Sínodo Arquidiocesano

O objetivo essencial do sínodo arquidiocesano de São Paulo

Ao comparar “a imagem ideal da Igreja com o seu rosto real” (Evangelii Gaudium, 26) surge o desafio de uma renovação profunda em chave “missionária”

Aqui, a renovação interpelada pelo Espírito Santo à Igreja, no tempo presente, não significa passar um “verniz” na vida eclesial ou preencher algumas lacunas que não vão bem, e depois prosseguir sem nada transformar. Pelo contrário, a exigência do próprio Espírito à Igreja é a de que ela viva em estado contínuo de profunda conversão e transformação por fidelidade a Jesus Cristo seu fundador.

O objetivo essencial do sínodo arquidiocesano é o de responder com ousadia e autenticidade àquilo que o “Espírito diz à Igreja em São Paulo” no tempo presente. É tempo de Ver o “rosto real” da Igreja em São Paulo e compará-lo com a “imagem ideal da Igreja”, para que, fiel à própria vocação, siga o caminho da conversão comunitária e pastoral e frutifique em transformação em favor da missão evangelizadora da cidade.

No momento, temos os “resultados” da pesquisa de campo realizada nas paróquias nos meses de agosto e setembro. Esses “resultados” trazem, de modo expressivo, o “rosto real” da Igreja em São Paulo e apresentam os imperativos que apontam as urgências para a conversão pastoral e transformação eclesial.

O imperativo categórico é o de cuidar da conversão pastoral e seus desafios, pois as dádivas da nossa fé estão ameaçadas. A “urgência” é a missão.

As “urgências” são muito bem indicadas pelo Papa Francisco:

1) Entusiasmo missionário (EG, 80);

2) Alegria de evangelizar (EG, 83);

3) Viver intensamente em comunidade (EG, 92);

4) Cultivar o amor fraterno (EG, 101);

5) Ser “Igreja em saída” com a coragem de sair da própria comodidade e alcançar todas as periferias (EG, 20).

Em relação ao cuidado da conversão pastoral, o Papa Francisco aponta para uma metodologia com quatro pilares de uma pastoral em chave missionária:

1) Abandonar o cômodo critério pastoral: “fez-se sempre assim” (EG, 33);

2) “Ouvir a todos”;

3) “Sair de si ao encontro do outro” (EG, 179);

4) “Concentrar o anúncio no essencial” (EG, 35).

Assim, não tenhamos medo de Ver o “rosto real” da Igreja em São Paulo, mas sim tenhamos a iniciativa corajosa de configurá-lo com o “rosto ideal” de Igreja desejado por Cristo.

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano
 

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