Herique Salviano, de Araraquara (SP), me escreveu contando que no ensino fundamental ele sofreu bullying, foi maltratado e humilhado, particularmente por um colega. Ele passou a revidar os maus-tratos. Após aquele tempo de colégio, ele tentou perdoar o colega e mandou-lhe um recado. A resposta foi: “Eu estou bem, obrigado” e pronto. Não disse mais nada.  E, por isso, o Henrique carrega essa mágoa no coração. Quer perdoar, mas não consegue. Pede que eu o ajude. 

Henrique, eu penso que você, como qualquer pessoa que se preze, deve ter mesmo suas razões para ficar magoado. Não é fácil ser humilhado, ser torturado por palavras, gestos e atitudes sem merecer. É normal que tenha ficado essa marca no seu passado e essa mágoa no seu coração. Mas, a mágoa amarga a vida da gente, nos tira a alegria de viver, enquanto o destinatário dessa mágoa vai tocando a sua vida na sua inconsciência, como você mesmo experimentou ao buscar um contato com a pessoa que o feriu tanto. 

Pense bem, Henrique. Você deu um grade passo para se libertar dessa mágoa. Foi ao encontro do seu agressor. Ele não se importou com você. Paciência. Deixe que ele fique com a culpa enquanto não aceitar o seu perdão. E você vá viver a sua vida livre dessa mágoa

A vida é cheia de surpresas. De repente, a vida poderá fazer com que vocês se encontrem e fazer com que ele reveja as próprias atitudes. Se isso não acontecer, porém, o passo que você deu é fundamental. 

Eu estou cada vez mais convencido, meu irmão, que o perdão tem uma força imensa de libertação. O perdão liberta da culpa quem ofendeu. O perdão liberta da mágoa quem foi ofendido. Você não precisa que ele aceite seu perdão para perdoá-lo, mas você precisa dar o perdão para tocar sua vida. Fique com Deus e viva feliz. O passado marcado por bullying não pode ser apagado, mas as marcas deixadas  podem ser apagadas com atitudes positivas de sua parte. Deus o abençoe.