Sínodo Arquidiocesano

A ação do Espírito Santo é o princípio da sinodalidade

Na literatura teológica, canonista e pastoral dos últimos decênios, foi sendo introduzido o uso de um novo substantivo, “sinodalidade”, correlato ao adjetivo “sinodal”, ambos derivados da palavra “sínodo” (caminhar juntos em comunhão, conversão e missão). Essa novidade de linguagem está amadurecendo na consciência eclesial a partir do magistério do Vaticano II e da experiência vivida nas Igrejas Particulares (dioceses) e da Igreja universal, desde o último Concílio até hoje. Assim, fala-se da “sinodalidade” como “dimensão constitutiva da Igreja” e de “Igreja sinodal”. 

Embora o termo e o conceito de “sinodalidade” não se encontrem explicitamente no ensinamento do Concílio Vaticano II, pode-se afirmar que a instância da sinodalidade está no coração da renovação do Concílio, pois a eclesiologia do Povo de Deus sublinha, de fato, a comum dignidade e missão de todos os batizados, no exercício da multiforme e ordenada riqueza de seus carismas, vocações e ministérios. Nesse contexto eclesiológico, a “sinodalidade” indica o que é de específico da vida e da ação da Igreja Povo de Deus: manifestar e realizar em concreto o seu “ser comunhão” no caminhar juntos, no reunir-se em assembleia e na participação ativa de todos na sua missão evangelizadora (cf. Comissão Teológica Internacional, A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, n.5 e 6).

A Igreja sinodal é toda ela evangelizadora e, na consciência da sua missão essencial, abre-se à ação do Espírito Santo, que é o princípio da sinodalidade eclesial. É o Espírito Santo que sacode, renova e impulsiona a Igreja em ousada saída evangelizadora, para evangelizar a todos (EG 261). 

A Igreja sinodal sempre está à escuta do Espírito e atenta às suas interpelações, pois Ele, constantemente, reconduz a Igreja ao “coração do Evangelho” para que, à sua luz, ela coloque-se em contínuo “discernimento” sobre sua vida como “discípula” de Jesus e sobre sua ação pastoral, missionária e evangelizadora.

É na escuta do Espírito Santo e guiada por Ele que cada comunidade paroquial, neste momento do sínodo arquidiocesano de São Paulo, está vivendo um saudável e profundo “discernimento” sobre sua vida e missão em vista da renovação evangelizadora na Cidade. 

“Discernir” sob a ação do Espírito Santo é perguntar se a comunidade paroquial está buscando viver intensamente o Evangelho de Jesus em todas as suas dimensões em ousadia e ardor missionário, pois muitas forças induzem a comunidade a não mudar, a deixar as coisas como estão, a optar pelo imobilismo e rigidez. 

No exercício do “discernimento” da comunidade paroquial, o que deve prevalecer é “a Igreja que devemos ser, segundo o desígnio de Deus” e não “a Igreja que queremos ser, segundo o nosso próprio desígnio”... 

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