Dom Odilo: ‘Jesus não está mais no túmulo. Está vivo no nosso meio’

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13 de abril de 2020

“Hoje quero rezar pelos médicos, enfermeiros e todos que estão no hospital cuidando da saúde das pessoas e, também aos que expõem a sua vida no dia a dia nas ruas, pessoas que estão expostas ao risco de contágio e cuidam para que nossa cidade funcione”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer no início da Missa da Oitava da Páscoa em sua residência, nesta segunda-feira, 13, transmitida pelas redes sociais da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho.

BATIZADOS E INSERIDOS NA FÉ

O Arcebispo de São Paulo afirmou, na homilia, que toda a Liturgia da Oitava da Páscoa - semana em que a Igreja celebra a Páscoa como se fosse um único dia - está voltada para o Batismo. Ele recordou que os batizados nos períodos antigos tinham atividades após receberem o sacramento, para confirmar a fé e assim serem inseridos na Igreja. Hoje, porém, muitas vezes, esse caminho é esquecido.

“Não basta ser batizado. É preciso perseverar e continuar a viver a graça do Batismo e também se inserir no caminho de fé na comunidade cristã. Ninguém é batizado pra viver sozinho, de maneira isolada, como se não tivesse fazendo parte da Igreja. Quem é batizado faz parte da Igreja, comunidade de fé e, por isso mesmo, deve caminhar em comunhão.”

AS CRIANÇAS NA COMUNIDADE

Dom Odilo falou sobre o papel dos pais na inserção na comunidade das crianças que  são batizadas, pois eles vão aprendendo aos poucos em sua família, com os gestos de fé e da vida cristã.

O Arcebispo disse que alguns pais têm medo de levar os filhos pequenos nas missas, porque eles brincam e choram, mas reforçou que esse choro dos pequeninos é “sinal de esperança e alegria” da inserção na comunidade, pois aos poucos eles vão aprendendo com os pais.

“Se a criança ficar sempre em casa e nunca for à Igreja antes da primeira Comunhão, vai ser difícil criá-la na Igreja após receber a Eucaristia. Desde pequenina, ela precisa ser levada à Igreja, para começar a se sentir parte e se reconhecer dentro da comunidade”, completou.

NÃO TENHAIS MEDO

“São Mateus diz que as mulheres voltaram rapidamente do túmulo depois que viram o anjo dizer que Jesus Ressuscitou. Voltaram com muito medo, mas, ao mesmo tempo, com muita alegria. Dois sentimentos que não são necessariamente opostos” disse o Cardeal sobre o Evangelho do dia.

Dom Odilo ressaltou que esse medo é devido o susto de estar diante de Deus. O Arcebispo recordou que Moisés ficou com medo, assim como os apóstolos diante de Jesus Ressuscitado, e igualmente Maria quando no anúncio do Anjo. Todos, porém, assumiram sua missão, pois esse medo é o fato de estar diante de Deus.

“Estar diante de Deus nos coloca em uma situação de temor é o que acontece também com as mulheres, quando percebem que ali Deus está agindo, que ali é um fato de Deus e quando Jesus se aproxima delas, logo elas também se aproximam de Jesus, mas ainda com aquele medo. Jesus, porém, diz ‘não tenhais medo’”.

O TÚMULO VAZIO

O Cardeal reforçou que naquela época muitas especulações surgiram após morte de Jesus, e sobre o roubo do seu corpo, pois muitas noticias falsas eram espalhadas.

O Arcebispo concluiu, recordando que Jesus Ressuscitado apareceu em diversos momentos para diversas pessoas, muitas vezes em situações frágeis. As mulheres, primeiras testemunhas e mensageiras da Ressurreição, por exemplo, naquele período eram muito desacreditadas, mas Deus quis manifestar a sua gloria por meio delas.

“Existia tudo isso, mas Jesus Ressuscitado é testemunhado, apesar de todas essas situações. Jesus não esta mais no túmulo. Ele está vivo no nosso meio. O Cristo esta glorificado e as formas como as aparições são narradas mostram que é o mesmo Jesus, não de uma forma terrena, mas gloriosa”, concluiu.

 

 

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Páscoa em família: ‘O Ressuscitado está no meio de nós’

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12 de abril de 2020

“A vida venceu a morte, o amor venceu o ódio e a maldade. Deus é o Senhor da vida. Nós renovamos essa proclamação de fé  neste domingo da Páscoa com toda a nossa convicção”. Com essas palavras, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, iniciou uma das duas missas da Páscoa da Ressurreição do Senhor que ele presidiu neste domingo, 12, em sua residência.

Devido às medidas de isolamento social para conter a pandemia de COVID-19, as celebrações foram transmitidas pela página da Arquidiocese no Facebook, sendo que a missa das 11h também foi transmitida pela rádio 9 de Julho.

Dom Odilo ofereceu a missa pela intenção dos doentes, especialmente os que sofrem com o novo corona vírus, seus familiares e todos aqueles cuidam da saúde da população. Ele recordou, ainda, de todos aqueles que, devido ao isolamento social, passarão este dia em sozinhos.

TÚMULO VAZIO

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que mensagem da liturgia deste domingo está centrada na Ressurreição de Jesus, ao narrar o encontro dos apóstolos com o túmulo vazio. “Jesus não está mais no sepulcro, mas na glória de Deus. Seu corpo  massacrado na Paixão está vivo não mais para este mundo, mas foi glorificado”, destacou, acrescentando que os apóstolos viram o túmulo vazio e creram naquilo que o Senhor lhes avia dito anteriormente.

O Arcebispo recordou, ainda, que Cristo se manifestou aos seus discípulos e lhes renovou o chamado para que eles deem testemunho da sua ressureição. “De fato, aquilo que nós ouvimos e lemos a respeito de Jesus são testemunho daquilo que os apóstolos deram de que Jesus é realmente o Filho de Deus”, frisou.

PÁSCOA EM FAMÍLIA

Dom Odilo afirmou, ainda, que cada cristão é convidado a ter o encontro profundo e verdadeiro com o Ressuscitado, sobretudo, neste ano, em que as pessoas estão impossibilitadas de se aproximarem dos sacramentos nas igrejas, devido à pandemia.

“Somos chamados a um ato de fé mais profundo, na Palavra que nos é dirigida e dá testemunho da ressureição de Jesus. Na comunhão da comunidade de fé daqueles que creem na ressurreição”, exortou o Arcebispo, reforçando que a casa de cada cristão é um lugar onde o Ressuscitado está.

FÉ RENOVADA

“A renovação da fé no Senhor ressuscitado é fundamental para a nossa vida. A Igreja vive da fé em Jesus ressuscitado, é a base para a nossa vida cristã”, completou Dom Odilo, salientando que a ressureição é um fato sobrenatural na história humana. Deus entra na história e muda o seu curso.

O Cardeal explicou, ainda, que sem a fé na ressureição, é possível crer no Evangelho enquanto “palavras bonitas e até poéticas”. Também é se acredita em alguém que usou palavras fortes, como um profeta, com alguém que ensinou a viver a religião de um modo correto. “Isso também fazem tantos pregadores, que se apresentam como profetas, fundadores de religião... Mas a fé na ressureição confirma que Jesus é o Filho de Deus”, enfatizou.

GRAÇA BATISMAL

A Páscoa também é ocasião de renovar graça recebida no Batismo, tanto que na noite do Sábado Santo, durante a Vigília Pascal, os fiéis renovaram as promessas batismais.  “Pelo Batismo, aderimos a Jesus Ressuscitado, sepultamos o homem velho e ressuscitamos com Cristo para vivermos uma vida nova”, afirmou Dom Odilo.

O Arcebispo acrescentou que, pela fé, os cristãos, embora ainda com o corpo mortal, são chamados a viver como ressuscitados, mencionando a Carta de São Paulo aos Colossenses, que diz: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus”.

“Essas palavras nos recordam a graça do nosso Batismo e nosso chamado a renovar a nossa vida cristã dia a dia, para vivermos como Cristo ressuscitado, como pessoas pascais”, reforçou Dom Odilo.

‘ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS’

No fim da celebração, o Cardeal renovou sua saudação pascal desejando que o dia da Páscoa seja vivido na alegria, na intensidade da fé no Senhor ressuscitado “que está no meio de nós”.

Dom Odilo também lembrou que neste domingo, às 14h, acontecerá o ato de consagração da América Latina e do Caribe à Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido pelos meios de comunicação de inspiração católica diretamente do México. “Peçamos a Nossa Senhora de Guadalupe proteção para a saúde de todos os nossos povos”, concluiu.

 

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Papa exorta a deixar-se contagiar pela esperança do Cristo Ressuscitado

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12 de abril de 2020

Diante da nave central da Basílica de São Pedro completamente vazia, logo após presidir a missa do Domingo de Páscoa, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem de saudação pascal, seguida da bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo).

Não havia fiéis reunidos na Praça São Pedro, como nos anos anteriores, mas milhões de católicos acompanharam a cerimônia, ao vivo, pelos meios de comunicação e plataformas digitais.

Em meio a crise global causada pela pandemia de COVID-19, o Pontífice iniciou sua mensagem com a o anúncio que ecoa neste dia em todo mundo: “Jesus Cristo ressuscitou; verdadeiramente ressuscito!”.

“Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’”, acrescentou Francisco, ressaltando que esse é um “contágio” diferente, “que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.”

VITÓRIA SOBRE O MAL

O Santo Padre explicou que este anúncio não se trata de uma fórmula mágica que faz desaparecer os problemas, mas é “a vitória do amor sobre a raiz do mal, uma vitória que não 'salta' por cima do sofrimento e da morte, mas atravessa-os abrindo uma estrada no abismo, transformando o mal em bem: marca exclusiva do poder de Deus”.

“O Ressuscitado é o Crucificado”, enfatizou Francisco, recordando que no corpo glorioso do Senhor estão indeléveis as feridas que se tornaram “frestas de esperança”, e lembrou as feridas abertas hoje na humanidade, a começar pelos infectados pelo COVID-19, especialmente os doentes, os que morreram e seus familiares.

“Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está causando, desde os sofrimentos físicos até aos problemas econômicos”, afirmou.

EFEITOS DA PANDEMIA

O Santo Padre ressaltou que epidemia não privou as pessoas apenas dos afetos, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. “Mas o Senhor não nos deixa sós! Permanecendo unidos em oração, estamos certos de que ele colocou sua mão sobre nós, e repetiu com força: ‘Não tenhas medo, ‘eu ressuscitei e estou sempre contigo’”, disse.

Francisco agradeceu novamente aos médicos e enfermeiros, que oferecem um testemunho de cuidado e amor ao próximo até o extremo das forças e não raro ao sacrifício da própria saúde”. De igual modo, o Pontífice dirigiu seu pensamento afetuoso a todos os profissionais que garantem os serviços essenciais.

“Nas últimas semanas, a vida de milhões de pessoas mudou subitamente. Para muitos, ficar em casa foi uma oportunidade para refletir, parar o ritmo frenético da vida, estar com os entes queridos e desfrutar da companhia deles”, destacou o Papa, reconhecendo que para muitos, no entanto, é também um momento de preocupação com o futuro incerto, pelo trabalho que se corre o risco de perder e para as outras consequências que a atual crise traz.

NÃO À INDIFERENÇA

“Encorajo todos os que têm responsabilidades políticas a trabalhar ativamente para o bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e as ferramentas necessárias para permitir que todos tenham uma vida digna e incentivando, quando as circunstâncias o permitirem, a retomada das atividades diárias normais”, pediu o Pontífice.

“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse ainda o Santo Padre, pedindo que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados.

Francisco pediu, ainda, a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e inclusive o cancelamento da dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

“Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas”, afirmou.

TEMPO DE SOLIDARIEDADE

Dirigindo um olhar para as regiões que mais sofrem nesse momento, o Papa referiu-se à Europa, uma das mais afetadas pelas pandemia. Ele recordou que o continente se recuperou depois da Segunda Guerra Mundial graças à solidariedade e, por isso, pediu que esse seja o sentimento que prevaleça agora, ao contrário do ressurgimento de antigas rivalidades.

O Pontífice novamente fez um apelo por um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos e repetiu a exortação feita na vigília pascal: “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.”

FIM DOS CONFLITOS

O Bispo de Roma mencionou, ainda, as guerras ainda em andamento na Síria e no Iêmen, as tensões no Iraque e no Líbano. Pediu que sejam retomados os diálgos entre israelenses e palestinos pela paz, recordou os conflitos na Ucrânia da crise dos refugiados na Líbia e na fronteira entre a Grécia e a Turquia e de países da Ásia.

Francisco também lembrou dos ataques terroristas na África, em especial da crise humanitária vivida na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Na América Latina, citou a Venezuela, pedindo soluções concretas e imediatas.

“Palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso”, concluiu o Papa antes de conceder a benção pela qual é possível a indulgência plenária.

‘ESTE É O DIA QUE O SENHOR FEZ PARA NÓS’

Minutos antes da bênção pascal, no altar da Cátedra de São Pedro, o Papa presidiu a missa do domingo mais importante do calendário litúrgico. Do interior da Basílica Vaticana vazia, ecoava as vozes dos apenas oito integrantes do coro que entoava o salmo 117, que diz: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremos e nele exultemos”.

Nesse ano, devido à emergência sanitária em curso, foi omitido o rito  do Resurrexit (Ressuscitou), que consiste na abertura dos painéis laterais do ícone do Santíssimo Salvador, ao canto do Aleluia, recordando a surpresa de Pedro ao ver p sepulcro vazio e os onze apóstolos atestam que o Senhor realmente ressuscitou e apareceu a Simão.

Como é costume na missa do Domingo de Páscoa presidida pelo Santo Padre, o Evangelho da Ressureição do Senhor (Jo 20, 1-9) foi proclamado em latim e em grego, ressaltando a catolicidade da Igreja presente no Ocidente e no Oriente.

Em seguida, ao invés da homilia, o Papa não proferiu a homilia, mas fez um instante de silêncio para meditação interiorização da Palavra de Deus proclamada.

Como em todas as celebrações deste Tríduo Pascal, o crucifixo milagroso da Igreja de São Marcelo, ao qual se deve o fim da grande epidemia de 1522, esteve presente próximo ao altar, assim como o ícone da Virgem Maria Salus Popoli Romano, que foi levado da Basílica de Santa Maria Maior e diante do qual o Pontífice, na conclusão da missa, entoou a antífona pascal Regina Coeli (Rainha do céus).

(Com informações de Vatican News)

 

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‘Somos chamados a viver uma vida nova em Cristo Ressuscitado’

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11 de abril de 2020

Na noite desse Sábado Santo, 11, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a solene Vigília Pascal na capela do Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga.

Considerada a “mãe de todas da vigílias”, essa celebração anuncia a Ressureição de Jesus Cristo. Devido às medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades para conter a pandemia do novo coronavírus, a missa não teve a participação do povo e foi transmitida pelos meios de comunicação.

Também por esse motivo, liturgia da missa foi simplificada. Desta vez não houve a benção do fogo novo, como de costume. Mas o Círio Pascal, sinal do Ressuscitado, foi aceso e apresentado solenemente com o refrão: “Eis a Luz de Cristo”.

Em seguida, houve a proclamação solene da Páscoa, com o tradicional hino do Precônio Pascal que, em um dos versos diz: “No esplendor desta noite que viu ressurgir Jesus do sepulcro, exultemos: Pela vitória da Cruz!”

LEITURAS

Na celebração deste ano, não foram proclamadas as sete leituras do Antigo Testamento, que narram a história da salvação do povo de Israel, mas três.

A primeira leitura (Gn 1,1-26.31a) narrou a criação do mundo e do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus.

“Essa leitura é como um poema que fala das maravilhas de Deus: criação. Deus abençoou a criação, viu que tudo era bom”, explicou Dom Odilo, recordando, ainda, que, no salmo entoado logo em seguida (Sl 103) “pedimos que Deus envie o Espirito criador, que agora e sempre de novo renove a face da terra”.

A segunda leitura (Gn 22,1-2.9a, 10-13.15-18), recorda a cena de Deus que pede a Abraão que sacrifique o seu filho Isaac. Contudo, o patriarca do povo hebreu foi poupado por Deus que enviou um cordeiro para ser sacrificado no lugar do menino. Dom Odilo ressaltou que esse sacrifício é imagem do sacrifício de Cristo, o cordeiro de Deus oferecido pelo Pai para salvação da humanidade.

A passagem do povo hebreu pelo Mar Vermelho, narrada pelo livro do Êxodo – (Ex 14,15-30–15,1), foi a terceira leitura proclamada na Vigília. “Essa é a passagem da escravidão no Egito para a liberdade, é a imagem do nosso Batismo. Passamos pela água do Batismo para chegar à liberdade dos filhos de Deus”, comentou o Arcebispo.

MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS

Em seguida, foi recitado o hino de louvor “Glória a Deus nas alturas” e as velas do altar foram acesas pela mesma luz do Círio Pascal. Depois, foi proclamada a leitura do Novo Testamento (Rm 6,3-11), na qual o Apóstolo São Paulo afirma: “Pelo Batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova”.

Após a leitura, Dom Odilo entoou solenemente o “Aleluia”, aclamação omitida durante toda a Quaresma e agora anuncia a proclamação do Evangelho da Ressurreição do Senhor (Mt 28,1-10), que narra o encontro do Ressuscitado com as mulheres que o seguiam.

Na homilia, o Cardeal Scherer enfatizou que a ressurreição não é um fato de voltar a essa mesma vida, mas manifestação da glória de Deus na pessoa de Jesus. A Ressurreição faz parte do mistério de Deus que envolve a nossa existência, que se manifesta de modo todo especial em Jesus Cristo glorificado. Ele está conosco, estende-nos a mão, é o Filho de Deus, Nosso Senhor e salvador”, disse.

BATISMO

Este ano, não houve batismos na Vigília Pascal, apenas a renovação das promessas batismais. “Terminados os exercícios da Quaresma, renovados interiormente nas nossas disposições de viver como bons cristãos, na fé e na conversão, na disposição para seguir Jesus Cristo, perseverar no bem, na virtude, na vivência das bem-aventuranças, somos convidados a renovar as promessas do nossos Batismo”, afirmou Dom Odilo.

“Pelo Batismo, temos parte na vida nova de Jesus ressuscitado, na graça que ele nos alcança, o dom da filiação divina”, acrescentou o Cardeal.

“Estamos unidos a Jesus, chamados a viver uma vida nova, não mais segundo o pecado, segundo o homem velho, mas na luz de Cristo ressuscitado, testemunhando-o com nossa vida”, exortou o Arcebispo.  

COMUNHÃO DOS SANTOS

No fim da missa, o Cardeal manifestou seus votos de feliz Páscoa e motivou todos a celebrarem com muita alegria e fé essa que é a maior festa cristã, acompanhando as missas que serão transmitidas neste domingo, 12, pelas paróquias e comunidades.

Recordando a afirmação “Creio na comunhão dos Santos”, feita na profissão de fé católica, Dom Odilo destacou que essa consiste na comunhão de toda a Igreja no céu e na terra. “Mesmo que nossas igrejas estejam vazias, estamos unidos a toda a Igreja unida em torno de Cristo pela caridade”, afirmou.

Neste Domingo de Páscoa, o Cardeal Scherer presidirá missa às 7h transmitida e às 11h, transmitidas pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.  

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Cardeal Scherer orienta Arquidiocese de São Paulo sobre a vivência da Semana Santa e Páscoa

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30 de março de 2020

Em carta enviada a toda Arquidiocese de São Paulo, na quinta-feira, 26, Dom Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, anunciou as diretrizes para a vivência da Semana Santa e Páscoa nas paróquias da Arquidiocese de São Paulo.

No documento, o Cardeal reitera que missas com a presença de fieis seguem suspensas por tempo indeterminado, devido a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.

Todas as celebrações que ocorrem no período do domingo de Ramos ao domingo de Páscoa deverão ser mantidas e transmitidas pelos meios de comunicação.

LEIA A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO

Aos Bispos Auxiliares, Padres,

Diáconos, Religiosos e Leigos da arquidiocese de São Paulo

ORIENTAÇÕES PARA A SEMANA SANTA E A PÁSCOA

Caríssimos/as:

Escrevo esta carta, com orientações para as celebrações da Semana Santa e a Páscoa, para que os padres e demais responsáveis pelas paróquias e comunidades possam organizar-se convenientemente.

A celebração do Domingo de Ramos, da Semana Santa e da Páscoa constitui o núcleo central do Ano Litúrgico. Neste ano, infelizmente, somos confrontados com muitas limitações para realizar essas celebrações com a participação do povo, como seria desejável e normal. Porém, a pandemia da COVID-19, causada pelo Coronavírus, está exigindo que cuidemos da saúde e da vida, uns dos outros, colaborando com as Autoridades responsáveis pela saúde pública.

Continuamos em quarentena e “isolamento social”, em São Paulo, cuidando da vida e da saúde nossa e dos outros. Portanto, embora tenha sido derrubada, no dia 24 de março, a Liminar da noite de 20 de março, que havia mandado “proibir missas e cultos com qualquer número de pessoas”, as celebrações com povo permanecerão suspensas na arquidiocese de São Paulo, até nova ordem ou orientação desta mesma Arquidiocese.

O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, com Decreto nº 153/20, de 19 de março passado, por mandato do Papa Francisco, já deu instruções para a Igreja inteira sobre as celebrações da Páscoa “neste tempo difícil que estamos vivendo”. Aconselho todos a tomarem conhecimento desse Decreto, que é de domínio público.

Apresento, a seguir, orientações específicas para as mesmas celebrações na Arquidiocese de São Paulo. A celebração da Páscoa (o Tríduo Pascal inteiro, que inicia com a Missa “da Ceia do Senhor” na Quinta-Feira Santa) não se suprime nem se adia, mas deve ser feita nas condições possíveis e nos dias previstos. Aconselho os sacerdotes a transmitirem as celebrações aos paroquianos. Se houver a necessidade de alguns (poucos) ajudantes indispensáveis nas celebrações, cuidar que não sejam do “grupo de risco”. O povo pode ser orientado a assistir e participar em suas casas, na forma possível, das celebrações transmitidas pelas mídias sociais e pelos Meios de Comunicação. As celebrações não devem ser retransmitidas posteriormente, como arquivos gravados, mas devem ser transmitidas sempre “ao vivo”.  Recomendo divulgar as celebrações do Papa Francisco, transmitidas pelas TVs ligadas à Igreja, para que o povo possa assistir.

Domingo de Ramos: os padres celebrem em privado, sem bênção, nem procissão de ramos. O resto segue conforme rito próprio. Avisar o povo para ter em mãos algum ramo verde durante a celebração, sem que isso implique em “benzer os ramos”. Importa o sinal dos ramos verdes, e não a bênção, como tal. Não se omite a leitura da Paixão de Cristo. Orientar o povo sobre o “gesto concreto de solidariedade”, da Campanha da Fraternidade, fruto da penitência quaresmal. Convidar a fazer as doações pela Internet, diretamente na conta específica da Arquidiocese de São Paulo, para esse fim (Banco Bradesco, Ag. 3394-4, conta bancária n. 42986-4, CNPJ 63.089.825.0001-44).

Missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais: Em vista do significado dessa celebração para todos os padres e para a comunhão eclesial na Arquidiocese, e para que também o povo possa participar, ela será adiada para o dia 01 de agosto próximo, às 09h00, na Catedral Metropolitana. Enquanto isso, o Santo Crisma e os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos da celebração de 2019 seguem sendo usados.

Missa “da Ceia do Senhor” e da instituição da Eucaristia, no início da noite da Quinta-Feira Santa (nunca antes do pôr do sol!): Os padres celebrem em privado e transmitam ao povo de suas paróquias. Omitem-se o “Lava-Pés” e a adoração eucarística presencial. Mas recomendo a adoração e a oração do próprio Padre diante da Eucaristia colocada no tabernáculo (não no ostensório!), por algum tempo, depois da Missa. A adoração também seja transmitida, com o convite para que o povo da paróquia a acompanhe em suas casas. Esse momento pode ser muito rico e expressar a “comunhão” do povo da paróquia em torno de Jesus e com o padre, “vigiando com Ele”, como os apóstolos no Horto das Oliveiras.

Sexta-Feira Santa, pela manhã: É aconselhado que os padres façam a Via Sacra em privado na parte da manhã, com transmissão pelas mídias para que o povo possa acompanhar em suas casas. Recomendo muito divulgar também a celebração feita na Basílica de São Pedro (vazia), às 13h00 do Brasil (17h00 de Roma), com a presença do Papa e, provavelmente, com a pregação de Frei Raniero Cantalamessa, OFMCap. Pregador da Casa Pontifícia. Essa pregação sempre é muito marcante e não deixará de ser também neste ano. Lembrar o povo que este é um dia penitencial de jejum, abstinência de carnes e oração intensa.

Sexta-Feira Santa, pela tarde: Os padres façam, às 15h00, a Comemoração da Paixão do Senhor, como de costume, mas sem povo e apenas com os poucos assistentes indispensáveis, que não sejam do “grupo de risco”, evitando cantos, transmitindo a celebração para os paroquianos. Não se omita, de forma alguma, a leitura da Paixão de Cristo e uma breve pregação. Mas não se faz o “beijo da cruz”. O celebrante convide as pessoas a fazerem isso em suas casas, com um crucifixo da família. Omitem-se a Via Sacra e a Procissão “do Senhor morto”, com a participação do povo. Sendo dia da Coleta para os Lugares Santos, incentivar as pessoas a fazerem sua doação generosa em favor da missão da Igreja nos lugares bíblicos, onde os cristãos vivem sob enorme pressão e sofrimento. As ofertas devem ser feitas diretamente na conta específica da Arquidiocese para esse fim (Banco Bradesco Ag. 3394-4, conta bancária n. 56602-0, CNPJ 63.089.825.0001-44).

Sábado Santo: Como prescreve a Liturgia, este é um dia de penitência, recolhimento e preparação para a celebração da Vigília Pascal. Durante o dia, podem ser feitas orações e reflexões, em privado, convidando o povo a acompanhar tudo pelas mídias em suas casas. Há muitas possibilidades que podem ser exploradas e a própria Liturgia das Horas oferece indicações.

No início da noite, mas nunca antes do pôr do sol, fazer a celebração da Vigília Pascal, em privado, e apenas com o mínimo indispensável de auxiliares de cerimônia, que não sejam do “grupo de risco”. Transmitir ao povo e convidar os paroquianos a acompanhar tudo pelas mídias. Omitir o acendimento do “fogo novo” e a procissão com o círio pascal. Mas pode-se acender, de maneira simples, o círio pascal e fazer o “Anúncio da Páscoa” (Exsultet). Fazer, pelo menos, três leituras do Antigo Testamento, entre as quais deve estar a leitura do Êxodo (Êx 14,15-15,1), com os respectivos Salmos, antes do início da Missa, com o Glória. Omitir a bênção da água e a liturgia batismal. Mas fazer a renovação das Promessas do Batismo. Pedir ao povo que tenha em mãos velas acesas nesse momento. A liturgia eucarística segue normal, até o final.

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor: Fazer, ao menos, uma celebração transmitida ao povo da paróquia, em horário conveniente. Mas seria muito bom oferecer dois horários em cada paróquia, pois é o Domingo mais importante do Ano Litúrgico. Não deixar de fazer uma breve homilia.

Na Oitava da Páscoa: Fazer igualmente as Missas em cada dia da Semana da Páscoa, com transmissão ao povo. Há muito para se redescobrir na Oitava da Páscoa! Aproveitemos essa “quarentena” para evangelizar um pouco mais e para fortalecer a fé e a esperança do povo, mantendo unida a paróquia, à espera de podermos todos “ressurgir” fortalecidos em tempos melhores, com a saúde e a fé robustecidas.

Algumas breves orientações quanto à Confissão e ao “dever de preceito”: Diversas foram as questões levantadas em relação ao Sacramento da Penitência mediante confissão individual, ou a absolvição coletiva. Estamos numa situação difícil e emergencial. Para situações emergenciais, soluções de emergência.

Sobre o “preceito dominical”:  Vale o princípio geral, que a Igreja sempre ensinou: “ninguém pode ser obrigado a fazer o impossível”. Nas atuais circunstâncias de pandemia e de restrições impostas para não sair de casa, a fim de preservar a saúde e a vida, as pessoas estão impedidas de irem às igrejas. Portanto, não é preciso que se decrete a “suspensão do preceito dominical”. Simplesmente, não é possível cumpri-lo. Quando isso for possível novamente, todos deverão dar graças a Deus no seu templo e frequentar as Missas e demais celebrações, com maior disposição e alegria. Enquanto isso, perseveremos em oração e vivamos a fé, unindo-nos à Igreja inteira, que crê, adora, louva, suplica, pede perdão, alegra-se no Senhor e espera, nas diversas horas do dia e em cada comunidade do mundo inteiro, mesmo sem podermos fazê-lo de maneira fisicamente presencial.

Sobre o Sacramento da Penitência ou Confissão: Não sendo possível, nas atuais circunstâncias, procurar a confissão, nem atender ao povo em confissão, nem mesmo oferecer a “absolvição comunitária”, os padres exortem as pessoas ao exame de consciência, ao arrependimento sincero dos pecados, à renovação do propósito de busca de Deus e de vida santa. E que se confessem depois, na primeira ocasião que tiverem para isso.

Coragem, caríssimos padres e demais irmãos e irmãs! A celebração da Páscoa nos lembra que a vida é mais forte que a morte, a cruz e toda provação! Permaneçamos firmes, unidos e solidários nesses tempos difíceis. Sirvamos o povo, que precisa muito de nossa presença, ainda que seja apenas a presença virtual e espiritual. Procuremos o contato com os enfermos e seus familiares, ou os responsáveis deles, mesmo sem sair de casa, mas mediante uma boa palavra, mensagem ou telefonema. E não nos esqueçamos dos pobres! Deus abençoe a todos!

Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

 

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Diocese de São Miguel Paulista realiza 35ª Caminhada da Ressurreição

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15 de abril de 2019

A Diocese de São Miguel Paulista, que neste ano celebra 30 anos de existência, realiza a tradicional Caminhada da Ressurreição. Com tema “Cristo Ressuscitado, vem e fica conosco!”, o mega evento alcança neste ano sua 35ª edição, que começa no fim da noite do sábado de aleluia, a partir das 23 horas do dia 20 de abril de 2019.

Como nos anos anteriores, são esperados milhares de fiéis em frente à Igreja Nossa Senhora da Penha - próxima da estação Penha do Metrô - na Rua Santo Afonso, onde percorrerão as ruas do bairro até a Catedral de São Miguel.

A Caminhada, animada com trio elétrico, dura em torno de seis horas, num percurso de 13 quilômetros, durante a madrugada, para celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo e termina com a missa campal, celebrada pelo bispo diocesano.

O objetivo da atração pascal é propor uma vida de fé aos jovens e mostrar que a vivência pelos valores cristãos pode contribuir para sua formação cidadã e humana, construindo, assim, uma vida sem vícios e alienações.

Sob a lei municipal nº 14.565 de 2007, a Caminhada da Ressurreição integra o Calendário Oficial de Eventos da Cidade de São Paulo, contando com apoio da SPTuris e das Prefeituras Regionais de São Miguel, Ermelino Matarazzo e Penha, CET, Sabesp, Policia Militar e Civil, GCM, Defesa Civil, SPTrans e Hospital Santa Marcelina.

Outros detalhes sobre a atividade podem ser obtidos pelo telefone (11) 99586-3417.

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‘Hoje começamos a celebrar a Páscoa’

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14 de abril de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu na manhã deste dia 14, na Catedral da Sé, a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Essa celebração, marca o início da Semana Santa. 

“Hoje começamos a celebrar a Páscoa. Toda esta semana é celebração da Páscoa. Convido todos a participar dessa celebração com profunda fé”, explicou o Dom Odilo, na homilia. 

CONTRADIÇÃO HUMANA

Ao destacar os dois trechos dos evangelhos proclamados na liturgia desse dia – a entrada solene de Jesus em Jerusalém e a narrativa de sua paixão e morte no calvário – mostram o quanto as ações e reações humanas podem ser contraditórias. 

“O povo que aclamou Jesus no primeiro momento agora pede que o crucifiquem. São contradições as quais podemos cair quando nos deixamos influenciar por r discursos que não são orientados pela verdade.  Como é importante nos orientarmos pela verdade. Mantermo-nos firmes nas nossas convicções”, enfatizou. 

MISTÉRIO INSONDÁVEL 

O Cardeal Scherer ressaltou que para compreender  esse “insondável mistério da fé” é preciso não se deter apenas diante da cruz e do túmulo fechado.  “O túmulo vazio e os encontros com Jesus ressuscitado lançam luz nova sobre o mistério trágico dos sofrimentos e da morte de jesus na cruz”. 

“Jesus Cristo ressuscitado é a manifestação, no tempo e na história, da obra definitiva e completa que Deus prepara para nós”, acrescentou Dom Odilo. 

VIDA NOVA

Por fim, o Arcebispo lembrou que cada cristão participa da Páscoa do Senhor por meio do Batismo e do seu testemunho de vida cristã. “Com ele [Cristo] morremos ao pecado; com ele, ressuscitamos para a vida nova, para vivermos como ‘novas criaturas’. Abre-se para os que creem no Cristo ressuscitado, um horizonte de existência, onde terra e céu, tempo e eternidade se encontram”, concluiu. 

Dom Odilo também convidou os fiéis a participarem das celebrações da Semana Santa nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, especialmente do Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira, 18, com a Missa da Ceia do Senhor, e termina com a celebração da Páscoa da Ressureição, no domingo, 21. 

Leia a reportagem completa na próxima edição do jornal O SÃO PAULO, em 16/04/2019. 

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Domingo de Ramos: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’

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Dom Odilo preside Páscoa dos Militares na Catedral da Sé

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27 de setembro de 2018

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu na sexta-feira, 21, na catedral da Sé, a Missa pela “Páscoa da Família Militar”. A tradição nasceu a partir da necessidade dos militares que, estando em missão durante o período pascal, queriam celebrar a Páscoa junto da comunidade eclesial e de seus familiares. A primeira “Páscoa dos Militares” foi celebrada em 1945, no Rio de Janeiro, com aqueles que voltaram da 2ª Guerra Mundial. Ficou então convencionado que a “Páscoa dos Militares” seria em período diferente do tradicional. 

Representantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana lotaram a Catedral da Sé. No início da celebração, todos cantaram o hino nacional brasileiro e, solenemente, foram trazidas a bandeira do Brasil e outras bandeiras, além da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
 

PELO BEM COMUM

“Essa celebração é um privilégio particular dado aos militares, devido às suas particularidades”, disse o Cardeal durante a homilia. Ele salientou ainda que a Páscoa é o centro da fé católica. “Assim, mais importante do que o calendário litúrgico é o que nós professamos com a Páscoa: que Jesus ressuscitou e apareceu vivo aos seus!”.

Ao falar sobre o significado da Páscoa, o Arcebispo recordou que a vida na pátria terrena prepara a vida eterna da Pátria celeste. “A ressurreição de Jesus é o anúncio daquilo que Deus tem preparado para cada um de nós. Por isso, São Paulo diz que Jesus é o primogênito entre nós, o primeiro a ressuscitar”, continuou. 

Dom Odilo convidou a todos a serem promotores da paz e do bem comum. "Quero convidar a todos a vivermos de maneira consequente esse chamado, preocupados com o bem comum, com o respeito à ordem, à justiça e à dignidade. Que vivendo nossa missão, possamos contribuir para que nossa Pátria celeste seja um lugar de felicidade. Que os males sejam superados e que o Brasil, lugar de gente tão boa, possa ser um lugar de alegria”, afirmou.

No fim da celebração, Padre Reni Nogueira dos Santos, Capelão do Comando Militar do Sudeste - São Paulo (SP), agradeceu a presença de todos e recordou o aniversário natalício de Dom Odilo, comemorado naquele dia.

 

ORDINARIADO MILITAR DO BRASIL

O Ordinariado Militar do Brasil é uma Circunscrição Eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, subordinada diretamente à Santa Sé, e participa do Conselho Episcopal Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A Sé Episcopal está na Catedral Militar Rainha da Paz, na cidade de Brasília, no Distrito Federal. O Arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando José Monteiro Guimarães, é o responsável por todas as capelanias militares católicas do Brasil. 

Mais detalhes pelo site: Arquidiocese Militar do Brasil
 

 

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Urbi et Orbi: anunciem com palavras e com a vida a bela notícia que Jesus ressuscitou

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03 de abril de 2018

Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

Jesus ressuscitou dos mortos.

Ressoa na Igreja, por todo o mundo, este anúncio, juntamente com o cântico do Aleluia: Jesus é o Senhor, o Pai ressuscitou-O e Ele está vivo para sempre no meio de nós.

O próprio Jesus preanunciara a sua morte e ressurreição com a imagem do grão de trigo. Dizia: «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24). Foi isto mesmo que aconteceu: Jesus, o grão de trigo semeado por Deus nos sulcos da terra, morreu vítima do pecado do mundo, permaneceu dois dias no sepulcro; mas, naquela sua morte, estava contida toda a força do amor de Deus, que se desencadeou e manifestou ao terceiro dia, aquele que celebramos hoje: a Páscoa de Cristo Senhor.

Nós, cristãos, acreditamos e sabemos que a ressurreição de Cristo é a verdadeira esperança do mundo, a esperança que não decepciona. É a força do grão de trigo, a do amor que se humilha e oferece até ao fim e que verdadeiramente renova o mundo. Esta força dá fruto também hoje nos sulcos da nossa história, marcada por tantas injustiças e violências. Dá frutos de esperança e dignidade onde há miséria e exclusão, onde há fome e falta trabalho, no meio dos deslocados e refugiados – frequentemente rejeitados pela cultura atual do descarte – das vítimas do narcotráfico, do tráfico de pessoas e da escravidão dos nossos tempos.

E nós, hoje, pedimos frutos de paz para o mundo inteiro, a começar pela amada e martirizada Síria, cuja população se encontra exausta por uma guerra sem um fim à vista. Nesta Páscoa, a luz de Cristo Ressuscitado ilumine as consciências de todos os responsáveis políticos e militares, para que se ponha imediatamente termo ao extermínio em curso, respeite o direito humanitário e proveja a facilitar o acesso às ajudas de que têm urgente necessidade estes nossos irmãos e irmãs, assegurando ao mesmo tempo condições adequadas para o regresso de quantos foram desalojados.

Frutos de reconciliação, imploramos para a Terra Santa, ferida, também nestes dias, por conflitos abertos que não poupam os indefesos, para o Iémen e para todo o Médio Oriente, a fim de que o diálogo e o respeito mútuo prevaleçam sobre as divisões e a violência. Possam os nossos irmãos em Cristo, que muitas vezes sofrem abusos e perseguições, ser testemunhas luminosas do Ressuscitado e da vitória do bem sobre o mal.

Frutos de esperança, suplicamos neste dia para todos aqueles que anseiam por uma vida mais digna, especialmente nas regiões do continente africano atormentadas pela fome, por conflitos endémicos e pelo terrorismo. A paz do Ressuscitado cure as feridas no Sudão do Sul: abra os corações ao diálogo e à compreensão mútua. Não esqueçamos as vítimas daquele conflito, sobretudo as crianças! Não falte a solidariedade em prol das inúmeras pessoas forçadas a abandonar as suas terras e privadas do mínimo necessário para viver.

Frutos de diálogo, imploramos para a península coreana, para que os colóquios em curso promovam a harmonia e a pacificação da região. Aqueles que têm responsabilidades diretas ajam com sabedoria e discernimento para promover o bem do povo coreano e construir relações de confiança no âmbito da comunidade internacional.

Frutos de paz, pedimos para a Ucrânia, a fim de que se reforcem os passos a favor da concórdia e sejam facilitadas as iniciativas humanitárias de que necessita a população.

Frutos de consolação, suplicamos para o povo venezuelano, que vive – escreveram os seus Pastores – como que em «terra estrangeira» no seu próprio país. Possa, pela força da Ressurreição do Senhor Jesus, encontrar a via justa, pacífica e humana para sair, o mais rápido possível, da crise política e humanitária que o oprime e, àqueles dentre os seus filhos que são forçados a abandonar a sua pátria, não lhes falte hospedagem nem assistência.

Frutos de vida nova, Cristo Ressuscitado dê às crianças que, por causa das guerras e da fome, crescem sem esperança, privadas de educação e assistência sanitária; e também aos idosos descartados pela cultura egoísta que põe de lado aqueles que não são «produtivos».

Frutos de sabedoria, imploramos para aqueles que, em todo o mundo, têm responsabilidades políticas, a fim de que respeitem sempre a dignidade humana, trabalhem com dedicação ao serviço do bem comum e garantam progresso e segurança aos seus cidadãos.

Queridos irmãos e irmãs!

Também a nós, como às mulheres que acorreram ao sepulcro, é-nos dirigida esta palavra: «Porque buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou!» (Lc 24, 5-6). A morte, a solidão e o medo já não são a última palavra. Há uma palavra que vem depois e que só Deus pode pronunciar: é a palavra da Ressurreição (cf. João Paulo II, Palavras no final da Via-Sacra, 18/IV/2003). Com a força do amor de Deus, ela «afugenta os crimes, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, dá alegria aos tristes, derruba os poderosos, dissipa os ódios, estabelece a concórdia e a paz» (Precónio Pascal).

Feliz Páscoa para todos!

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Papa: somente a fraternidade pode garantir uma paz duradoura

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03 de abril de 2018

O dia de hoje é um dia de festa a ser vivido habitualmente com a família. A segunda após a Páscoa é chamado “Segunda-feira do Anjo”, segundo uma tradição muito bonita que corresponde às fontes bíblicas da Ressurreição. Foi o que disse o Papa Francisco no Regina Caeli ao meio-dia, explicando o sentido e o significado desta segunda-feira após o domingo de Páscoa.

 

Fraternidade possa tornar-se nosso estilo de vida

De fato, os Evangelhos narram que, quando as mulheres foram ao Sepulcro, encontraram-no aberto. Elas temiam não poder entrar porque este estava fechado com uma grande pedra. Ao invés, estava aberto; e uma voz que vinha de dentro do sepulcro disse-lhes que Jesus não estava ali, mas ressuscitou, destacou o Papa.

 

Primeiro anúncio da Ressurreição foi dado pelos anjos

Pela primeira vez foram pronunciadas as palavras “Ressuscitou”. Os evangelistas – prosseguiu o Santo Padre – nos referem que este primeiro anúncio foi dado pelos anjos, ou seja, mensageiros de Deus. Há um significado nesta presença angélica – prosseguiu Francisco: como a Encarnação do Verbo foi anunciada por um anjo, Gabriel, assim para anunciar pela primeira vez a Ressurreição não bastava uma palavra humana.

Era necessário um ser superior para comunicar uma realidade tão inédita, tão incrível, que talvez nenhum homem teria ousado pronunciá-la. Após este primeiro anúncio, a comunidade dos discípulos começou a repetir: “Verdadeiramente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão (Lc 24,34), mas o primeiro anúncio exigia uma inteligência superior à inteligência humana.

 

A fraternidade é o fruto da Páscoa de Cristo

Explicitando ainda o sentido celebrativo desta segunda-feira, o Pontífice explicou:

“Após ter celebrado a Páscoa se sente a necessidade de reunir-se mais uma vez com os familiares e com os amigos para fazer festa. Porque a fraternidade é o fruto da Páscoa de Cristo que, com a sua morte e ressurreição, derrotou o pecado que separava o homem de Deus, de si mesmo e de seus irmãos.”

Jesus abateu o muro de divisão entre os homens e restabeleceu a paz, começando a tecer a rede de uma nova fraternidade. É muito importante neste nosso tempo redescobrir a fraternidade, assim como era vivida nas primeira comunidades cristãs, acrescentou.

 

Sem fraternidade há somente indivíduos movidos pelos próprios interesses

“Não pode haver verdadeira comunhão e um compromisso em favor do bem comum e da justiça social sem a fraternidade e partilha. Sem partilha fraterna não se pode realizar uma autêntica comunidade eclesial ou civil: há somente um conjunto de indivíduos movidos pelos próprios interesses.”

A Páscoa de Cristo fez explodir no mundo a novidade do diálogo e da relação,  novidade que para os cristãos se tornou uma responsabilidade. De fato Jesus disse: “Disso saberão que sois meus discípulos: se amarem uns aos outros” (Jo 13,35).

 

Cuidar dos mais frágeis e marginalizados

“Eis o motivo porque não podemos fechar-nos em nosso privado, em nosso grupo, mas somos chamados a ocupar-nos do bem comum, a cuidar dos irmãos, especialmente dos mais frágeis e marginalizados. Somente a fraternidade pode garantir uma paz duradoura, derrotar as pobrezas, superar as tensões e as guerras, extirpar a corrupção e a criminalidade.”

Que a fraternidade e a comunhão posam tornar-se nosso estilo de vida e alma de nossas relações, disse ainda Francisco, renovando seu apelo a fim de que as pessoas sequestradas ou injustamente privadas da liberdade sejam libertadas e possam voltar para suas casas.

 

Oitava da Páscoa, prolongamento da alegria da Ressurreição de Cristo

Antes de despedir-se dos fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Pontífice fez votos a cada um que transcorra serenamente estes dias da Oitava da Páscoa, em que se prolonga a alegria da Ressurreição de Cristo.

“Aproveitem cada boa ocasião para ser testemunhas da paz do Senhor ressuscitado especialmente em relação às pessoas mais frágeis e menos favorecidas”, exortou o Papa, assegurando uma oração especial pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado este 2 de abril.

"Invoquemos o dom da paz para o mundo inteiro, especialmente para as populações que mais sofrem por causa dos conflitos em andamento", exortou ainda Francisco.

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