste segundo ano. Nas celebrações de abertura, participaram, especialmente, os membros convocados para as assembleias do sínodo nas regiões episcopais.

O primeiro ano do sínodo, em 2018, esteve focado, sobretudo, no conhecimento da realidade religiosa e pastoral da Arquidiocese em todas as suas expressões mais básicas e locais: as paróquias com as comunidades, famílias e organizações eclesiais que fazem referência a elas. Houve um fecundo processo de “ver-ouvir”, que forneceu abundantes elementos para a compreensão da realidade religiosa e pastoral das comunidades e de toda a Arquidiocese.

Foram numerosas as reuniões dos grupos sinodais ao longo do ano, em cada paróquia, que produziram uma enorme quantidade de avaliações e observações. A pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral da Arquidiocese, feita de maneira minuciosa em todas as paróquias, evidenciou uma quantidade muito grande de dados estatísticos; da mesma forma, o levantamento paroquial, feito em todas as paróquias pelos respectivos párocos e seus colaboradores, trouxe informações preciosas sobre a vitalidade das paróquias. Enfim, houve as assembleias paroquiais do sínodo, no fim de 2018, que também produziram seus relatórios sobre a realidade das paróquias.

Todos esses elementos do “ver-ouvir” precisam agora ser analisados e compreendidos, para entendermos a sua linguagem: o que eles nos revelam sobre a vida e a missão de nossa Igreja em São Paulo? O que dizem os números? E as respostas? E as sugestões e até as críticas do povo? Como esses dados interpelam nossa missão de pastores e de “testemunhas de Deus na cidade”? Enfim, na quantidade imensa de informações e reflexões recolhidas, o que o Espírito Santo está a dizer à Igreja em São Paulo? Quais são os apelos de “comunhão, conversão e renovação missionária” que Deus está a nos fazer e como vamos responder a esses apelos?

Esse é o trabalho do segundo ano do sínodo arquidiocesano de São Paulo. Quando analisamos nos pormenores os dados da pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral da Arquidiocese, já publicados num subsídio para os trabalhos sinodais de 2019, queremos deixar-nos questionar para desenvolver uma reflexão fecunda. À pergunta sobre os motivos pelos quais as pessoas, outrora católicas, deixaram de sê-lo, as respostas, que podiam ser múltiplas, foram reveladoras. Dos entrevistados, 39,59% disseram que foram “bem acolhidos” em outra Igreja ou religião; 30,78% responderam que “não estavam satisfeitos na Igreja Católica”; 30,04% responderam que “discordavam dos ensinamentos da Igreja Católica”; 26,10% disseram que “a pregação em outra Igreja ou religião era melhor” que na Católica; 9,52% disseram que “tiveram problemas com alguém” na Igreja Católica; 14,17% das pessoas revelaram que “alguém as convenceu” a deixar a Igreja Católica”; 43,12% dos entrevistados disseram que deixaram de ser católicos “por outros motivos”, que não revelaram.

Essas respostas merecem toda a atenção. A boa acolhida e a boa relação com as pessoas têm enorme significado para com a sua atitude religiosa. O contrário disso pode facilmente afastar as pessoas da Igreja. As respostas sobre a boa acolhida, a “satisfação” pessoal, o bom tratamento e o convite convincente feito por alguém revelam os motivos principais pelos quais as pessoas deixaram a Igreja Católica para aderir a outra expressão religiosa. Não são desprezíveis as respostas sobre a boa pregação e a discordância com aspectos da doutrina católica. As questões merecem atenção especial e devemos nos perguntar: como podemos enfrentar esse assunto na Igreja Católica de São Paulo? O sínodo é um convite à reflexão. Que Deus nos ilumine e dê coragem!

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