Liturgia e Vida

Energia, não violência

3º DOMINGO DA QUARESMA 04 DE MARÇO DE 2018 

Quaresma é tempo de conversão. Cada um de nós é chamado a examinar os rumos de sua vida e procurar orientá-los segundo a Lei do Senhor Deus, porque ela é perfeita e conforto para a alma. A nação toda, por sua vez, é chamada a refletir sobre sua própria realidade e a mudar o que for necessário para o bem-estar de todos os cidadãos. O que neste momento se caracteriza como o pecado do mundo nesta nação é a violência. Superar a violência deve ser hoje a meta de todos os cidadãos, sobretudo de todos os cristãos, que são capazes de ver no seu próximo um irmão, uma irmã. 

A catequese quaresmal da primeira leitura nos faz recordar e querer observar os ensinamentos do Senhor contidos nos Dez Mandamentos. São uma luz para os nossos olhos, diz o Salmista. São um orientador, que mostra o caminho a ser seguido. 

São Paulo, escrevendo aos coríntios, diz que “os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, mas nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos”. Jesus é o sinal que os judeus pedem e a sabedoria que os gregos buscam. Ele é a síntese de todos os mandamentos, e sua ressurreição é o sinal de que Ele é o verdadeiro Templo. 

Os judeus pediram a Jesus um sinal que justificasse seu modo de agir. Ele tinha feito um chicote e expulsado do Templo os vendedores de bois, de ovelhas, de pombas e os cambistas. Derrubou mesas e espalhou moedas. Com os vendedores de pombas, gente mais simples e pobre, ele conversou: “Tirem isso daqui. Não façam da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Mateus e Marcos dizem que Ele derrubou as cadeiras dos que vendiam pombas. Marcos acrescenta, ainda, que Jesus não permitia que carregassem objetos através do Templo. Tudo isso mostra o zelo de Jesus pelo espaço sagrado do Templo de Jerusalém, que Ele chama de Casa de meu Pai.

Aparentemente, Ele agiu com violência. Na realidade, Ele agiu com energia para superar a violência que estava sendo feita contra a casa de seu Pai. Assim lemos em Ezequiel: “os seus sacerdotes violentam a minha Lei e profanam o que é santo” (22,26); e em Jeremias: “Este Templo, onde meu nome é invocado, será por ventura um covil de ladrões a vossos olhos?” (7,11); e em Zacarias: “Naquele dia, não haverá mais vendedor na casa do Senhor dos Exércitos” (14,21). 

Quando lhe pedem um sinal que justifique sua atitude no Templo, Jesus dá um passo avante. Ele é o Templo que vai ser destruído e reerguido. Reerguido, porque vai ressuscitar. É nesse Templo que os verdadeiros adoradores vão adorar!
 

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