Liturgia e Vida

O pecado contra o Espírito Santo

10º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 10 DE JUNHO DE 2018

Lemos em Marcos que os parentes de Jesus diziam que Ele estava fora de si. Os Mestres da Lei, por sua vez, diziam que Ele estava possuído por Belzebu e expulsava demônios com o poder do chefe dos demônios. Jesus responde aos Mestres da Lei mostrando como eles não raciocinavam direito, e aos seus familiares dizendo que o importante era fazer a vontade de Deus. Aos que falavam contra Ele, disse que seriam perdoados, mas não teriam perdão os que blasfemavam contra o Espírito Santo. E o evangelista conclui: “Jesus falou isso, porque diziam: ‘Ele está possuído por um espírito mau”’. 

São Marcos não explica porque disseram que Ele estava possuído por um espírito mau. São Mateus (12,22-29) explica um pouco mais. Ele diz que tinham levado a Jesus um homem cego e mudo, e Jesus o curou. Suas limitações eram atribuídas ao demônio. São Lucas (11,14ss) escreve que “ele expulsava um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo falou”. 

O que foi que Jesus fez? Ele curou um homem que era cego e mudo. O que fizeram os Mestres da Lei? Atacaram Jesus e o acusaram de agir com o poder do demônio. O que respondeu Jesus? – Que vocês me ataquem porque vocês não sabem quem eu sou, isso tem perdão. Mas que vocês não 
se alegrem com este homem que era cego e mudo e agora está curado, isto é pecar contra o Amor. São Marcos abrevia a cena e diz simplesmente: “Quem blasfemar contra o Espírito Santo é culpado de um pecado eterno”. É evidente que, se a pessoa se converter e começar a se alegrar com o bem do seu irmão, seu pecado será perdoado. 

Tudo começou no paraíso, quando Adão, para se defender, acusou Eva, sua mulher. Desde então, nós nos defendemos acusando os outros. Os Mestres da Lei se defendiam acusando Jesus. O que, de fato, importa é fazer a vontade do Pai para participar da família de Jesus. O Pai ouve seus filhos que clamam das profundezas de suas angústias, como canta o salmista. 

A ação do demônio se mostra no pobre homem diminuído em sua humanidade pela mudez e pela cegueira. Os Mestres da Lei não querem vê-lo. Jesus, porém, põe-se ao lado dele e ao nosso quando clamamos em nossos sofrimentos. Entendemos, então, que São Paulo diga: “Não desanimamos. Nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao peso eterno de glória que elas nos preparam”. É preciso aguentar firme enquanto estamos por aqui, e aguentamos quando ao nosso lado há alguém que se sente bem em nos ver felizes. Infelizmente, há gente que se sente bem com a desgraça alheia. Esses pecam contra o Espírito Santo. 

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