Espiritualidade

Forte no deserto

É belo viver e manifestar a fé no Deus vivo, no Senhor forte e presente na vida do povo e das comunidades. É magnífico participar de uma comunidade eclesial, conviver com irmãos e irmãs que experimentam a pertença à Igreja, Povo de Deus.

Mas, quando passamos para o ambiente de trabalho e alguns ambientes familiares, o desânimo toma conta de muitas pessoas de boa vontade, fiéis à Igreja e a Jesus. O espaço onde vivem boa parte do dia, o trabalho, está se tornando um ambiente árido, indiferente, surdo a uma palavra que brote da experiência da fé, habitado por pessoas que querem construir sem Deus.

Parece que a denúncia dos Bispos no Concílio não teve efeito na sociedade moderna: “a criatura sem o Criador perde o sentido... Mais ainda, o esquecimento de Deus faz com que a própria criatura se obscureça” (GS 36). “Tentar esquecer” Deus é uma grande armadilha para o ser humano. Recentemente, o Papa Francisco denunciou esta tentativa de construir sem Deus e a chamou de “desertificação espiritual”.

Frente a essa tempestade de areia, de aridez espiritual dos ambientes onde vivem e trabalham, os cristãos não podem se encolher ou procurar um abrigo seguro para proteger-se e cuidar somente de sua fé pessoal. O Santo Padre nos alerta que “no deserto existe, sobretudo, a necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. Em todo o caso, lá somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros” (EG 86).

Pessoas-cântaro, pessoas alicerçadas em Deus, o homem e a mulher de fé, que fazem a forte experiência de Deus na Comunidade, sabem que foram escolhidos, chamados, investidos pelo Senhor, em força do Batismo e da Confirmação, para uma missão transformadora. O Senhor os qualifica a serem testemunhas, portadores da alegria do Evangelho. “Às vezes, o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva” (EG 86).

Por fim, quando persistir o desânimo, recordem as palavras de exortação do Apóstolo São Paulo à Comunidade de Éfeso: “protegei-vos com a armadura de Deus, a fim de que possais resistir no dia mau, e assim, empregando todos os meios, continueis firmes” (Ef 6,13).

 

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