Você Pergunta

Confesso, confesso, mas não consigo libertar-me de um mau hábito. O que fazer?

O Júlio de Paula, pela internet, fala de sua dificuldade com um hábito pecaminoso que o deixa angustiado e necessitado, logo após praticá-lo, de se confessar. Essa angústia é tão grande que ele não encontrando seu confessor, sai às paróquias vizinhas para se confessar. E ele quer uma “mini direção espiritual”. Vou, então, conversar com ele. 

Meu querido irmão, vamos conversar. O sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos são chamados com muita propriedade de sacramentos da cura. A Penitência cura as feridas que o pecado faz em nós, nos devolvendo a vida da graça. A Unção dos Enfermos cura as feridas do nosso corpo e nos devolve a saúde do corpo. Agora, meu irmão, no seu caso, tratase do sacramento da Penitência e trata-se da cura da alma. E você está procurando o sacramento da Penitência como se fosse uma pomadinha que não cura, mas alivia até a próxima crise. Meu irmão, Penitência é para muito mais. É para nos renovar, nos dar vida, nos aproximar de Deus. Você está confundindo arrependimento com sentimento de culpa. O arrependimento nos remete a Deus e nos faz compreender o imenso amor que Ele tem por nós e que vale todo sacrifício para nos conformar à vontade Dele. O sentimento de culpa é aquele sentimento de que estamos sujos, de que não estamos corretos, mas sem referência alguma à misericórdia de Deus.

Você, meu irmão, diz que se habituou a fazer algo errado. Esse hábito o induz a fazer sempre a mesma coisa e a se confessar toda vez que a faz.  Não é hora de você ocupar sua cabeça com outras coisas? Não é hora de você dirigir suas atenções para algo que consuma mais o seu tempo? No Catecismo da Igreja Católica existe um alerta aos confessores, para que levem em conta “a imaturidade afetiva, a força dos hábitos contraídos, o estado de angústia ou outros fatores psíquicos ou sociais que minoram ou deixam mesmo extremamente atenuada a culpabilidade moral” (CIEC  2352). Então, meu irmão, se algo em você se tornou um hábito, explique ao confessor isso, e peça ajuda para abandonar esse hábito e caminhar por caminhos diferentes. Buscar ansiosamente o confessor, aliviar sua consciência para, logo depois, torná-la pesada, não é o caminho. Que sua confissão seja animada pelo propósito de mudar sua vida e não de se aliviar de uma ansiedade. Deus o abençoe.
 

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