Cardeal Scherer celebra Natal com pessoas em situação de rua

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27 de dezembro de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa da Solenidade do Natal do Senhor no Arsenal da Esperança Dom Luciano Mendes de Almeida, na tarde desta quarta-feira, 25.

Como acontece em todos os anos desde que tomou posse como Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo celebra o Natal na instituição localizada no Mooca, que, há 23 anos, atende, diariamente, 1.200 homens em situação de rua. Participaram da missa os acolhidos pela casa, voluntários e membros da Fraternidade da Esperança (SERMIG), que mantém a instituição.

Somente em 2019, foram atendidas 440 mil pessoas, somando os acolhidos diariamente e os do serviço de “pernoite baixa temperatura”. O Arsenal da Esperança não para nem no Natal, “dia em que celebramos o maior presente que a humanidade poderia receber: o nascimento de Jesus, o Filho de Deus que se tornou nosso irmão, dando-nos a dignidade que ninguém pode nos tirar”, como recordou o Cardeal Scherer, na homilia.

PRESENTES

Após a missa, foram distribuídos presentes a cada um dos acolhidos. Neste ano, cada um recebeu um kit contendo uma par de cuecas, meias, chinelos e uma camiseta, que tinha estampado o slogan “L’Amore ha già vinto” (em italiano: o Amor já venceu.

“Tudo isso é fruto de uma gigantesca Campanha de Natal que só foi possível graças ao apoio de dezenas de grupos, colégios, comunidades, famílias e amigos, aos quais agradecemos imensamente, pois de várias formas contribuíram para esse lindo gesto de solidariedade e esperança!”, afirmou o Padre Simone Bernardi, missionário da Fraternidade Esperança.

HÁ 23 ANOS

O Arsenal da Esperança foi fundado pelo italiano Ernesto Olivero e por Dom Luciano Mendes de Almeida, então Bispo Auxiliar de São Paulo, em 1º de fevereiro de 1996.

Sua sede fica onde era localizada a antiga Hospedaria de Imigrantes, estrutura construída na cidade de São Paulo para a “quarentena” dos imigrantes que chegavam à região a partir do final do século XIX para trabalhar nas plantações de café.

Hoje, além de uma cama limpa e refeição, o Arsenal da Esperança oferece uma oportunidade de integração, por meio de cursos de alfabetização, projetos de formação profissional, entre outras atividades.

Para saber mais sobre o Arsenal da Esperança, acesse o site.

(Colaborou: Padre Simone Bernardi)

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Dom Odilo: ‘No Natal, celebramos o sublime mistério da fé’

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27 de dezembro de 2019

“Que todos possam experimentar o amor de Deus, manifestado de forma tão admirável com o nascimento de Jesus, o Filho de Deus nascido da Virgem Maria”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na celebração da Solenidade do Natal do Senhor, na quarta-feira, 25.

A Catedral da Sé , no centro da capital paulista, ficou lotada para a Missa da Noite do Natal, celebrada à meia-noite. Nessa ocasião, é anunciado o nascimento de Jesus por meio de um canto solene conhecido como Kalendas.

“Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do Eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá. Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador. Ele é o Emanuel, Deus Conosco”, diz o canto.

GRANDE ACONTECIMENTO

Na homilia, Dom Odilo recordou que o Natal não é a celebração do “aniversário de Jesus”, mas o nascimento de Jesus, “o grande acontecimento, o sublime mistério da fé”. 

O Arcebispo explicou, ainda, que a solenidade do Natal é rica de significados e os textos da liturgia traduzem essa riqueza com expressões de beleza que explicitam o mistério celebrado, com, por exemplo, a oração da coleta, que diz: “Dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou a assumir a nossa humanidade”.

“Este é o fruto do Natal para nós: mediante o mistério da encarnação, o Filho de Deus assumiu a nossa pobre humanidade para nos enriquecer com a sua divindade”, ressaltou Dom Odilo.

LUZ

O Cardeal acrescentou que, com o nascimento de Jesus Cristo, a luz de Deus brilha para o mundo inteiro. “Sem essa luz, o mundo continuaria nas trevas da

angústia e do erro. Deus é luz e quem se aproxima de Jesus, aproxima-se da luz de Deus!”, disse.

“O que se passou no nascimento de Jesus é imensamente grandioso, belo e fascinante, já nos enchendo de alegria e paz. Imaginemos, então, quanto maior será a alegria de contemplar o mistério de Deus face a face! Pois é isso mesmo que o Natal nos promete e nós cremos e esperamos! Deus quer saciar nossa fome e sede de perfeição, beleza e paz”, continuou o purpurado.

ENCARNAÇÃO

Por fim, Dom Odilo enfatizou que o mistério da encarnação e do nascimento do Filho de Deus realiza o encontro de Deus com o ser humano e o do ser humano com Deus. “Na pessoa de Jesus, Deus acolhe o homem e o salva. De fato, a salvação é isto: Deus une a si o homem e concede, de maneira plena, tudo aquilo

que o homem deseja e busca”, afirmou.

“O mistério do Natal revela de maneira luminosa a dignidade do homem e o que Deus pensou para ele, ao lhe dar a existência: fazê-lo participar de sua glória e de sua felicidade. Isso não é maravilhoso?!”, concluiu o Cardeal.

FRATERNIDADE

A celebração do Natal do Senhor continuou na manhã da quarta-feira, com a Missa do Dia, também presidida por Dom Odilo, na Catedral. Nessa ocasião, é proclamado o trecho inicial (prólogo) do Evangelho de São João, que não narra as cenas do nascimento de Jesus, mas destaca o significado desse fato, quando afirma que “o verbo de Deus se fez carne”.

“É o filho de Deus que nasce da Virgem Maria e se faz irmão da humanidade”, afirmou o Arcebispo, recordando que o Natal é também considerada “a festa da fraternidade universal em torno de Jesus Cristo, que reúne a humanidade para ser uma só família”. 

CONCERTOS

As celebrações natalinas da Catedral da Sé foram precedidas por concertos que ajudaram os fiéis a contemplarem o mistério do Natal por meio da música.

Na terça-feira, 24, às 23h, antes da Missa da Noite de Natal, a São Paulo Schola Cantorum, sob a regência do maestro Delphim Rezende Porto, apresentou músicas de temática natalina dos séculos XVI ao XX, de tradições francesa e alemã.

Já na quarta-feira, logo após a Missa do Dia de Natal, a Camerata Sé e o Coro Luther King apresentaram uma parte da obra “Messias”, de Georg Friedrich Händel.

(Colaborou: Frederico Oliveira)

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Assista à mensagem de Natal do Cardeal Odilo Pedro Scherer 

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A maravilha do Natal

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23 de dezembro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, filhos da Arquidiocese de São Paulo: desejo um feliz e santo Natal a vocês! Que todos possam experimentar o amor de Deus, manifestado de forma tão admirável no nascimento de Jesus, Filho de Deus nascido humanamente da Virgem Maria.
A festa solene do Natal é riquíssima de significados, e os textos da Liturgia traduzem essa riqueza com expressões de grande beleza e sentido, explicitando o mistério da fé que celebramos. “Dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade” (Missa do Dia do Natal). Esta é a grande bênção do Natal para nós: mediante o mistério da Encarnação, o Filho de Deus assumiu a nossa pobre humanidade para nos enriquecer com a sua divindade.
“Hoje surgiu a luz para o mundo!” (Antífona da entrada da Missa da Aurora). Com o nascimento de Jesus Cristo, a luz de Deus brilhou para o mundo inteiro. Sem essa luz, o mundo continuaria nas trevas da angústia e do erro. Deus é luz, e quem se aproxima de Jesus se aproxima da luz de Deus!
“Tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude” (Missa da Noite do Natal). Pela fé em Jesus Cristo, já reconhecemos durante esta vida a grandeza do mistério de Deus revelado a nós por Jesus. O que se passou no nascimento de Jesus é imensamente grandioso, belo e fascinante, já nos enchendo de alegria e paz. Imaginemos, então, quanto maior será a alegria de contemplar o mistério de Deus face a face! Pois é isso mesmo que o Natal nos promete e nisso nós cremos e esperamos! Deus quer saciar nossa fome e sede de perfeição, amor, beleza e paz.
“Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam os seus dons” (Missa da Noite do Natal). Com o Natal de Jesus, Deus nos deu um imenso presente, o mais precioso que podia nos dar: seu próprio Filho eterno! A Carta aos Hebreus nos diz que o Filho de Deus não se envergonha de nos chamar de irmãos! Essa é a verdade mais preciosa do Natal.
E a terra oferece a Deus o melhor de seus dons: o próprio homem, com suas grandezas e misérias. E Deus acolhe esse nosso dom nos assumindo na sua grandeza e no esplendor de sua santidade. Nessa troca desigual de dons, Deus não perde nada nem fica diminuído, mas nós ganhamos tudo, e nossa natureza é enriquecida com a divindade Daquele que assumiu a nossa humanidade.
“Por Ele, realiza-se hoje o maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude” (Prefácio do Natal do Senhor, III). O mistério da Encarnação e o nascimento do Filho de Deus realizam o encontro de Deus com o homem e do homem com Deus. Na pessoa de Jesus, Deus acolhe o homem e o salva. A salvação é isso: Deus une a si o homem e concede tudo aquilo que o homem deseja e busca.
O mistério do Natal revela de maneira luminosa a dignidade do homem e o sonho de Deus, ao lhe dar a existência: fazê-lo participar de sua glória e de sua felicidade. Isso não é maravilhoso?! Santo e abençoado Natal a todos! Feliz ano de 2020!

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Manifesto a favor dos Autos

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20 de dezembro de 2019

Na minha infância e adolescência, cresci ouvindo nas aulas de catequese que ao ler o Evangelho devemos colocar-nos na cena, ou seja, imaginar que enquanto está ocorrendo a cena do nascimento de Jesus, eu deveria ler aquilo como se eu fosse um dos reis magos, um dos jumentinhos que ali estavam ou até a palha que esquentava a manjedoura de Cristo, ler aquilo como se eu estivesse presente. Essa indicação se dava para que eu pudesse contemplar e vivenciar a cena a partir de diferentes perspectivas.

Muito teatral, não acham? Hoje em dia, sou ator e professor de teatro. Penso nestas questões, a partir, das artes do palco. Atualmente, principalmente na cidade de São Paulo, temos pouquíssimas representações teatrais de cenas como o auto de natal, a paixão ou outros autos que nos levam, por meio da arte, a nos aproximar de Cristo. É importante que as paróquias se articulem mais e tragam ao fiel uma cena que o ajude a contemplar a Deus. Também é de extrema importância que esses autos saiam de suas igrejas e se aproximem de cada pessoas, seja ela ou não católica.

Pensando assim, a Mirante Cia de Arte montou dois espetáculos com diferentes elencos. Um era um pout-pourri de Ariano Suassuna, com o Santo e a Porca e Auto da Compadecida, montado com alunos da Fapcom. Já o outro, é um Auto de Natal, montado com a Cia Trinitas, cia gestada atualmente por Mariana Chiuso e Rafael Morais.

Ambos os trabalhos foram dirigidos por Mariana Chiuso. Este trabalho, com universitários da Fapcom apresenta um dos maiores escritores do Brasil, Ariano Suassuna. Em suas peças, morais e com um teor crítico, Suassuna consegue fazer um apelo espiritual, trazendo seu público para um estado de oração e contemplação, vide a cena do julgamento do Auto da Compadecida.

“Uma comédia altamente moral e um apelo à misericórdia” e “o julgamento de alguns canalhas, dentre os quais, um bispo, um padre e um sacristão”. Essas duas frases faladas pelo palhaço na peça do Auto da Compadecida são importantes para entendermos onde o escritor queria chegar. Ele queria criticar atitudes pontuais do clero e ao mesmo tempo mostrar a fé do povo brasileiro, um povo pobre e sofredor, mas que nunca vai perder a fé em Deus, porque sabe que apesar de todos os  problemas que a vida lhes traz, a felicidade não está em uma ideia, mas em uma pessoa, que é Cristo. Assim como diria a musica “Andar com Fé”, de Gilberto Gil, “Andar com fé eu vou, porque a fé não costuma faiar”. Em nossa vida, a única coisa que só depende de nós é o amor ao próximo e a fé em Deus, porque por si só Deus ama é todos nós, mas ele também precisa do nosso amor .

Já no Auto de Natal, da Cia Trinitas, cia fundada dentro do EJC da Paróquia Santíssimo, é possível ver um auto de Natal contemporâneo. Ou seja, as questões trabalhadas na peça estão presentes nos dias atuais. É possível verificar isso quando vemos que lá está o menino que tem medo de assumir a vocação, o traficante, o bêbado, a prostituta, só que, no final, todos pretendem mudar suas formas de vida quando encontram a Sagrada Família. Assim, pode-se verificar que o Cristianismo é o encontro com uma pessoa que é Cristo, e que este encontro é para todos que estão dispostos a mudar e procurar melhorar.

É interessante um auto que tenha questões tão contemporâneas, pois mostra para o individuo que Jesus é divino, mas, ao mesmo tempo, é homem. Ele está muito próximo de nós. Quando um grupo de teatro faz um auto pensando no cotidiano, no homem de agora, ele mostra que está mais preocupado em aproximar Cristo das pessoas, do que ganhar aplausos.

 

 

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O SÃO PAULO recorda edição especial de Natal em 2018

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19 de dezembro de 2019

Nesta quinta-feira, 19, a série “#TBT O SÃO PAULO” recorda mais uma edição histórica do semanário da Arquidiocese de São Paulo. A edição 3229, publicada em 18 de dezembro de 2018, contou com um caderno especial de Natal.

O semanário mostrou músicas clássicas populares criadas ao longo dos séculos que contam e recontam o mistério do nascimento do filho de Deus e ajudam as pessoas a viver o Natal. O Cristo que nasce em todos os povos também foi retratado na exposição Franciscana de presépios, que apresentou o nascimento de Jesus em diferentes partes do mundo e do Brasil.

Dois exemplos de gestos de amor ao próximo também foram mostrados e uma matéria especial destaou os 80 anos do Instituto Padre Chico, que atende crianças com deficiência visual, desde o ensino infantil até o fundamental. A missão de pedalar por aqueles que ainda não podem, também foi apresentada por meio de uma inciativa esportiva de solidariedade. E um artigo do Cardeal Odilo Pedro Scherer explicou porque se faz festa no Natal.

Confira as reportagens especiais abaixo:

O nascimento de Jesus é cantado em todo o mundo

Por que fazemos festa no Natal?

O Cristo que nasce entre todos os povos

Gestos de amor ao próximo testemunham o mistério do natal

Instituto de Cegos Padre Chico: Solidariedade e Inclusão

A missão de pedalar por aqueles que ainda não podem

 

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‘Eu existo para as pessoas’

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18 de dezembro de 2019

Ela chegou no dia e horário marcados, mais precisamente, 11 de dezembro, às 9h. Sentada no primeiro banco, em profundo silêncio e olhando para o altar, fez sua oração pessoal, acompanhada apenas da cruz que ficava à sua frente e da imagem de Nossa Senhora Aparecida à sua direita. Quando percebeu que a equipe de reportagem entrava na igreja matriz da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, no bairro da Freguesia do Ó, concluiu sua prece com o sinal da cruz. Levantou-se, sorriu, e, com um abraço, cumprimentou-nos. 
Ela cresceu nessa comunidade paroquial e, por isso, iniciou a conversa sobre sua história na Paróquia. Filha mais nova de Julia Oltman da Silva, ou, simplesmente, Dona Ju, e de Paulo Maciel, Marisa Maciel Gonçalves, 56, é casada há mais de três décadas com Odilon Oliveira Gonçalves, com quem teve dois filhos: Odilon Paulo e André Estevan.
Ela tem câncer, porém salienta que sua vida não pode ser resumida à doença, pois tem muitas boas histórias para contar.

O DIAGNÓSTICO
No fim dos anos 1980, Marisa foi diagnosticada com um tumor em um dos ovários. Ela precisou retirar essa glândula e também uma pequena parte do fígado. O tratamento foi feito com sessões de radioterapia e o uso de medicações. “Eu fiquei bem. As coisas seguiram, e eu fazia sempre os acompanhamentos devidos”, recordou.
Em 2008, porém, o câncer voltou, alastrou-se e resultou na retirada do útero, do ovário que restara e das trompas, em uma cirurgia feita no começo de 2009. 

‘NÃO SABIA SE IRIA RESISTIR’
Marisa conta que este foi o pior período de sua vida. “Eu realmente confesso que não sabia se iria resistir. Tive depressão seriíssima. Foi o período mais agressivo”, recordou. “Você entra numa introspecção, numa avaliação de vida, com aqueles questionamentos: O que eu fiz? Por que eu? Por que assim?”, afirmou. 
Após a cirurgia, ela começou a ir a sessões de quimioterapia e teve que conviver com as reações do tratamento e as incertezas. “Você perde o cabelo, emagrece, não tem vontade de comer, passa mal o tempo todo. A reação é muito grande. Existe a dor, o mal-estar, todas as reações que a quimioterapia causa”, explica, enquanto mostra algumas fotos dessa época. 

NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
Desde então, Marisa convive com as idas e vindas da doença, e a sua corrida rotina de vida ganhou mais um compromisso: a ida ao Hospital das Clínicas (HC), ao menos a cada 15 dias, para fazer tratamentos, receber medicações ou conversar com os médicos, já que seu câncer, sem motivações hereditárias, e sua resistência à doença têm sido objetos de estudo.
“Às vezes, passo por algum procedimento de análise por um grupo de médicos. Nessas ocasiões, vou para responder questionários e conversar com eles. Em outros momentos, para uma avaliação dos exames. Há monitoramento para ver de ponta a ponta como eu estou reagindo”, detalhou.

RESPEITO AOS LIMITES DO OUTRO
Entre uma atividade e outra no HC, Marisa conhece muitas histórias, faz amigos e descobre que cada pessoa tem um jeito e tempo próprios para lidar com o câncer. Por isso, ela assegura que toda a ajuda que se queira oferecer a alguém deve ser feita sem violar sua privacidade.
“Você precisa respeitar o ambiente do outro. Às vezes, a pessoa somente quer uma conversa para desviar o pensamento do problema. Outras, precisam mais de colo. Cada um tem sua história, a sua realidade de vida. É preciso ter um olhar, um cuidado. Dependendo do estado em que a pessoa está ou do momento de enfrentamento da doença, ela precisa ficar mais introspectiva para se encontrar”, recomendou.
Em uma das sessões de quimioterapia, Marisa conheceu uma jovem judia. “Ela chorava copiosamente quando chegou pela primeira vez, era de doer o coração.” Após algumas sessões, Marisa e Judite trocaram telefones. Um dia, Marisa descobriu que Judite não resistira à doença. Decidiu, então, ligar para o número que tinha. “O marido dela atendeu e disse: ‘Olha, senhora, ela falava muito de você no final. Foi uma pena eu não ter conseguido achá-la’. Eu penso que fui um instrumento para ela, mas sem invadir a sua privacidade. Essa história me marcou muito”, recordou, emocionada. 

VERDADEIRA ESSÊNCIA
Sentada confortavelmente, como quem está na sala de casa, ela conta que foi batizada e recebeu a primeira Eucaristia na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba. Mesmo após a descoberta do câncer, não se afastou das atividades paroquiais e atuou por muitos anos no Encontro de Casais com Cristo (ECC) e ainda hoje oferece aos jovens formação e ajuda para o discernimento vocacional. 
 “A fé é o que me sustenta, o que me faz estar aqui hoje. Não me considero uma pessoa especial. Acredito no plano de Deus. Não existe nada que não seja espontâneo para mim. Eu converso muito com Ele para pedir iluminação, discernimento e perdão, pois nós somos falíveis e, muitas vezes, enfraquecemos diante dos desafios”, comentou. 
Foi a aproximação com Deus que lhe permitiu compreender os inúmeros questionamentos durante o processo e as complicações em seu tratamento: “A minha oração é uma conversa muito profunda com Deus. A minha verdadeira essência, só Ele conhece”.

BEM IMATERIAL 
“Quero deixar um legado para as pessoas que me cercam e para os meus filhos, que não serão bens materiais, mas a minha história de vida, as minhas reflexões, as minhas superações e o meu aprendizado. Este é o objetivo maior. E só foi possível com o amparo de Deus”, afirmou.
Há quatro anos, Marisa escreveu o livro “Conversa com o Tempo”, em que, com pequenas crônicas, conta a respeito de sua história desde antes do câncer.
A obra, totalmente independente, será lançada em 12 de janeiro de 2020, na Casa de Cultura da Freguesia do Ó (Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215 ). Toda a renda angariada no primeiro lote será destinada à Associação dos Voluntários do Hospital das Clínicas, pois lá, em tantos anos de tratamento, Marisa testemunhou situações de vulnerabilidade extrema: “A venda vai ajudar pessoas como aquelas que eu vi chegando sem condições para fazer uma quimioterapia, sozinhas, sem preparo estrutural, higienização ou calçado, gente que depois precisa ir embora e não tem recursos financeiros para isso”. 

‘TENHO MISSÕES’
A mulher de 1,79m de altura (descalça – como ela mesma enfatizou aos risos) escolheu como profissão a Pedagogia e especializou-se em Psicopedagogia. 
A comunicação, que é outra grande marca de Marisa, a ajuda desde quando lecionava para adolescentes e lhe é útil ainda hoje com inúmeros projetos e atividades que realiza desde que se aposentou em 2008, como as palestras de orientação familiar na Paróquia.
“Tenho missões, uma delas é cuidar da minha mãe.” Foi neste ponto da entrevista que ela convidou a equipe de reportagem para um passeio. Sua amiga, Cida Santana, que é taxista, conduziu-nos em uma viagem de aproximadamente três minutos até a casa de Dona Ju. 
“Mãe, tudo bem?”, pergunta Marisa, enquanto pede que a equipe espere um pouco antes de entrar no quarto de Dona Ju. 
Somente com a confirmação de que está tudo bem, todos entram, mas Marisa solicita que não sejam feitas perguntas nem fotos. Nos olhos de Dona Ju, é nítida a gratidão por tanto amor que recebe da filha caçula. 
Todos voltam para sala. Marisa mostra um porta-retrato que confeccionou para Dona Ju em 2012, com imagens de quando André, seu segundo filho, nasceu, de sua própria infância e de quando se casou com Odilon.
É servido um café enquanto ela conta que nasceu nesse endereço e guarda inúmeras recordações da infância. Em especial, uma parreira plantada por seu pai, Paulo Maciel, já falecido, no quintal dos fundos da casa: “Eu falo que é um pedaço dele que está aqui”.
Chega a hora de se despedir de Dona Ju, que antes mostra a fotografia do filho mais velho, falecido há oito anos. Ao sair, Marisa pergunta mais uma vez se a mãe está bem e avisa que em breve retornará para vê-la novamente. 

AMIGOS PELO CAMINHO
O próximo destino é a Beg – escola de músicas e artes, também na Freguesia do Ó, onde Marisa assessora uma oficina de escrita criativa à s sextas-feiras. Já na recepção, ela brinca com as crianças. Em uma sala está Eunice Pedrosa, idealizadora do espaço e uma grande amiga. 
Marisa desce um lance de escada que leva até o local que, carinhosamente, chama de “Espaço Zen”, uma parte de reserva ecológica do bairro da Freguesia do Ó, preservado no quintal da Escola Beg. Ao mesmo tempo, recorda fatos da amizade com Nice, como chama a amiga, e dos projetos sociais pautados na área da Psicologia, promovidos por ambas. 
Nice é enfática ao definir Marisa: “Uma empreendedora incansável. Superou vários momentos difíceis em sua vida, não se deixou abalar em nenhum momento. É surpreendente!”.
A pedagoga cresceu na Freguesia do Ó. Entre as muitas pessoas que ela conhece, faz questão de nos apresentar um casal de amigos, Heleno Macedo e Ester Gomes, que ao vê-la chegar, logo a abraça com um sorriso no rosto.
O casal frisou a força pessoal de Marisa que, mesmo diante das dificuldades, emprega o seu melhor em tudo o que faz. Disse, também, que a tem como um exemplo a ser seguido. 

SENTIDO DA VIDA 
A última parada é no número 185 da Rua Hugo Van Der Goes, na Vila Penteado, a casa de Marisa. Ao abrir a porta, ela conta que qualquer bagunça que pudesse ter em sua sala seria resultado de três homens sozinhos na noite anterior, já que ela precisou dormir com sua mãe. 
Na parede em frente à porta, há um altar com todos os presentes que ela recebeu ao longo dos anos de tratamento. Objetos que foram dados para que ela se fortalecesse. 
Marisa entra em um dos quartos, usado como escritório. Os livros nos armários denunciam uma paixão comum entre professores. Ao lado do computador, que hoje guarda todas as páginas do livro “Conversa com o Tempo”, estão muitas folhas com parte de sua história e dos trabalhos que já realizou.
Com a voz embargada, ela quase não consegue concluir a resposta para a pergunta de como define sua vida: “É o próximo! Eu não existo para mim, eu existo para as pessoas. Deus me colocou no mundo com uma missão, com um talento que é a comunicação, a empatia de abraçar causas e batalhar por ações sociais. Assim, fica mais fácil o enfrentamento e entender o que é viver. Viver é o próximo, isso é o sentido maior da minha vida”. 

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Muitos sabores e uma pitada de solidariedade

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13 de dezembro de 2019

É chegada a época das confraternizações em família, entre os amigos e nas empresas. Ao redor da mesa, são compartilhadas as lembranças do ano que se finda, as esperanças para 2020 e muitos sabores. Este momento agradável pode se tornar ainda melhor com a degustação de receitas de renomados chefs de cozinha e de outras que envolvem aquele “segredinho culinário” passado de geração em geração. 
O livro “Comer bem fazendo o Bem” – Volume 2, lançado pela editora Inova, apresenta 184 sugestões de receitas, entre entradas, pratos principais e sobremesas, todas com um ingrediente especial: a solidariedade.
Os recursos obtidos com a comercialização de cada exemplar (R$ 150) serão revertidos para o Projeto Borboleta, voltado às mães de crianças e adolescentes que estão em tratamento no Lar Escola São Francisco, da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), na zona Sul da capital paulista. 

NOVOS HORIZONTES

O Projeto Borboleta foi criado em 2006 por Lúcia Vidigal, mais conhecida por Lucinha. Após ter presidido a AACD, ela percebeu que as mães passavam horas aguardando pelos filhos que faziam aulas e atividades de fisioterapia no Lar Escola São Francisco. Diante disso, teve a ideia de ensinar-lhes artesanato. No decorrer dos anos, voluntários se juntaram a ela e hoje essas mães contam com um espaço de formação intelectual e humana, com atividades socioeducativas, de orientação e de entretenimento.
“Atualmente, oferecemos a essas mães serviços de psicólogas, aula de dança, ginástica, culinária, costura, artesanato, produção de bijuterias, além de uma parte cultural, levando-as a museus e exposições. Promovemos, também, um laboratório de leitura por meio da humanização, com pequenos textos, contos, que são debatidos por elas. Isso dá uma base para que abram a cabeça para outras questões além do cuidado com os filhos”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Martha Xavier, presidente do Projeto Borboleta.
A iniciativa já beneficiou mais de 600 famílias e hoje contempla aproximadamente 60 mães. “As mulheres contam que a vida delas se divide em antes e depois do projeto, pois aprendem a se valorizar, a ver que são importantes”, enfatizou Martha.  

UMA SABOROSA CONTRIBUIÇÃO
Embora vinculado à AACD, o Projeto Borboleta é autossustentável. Por isso, a cada fim de ano, é realizado um bazar com os artesanatos produzidos pelas mães participantes. O de 2019 aconteceu em novembro, no Jockey Club de São Paulo, sendo visitado por mais de mil pessoas. Além da verba alcançada com a venda dos artesanatos das mães, parte da renda obtida por outros 70 bazareiros do evento também foi destinada ao projeto.
Do bazar vem a maior parte dos recursos para a manutenção do projeto, porém, a venda do livro “Comer bem fazendo o Bem” também é indispensável para que os trabalhos continuem. O primeiro volume da obra, lançado em 2016, teve quase todos os 3 mil exemplares vendidos, e se projeta o mesmo sucesso com a atual edição.
 “Neste segundo volume, temos receitas de quase 40 chefs conhecidos. Eles mandaram a receita, uma foto do prato e um histórico da carreira. Também há receitas de outras pessoas formadoras de opinião na sociedade. Ainda contamos um pouco da história do projeto, colocamos a fotografia das mães, ou seja, não é simplesmente um livro de receitas”, detalhou Martha. 
O menu de opções contempla de pratos refinados a outros elaborados com ingredientes encontrados na maioria dos lares, com porções que podem ser saboreadas individualmente, a dois ou em grupo. 
“Muitas são receitas de família, que trazem uma memória afetiva para as pessoas”, comentou Martha, que no livro ensina como fazer um rocambole de chocolate que ela aprendeu com a sogra. 

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Solidariedade de Natal também no esporte

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13 de dezembro de 2019

Durante o ano, diversas iniciativas unem esporte e solidariedade. No período que antecede o Natal, essas ações se intensificam, como os três exemplos a seguir, relacionados ao futebol e ao futsal. 

ARRECADAÇÃO DE CHUTEIRAS
O projeto “Filhos do Rei”, em Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, promove aulas de futsal para cerca de 90 crianças e adolescentes carentes. A iniciativa surgiu em 2017 e se mantém por doações. Os treinos são realizados aos sábados pela manhã.
“Só acompanhando uma criança de perto é possível verificar como o esporte é bom e faz a diferença, pois elas aprendem a ganhar e a perder, a respeitar o outro e a não desistir, pois o espírito esportivo tem muito que acrescentar na vida de cada um”, disse Cristiano Azevedo, um dos idealizadores do projeto, em entrevista ao programa Camisa 9 da rádio 9 de Julho.
Ele reforçou que a evolução pessoal de cada um e a melhora do desenvolvimento escolar são as principais conquistas do projeto. “Se nós não acreditarmos nas crianças e nos jovens, não acreditaremos no futuro”, enfatizou.
Neste mês, por ocasião do Natal, o projeto está arrecadando chuteiras novas ou usadas. 
Quem desejar participar da campanha de arrecadação de chuteiras ou colaborar com o projeto pode entrar em contato com o Cristiano Azevedo, pelo telefone (11) 95639-1529.

NATAL VERDE 
O Natal chegou mais cedo à Sociedade Esportiva Palmeiras, com uma ação realizada em 23 de novembro, na sede social, em parceria com os patrocinadores do clube. Além dos pequenos associados, cerca de 450 crianças carentes das instituições assistidas pela Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo foram acolhidas no evento.
As crianças puderam se divertir com diversas opções de esporte, lazer e atrações culturais, como as esculturas de balão, quadra de mini golfe, futmesa, pinturas faciais e brinquedos infláveis. Também foram oferecidos sorvetes, pipoca e algodão-doce à vontade. Os pequenos que participaram da ação também ganharam brinquedos. 
“A Sociedade Esportiva Palmeiras tem contribuído com a realização dos sonhos de muitas crianças da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. Crianças que não viveriam esse momento se não fosse pela solidariedade exercida por esse clube”, disse, ao O SÃO PAULO, Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor.

DRIBLANDO O CÂNCER 
No domingo, 15, às 14h, jogadores e ex-jogadores de futebol estarão no Parque São Jorge, sede social do Sport Club Corinthians Paulista, com a camisa do projeto “Driblando o Câncer”, para participar de um jogo de futebol. A proposta é divulgar a necessidade do diagnóstico precoce para a cura da doença e conscientizar a população para que faça os exames preventivos.
Jogadores como Cafu, capitão da Seleção Brasileira pentacampeã mundial em 2002, Müller, Veloso, Biro Biro, Júnior, Aloísio, Luizão, Amaral, Edilson, Zé Carlos, Dinei, César Sampaio, Gilmar, Ademir da Guia, Ronaldão, entre outros, estarão com a camisa da luta contra o câncer no Brasil.
As mulheres também participarão da campanha, em um jogo feminino que ocorrerá horas antes. No time feminino estarão a ex-jogadora Milena Rodrigues, atual embaixadora do futebol feminino do Corinthians, e sete jogadoras do time oficial da Escola do Bolinha Futebol Clube, de Manaus (AM), incluindo garotas indígenas.
Os ingressos custam R$ 10 (arquibancada) e R$ 20 (cadeira coberta) e podem ser adquiridos por meio da internet, pelos sites tickteagora.com.br ou sympla.com.br. Toda a renda será revertida para 20 Organizações Não Governamentais (ONGs) de combate ao câncer.

(Com informações de Palmeiras, Corinthians e Agência Brasil)
 

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Festival de Natal no centro histórico de São Paulo

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06 de dezembro de 2019

Com o tema “Luz no Coração da Cidade”, a Prefeitura de São Paulo organiza uma série de atividades no centro histórico, especialmente entre os dias 9 e 23 deste mês. O chamado Festival de Natal tem o objetivo de “trazer a magia natalina para o berço da capital paulista, pois foi aqui que a cidade nasceu.  É a oportunidade de redescobrir sua essência cultural e valorizar esse cenário cheio de história e beleza”, informa a Prefeitura. 

LUZES
Neste período, as ruas do centro histórico terão uma decoração diferenciada, com uma iluminação especial, entre as 18h e 23h, o que ocorrerá no Edifício Matarazzo (Viaduto do Chá, 15), Edifício Martinelli (Rua São Bento, 405), Secretaria Municipal da Fazenda (Praça do Patriarca, 69), Tribunal de Justiça de São Paulo (Rua São Bento, 125), Secretaria Municipal de Cultura (Rua Líbero Badaró, 340) e UBS República (Praça do Patriarca, 100).
Uma projeção mapeada, com temas natalinos, será realizada dos dias 13 a 23 em dois locais: no Edifício Matarazzo, das 19h às 23h; e no Mosteiro de São Bento, das 20h30 às 23h. 

MÚLTIPLAS ATRAÇÕES 
Na Praça do Patriarca, será montada uma Vila de Natal, que terá como principais atrações uma árvore com 22 metros de altura, iluminada com 60 mil microlâmpadas de LED, uma feira de artesanato e manualidades, além da Casa do Papai Noel. 
No Viaduto do Chá, será instalada uma roda-gigante iluminada, com 22 metros de altura, aberta ao público, das 12h às 23h. 
No Pateo do Collegio, entre os dias 13 e 23, das 14h às 22h30, acontecerá o Cine Iglu de Natal, com uma projeção de 360 graus, com luz e som de alta tecnologia. Essa experiência 5D tem duração de cinco minutos, com a participação simultânea de até 90 pessoas. 
Já no Largo São Bento, entre os dias 9 e 23, será montada uma pista de patinação no gelo, em um ambiente refrigerado e interativo, que poderá ser visitado das 12h às 23h.
A “Quebra Nozes – Companhia Brasileira de Danças Clássicas” fará três apresentações ao longo do Festival de Natal, sempre às 12h30: no dia 17, no Largo São Bento; no dia 18, no Largo do Café; no dia 19, no Largo da Misericórdia; e no dia 20, na Rua José Bonifácio. 
Haverá, ainda, uma Parada de Natal, no dia 22, partindo do Pateo do Collegio, às 19h, com um desfile de carros temáticos pelas ruas do centro histórico.
Durante o festival, estão programados dois grandes shows musicais: no dia 13, às 20h30, com Fafá de Belém, na sacada da UBS República; e no dia 23, às 14h, com o grupo Art Popular, no Largo São Bento.

PRESÉPIOS E REIS MAGOS
Na Praça da Sé, entre os dias 13 e 23, serão montados presépios com personagens gigantes, enquanto entre a Rua XV de Novembro e a Praça Padre Manuel da Nóbrega, dos dias 9 a 23, haverá um presépio infantil. 
Além disso, na Caixa Cultural (Praça da Sé, 111), acontecerão duas apresentações alusivas à Folia de Reis: no dia 7, às 12h, com os Mensageiros dos Santos Reis; e no dia 15, às 12h, com a Cia. de Reis Estrela do Oriente. 

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Tempo de luzes, encantos e fé

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11 de dezembro de 2019

Para os católicos, o começo do Advento, no domingo, dia 1º, foi ocasião para a montagem dos presépios, seja nas paróquias e comunidades, seja nas próprias casas. Até o começo de janeiro de 2020, em diferentes locais da cidade, também é possível visitar exposições de presépios, como as que estão montadas no Convento e Santuário São Francisco, no Museu de Arte Sacra (MAS) e no Mosteiro de São Bento. 

`DIÁLOGO DE DEUS COM A CRIAÇÃO
Este é o tema da 30ª edição da Mostra de Presépios do Convento e Santuário São Francisco, que foi aberta no domingo, dia 1º. Estão expostos 31 presépios, de 13 países, feitos de materiais como argila, papel vegetal rendado, cascas de ovos, chifres de boi, plástico e até com miolo de pão, este último feito na Bolívia por presidiários. 
“Pelo presépio, é o próprio Deus que vem conversar com a humanidade, comunicando que Ele está conosco e veio, justamente, para mostrar seu amor para cada um de nós, ensinando ainda que também devemos cuidar uns dos outros. Se Ele tem amor pela Criação, nós, cristãos, também devemos ter”, afirma o Frei Mário Tagliari, Reitor do Santuário, localizado no Largo São Francisco, 133, Centro.
A visitação é gratuita e pode ser feita até 5 de janeiro, de terça-feira a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 8h às 13h. 

PRESÉPIOS DE ARTESÃOS PAULISTAS
Até 5 de janeiro, os passageiros do Metrô que desembarcarem na Estação Tiradentes da Linha 1 – Azul poderão visitar gratuitamente a mostra “Os Artesãos e seus Presépios III”, instalada na sala do Museu de Arte Sacra. 
Estão expostas 35 obras de artesãos paulistas, representando a diversidade cultural, social e religiosa do estado de São Paulo. “Essas peças contam a história do nosso estado por meio da fé de cada artesão. Para dar vida a essas criações, eles recorreram aos mais diversos materiais, desde tela, tinta e pincel, passando pelo barro, papel, madeira, até matérias-primas um pouco diferentes, como cabo de vassoura, palha de aço, palha de milho e bucha vegetal”, explica Renan Quevedo, que, com Beatriz Freitas, assina a curadoria da exposição. 
A visitação é gratuita aos usuários do Metrô e pode ser feita de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Há agendamento de visitas monitoradas pelo telefone (11) 3326-5393.

‘ALEGRIA EM BELÉM DA JUDEIA’
Este é o tema da 7ª Exposição Internacional de Presépios do Mosteiro de São Bento de São Paulo, que pode ser visitada até o dia 27 deste mês. 
Estão em exposição 30 presépios, incluindo obras originárias da Itália, Turquia, Bulgária e Lituânia, de outros estados do Brasil e até do acervo da clausura do Mosteiro.
“Os destaques da exposição são as três fases da história da Natividade, como a imagem de Maria ainda grávida em cima do jumentinho puxado por José, com destino a Belém; após o nascimento, Maria amamenta o Menino Jesus. A icônica imagem de Nossa Senhora do Leite, chama a atenção por exibir Maria que alimenta o seu amado Filho em seus braços, o Deus que se faz humano e é amamentado como qualquer criança; José, protetor da Sagrada Família, aparece como o guardião preocupado, que os leva ao Egito para protegê-los do Rei Herodes, seguindo a orientação de Deus”, consta  no descritivo da exposição. 
A visitação ao Mosteiro (Largo São Bento, s/nº) pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h; aos sábados, das 9h às 12h; e aos domingos após a missa das 10h (término às 12h). 

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