Espiritualidade

Imaculada Conceição

O mistério da Imaculada Conceição consiste em que Maria foi preservada de toda mancha de pecado desde o primeiro instante de sua existência. Trata-se de um privilégio especial que lhe foi concedido por Deus para que fosse digna Mãe de Jesus. O Papa Pio IX, que definiu o dogma da Imaculada Conceição em 1854, explicou que foram aplicados à Mãe de Deus antecipadamente os méritos de Cristo, salvador do gênero humano e, assim, ela foi preservada da mancha do pecado original. Convinha que fosse assim porque o corpo virginal, que abrigaria por nove meses o Verbo de Deus encarnado, não devia ter sido, nem por um instante, tocado por qualquer pecado.
Algumas passagens da Bíblia servem de fundamento para esse mistério, como o livro do Apocalipse, que mostra uma visão grandiosa: “Apareceu no céu um grande sinal, uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Neste livro, narra-se a vitória dessa mulher, Maria, sobre o dragão infernal, o demônio. Assim, é a esplendorosa imagem da Imaculada: uma mulher com uma coroa de doze estrelas, com a lua aos seus pés, pisando numa serpente. É a máxima beleza jamais vista neste mundo. 
Para entender o mistério da Imaculada, temos que remontar ao momento da anunciação do Arcanjo São Gabriel: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). A plenitude da graça é incompatível com qualquer pecado. Todos nós nascemos com a mancha do pecado original e percebemos as suas sequelas: inclinação para o pecado, ignorância na inteligência, malícia na vontade, tendência à moleza e à preguiça, desordem na busca do prazer. Maria, ao contrário, nasce e vive sempre pura e inclinada para o bem. Sua alma se manteve sempre em constante amor a Deus. Sempre imune em relação ao pecado e à inclinação a isso. Ela nunca pecou, nem mesmo da forma mais leve. Por isso, é uma criatura realmente incomparável: com um coração límpido, sem nenhum movimento de impaciência, de aborrecimento, de mau humor, nada... Podemos dizer que Maria realiza o ideal de perfeição da pessoa humana. Ela possui todas as virtudes, todas as qualidades que encontramos na vida de todos os santos, em grau sumamente elevado. Por isso, é chamada cheia de graça.
Ao longo de sua vida, também foi dócil e correspondeu ao que Deus lhe pedia. A sua santidade foi crescendo ao passo da sua correspondência às graças que Deus lhe concedia.
Dirigindo-nos a ela, dizemos uma expressão que já repetimos mil vezes: “Bendita sois vós entre as mulheres”. Deus a escolheu entre todas as mulheres: Jesus foi a única pessoa deste mundo que pôde escolher sua própria Mãe! Assim escolheu a sempre Virgem Maria. Não só escolheu, mas a criou repleta de todas as qualidades e perfeições. Vamos imaginar se nos fosse permitido escolher a nossa mãe: obviamente, escolheríamos a mãe que temos e a adornaríamos com todas as virtudes e qualidades. Foi o que Deus fez! E por que é importante essa proximidade de Maria? Porque ninguém amou Jesus com um amor tão profundo e generoso. Ninguém se uniu tão intimamente a Jesus como a sua Mãe, com um amor forte, a toda prova. Um amor capaz de estar presente a seu lado e suportar com firmeza a Paixão e o suplício da Cruz. Por isso, ela foi quem primeiro teve a graça de ver Jesus Ressuscitado. Ela também esteve no grande momento da Igreja nascente, o dia de Pentecostes, quando os primeiros cristãos recebem a missão de levar o Evangelho a todo o mundo, Maria esteve a seu lado, como boa Mãe, consolando, abençoando, dando coragem...
Assim, está também agora ao nosso lado. Devemos levá-la à nossa vida, conviver com Maria. Ela nos levará a Jesus, especialmente nessas próximas semanas de preparação para o Natal. Queremos receber bem Jesus que está para chegar. Vamos preparar uma boa Confissão, para receber Jesus em nossos corações neste Natal.

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