Liturgia e Vida

‘Não se extravie o que é manco, mas antes seja curado’

21º Domingo do Tempo Comum – 25 de agosto de 2019

A Carta aos Hebreus ensina-nos a ouvir e aceitar as correções do Senhor. Recorda-nos que, num primeiro momento, nenhuma correção parece nos alegrar… Depois, porém, “produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados” (Hb 12,11). Mas, como Deus nos corrige? 

Por vezes, a Sua Palavra contraria o nosso modo de ser e nossas inclinações naturais. Outras vezes, Ele nos adverte no fundo da consciência, repreendendo-nos por pecados pontuais ou situações da vida que não estão boas. Em outros momentos, sentimos a mão do Senhor pesar nos acontecimentos que Ele permite: uma perda, uma contrariedade, uma incompreensão, a privação de algo que queríamos muito… 

Em qualquer uma dessas situações, o melhor a fazer é aceitar, com humildade, as correções do Senhor. Obedeçamos aos seus preceitos, confessemos nossas culpas, mudemos o modo de agir e de pensar, aceitemos o que não pode ser mudado! Quanto mais resistimos a Ele, mais difíceis as coisas ficam; quanto menos confiamos Nele, mais sofremos inutilmente. Afinal, Deus sabe o que convém a cada um de nós: “É como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?” (Hb 12,7). 

Com esse espírito de correção, Jesus respondeu aos que Lhe perguntaram se são poucos os que se salvam. Talvez pela curiosidade da pergunta; ou porque Ele via que se preocupavam mais consigo próprios do que com os outros, o Senhor lhes dá uma resposta forte e sincera: “Fazei todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13,24).   

Jesus ainda disse a eles (e a nós!), de modo dramático: “Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’. Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’” (Lc 13,25ss).

Com semelhantes palavras, o Senhor não quer desanimar ou aterrorizar os seus discípulos. Quer corrigir-nos e acordar-nos para a realidade! Não basta apenas dizer-se “cristão”; não basta ter visto maravilhas do Senhor no passado e não se comprometer no presente; não é suficiente levar uma vida cômoda. É preciso ser generoso e não praticar injustiça! A grande tarefa da nossa vida, para a qual mais devemos nos esforçar, é a salvação eterna de nós mesmos e das pessoas que o Senhor nos confiou! 

Porém, se o Senhor corrige, Ele também consola: “Firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; acertai os passos dos vossos pés, para que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado” (Hb 12,12s). Ele mesmo disse que veio para salvar o que estava enfermo (cf. Lc 5,31); Ele não nos abandonará!
 

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