Ataque contra Igreja durante missa

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02 de mai de 2019

O Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), através de um tweet nesta quarta-feira (1), confirmou a morte da segunda vítima durante a onda de protestos pró e contra Maduro que começou ainda na terça-feira (30), depois que o presidente autoproclamado Juan Guaidó declarou ter apoio de militares e convocou a população às ruas para tentar derrubar o governo. Maduro falou em “golpe de Estado”, de querer iniciar uma guerra civil e também mobilizou milhares de apoiadores.

O número de feridos no país já passa de cem e, segundo dados da ONG, o número de manifestantes assassinados em ações contra o governo de Maduro este ano já passa de 50.

Ataque à Igreja e fiéis atingidos com gás lacrimogênio

O Bispo Mario Moronta de San Cristóbal, capital do Estado de Táchira, que fica na parte venezuelana da Cordilheira dos Andes, denunciou um grave episódio ocorrido na igreja local. Segundo nota divulgada pela Agência de Notícias Sir, um grupo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) invadiu o local de culto em honra à Nossa Senhora de Fátima, quando estava terminando a celebração da Eucaristia nesta quarta-feira (1).

Segundo descrição de Dom Mario, dois guardas entraram na igreja de moto. O pároco, Pe. Jairo Clavijo, tentou fazê-los sair quando chegaram mais 40 guardas que tentaram entrar no local, guiados por um comandante. Começou, então, uma discussão, e os guardas lançaram bombas de gás lacrimogênio dentro da igreja. Muitos fiéis estavam no local, sobretudo, idosos. Uma religiosa se sentiu mal.

Evento grave de ataque contra a Igreja

Dom Mario, também vice-presidente da Conferência Episcopal do País, afirma que se trata “de um evento de suma gravidade e de um ataque contra a Igreja católica”. O bispo ainda responsabiliza as autoridades militares da região pelo ocorrido, um fato “intencional” feito por quem “não há o mínimo respeito pela dignidade humana e nenhum temor a Deus”. 

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Igreja se mobiliza para preservação de seu patrimônio artístico e cultural

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11 de fevereiro de 2019

O Brasil, desde o seu descobrimento, construiu um dos maiores acervos de bens culturais, históricos e artísticos da Igreja Católica. Nesses 500 anos de Terra da Santa Cruz, muita coisa foi construída e faz parte da fé, da história e da cultura do povo brasileiro.

Com o objetivo de apresentar o acervo construído pelo antigo Convento da Luz sob a ótica da zeladoria do patrimônio cultural, o Museu de Arte Sacra de São Paulo promove uma oficina nos dias 11, 12 e 13, com o tema “Mosteiro da Luz, 300 anos de aprendizado: Pedra, terra e pau construindo o patrimônio”.

 

CONSTRUINDO O PATRIMÔNIO

O curso será dividido em duas partes: uma introdução às questões próprias à preservação cultural, enfocando especialmente a trajetória da zeladoria do patrimônio, na qual se destaca o próprio Museu de Arte Sacra do Convento da Luz. Já na segunda parte, o edifício do Museu servirá como ponto de partida para a aprendizagem dos antigos saberes das artes e ofícios relacionados à arquitetura.

Desse modo, os conteúdos próprios relacionados à conservação e preservação cultural serão apresentados não como mera catalogação das técnicas construtivas, mas como um modo de proceder próprio dos antigos artífices, que faziam do seu engajamento com as ferramentas e as matérias-primas um modo de conhecer e reelaborar o mundo natural em seus próprios termos.

Assim, o curso tem por objetivo principal chamar a atenção e revalorizar tais práticas e rotinas do trabalho artesanal há muito relegadas ao esquecimento como parte de uma resposta aos impasses existentes no campo preservacionista entre conservação e restauro, arte e artesanato, memória e novos usos. A procura por inscrições foi intensa, por isso as vagas estão esgotadas, mas o Museu pretende realizar uma nova edição em breve.

 

INICIATIVAS DA IGREJA

Desde abril de 2017, faz parte dos organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a Comissão Episcopal Pastoral Especial para os Bens Culturais da Igreja no Brasil, que tem como missão promover o conhecimento, a conservação, a valorização cultural e evangelizadora dos bens culturais e imateriais da Igreja.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Gregório Paixão, Bispo de Petrópolis (RJ) e integrante da Comissão Especial Igreja se mobiliza para preservação de seu patrimônio artístico e cultural FLAVIO ROGÉRIO LOPES osaopaulo@uol.com.br pra os Bens Culturais da CNBB, falou sobre a principal função desta Comissão.

“Reconhecer a grandiosidade e a importância do patrimônio artístico cultural católico em todo o território brasileiro. Tal patrimônio naturalmente já é bastante conhecido, mas falta uma catalogação definitiva desse grande patrimônio: essa é a primeira motivação”, disse Dom Gregório.

 

PATRIMÔNIO BRASILEIRO

O Bispo destacou que a Igreja possui o maior patrimônio cultural particular do Brasil, e um dos principais motivos dessa catalogação é tornar público esse material, muitas vezes guardado e desconhecido.

“Nós queremos que as pessoas saibam que esse material não é apenas nosso, mas que pertence a todos. Então seria basicamente restaurar essas Igrejas e obras de arte e colocar à disposição da comunidade (...). Pois não é apenas um patrimônio religioso, mas um patrimônio que pertence à população brasileira”, destacou.

Dom Gregório recordou que a comissão da CNBB tem feito congressos, simpósios e conferências para que as dioceses, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e dos demais órgãos fiscalizadores, realizem projetos para restauração.

“O conhecimento desse patrimônio nos faz conhecer nossa própria história, e um povo que não consegue enxergar a beleza de sua própria história não consegue construir um futuro que seja profícuo”, afirmou.

 

ACORDO BRASIL-SANTA SÉ

No acordo bilateral e internacional entre o Brasil e a Santa Sé, promulgado em 11 de fevereiro de 2010, estão vários elementos de interesse recíproco, como questões de educação, assistência à saúde, a preservação da liberdade religiosa e o reconhecimento das instituições eclesiais para que a Igreja possa se fazer presente na sociedade. Entres esses elementos de interesse recíproco, há no acordo um artigo que trata da preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja Católica no Brasil.

No artigo 6º do Acordo, está previsto que “o patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja Católica, assim como os documentos custodiados nos seus arquivos e bibliotecas, constitui parte relevante do patrimônio cultural brasileiro”. Nesse sentido, o Estado brasileiro e a Santa Sé assumiram o compromisso de cooperação mútua para “salvaguardar, valorizar e promover o uso dos bens móveis e imóveis de propriedade da Igreja Católica ou de outras pessoas jurídicas eclesiásticas que sejam consideradas pelo Brasil como parte de seu patrimônio cultural e artístico”

Já no artigo 7º do Acordo, o Brasil assegura as medidas necessárias para garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica, de suas liturgias, símbolos, imagens, objetos de culto, contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo. “Nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo Estado e entidades públicas a outro fim”, diz o texto do Acordo.

“Para que essas coisas aconteçam com mais facilidade, nós temos o acordo Brasil-Santa Sé, que, nos termos dos artigos 6º e 7º, trata principalmente sobre o patrimônio artístico nacional. Então isso está garantido pela legislação federal, e, por outro lado, nos assegura este contato com as autoridades para que esse patrimônio seja conservado e restaurado”, concluiu o Bispo de Petrópolis (RJ).

(Colaborou: Fernando Geronazzo)
 

 

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A ação da Igreja em prol dos leprosos

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05 de fevereiro de 2019

No domingo, 27, foi comemorada a 66ª Jornada Mundial dos Leprosos. Segundo as estatísticas de seu mais recente anuário estatístico, a Igreja Católica gera 610 leprosários no mundo, a maioria deles na Ásia. Os países onde a presença da Igreja é mais intensa nessa área são a Índia (243 leprosários) e a Indonésia (63 leprosários).

A Igreja sempre assistiu os leprosos, que são frequentemente abandonados até mesmo por suas famílias, provendolhes não apenas o atendimento médico adequado e o auxílio espiritual de que todos os homens precisam, mas também a chance de serem reinseridos na sociedade. A gravidade da doença e as mutilações que ela provoca quando não é tratada a tempo fazem com que, em muitos países, os doentes sejam discriminados e marginalizados. Em todo o mundo, 80% dos casos de lepra estão concentrados em três países: Índia, Brasil e Indonésia.

Fonte: Fides

 

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Catedral sofre ataque terrorista durante missa dominical

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05 de fevereiro de 2019

A Catedral de Jolo, uma ilha no sul das Filipinas, foi o alvo de um atentado terrorista a bomba no domingo, 27. Uma primeira bomba explodiu durante a celebração da missa dominical e uma segunda bomba pouco depois, quando as autoridades chegaram ao local e entraram na igreja. Ao menos 20 pessoas foram mortas e 111 ficaram feridas.

A ilha de Jolo tem sido perturbada há anos pela presença de militantes do grupo terrorista Abu Sayyaf, que quer a independência do resto das Filipinas sob a lei islâmica. O grupo está na lista negra dos Estados Unidos e das Filipinas devido aos inúmeros ataques a bomba, sequestros e decapitações ao longo de vários anos. Em 1997, Dom Benjamin de Jesus, Bispo de Daet, foi baleado em frente à Catedral.

Fonte: AP
 

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Primeira nova igreja desde 1959

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05 de fevereiro de 2019

No sábado, 26, a primeira nova igreja católica a ser construída em Cuba desde a revolução comunista de 1959 foi inaugurada. A Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Sandino, é uma das três igrejas autorizadas pelo governo como parte de um diálogo para melhorar as relações entre o governo cubano e o Vaticano. A construção foi viabilizada em grande parte pela ajuda financeira da Igreja de São Lourenço, uma paróquia católica da cidade de Tampa, na Flórida (EUA). “Esta é uma ponte entre Tampa e Cuba”, afirmou o Padre Ramon Hernandez, sacerdote que nasceu em Cuba e vive em Tampa.

Fonte: AP
 

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Sentir-se em casa, mesmo a mais de 4 mil km do Brasil

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22 de janeiro de 2019

O País que em 2019 recebe a Jornada Mundial da Juventude concentrou seus esforços para que peregrinos de todo o mundo pudessem ser bem recebidos antes mesmo da abertura oficial da JMJ nesta terça-feira, 22, e, desta forma, vivam intensamente os dias do evento que termina no domingo, 27, com missa presidida pelo Papa Francisco.

DESEMBARQUE

Um grupo de peregrinos da Freguesia do Ó, da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, chegou ao Panamá no dia 12 de janeiro e foi recebido pelos moradores de um bairro chamado Tanara, no Distrito de Chepo. Dentre eles está Diego Brigatto: “É uma comunidade muito simples, mas muito acolhedora. Todos se conhecem e muitos são familiares ou grandes amigos”, contou ao O SÃO PAULO.

Houve por parte dos meios de comunicação local uma grande divulgação. Dessa forma, todos puderam compreender a grandiosidade da jornada e por isso a população local faz de tudo para que os peregrinos se sintam, verdadeiramente, em casa.

“Sempre muito animados e acolhedores. Fazendo o máximo para nos deixar felizes e em casa. A polícia local e os responsáveis perguntam por nós a cada 20 minutos e querem saber sempre por onde estamos”, completou Diego.

CAMINHANDO POR CHEPO

Diego explicou que as casas, diferentes do que está habituado em São Paulo, não possuem portões, pois a população vive em clima de segurança. Entretanto, ele pôde perceber que o maior desafio da cidade diz respeito ao seu saneamento básico: “Eles ficam muito tristes por um país banhado por dois mares e com muita água doce ainda não ter água encanada em muitos locais”, reiterou.

Como sinal de gesto concreto, o grupo pretende dialogar com o prefeito local, sobre a importância da água e do bom uso dos recursos financeiros.

TERCEIRA JMJ

O Panamá é a terceira cidade em que Diego visita em virtude da JMJ. Ele esteve no Rio de Janeiro em 2013, e em Cracóvia, na Polônia, em 2016.

Diego afirmou que a relação dos jovens brasileiros com a JMJ mudou após os dias na cidade maravilhosa: “A Jornada no Brasil foi muito importante para os jovens brasileiros conhecerem o evento. Fez perceber que não estamos sozinhos e que a Igreja Católica é viva e ativa no mundo todo”.

Após a primeira experiência vivida no próprio País, ele que também é membro do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, decidiu unir esforços com outros jovens de sua comunidade paroquial para vivenciar mais essa oportunidade de renovação: “Participar da Jornada dá um novo gás para viver a vida em comunidade”, concluiu.

CORES LATINAS

O povo brasileiro sempre foi conhecido por sua alegria e forma diferenciada de receber a todos. A tantos quilômetros de distância, a professora de francês Lívia Miranda, 29, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, da Região Episcopal Sé, destacou que desde que chegou ao Panamá, no dia 14, percebeu a cordialidade com que os panamenhos lidam com os peregrinos e a felicidade em receber um evento desta magnitude.

O colorido das ruas deixa tudo mais divertido segundo ela, que está no Panamá como voluntária, e desde outubro contribui com o conteúdo para o site oficial da jornada: “É a JMJ da América Latina. Somos a maioria”. Lívia também enfatizou sobre a enorme divisão entre a grande cidade e problemas sociais que pode ver em uma semana de Jornada.  

DESDE MADRID

“A JMJ é um grande sinal de esperança para o mundo. Entendi isso quando acompanhei as notícias da JMJ de Madrid, em 2011. Quando o Brasil foi anunciado, não tive dúvidas de me inscrever como voluntária para poder ajudar na realização desse milagre dos nossos tempos”, explicou. Ela foi voluntária também em Cracóvia e em 2019 faz parte do grupo da comunicação.

Inspirada no lema da JMJ de 2019, Lívia espera que as experiências vividas ao longo de tantos dias continuem ressoando em todo jovens e comunidades para um concreto compromisso com Deus.

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Relato de um seminarista da Igreja ‘subterrânea’

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04 de dezembro de 2018

Um diácono da Igreja “subterrânea”, que faz seus estudos na Europa, compartilhou sua história recentemente sob o pseudônimo Wang Jie. Ele não pôde divulgar seu nome verdadeiro porque as autoridades chinesas podem impedi-lo de retornar ao País se souberem que está se preparando para ser ordenado sacerdote

Wang nasceu em uma região pagã da China. Sua família nunca tinha ouvido falar da Igreja Católica até o dia em que sua mãe ficou doente. Pensando tratar-se de um centro de atendimento médico, os familiares a levaram até uma igreja. Depois que sua mãe se recuperou, a família retornou para agradecer e foi pouco a pouco tomando contato com a fé: “nós víamos a coisa como um milagre, então, queríamos conhecer a fé; Deus nos conduziu até aquela casa”, contou o Diácono. Todos foram batizados quando Wang tinha 8 anos.

A família não podia praticar abertamente a fé, já que o governo chinês só tolera o catolicismo da Igreja Patriótica, controlada pelo Partido Comunista. Quando sua mãe ficou grávida de uma segunda criança, a família teve que registrar o bebê junto com outro recém-nascido, alegando serem gêmeos, para escapar das severas punições previstas aos que infringem a política do filho único, ainda vigente na época.

Seus pais conheceram um sacerdote que era reitor de seminário. Ele explicou-lhes que os seminaristas tinham que mudar de endereço a cada três ou quatro meses para não serem descobertos pelas autoridades. Eles ofereceram, então, a própria casa, na qual os seminaristas poderiam viver no andar de baixo. Isso durou dez anos. Foi o exemplo deles que levou Wang a discernir a vocação sacerdotal. Ele tomou a decisão após ter acompanhado um seminarista para dar aulas de catecismo.

“Quando voltei para casa, foi como se algo tivesse incendiado meu coração. Disse a meus pais que queria ser sacerdote”, contou Wang. “Hoje sou um diácono e nenhuma palavra pode expressar a profunda alegria que tenho no coração”.

A vida dos católicos chineses não é fácil. A missa é celebrada em casas de famílias e os fiéis devem ter o cuidado de não falar da fé explicitamente, porque as autoridades podem estar à escuta. Wang considera, no entanto, que viver a fé sob o risco de prisão vale a pena: “queremos a verdade, e é isso que é necessário fazer, a qualquer custo”, explicou.

Fonte: CNA
 

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Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração tem igreja e altar dedicados

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12 de novembro de 2018

Na noite deste domingo, 11, Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu missa solene com rito de dedicação da igreja e do altar da Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Vila Formosa. A celebração marcou o início das comemorações dos 80 anos de criação da paróquia. 

A missa foi concelebrada pelo Pároco, Padre Reuberson Ferreira, e demais Missionários do Sagrado Coração, congregação responsável pela Paróquia.  

Na homilia, Dom Odilo chamou a atenção para a beleza da liturgia de dedicação de um templo, que recorda ao povo que a Igreja, povo de Deus, é edificada sobre a rocha que é o próprio Cristo, tendo os apóstolos como colunas. “Este templo que dedicamos a Deus é imagem do verdadeiro templo que somos nós... A dedicação desta igreja recorda a nossa vocação como Igreja de Deus. Somos consagrados a Deus, pertencemos a ele. Deus habita em nós”, disse.

Popularmente conhecida como “santuário” de devoção dos fiéis, a Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração foi construída na década de 1940 e início de 1950, anos após a criação da paróquia, em 13 de novembro de 1939. Desde aquela época peregrinavam milhares de fiéis devotos de Nossa Senhora do Sagrado Coração. 

Embora fosse tão antigo, o templo ainda não havia sido dedicado, o que foi feito agora após um restauro. 

Leia a reportagem completa na próxima edição do jornal O SÃO PAULO
 

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Estatísticas da Igreja

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26 de outubro de 2018

Por ocasião da 92ª Jornada Missionária Mundial, a agência Fides apresentou as estatísticas da Igreja no mundo de hoje. A população mundial é de 7,4 bilhões de pessoas, das quais 1,3 bilhão são católicos, número que aumentou 14,2 milhões em um ano. A maior parte do crescimento se dá na África e na América, enquanto na Europa a Igreja perdeu 240 mil fiéis. Em percentual, o número de católicos em relação à população mundial diminuiu 0,05%. 

Um dos indicadores analisados é o número de habitantes por sacerdote, que chegou a 14,3 mil no mundo, enquanto o número de católicos por sacerdote é de 3,1 mil. A Igreja possui 5,4 mil bispos, dos quais 4 mil são diocesanos. Ao todo, são 415 mil sacerdotes, e esse número caiu ligeiramente (-687 padres). A Europa (-2,5 mil) e a América (-589) registraram quedas, enquanto na África (+1,2 mil) e na Ásia (+1,3 mil) essa quantidade aumentou. 

Fonte: Fides
 

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A histórica Paróquia Nossa Senhora dos Remédios no Cambuci

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16 de outubro de 2018

Com estilo colonial, edificada entre os bairros da Aclimação e do Cambuci, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios tem uma história que remonta ao período abolicionista no Brasil e passa hoje por uma renovação pastoral e estrutural. Localizada na Rua Tenente Azevedo, 182, a Paróquia tem como Pároco o Padre Ricardo Cardoso Anacleto, Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense.

Em entrevista à reportagem do O SÃO PAULO, Padre Ricardo falou sobre as mudanças e reestruturações pelas quais a Paróquia está passando e a excelente participação da comunidade. “Logo depois que fui empossado como Pároco, em fevereiro deste ano, decidimos incluir mais horários de missa e atendimento de confissões, e distribuímos cerca de 30 mil folders pelo bairro. A resposta das pessoas foi muito positiva”, explicou o Padre. 


HISTÓRIA 

A primeira Capelinha de São Vicente Ferrer que abrigou a imagem de Nossa Senhora dos Remédios foi construída ainda no século XVII, e sobre ela, em 1836, foi erguida a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.

Em 1864, algumas casas junto à igreja foram desapropriadas para dar lugar ao Largo do Pelourinho (posteriormente Largo 7 de setembro). No quarteirão onde hoje se encontra a Catedral da Sé, foi construído, nessa época, o Teatro São José. Essa recordação histórica é importante, pois a proximidade do Pelourinho fortaleceu as raízes negras dos fundadores da Confraria Nossa Senhora dos Remédios, responsável pela igreja durante muitos anos. 

A igreja abrigou a tipografia do jornal abolicionista “A Redenção” e foi símbolo do espírito de libertação que crescia entre os paulistas. Assim, a história da Igreja dos Remédios ficou para sempre ligada ao movimento abolicionista de São Paulo. Nas novenas de maio e outubro, o povo cantava entre rezas: “Pai, vossos míseros filhos são iguais perante a lei...”.

Tais recordações estão no livro “Cambuci Ontem e Hoje”, de Atilio Lucchini, que conta a história das igrejas presentes no bairro, publicado em 2006.

O livro explica também que a Igreja dos Remédios, além de berço da ideia abolicionista, foi amparo dos escravos. “Os que estavam nas senzalas do interior faziam votos à Senhora dos Remédios, e os que viviam em São Paulo se refugiavam no interior da igreja e ali depositavam os ferros que os aprisionavam, como oferenda e esperando receber a ‘bênção da liberdade’”, informa o texto. 

Contudo, essa primeira igreja foi demolida em 1943, em vista do Viaduto Dona Paulina, apesar dos protestos do povo, como atestam documentos da época. Em 1944, a Confraria se transferiu para a nova igreja no Cambuci, projetada e construída pelo engenheiro Malfati Buchigmani, baseada no estilo colonial. 

O livro informa que a construção da nova igreja buscou reproduzir, em parte, a fachada e o interior do antigo templo, acrescidos de duas torres com cúpula bizantina. “Ao transferir-se, a Confraria trouxe, além da primitiva imagem de Nossa Senhora dos Remédios, outras como a de São Judas Tadeu, Santa Rita, Senhor dos Passos e São Vicente Ferrer. A mudança fez crescer ainda mais o amor do povo pela Senhora dos Remédios. No dia 25 de junho de 1966, o Cardeal Agnelo Rossi, então Arcebispo, elevou a Capela à categoria de Paróquia”, continua o texto.

Padre Ricardo mostrou à reportagem uma edição do jornal Gazeta de São Paulo, de 4 de dezembro de 1942. A notícia mostra o descontentamento da comunidade pela demolição da igreja e reconta como foi a última missa celebrada naquele espaço, no dia 3 de dezembro de 1942. A igreja, que tinha um estilo setencentista, barroco, foi durante anos lugar de refúgio para os escravos. “E seus frágeis muros de azulejos e taipa ergueram-se como proteção instransponível, guardando o escravo que fugia de senhores cruéis”, descreveu o jornal à época. 

A nova igreja, no Cambuci, continuou sendo referência para os movimentos abolicionistas e um espaço onde os escravos libertos se reuniam para pensar e conversar sobre seus direitos. 

 

DEVOÇÃO

A origem da devoção a Nossa Senhora dos Remédios está profundamente ligada à história do surgimento da Ordem da Santíssima Trindade para a libertação dos cativos, os padres trinitários.

Lidice Meyer Pinto Ribeiro escreveu sua tese de doutorado, publicada em livro, sobre “A Libertação dos Cativos sob o Manto de Nossa Senhora dos Remédios”. Na obra, Lidice fala sobre uma das primeiras vezes em que a mãe de Jesus foi invocada como Nossa Senhora dos Remédios, conforme trecho reproduzido a seguir:

“Conta-se que em uma das missões de resgate, no ano de 1202, em Valência, São João da Mata havia levado uma quantia em dinheiro conforme acertado com o sultão para a redenção de um certo número de cativos. Chegando em Valência, na Espanha, porém, o Sultão impôs a necessidade do dobro da quantia previamente estabelecida, do contrário não realizaria a entrega dos cativos. São João da Mata, atormentado por esta imposição, orou a Deus, implorando por ajuda celeste para a resolução do problema. Durante sua oração, a Virgem Maria lhe apareceu, entregando-lhe uma bolsa de moedas para ‘remediar’ a situação em que se encontrava. Foi a partir desta data, que a Virgem passou a ser reverenciada pelos Trinitários por meio do título de Nossa Senhora dos Remédios.” 

Crianças que se preparam para a Primeira Eucaristia participam da Catequese aos sábados
 

A autora conclui, assim, que a devoção a Nossa Senhora dos Remédios está ligada à missão dos Trinitários na redenção dos cativos nos séculos XII e XIII. “Há pesquisadores que associam Nossa Senhora dos Remédios a uma devoção portuguesa. A imagem que temos na nossa igreja, contudo, é de origem espanhola, o que confirma a versão de Lidice”, explicou Padre Ricardo.

 

CAMBUCI

Os altos e grandes prédios que têm surgido na região do Cambuci transformam, uma vez mais, a configuração da região. De acordo com o livro que foi publicado em 2006, no centenário do Cambuci, as origens da região remontam ao século quinhentista, quando ali estiveram os jesuítas, antes de chegar ao Pateo do Collegio: “Os jesuítas passaram junto a um grande morro e um pequeno córrego, que denominaram Cambuci e que serviu para pouso dos viajantes”

 No século XX, o Cambuci abrigou muitas das indústrias que se instalaram em São Paulo. A maior parte era oficinas artesanais ou semi-industriais, produzindo bens de consumo. O bairro continua a ter um caráter industrial, principalmente com pequenas fábricas. Sobre o fluxo migratório, o Cambuci recebeu, a partir de 1850, um grande número de italianos. Havia portugueses, espanhóis e imigrantes de outras nacionalidades. “Hoje, vemos a presença de muitos imigrantes, tanto de origem latina, como haitianos, africanos, chineses e também italianos”, disse Padre Ricardo à reportagem.

 

RENOVAÇÃO

Do 26º andar do Edifício Jardim Tropical, onde mora Marilda Barbosa, a Igreja Nossa Senhora dos Remédios pode ser vista cercada por prédios de alto padrão e casas de vilas, mostrando a diversidade que configura a região. 

Marilda é secretária da Paróquia que frequenta há cerca de 20 anos. Ela e Marinez dos Santos Machado, coordenadora paroquial da Catequese, demonstraram alegria em ver quantas iniciativas estão surgindo na Paróquia, sobretudo voltadas para as crianças e adolescentes.

Um dos sonhos do Padre Ricardo é a aquisição do terreno que fica ao lado da igreja e a construção de um centro da juventude. No dia da visita da reportagem, dois grupos de crianças participavam da Catequese. Nykolas Winston, 12, e Carolina Martins Junqueira de Sousa, 10, estão se preparando para a Primeira Eucaristia, que acontecerá no próximo mês. Para eles, a comunidade é um lugar para conhecer melhor a Igreja Católica e fazer novos amigos.

 

UM CAMINHO EM COMUM

Além da recuperação da igreja do ponto de vista histórico, a restauração do altar e das imagens, projetos sociais como a distribuição de cestas básicas e o trabalho junto às novas comunidades, com a participação da Missão Belém e da Aliança de Misericórdia têm ajudado os paroquianos a aprofundarem a vivência da caridade. 

“Todas as quartas-feiras, nós fazemos a sopa que é distribuída na região do Glicério, e a igreja é um ponto para distribuição de leite e roupas”, contou o Padre, que assume, pessoalmente, atividades como a Catequese para os adultos e acompanha de perto a Catequese dada às crianças. Além disso, o Padre dedica suas quartas-feiras para as visitas às famílias. “Minha meta é realizar cem visitas por ano, pois quero conhecer os paroquianos”, disse.

A missa da Paróquia, aos sábados, às 17h, reúne as crianças da comunidade 
 

Além disso, Padre Ricardo falou sobre a criação do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) e do diálogo que busca com igrejas de outras denominações que estão próximas da Paróquia. Ele pediu à Prefeitura que placas indicativas sejam colocadas para informar sobre o caráter histórico e turístico da igreja, devido à questão abolicionista. Os ferros, que eram levados pelos escravos, foram conservados até pouco tempo na Paróquia, mas infelizmente não foram mais encontrados.

Em dezembro, 22 casais receberão o sacramento do Matrimônio, numa celebração comunitária e, no mesmo mês, haverá a reinauguração dos sinos. Além disso, ainda neste semestre um grupo de jovens começará na Paróquia, bem como um núcleo da Pastoral Familiar. “A ideia é reforçar as pastorais que já existem, como a Pastoral da Criança, que acaba de completar um ano, e ajudar na criação de novas pastorais, com a participação de todos, crianças, jovens, adultos e idosos. Também queremos que a Nossa Senhora dos Remédios seja uma referência para todos os que buscam consolo na dor”, afirmou o Padre.

O Sacerdote explicou que o sínodo arquidiocesano tem motivado todas as mudanças e esse momento de renovação vivido pela Paróquia. “A comunidade tem se envolvido de maneira concreta na vida da Paróquia e temos feito um bonito caminho de descoberta juntos”, salientou.

 

 

 
 
 
 
 

 

 

 

 

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