É impossível negar que vivemos em um mundo cada vez mais ruidoso e barulhento. As novas tecnologias e os bens materiais se multiplicam a cada dia, e o homem moderno fortuitamente acaba se perdendo em meio a um turbilhão. Escrever um livro sobre o silêncio pode até parecer um projeto arrojado. Por isso, a busca de pequenos oásis de silêncio torna-se extremamente necessária. O Cardeal Robert Sarah foi preciso ao escrever sobre a matéria.

Após o sucesso de “Deus ou Nada”, as Edições FonsSapientiae levam às livrarias a mais recente obra do Cardeal Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Trata-se do livro intitulado “A Força do Silêncio - Contra a ditadura do ruído”. Esse livro, como o anterior, surgiu a partir de uma entrevista concedida ao jornalista e escritor francês Nicolas Diat. O prefácio, datado da Páscoa de 2017, traz a rubrica do Papa Emérito Bento XVI. 

Para o Cardeal Sarah, o homem moderno precisa encontrar uma maneira de viver uma relação silenciosa – em seus momentos mais íntimos –, entre si mesmo e Deus. O silêncio é indispensável para ouvir a música de Deus. A oração, afinal, nasce do silêncio. O silêncio e Deus muitas vezes andam de mãos dadas, assevera, e ainda diz: “Deus fala em silêncio e só o silêncio pode expressar Deus. Então, para encontrar Deus, onde poderia ir o homem, se não nas profundezas mais silenciosas de si mesmo?” 

No prefácio, Bento XVI diz: “Desde quando, nos anos de 1950, pela primeira vez, eu li as cartas de Santo Inácio de Antioquia, ficou-me especialmente gravada uma passagem de sua Carta aos Efésios: ‘É melhor permanecer em silêncio e ser do que falar e não ser. É belo ensinar quando se faz o que se diz. Um só é o Mestre que disse e fez, e o que Ele fez, permanecendo em silêncio, é digno do Pai. Quem realmente possui a palavra de Jesus pode ouvir também o seu silêncio, de modo a ser perfeito, de modo a agir por sua Palavra e ser conhecido por sua permanência no silêncio’.” E completa (...) “O cardeal Sarah é um mestre espiritual que fala a partir da sua profunda permanência silenciosa junto ao Senhor, fala a partir da sua profunda unidade com Ele, e, assim, tem realmente algo a dizer a cada um de nós”. 

O texto do diálogo entre o Cardeal Robert Sarah e Nicolas Diat é seguido de uma conversa excepcional de ambos com Dom Dysmas de Lassus, Prior-Geral da Ordem dos Cartuxos e Prior da Grande Cartuxa, monastério onde eles conheceram o Irmão Vicente Maria da Ressureição.