Comportamento

Casamento, a importância de crescer em conhecimento próprio e do outro

Quantos problemas e dificuldades poderíamos evitar nos relacionamentos se nos dedicássemos a crescer em conhecimento próprio e conhecimento daqueles que nos rodeiam! Isso acontece nos relacionamentos de modo geral, porém, especialmente
no casamento.

Hoje, manter um Matrimônio duradouro parece estar cada vez mais difícil. De fato, cultivar um relacionamento a dois é algo que requer muito empenho, uma vontade bem determinada e, especialmente, a disposição de suportar os “efeitos colaterais”
do crescimento que todo o vínculo traz para ser bem construído e sedimentado!

Apesar de vivermos uma mentalidade aparentemente “descartável”, em que tudo é passageiro e o que valem são as alegrias momentâneas, os pequenos prazeres... nós, seres humanos, não nos sentimos verdadeiramente felizes assim – isso é
uma ilusão. Todos se surpreendem e enxergam a beleza dos relacionamentos duradouros, daqueles casais que chegam aos 50 anos de casados amando e cuidando do companheiro na medida das suas possibilidades. Todos percebem a grandeza
do empenho de cultivar uma família, de formar os filhos, de deixar um legado de valores, um rastro de bem. Muitos acabam por acreditar que não tiveram sorte de encontrar a pessoa certa ou que “não foram feitos” para o casamento. Na verdade,
para além dessas coisas, o que talvez tenha faltado seja a consciência, a formação e o empenho para assumir o protagonismo de um relacionamento duradouro.

No Matrimônio, temos uma oportunidade enorme de crescer em conhecimento próprio, de nos abrir para dentro, de aumentar o coração e ganhar inúmeras virtudes relacionadas à possibilidade de nos doarmos, ou seja, de nos tornarmos melhores,
mais próximos daquilo que fomos criados para ser.

Quando escolhemos alguém para compartilhar a vida, mesmo que não tenhamos consciência disso, estamos abrindo-nos a essa pessoa para, escolhendo com liberdade, fazê-la feliz.

Como fazer feliz alguém que não nos dedicamosa conhecer com profundidade? Como conhecero outro se não olharmos com coragempara dentro de nós, buscando nos conhecer cadavez mais profundamente? Sim, sem nos conhecermos,
não poderemos nos dar a conhecer, se nãoolhamos para dentro, dispostos a perceber todosos dons e todas as dificuldades que fazem partede nosso ser, como identificaremos e compreenderemosos dons e dificuldades do nosso parceiro
de viagem?

Claro que não é tarefa fácil olharmos para nossas dificuldades, para algumas convicções, para as limitações que muitas vezes se apresentam em nosso comportamento sem que sequer queiramos. Mas os frutos de olharmos para elas com coragem e bom humor são enormes: crescemos em humildade, crescemos no acolhimento às limitações do outro, crescemos em compreensão e em paciência conosco e com o outro. Crescemos em admiração àquilo que o outro traz que nos complementa. Mais do que isso, amplia-se muitíssimo a capacidade de perdoar, fundamental para todo e qualquer relacionamento. E, apesar de todo o sofrimento que esse processo supõe, pois crescer é sofrido, a alegria que ele traz é muito maior e mais perene. É uma alegria que reflete numa vida frutuosa, que contagia, que deixa rastro, que espalha o bem, que não está assentada numa visão hedonista, afinal, ela (a vida) é um grande presente, um dom maravilhoso, que nos chama a compartilhar, transbordar e frutificar.
Vale a pena!!

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantêm o blog educandonacao.com.br

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