Liturgia e Vida

Imprimirei minha lei em seu coração

5º DOMINGO DA QUARESMA 18 DE MARÇO DE 2018

Uma nova Aliança se anuncia. O Senhor fará uma nova Aliança com o seu povo, nos diz Jeremias. Já tinha feito uma, a Aliança do Sinai, quando tirou o povo do Egito. Essa Aliança se concretizou nas tábuas da Lei, nos Dez Mandamentos, esculpidos em pedra, que se tornaram referência da vontade de Deus e da sabedoria do povo. A resposta à pergunta: “é permitido” ou “é proibido?” se encontrava no exterior do ser humano. Olhando para fora, para o Sinai, para as tábuas da Lei, cada pessoa podia encontrar a resposta às suas dúvidas e indagações. A Lei era o pedagogo, que ensinava o caminho certo a ser trilhado por quem quisesse sair do caminho errado. Uma nova Aliança, porém, se anunciava, já não mais como aquela do Sinai inscrita no exterior do ser humano. A nova Aliança será inscrita nos corações. Todos conhecerão o Senhor. Não mais precisarão de referências externas, ninguém precisará ensinar ninguém. Cada um saberá discernir o que é o melhor, o que convém e o que constrói. Já não se perguntará pelo que é permitido ou pelo que é proibido. Dentro de cada um, estará em ação a vontade de Deus pela presença do próprio Deus no seu Espírito Santo. Todos serão movidos pelo Espírito e não pela Lei. A Palavra de Deus não estará presa. O Espírito não estará sufocado. A primeira Aliança foi violada, diz o profeta Jeremias. Assim também acontecerá com a segunda. Fiel é sempre Deus, que mantém sua Palavra. Nem sempre fiéis somos nós, que tentamos sempre de novo aprisionar o Espírito e voltar à Aliança esculpida na pedra. 

A nova Aliança é selada pelo ato de obediência de Cristo a Deus. Ele realiza plenamente a vontade do Pai na espontaneidade do Espírito. Realiza porque quer realizar. Entrega a sua vida e deixa que seja consumida por um amor maior, que é a salvação eterna de todos os que lhe obedecem. A obediência aprendida no sofrimento acontece na liberdade do Filho de Deus. Para produzir fruto, Ele aceita desaparecer como o grão de trigo que morre ao cair na terra. 

É sem dúvida mais fácil viver ensinado pela Lei esculpida na pedra do que na espontaneidade do amor criativo do Espírito. É nessa espontaneidade que Jesus discute consigo mesmo: “Pai, livra-me desta hora, mas foi para essa hora que eu vim, glorifica o teu nome!”. Ele não cumpre um regulamento. Elevado da terra, Ele se entrega a uma causa e atrai todos a si. Quem O segue estará onde Ele está, e o Pai o honrará. Somos participantes da nova Aliança. Que o Senhor não retire de nós o seu santo Espírito e nos dê a alegria da salvação.
 

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