Comportamento

Onde está o meu pai?

Em 2013 o IBGE apontava que cerca de 5,5 milhões de crianças não apresentavam o nome do pai na certidão de nascimento. O número é considerado alarmante! Onde estão os pais dessas crianças? Por que não foram registradas? Os dados não podem ser vistos apenas como estatísticas “alarmantes”. Eles se transformam num índice do comporta- mento social e familiar com o qual que estamos convivendo atualmente. Certamente, revelam a maneira como muitos, homens e mulheres, sejam adolescentes, jovens, adultos e mesmo idosos, estão encarando a responsabilidade de poder gerar um filho. As causas por detrás desse índice são várias.

Os motivos que levam uma mulher a omitir o nome do pai podem variar desde a tristeza de uma violência covarde sofrida por um desconhecido, até a irresponsabilidade de alguém que não avaliou as consequências de uma relação alicerçada em bases frágeis, passando pela omissão culposa e irresponsável do pai, que o poderá reconhecer somente mediante exame genético (DNA) de paternidade, entre outras causas. Todas elas levam a um fim: o filho não terá o nome do pai na certidão, o que implica, no mínimo, na primeira grave manifestação de rejeição. A rejeição paterna é apontada por estudos bem conduzidos como uma das principais causas de problemas no desenvolvimento psicológico de uma criança. A ausência da figura paterna promovida pela irresponsabilidade da omissão, muito diferentemente do óbito do pai, leva a uma condição psicológica que poderá ocasionar por toda vida seque- las significativas.

Essas observações não podem passar despercebidas por aqueles que estão envolvidos com programas de educação e orientação familiar, no intuito de fortalecer os fundamentos alicerçados na participação do pai e da mãe para um desenvolvimento equilibrado e saudável das crianças. A esse respeito, estudos recentes têm apontado para a diferença entre filhos criados por casais heterossexuais e homossexuais. Quanto ao assunto, prometo um artigo particular em breve.

O fato é que não podemos dissociar a ausência paterna de todos os outros índices que convergem para a mesma finalidade de instabilidade familiar, provocadas por uma educação sexual liberal, como se o corpo fosse um parque de diversões; pela pornografia escancarada e sem limites de censura, colocando as “necessidades sexuais” em primeiro plano na vida cotidiana do homem e da mulher; e relacionamentos efêmeros baseados em baixíssimos níveis de compromisso e muita “paixão das reações químicas”. Tudo isso, temperado por um relativismo recheado de indiferença, atropela os estágios de conhecimento da pessoa, empatia, identidade de objetivos, comprometimento com responsabilidade pelos seus atos e, fundamental, o respeito e a valorização do outro enquanto ser humano amado, com quem compartilho uma intimidade dentro dos desejos de fidelidade requeridos para quem se sente realmente unido.

Poderia alguém esbravejar que se está sendo muito alarmista. Mas basta conversar com indivíduos pertencentes a este grupo dos “sem-pai” para perceber que se identificará uma tristeza profunda, uma frustração, rejeição e revolta em relação ao fato. O decorrer da vida poderá fazer com que muitos, em defesa de seus sentimentos, procurem ocultar o fato como de menor importância. Isto nada mais é do que não querer enfrentar-se com a dimensão enorme dá dor de não se sentir amado para que pudesse existir.

A humanidade busca a sua origem desde muito tempo, incansavelmente. Desejamos saber de onde viemos, se de macacos com mutações genéticas, se de inseminação artificial por extraterrestres, por uma ação decorrente do caos... Todos desesperados a procura de seu pai. E como um indivíduo que não tem o nome do pai na própria certidão de nascimento, sabidamente existente neste mundo e tempo, não haveria de se sentir rejeitado? Os que acreditam em Deus não sofrem a rejeição do evolucionismo ou de seres desconhecidos. Todos têm um Pai, que nunca se omitiu e sempre nos amou. Seja Ele o caminho para os que aqui têm essa responsabilidade de transmissão e cuidado da vida.

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