Um pai e uma mãe para cada criança é ‘discriminação’

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03 de setembro de 2018

Uma organização católica que abriga e encaminha para a adoção crianças sem família está sendo obrigada a fechar as portas na cidade de Buffalo devido à legislação estadual de Nova Iorque, que obriga esse tipo de instituição a encaminhar crianças para a adoção por duas pessoas do mesmo sexo. Encontrar para as crianças apenas lares tradicionais, com uma mãe e um pai, agora é considerado “discriminação” e se tornou ilegal. 

“Como a Catholic Charities não pode obedecer simultaneamente à regulação estadual e ao ensinamento da Igreja Católica sobre a natureza do casamento, a Catholic Charities vai interromper seu serviço de abrigos e adoção de crianças”, afirmou a Organização, na quinta-feira, 23.

A prática da Organização era a de encontrar sempre lares com uma mãe e um pai para as crianças que seriam adotadas. “Nós somos uma organização católica e devemos agir de forma consistente com os ensinamentos da Igreja”, explicou Dennis C. Walczyk, CEO da Catholic Charities de Buffalo.

Fonte: CNA
 

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‘Famílias são a esperança da Igreja e do mundo’, diz o Papa

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31 de agosto de 2018

O Papa Francisco passou o fim de semana na Irlanda, em uma importante viagem para participar do Encontro Mundial das Famílias, em Dublin. “As famílias são a esperança da Igreja e do mundo”, exortou, em discurso na Festa das Famílias, no sábado, 25. 

Ele quis que o tema desse encontro fosse “O Evangelho da família, alegria para o mundo”. Foi a segunda vez que o Papa Francisco compareceu ao evento, que ocorre a cada três anos – o anterior foi em Filadélfia, nos Estados Unidos, em 2015. 

“Deus deseja que cada família seja um farol que irradia a alegria do seu amor no mundo. O que isso significa?”, disse. E, imediatamente, respondeu: “Significa que nós, depois de ter encontrado o amor de Deus que salva, tentamos, com ou sem palavras, manifestá-lo por meio de pequenos gestos de bondade na nossa rotina e nos momentos mais simples de nossa jornada. Isso se chama santidade.”

Nesse sentido, Francisco retomou três palavras que ele costuma apresentar como chave da vida familiar e o melhor remédio no dia a dia das famílias cristãs: por favor, obrigado e desculpe. “Perdoar quer dizer doar alguma coisa de si. Jesus nos perdoa sempre. Com a força do seu perdão, também nós podemos perdoar os outros, se quisermos de verdade”, pontuou. 

Também na missa do domingo, 26, em Dublin, ele pediu às famílias que deem testemunho no mundo do que é ser cristão: “Como é difícil perdoar aqueles que nos ferem! Que desafio é sempre aquele de acolher o migrante e o estrangeiro! Como é doloroso suportar a desilusão, a rejeição, a traição! Como é incômodo proteger os direitos dos mais frágeis, dos que ainda não nasceram e dos idosos, que parecem perturbar nosso senso de liberdade!”

 

NÃO TENHAIS MEDO

No mesmo dia, mais cedo, o Pontífice se reuniu com jovens casais na Pró-Catedral de Santa Maria. Alguns são recém-casados e outros se preparam para o matrimônio. No início da conversa, Francisco brincou: “Olhando para vocês, assim tão jovens, me pergunto: então não é verdade que os jovens não querem se casar? Obrigado! Casar-se e compartilhar a vida é uma bela coisa.”

O Papa respondeu a perguntas que haviam sido enviadas para ele com antecedência. Mais de uma vez ele recomendou aos casais que dialoguem de modo sincero e aberto. As brigas podem até ser parte disso, mas, aconselha o Papa, é sempre melhor fazer as pazes antes do fim do dia. “Caso contrário, inicia-se uma espécie de guerra fria no dia seguinte, o que é muito perigoso”, adverte.

O Santo Padre indicou, ainda, que o casal fale de “coisas boas e santas”, que rezem a Nossa Senhora e que celebrem juntos as festas cristãs.

 

INICIAR A REVOLUÇÃO DO AMOR

Às vezes, o mundo de hoje considera “impopulares” as propostas da Igreja para as famílias – disse o Papa, criticando a priorização dos interesses individuais, em detrimento da vida compartilhada e, portanto, da família. Mas, mesmo assim, continuou, “as virtudes e verdades do Senhor” devem servir como base para que se inicie uma verdadeira “revolução do amor” nas próprias famílias. 

Uma das formas de promover essa revolução, diz Francisco, é por meio do diálogo intergeracional. “Assim, o vosso amor, que é dom de Deus, criará raízes ainda mais profundas. Nenhuma família pode crescer se esquece as próprias raízes. As crianças não crescem no amor se não aprendem a se comunicar com seus avós. Então, deixem que o vosso amor crie raízes profundas”, aconselhou o Papa.
 

 

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1 milhão de famílias acompanhadas mensalmente

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30 de agosto de 2018

Nos prédios do centro da capital paulista, Armandinha Sarmento Pereira e outras agentes da Pastoral da Criança acompanham 56 famílias e cerca de 70 crianças que estão nas ocupações das ruas José Bonifácio e Álvaro de Carvalho. O trabalho começou há pouco mais de um ano, e novas líderes estão se capacitando para ampliar o atendimento numa das regiões da cidade com um dos mais altos índices de mortalidade infantil. 

Numa sexta-feira, após seu expediente de trabalho como agente de saúde da prefeitura, Armandinha identificou-se na portaria de um dos prédios e informouse sobre as famílias que estavam em casa para começar as visitas. Em um dos apartamentos, no terceiro andar, num cômodo único que servia como quarto de dormir, sala e cozinha, uma pequena tinha acabado de tomar banho e estava na cama brincando com a futura madrinha, que a distraía enquanto a mãe preparava o jantar. Aos 6 meses de vida, ela iria ser batizada junto com outras crianças na Paróquia São Francisco de Assis, igreja histórica que abriga o convento dos frades franciscanos. 

Entre as informações fornecidas pela agente da Pastoral da Criança, estavam os requisitos necessários para a madrinha e como a família deveria preparar-se para o Batismo da pequena, primeira filha do casal. Ali, no mural que fica na recepção do prédio, Armandinha afixou os cartazes que informam sobre os horários das atividades na Paróquia e, sobretudo, dia e horário da celebração da vida, que agrega todas as famílias acompanhadas pela Pastoral na região.

 

A PASTORAL DA CRIANÇA

Em todo o Brasil, uma média de 83 mil voluntários acompanham mensalmente 800 mil crianças e quase 50 mil gestantes em 3.349 municípios. Só no Estado de São Paulo, cerca de 65 mil famílias recebem, da Pastoral da Criança, apoio para cuidar da saúde das crianças de 0 a 6 anos e orientações sobre alimentação saudável, amamentação, campanhas de vacinação etc. “Mas a base da Pastoral da Criança é, sem dúvida, a Evangelização”, disse, à reportagem do O SÃO PAULO, Irmã Veneranda Alencar, coordenadora nacional da Pastoral da Criança.

Após receberem capacitação adequada de outras líderes, os agentes da Pastoral da Criança fazem as visitas às famílias com um caderno na mão. 90% dos agentes são mulheres e muitas delas já foram acompanhados pela Pastoral, como gestantes ou mães de filhos menores de 6 anos. As informações sobre peso, vacinas, problemas de saúde, visitas médicas, alimentação, restrições ou mesmo situações específicas vividas pelas famílias são anotadas nesse caderno personalizado, que vai sendo preenchido a cada visita, com novos dados.

As informações são enviadas com certa periodicidade à central da Pastoral da Criança, em Curitiba (PR), que pode realizar um acompanhamento efetivo das famílias e verificar quais as prioridades do acompanhamento realizado pela Pastoral.

“Muitas famílias aproximam-se da Igreja Católica por meio da Pastoral da Criança. Mensalmente, fazemos a celebração da vida em que as famílias se reúnem para rezar e partilhar a vida. Em geral, são nessas ocasiões que a Paróquia, por meio de outras pastorais, ajuda as famílias a compreenderem o valor dos sacramentos e da vida em comunidade”, comentou Armandinha, que falou também sobre o grande número de imigrantes que são acompanhados pela Pastoral da Criança no centro de São Paulo. 

 

CELEBRAÇÃO

A celebração dos 35 anos da Pastoral da Criança acontece em âmbito estadual em dias e horários delimitados por cada região. No domingo, 26, grupos da Pastoral de todo o Estado de São Paulo reuniram-se na Catedral da Sé para atividades que tiveram início com a caminhada do Pateo do Collegio rumo à Praça da Sé e continuaram após a missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, dentro da Catedral. 

A igreja ficou lotada para a missa, que começou às 11h, precedida por atividades de animação que aconteceram no palco montado em frente à Catedral. Na homilia, Dom Odilo agradeceu o trabalho da Pastoral da Criança e lembrou a Doutora Zilda Arns e o Cardeal Geraldo Majella Agnelo, fundadores da Pastoral da Criança.

Aos agentes da Pastoral da Criança, o Cardeal salientou que é importante preocupar-se não somente com o pão que serve para a saúde do corpo, mas também com o pão da Palavra. “Que vocês se preocupem com a ‘papinha’ do pão verdadeiro, da Palavra de Deus, transmitida de maneira simples, às famílias”, disse Dom Odilo. “Não tenham medo de dizer que vocês estão servindo ao Senhor ao cuidar das crianças, ao servir as famílias”, continuou.

“É neste cenário que estamos hoje reunidos com muita alegria e o coração transbordando para render graças a Deus pela missão a nós confiada. Vocês todos são os anjos que se dedicam, misericordiosamente, na missão da Pastoral da Criança, de levar vida e vida em abundância. A festa que hoje comemoramos é a festa da vida sobre a morte, isso sim é digno de ser celebrado, pois a vida é o dom mais precioso que recebemos de Deus”, disse, no fim da celebração, Eunice Gomes Rodrigues, coordenadora da Pastoral da Criança em São Paulo. 

Com cartazes e flores nas mãos, os agentes da Pastoral fizeram uma homenagem à Doutora Zilda Arns, que nasceu no dia 25 de agosto, dia em que a Pastoral da Criança escolheu para comemorar sua data de fundação. Na ocasião, durante a missa, também foram recordados o aniversário de fundação da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, em 1977, e os 12 anos de morte de Dom Luciano Mendes de Almeida – em 27 de agosto de 2006 –, um dos fundadores da Pastoral do Menor. 

 

HISTÓRIA

Em 1983, a pedido da CNBB, Zilda Arns criou a Pastoral da Criança juntamente com o Cardeal Geraldo Majella, Arcebispo Emérito de São Salvador da Bahia, que na época era Arcebispo de Londrina (PR).

O método desenvolvido para a Pastoral foi a da multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no texto sobre o milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram 5 mil homens, trecho narrado no Evangelho de São João (Jo 6, 1-15). A educação das mães realizada por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis, em grande parte dos casos.

De porta em porta, os agentes acreditavam que fosse possível reduzir a mortalidade infantil causada pela desnutrição, por meio de uma simples fórmula, baseada na orientação às famílias mais carentes e na oferta da multimistura, um complemento alimentar.

Coordenadora da Pastoral da Criança há 2 anos, Irmã Veneranda atua na Pastoral há 22 anos e recorda que, com a diminuição da mortalidade infantil no Brasil, um dos principais desafios apresentados à Pastoral é o da obesidade e da má alimentação das crianças, com o excesso de ingestão de alimentos industrializados. 

“A obesidade apresenta-se como um problema sério do nosso tempo, mas nós sempre refletimos que o que dá sentido à Pastoral e o seu pedestal é a evangelização. Às vezes, nos perguntamos: ‘e se as crianças não precisassem mais do trabalho social desenvolvido pela Pastoral, se todas estivessem em segurança e sendo acompanhadas pelo Governo e por suas famílias de maneira adequada – o que hoje no Brasil é um sonho – a Pastoral deixaria de existir?’. A resposta é muito clara para nós: ‘a Pastoral jamais deixaria de existir, pois nossa missão é evangelizar’”, continuou Irmã Veneranda.

 

MARCAS

Júlia Adrielly Menezes, 20, e Wellington dos Santos, 25, vieram da cidade de Serrana (SP) para participar da celebração de 35 anos da Pastoral da Criança na Catedral da Sé. Júlia acompanha sua mãe desde os 8 anos de idade na missão da Pastoral e ainda criança viveu uma experiência que marcaria para sempre sua vida. 

“Nós fomos em família fazer as visitas nas casas. Éramos minha avó, meus pais e eu. Lembro-me que chegamos a uma casa em que um menino, com cerca de 2 anos de idade, estava comendo a mistura de fubá com água. Minha avó pegou a criança no colo para ajudá-la a comer e, quando acabou o que estava no prato, ele disse à sua mãe que queria mais um pouco. A mãe respondeu que não tinha mais e aquele era o último fubá que eles tinham em casa. Eu nunca esqueci aquela cena e, desde então, decidi que queria continuar na Igreja para ajudar as pessoas, em tudo o que eu pudesse”, contou a jovem. 

Júlia e o namorado, Wellington, atuam juntos na Pastoral da Criança e ela é uma das líderes que ajudam outras líderes no uso do aplicativo, desenvolvido pela Pastoral da Criança para atrair agentes jovens. “O aplicativo nada mais é do que o caderno, para o acompanhamento das famílias, só que de forma digital”, explicou Júlia, que além de agente da Pastoral da Criança, faz parte do grupo de jovens de sua paróquia. 

“Eu nunca tive vergonha de dizer que sou católica e que vou, junto com minha família, às atividades na comunidade. Pelo contrário, tenho orgulho de ser jovem e viver esta experiência de fé”, disse Júlia, em entrevista à reportagem. 

Keli Cristina também se sentiu chamada a fazer parte da Pastoral enquanto participava da missa na Paróquia Santa Gemma Galgani, em Santo André (SP), há 18 anos. “Eu trabalhava como professora e, quando o padre comentou sobre o trabalho da Pastoral da Criança, eu me identifiquei muito”, recordou. Hoje, Keli é responsável pelo setor “Brinquedos e Brincadeiras”, que estimula as famílias a brincar com os pequenos e a construir com eles brinquedos com materiais reciclados. 

 

DESAFIOS

No Brasil, milhões de famílias ainda convivem com esgoto a céu aberto, ausência de coleta regular de lixo e escassez de água potável. Essa cena se repete tanto em cidades menores quanto na periferia dos grandes centros urbanos. Segundo dados divulgados pelo Ministério das Cidades, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não são contemplados com coleta dos esgotos. 

Embora nos últimos 20 anos o Brasil tenha reduzido em 77% a mortalidade de crianças menores de cinco anos, um dos maiores percentuais de queda do mundo, bem como a incidência da desnutrição e de infecções, com o acesso ao sistema de saúde universalizado, a taxa de mortalidade na infância (proporção de óbitos de menores de cinco anos para cada mil nascidos vivos) subiu 11% em 2016, em comparação com o ano anterior. 

Os dados foram tabulados pela Fundação Abrinq, a partir de informações do Ministério da Saúde/DataSUS, IBGE e outras fontes oficiais. Seguindo as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a mortalidade na infância caiu de 30,1/para cada mil nascidos vivos, no ano 2000, para 14,3, em 2015. 

As ações dos agentes da Pastoral da Criança visam garantir que cada criança tenha oportunidade de se desenvolver plenamente. Para isso, é preciso dar atenção especial aos primeiros mil dias de vida da criança, que incluem a gestação e os dois primeiros anos. 

 

 

ZILDA ARNS

Nascida no dia 25 de agosto de 1934 na cidade de Forquilhinha (SC), Zilda Arns Neumann começou a Pastoral da Criança ao fazer o que a CNBB, na pessoa do seu irmão, Cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016), lhe pediu, ainda no ano de 1982: o trabalho de acompanhamento das crianças brasileiras para tentar reduzir o número de mortes por desnutrição, que, nos anos de 1980, era de 80 para cada mil nascidos vivos. A Pastoral foi fundada oficialmente em 1983, na cidade de Florestópolis (PR), com o trabalho de Zilda Arns, médica sanitarista.

Zilda morreu no dia 12 de janeiro de 2010, no terremoto que devastou o Haiti. Nesse mesmo dia, discursou sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas. Fez o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres.

“A Pastoral da Criança, desde o início, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas as famílias”, afirmou Zilda Arns, em um dos trechos reproduzidos no site da Pastoral.

Mãe de cinco filhos e avó de dez netos, Zilda escolheu a medicina como missão e enveredou pelos caminhos da saúde pública, experiência fundamental para seu trabalho de 27 anos de dedicação à expansão da Pastoral da Criança no mundo, bem como a fundação da Pastoral da Pessoa Idosa, em 1993.

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Padre José Eduardo ensina sobre significado de Sacramento do Matrimônio e Família

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27 de agosto de 2018

Na terça-feira, 14, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompéia, do Setor Pastoral Perdizes, recebeu o Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP), para falar sobre a teologia do Sacramento do Matrimônio e família no grupo do Pós Encontro de Casais com Cristo, com a finalidade de ensinar aos casais o real significado do Sacramento e assim transformá-los em multiplicadores dos valores e ensinamentos da Igreja.

 

ENCONTRO DE CASAIS COM CRISTO

O ECC nasceu da inquietude de um sacerdote, Pe. Alfonso Pastore, que dedicou sua vida sacerdotal à Pastoral Familiar, à Pastoral da Saúde e à Pastoral Carcerária.

A iniciativa teve berço na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompéia, em São Paulo-SP. Como disse textualmente o seu fundador: “começou porque Deus quis, e a presença e atividade do ECC no Brasil são a prova da ação de Deus na humanidade”.

O Encontro de Casais com Cristo (ECC) é um serviço da Igreja em favor da evangelização das famílias. Procura construir o Reino de Deus aqui e agora, a partir da família, da comunidade paroquial, mostrando pistas para que os casais se reencontrem com eles mesmos, com os filhos, com a comunidade e, principalmente, com Cristo. Para isto, busca compreender o que é ser Igreja hoje e seu compromisso com a dignidade da pessoa humana e a justiça social.
 
A evangelização do matrimônio e da família é missão de toda a Igreja, em que todos os fiéis devem cooperar segundo as próprias condições e vocações. Deve partir do conceito exato de matrimônio e de família, à luz da Revelação, segundo o Magistério da Igreja (Orientações pastorais sobre o matrimônio - CNBB Doc. Nº 12 / DN-pág. 13).

 

SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

O Matrimônio é um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem um ao outro santamente, e de educarem cristãmente seus filhos.

Foi instituído pelo Próprio Deus no Paraíso terrestre; e no Novo Testamento foi elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

Na época em que se inicia a Semana Nacional da Família, a teologia do Sacramento do Matrimônio reforça os objetivos e a importância que esse sacramento possui, sendo a aliança conjugal algo que enriquece a Igreja, dá início a uma nova comunidade familiar, fundamenta a educação das crianças cristãs e oferece extensão ao ensino religioso vivido nas famílias católicas.

Definido como um “Mistério Grande” por São Paulo, O Papa Francisco ressalta o valor do matrimônio: “Homens e mulheres, corajosos o suficiente para levar este tesouro nos ‘vasos de argila’ da nossa humanidade, são um recurso essencial para a Igreja e para todo o mundo. Deus os abençoe mil vez por isso!”

 

(Com Informações de Canção Nova e Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompéia)

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À espera do Papa, famílias refletem em Dublin à luz da Amoris laetitia

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24 de agosto de 2018

Enquanto aguardam a chegada do Papa a Dublin, na Irlanda, este sábado, 25 de agosto, as reflexões e debates dos participantes do Encontro Mundial das Famílias estão sendo guiadas pela Exortação apostólica Amoris laetitia de Francisco sobre o amor na família.

 

37 mil participantes provenientes de 116 países

De fato, os três dias de trabalhos do congresso pastoral vivido de 22 a 24 de agosto pelos 37 mil participantes provenientes de 116 países têm sido marcados pelo estudo e aprofundamento dos nove capítulos do texto papal.

Em dezenas de encontros, mesas-redondas e conferências diárias, as famílias discutem e refletem, a partir da Exortação apostólica, as três virtudes teologais da fé, esperança e caridade, “mas não de modo abstrato, não como tratado teológico, mas referindo-nos à vida concreta que nós famílias vivemos diariamente, onde habitamos, no contexto em que nos encontramos”, explicou em sua colocação a subsecretária do Dicastério vaticano para os leigos, a família e a vida, Linda Ghisoni.

 

Diálogo, comparação, testemunhos

Diálogo, comparação, testemunhos, com aquela parresìa (coragem, audácia, destemor, ndr) que o Pontífice jamais se cansa de recomendar. Além dos conteúdos, emerge um estilo, um modo de ser Igreja, como explicou ainda Ghisoni aos participantes do grupo por ela coordenado, que discutiu o trecho da Carta aos Coríntios em que São Paulo recorda que, das virtudes, a “maior de todas é a caridade”.

As famílias vivem todos os dias mil dificuldades, disse, e, claro, “nem tudo se transformará magicamente após Dublin 2018, não estaremos isentos dos desafios e dos problemas diários”; mas “se tivermos vivido uma experiência de Igreja, de comunhão, sem preconceitos, em que cada um enriquece o outro com o próprio testemunho de vida, então poderemos levar para casa um método eclesial baseado no viver a comunhão, a partilha, além de alguns instrumentos para ser fiéis à nossa vocação e ser verdadeiramente felizes”.

 

Trabalhos abertos pelo cardeal Schönborn

Os trabalhos foram abertos na manhã de quarta-feira (22/08) pelo arcebispo de Viena, cardeal Christopher Schönborn, que guiou o grupo de debate e discussão dedicado à celebração da família na tradição judaico-cristã.

Foi uma ocasião para reiterar o tema da indissolubilidade do matrimônio fundada na relação pessoal com Deus e o tema da tutela do interesse das crianças. Idealmente, cada momento do dia de uma família é examinado, buscando, nas experiências pessoais e nas reflexões da Amoris laetitia, as respostas às dúvidas, as sugestões para superar dificuldades, as indicações para uma vida mais plena e consciente.

 

Temáticas no centro das reflexões e debates

Passa-se do papel dos pais à oração doméstica, do empenho na sociedade e no lugar de trabalho ao engajamento nas comunidades paroquiais, da importância de encontrar medidas contra a cultura do desperdício ao fascinante, mas por vezes também perigoso, relacionar-se com o mundo digital.

E ainda: o diálogo entre pais e filhos, a vida sacramental (a começar pelo significado e importância da celebração do matrimônio na igreja), a sexualidade, a saúde e a doença, o dom dos filhos, o papel fundamental dos avós.

 

Hino à caridade do apóstolo São Paulo

Presente também o debate sobre como as famílias cristãs devem se comportar diante de grandes problemas que afligem o planeta: dos fenômenos migratórios, com os sofrimentos de deslocados e refugiados, ao criminoso tráfico de seres humanos, da crise econômica à dignidade a ser salvaguardada no mundo do trabalho.

Chegando ao grande tema da tutela do ambiente e do cuidado da nossa casa comum. Em tudo isso, recordou Ghisoni, é possível conjugar as sugestões do hino à caridade de São Paulo: que “não é uma receita para pessoas perfeitas”, mas, como explicado no quarto capítulo da Amoris laetitia com sugestões muito concretas, um verdadeiro “projeto de amor” que, a partir do amor de Deus por cada um de nós, não prevê fechamentos ou individualismos: “Nós somos, como uma família, somente se amamos, se nos amamos e se doamos este amor, que desse modo se multiplica e gera vida”.

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Educar é uma tarefa que tem começo e não tem fim para os pais

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22 de agosto de 2018

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o professor Luiz Marins falou sobre os desafios na educação dos filhos no contexto atual, tema da palestra “Filhos: Educar, Delegar ou Abdicar?”, ministrada por ele Colégio Catamarã, em São Paulo, na quarta-feira, 22. Luiz Marins é professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ex-professor da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) e Professor Convidado em cursos de PósGraduação em Universidades no Brasil e no exterior. É Presidente da Fundação Luiz Almeida Marins Filho, que realiza projetos comunitários tendo como foco ensinar a aprender, e já tem mais de 25 mil crianças em escolas públicas.
 

O SÃO PAULO – QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO PROCESSO EDUCATIVO DOS FILHOS ATUALMENTE?

Luiz Marins – A sociedade atual é espantosamente dinâmica, instável e evolutiva. A velocidade e a universalidade das informações fazem com que seja um desafio educar os filhos a terem domínio da vontade, a escolher e focar nas coisas essenciais e não nas acidentais e saber selecionar, sintetizar, discernir e distinguir.

Para isso, temos de saber o que queremos para nós próprios como pais, e, em seguida, para nossos filhos, e transmitir a eles, pelo diálogo permanente e principalmente pelo nosso exemplo e coerência de vida, uma educação alicerçada em valores permanentes e não transitórios, com base em princípios elevados de ética e civilidade.

 

SUA PALESTRA NO COLÉGIO CATAMARÃ (22/8) TEM O TÍTULO ‘FILHOS: EDUCAR, DELEGAR OU ABDICAR?’ COMO VOCÊ ABORDA ESSE TEMA?

Educar tem sua origem etimológica em ex-ducere que significa extrair do educando seu potencial de líder. Essa é uma tarefa que tem começo e que não tem fim para os pais. Os pais podem e devem delegar parte desse processo para a escola, para a empresa, para a sociedade, mas jamais poderão abdicar. Delegação exige total participação daquele que delega para garantir que os objetivos sejam atingidos. Abdicar significa desistir, entregar totalmente a outro uma tarefa. Vejo hoje que muitos pais confundem delegar com abdicar. Muitos pais querem terceirizar a educação de seus filhos de forma totalmente abdicada e quem abdicar o indelegável sempre pagará muito caro por seu erro.

 

NESSE CONTEXTO, COMO SER UM MELHOR PAI, UMA MELHOR MÃE?

Participar, ativamente. Dar exemplo de coerência de vida. Ser pai ou mãe não é tarefa de meio período, de meia responsabilidade. Com a aceleração da informação e do processo de mudança científica e tecnológica, os pais devem proporcionar aos filhos ferramentas que os farão ter sucesso em qualquer profissão, em qualquer lugar do mundo e em qualquer cultura ou nacionalidade. Por isso, a educação alicerçada em valores permanentes, moral e eticamente construída, é essencial. Os pais devem ter em mente que sua missão é formar uma pessoa para ter sucesso, mas lembrar que “sucesso” não é ser uma pessoa rica e famosa, mas, sim, uma pessoa de bem.

 

QUAIS SÃO OS MÉTODOS MAIS ADEQUADOS E EFICAZES PARA COLOCAR LIMITE NOS FILHOS?

O exemplo. O que os filhos mais odeiam é a incoerência entre o discurso e a prática dos pais. Primeiro, os pais precisam decidir qual é o seu próprio conjunto de crenças e valores e viver isso no cotidiano, no dia a dia, sem falsidade e discursos vãos. 

Depois, o diálogo franco, aberto, afetivo e com autoridade (que vem de augere = fazer crescer) fará o resto.

 

MUITO SE TEM FALADO DOS MILLENNIALS (GERAÇÃO Y). COMO OS PAIS PODEM ENTENDER MAIS O JEITO DE SER E A CABEÇA DOS FILHOS?

Essa é a “Geração C” (conectada). Por ter sido superprotegida pelos pais, apesar de trabalharem bem com novas tecnologias, é uma geração muito insegura e com medo. Esses jovens foram “vacinados” pelos pais contra problemas e dificuldades e, portanto, não desenvolveram a resiliência. Têm medo do trabalho, do casamento, das relações permanentes e duradouras. Querem viajar, experimentar e acreditam poder viver como eternos adolescentes, o que no fundo sabem ser impossível. 

Os pais erraram ao superproteger os filhos, foram sempre muito permissivos e, hoje, os jovens os criticam por sentiremse despreparados e inseguros para enfrentar o mundo fora de casa, a vida real.

 

O QUE SE PODE FAZER PARA QUE O USO DE SMARTPHONES, VÍDEO GAMES E OUTROS RECURSOS DIGITAIS NÃO PREJUDIQUEM A CONVIVÊNCIA ENTRE PAIS E FILHOS?

Esses produtos da tecnologia não são ruins ou bons em si. São como uma faca, que posso usar para descascar uma laranja ou ferir outra pessoa.

Pais que dialogam, que educam verdadeiramente e não abdicam da educação, saberão usar as tecnologias de forma positiva na educação de seus filhos, pois são ferramentas espetaculares para a formação, aprendizagem, diálogo e autoconhecimento. O que assisto são tentativas inúteis de proibir e querer que os filhos pensem e ajam como adultos no uso dessas tecnologias. 

Esses jovens são “nativos digitais” – já nasceram com um mouse na mão –, e os pais são “imigrantes digitais” com um horrível “sotaque” ao usar novas tecnologias porque nasceram no tempo da televisão, das revistas e jornais impressos. Como é uma geração conectada, que vive e trabalha em rede, se os pais não entenderem isso, estarão falando para as paredes e o gap geracional aumentará todos os dias.

 

COMO TORNAR O ALUNO “CONECTADO” EM UM ALIADO NO APRENDIZADO DA MATÉRIA E NÃO APENAS LIMITÁ-LO NO USO DO CELULAR DENTRO DA SALA DE AULA?

O professor e a escola não têm mais o monopólio do saber, menos ainda da informação. Escola, professores e alunos devem, juntos, buscar o conhecimento, discutir, aprender a pensar, a desenvolver uma consciência crítica sobre a informação e, principalmente, alicerçar o conhecimento e a própria vida em valores permanentes que farão com que aquela criança e aquele jovem possam ser pessoas que contribuam para a construção de um mundo melhor, mais ético, mais humano, menos injusto.

 

NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES O NÚMERO DE ADOLESCENTES COM DEPRESSÃO CRESCE. COMO ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO E MOTIVAÇÃO, VOCÊ ACREDITA QUE EXISTE ALGUMA RELAÇÃO DESSE AUMENTO DA DEPRESSÃO COM A EDUCAÇÃO DOS FILHOS?

Claro que sim. O problema é que esses jovens não veem sentido na vida. A família não é mais um lugar de alegria, felicidade e paz. Pais e mães, exaustos de tanto trabalhar, mais discutem e competem do que formam um lar alegre. Os pais dizem lutar para que os filhos tenham sucesso. Mas sucesso para eles é que os filhos sejam “bem-sucedidos” materialmente. 

A depressão e o suicídio entre jovens são falta de um propósito para viver. Para eles não vale a pena viver a vida de seus pais, isso sem contar a corrupção, as mazelas da sociedade, as mentiras por toda a parte etc. Vale a pena? É esse o questionamento que fazem. Essa nova geração não quer a vida de seus pais. Ela quer uma vida com sentimento de missão e propósito. E nós não temos sido capazes de oferecer isso a ela.
 

COMO VOCÊ ENXERGA A RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS NOS PRÓXIMOS 10 ANOS? COMO DEVEMOS NOS PREPARAR PARA ESSA NOVA REALIDADE?

A educação irá retornar às suas origens filosóficas. Os pais compreenderão que precisam exercer, sem medo, a sua autoridade, para construir pessoas de bem e não só efemeramente felizes. 

Pessoas que sejam livres pela autodisciplina, pela clareza de propósitos, pelo servir, pela ética, pela coerência entre o que pensam, o que dizem e o que fazem. Pessoas que façam bom uso dos bens materiais sem serem escravizados por eles e que consigam ver que a verdadeira felicidade está realmente no amor cristão, livre e consciente e que, portanto, equilibradas mental e emocionalmente, sejam roteiristas de sua própria história. 


 



 

 

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Novo cadastro deverá facilitar processo de adoção no país

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21 de agosto de 2018

A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou hoje (20) uma nova versão do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), que entrará em funcionamento no primeiro semestre de 2019 com o objetivo de facilitar a adoção de 9 mil crianças que aguardam por adoção em instituições de acolhimento de todo o país.

“Nós temos informações confiáveis que vão propiciar celeridade e demanda para jovens e crianças que precisam ser adotados. Nós criamos condições para que possamos tirar mais crianças das filas de adoção”, afirmou o corregedor Nacional de Justiça João Otávio de Noronha.

O novo sistema integra informações do antigo Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas do CNJ, no qual 47 mil crianças que vivem em instituições de acolhimento em todos os estados estão cadastradas.

“Quando o cadastro foi criado, dez anos atrás, foi uma grande inovação. Na medida em que ele se tornou nacional já foi naquele momento um grande avanço. Essas modificações foram sendo percebidas e sentidas na medida em que foi sendo utilizado. E agora ele veio com uma reposta da tecnologia que, naquele momento, não existia com essa facilidade”, afirma a juíza auxiliar da Corregedoria do CNJ,  Sandra Torres.

Para o advogado Hugo Teles, do projeto Aconchego, as informações das instituições de acolhimento proporcionam agilidade ao processo. “Não sendo encontrado o perfil desejado por um pretendente, vai ser acionado o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas para verificar a possibilidade de existência de alguma criança ou adolescente dentro daquele perfil. Uma criança ou adolescente que não está habilitado naquele momento pode ter seu processo agilizado para que ela não perca a chance de ser adotada”, explica.

Atualmente, estão cadastrados no país 44,2 mil pretendentes e 9 mil crianças e adolescentes estão cadastrados para adoção. Na última década, mais de nove mil adoções foram realizadas por intermédio do CNA no Brasil.

Novidades

A nova versão do Cadastro Nacional de Adoção permite que os pretendentes tenham acesso ao próprio cadastro e possam fazer atualizações de suas informações pessoais como endereço, e-mail e telefone. Também foi desenvolvido um sistema de alertas para avisar juízes e a corregedoria do CNJ sobre os prazos de cada processo de adoção.

O sistema também permite a inclusão de fotos, vídeos, desenhos e cartas por parte das crianças e adolescentes como forma de dar visibilidade aos pedidos de adoção.

A nova versão do Cadastro Nacional de Adoção tem como modelo o sistema criado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). O Sistema de Informação e Gerência da Adoção e do Acolhimento no Espírito Santo (Siga/ES) foi implantado em 2008. O Siga contém as informações das crianças e adolescentes em acolhimento institucional, em condições ou não de inserção em família substituta assim como informações sobre os pretendentes habilitados à adoção e de todas as instituições de acolhimento do Estado.

Além de Espírito Santo, o CNA já foi testado em oito Varas de Infância dos Estados de São  Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia.

Falta de estrutura

Teles considera que a implementação da nova versão do cadastro é positiva mas ressalta que ela não soluciona o problema da demora dos processos que envolvem adoção, que ele atribui à falta de estrutura de pessoal do Judiciário, especificamente à equipe técnica formada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos.

“As Varas da Infância Brasil afora têm sofrido muito com a ausência de um número adequado de servidores para atender a demanda atual. São imprescindíveis para dar suporte ao juiz com informações necessárias para que ele decida de forma adequada. É necessário ter uma equipe técnica forte, bem estruturada para que os laudos sejam construídos e as análises psicológicas e sociais sejam bem fundamentadas para que decisões equivocadas não sejam tomadas”, afirma Teles.

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Encontro Mundial das Famílias começa hoje em Dublin

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21 de agosto de 2018

Foram três anos de preparação, desde que Dublin foi anunciada como cidade-sede do Encontro Mundial das Famílias 2018, durante missa presidida pelo Papa Francisco no encerramento da edição anterior, em Filadélfia, Estados Unidos.

Depois de comissões serem formadas, reuniões e mais reuniões organizadas, milhares de voluntários recrutados e logística definida, a capital da Irlanda se torna por seis dias, a partir de hoje, o centro das atenções da Igreja Católica em todo o mundo.

Cerimônia de abertura

A cerimônia de abertura se realiza hoje, simultaneamente nas 26 dioceses irlandesas, a partir das 19 horas, horário local. Em Dublin, sede do encontro, a celebração da Oração da Noite será no centro de convenções RDS, onde também acontecerá o Congresso Pastoral entre quarta e sexta-feira. A celebração tem caráter ecumênico e todas as igrejas cristãs do país foram convidadas a tocar os sinos para marcar o início das atividades.

O tema da 9ª edição do Encontro Mundial das Famílias está centrado na exortação apostólica pós-sinodal Amores Laetitia, do Papa Francisco: “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. O tema será aprofundado ao longo dos três dias de congresso por meio de palestras, debates, testemunhos, além de atividades para crianças e jovens.

Cardeais, teólogos, religiosos e leigos estão encarregados de conduzir as atividades, que irá percorrer os mais diversos tópicos do documento papal, abordando desde a preparação para o matrimônio nas paróquias até a espiritualidade da família. Temas atuais como o acolhimento e inclusão de homossexuais nas comunidades e os desafios no âmbito familiar também fazem parte da programação.

Papa encerra o evento

A chegada do Papa Francisco à capital irlandesa está prevista para a manhã de sábado. Após encontros diplomáticos e com população em situação de rua, o Pontífice participa do Festival das Famílias, um grande momento de shows e testemunhos no estádio Croke Park.

No domingo, na parte da manhã a oração do Angelus no Santuário de Knock e na parte da tarde o Santo Padre preside a Eucaristia de encerramento no Phoenix Park, onde são esperadas 500 mil pessoas. No final da celebração será anunciada a sede do próximo Encontro Mundial.

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Sinal de alegria e comunhão para o mundo

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17 de agosto de 2018

“O Evangelho da Família, alegria para o mundo” é o tema da Semana Nacional da Família 2018. O objetivo é ajudar as famílias a viverem sua missão essencial dentro da Igreja e na sociedade.

No YouCat, versão juvenil do Catecismo da Igreja Católica, a partir do artigo 368, os jovens são ajudados a compreender o valor da família e o seu próprio papel dentro dela. “Um homem e uma mulher que se casam constituem uma família com os seus filhos. Deus quer que, tanto quanto possível, os filhos nasçam do amor dos pais. Os filhos, confiados à proteção e ao cuidado dos seus pais, têm a mesma dignidade deles”. O mesmo texto enfatiza, no número 86, que “pelo fato de Deus ter desejado nascer numa família humana e aí ter crescido, transformou a família num lugar de Deus e num modelo de comunhão eficaz”.

O Catecismo jovem aprofunda ainda a comunhão desejada na família a partir da presença do mistério da Trindade, que é, acima de tudo, comunhão. “O próprio Deus, na sua profundidade, é comunhão. No âmbito humano, a família é o protótipo da comunhão. A família é uma singular escola de vida carregada de significado. Em mais nenhum lado os filhos crescem melhor que numa família intacta, na qual são vividas a simpatia afetuosa, a atenção recíproca e a responsabilidade mútua”. 

E, se por um lado, a família recebe do próprio Deus a força para continuar sendo testemunho de amor, é dentro do seio da família que a fé cresce. “A família é, como diz a Igreja, uma Igreja em ponto pequeno, uma ‘Igreja doméstica’, cuja força de irradiação convida outros à comunhão da fé, do amor e da esperança”, afirma o artigo 271 do mesmo YouCat.

 

FAMÍLIAS NOVAS

Maria de Lourdes e Benedito Ribeiro Pires contaram ao O SÃO PAULO como a experiência de Deus vivida em família é essencial para que eles possam contribuir com a Igreja por meio da Comunidade Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria. 

Professora de teatro e contadora de histórias, Maria de Lourdes, junto ao esposo, Benedito, é mãe da Bárbara, do Lucas, do Mateus, do Tiago e da Gabriela. Juntos, eles fundaram a Comunidade Famílias Novas, cuja missão é ajudar a transformar a família numa igreja doméstica. 

“Queremos fortalecer em cada lar a adesão concreta aos propósitos que Deus coloca para a família, inspirados no Evangelho, no Magistério da Igreja e na Tradição. Olhando para as nossas próprias dificuldades, percebemos que as famílias precisam de determinadas orientações e nós resolvemos fazer esta ponte entre o que a Igreja ensina e as necessidades da família”, disse Maria de Lourdes. 

Inspirados pelo insistente pedido do Papa Francisco de uma Igreja “em saída”, a Comunidade Famílias Novas buscar fazer-se presente, sobretudo onde as pessoas estão afastadas. “O trabalho acontece em pequenos grupos, que chamamos domus (casa em latim). Funciona assim: a família abre sua casa e começa a convidar outras pessoas para participarem, pessoas que talvez, num primeiro momento, não aceitariam participar da igreja de seu bairro. Então, depois daquela primeira reunião, a pessoa passa a ter uma oportunidade de aprender e partilhar o que vive, ao mesmo tempo que recebe o convite de participar da comunidade eclesial”, explicou a fundadora.

 

ORAÇÃO E PARTILHA

Momentos de oração, partilha e o “ágape”, como é chamada a convivência entre as famílias, fazem parte do roteiro de cada encontro, juntamente com um subsídio preparado para cada momento, com temas específicos que tocam diretamente a vida e a convivência familiar. “Nós pensamos nestes pequenos grupos para que todos possam participar, aprender e sair dali agraciados”, continuou Maria de Lourdes. 

“Um tema, por exemplo, que temos conversado nestes grupos, é a agenda da família. Como a família pode reunir-se e viver valores que não a transformem numa pensão somente, onde cada um tem e realiza suas atividades individuais? É importante salientar que nós preparamos estes encontros baseando-nos nos documentos da Igreja e na vida dos santos. O que propomos, neste caso, é que a família pense numa rotina que seja compatível com o ser família, com a coletividade da família”, acrescentou a fundadora. 

Outro tema que Maria de Lourdes citou como importante e que tem sido abordado constantemente nos encontros das domus é a questão da mesa. “Toda família deve reunir-se em torno da mesa, sem celular e sem televisão, e que cada um possa compartilhar daquele momento da melhor maneira possível. Se lermos a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, por exemplo, percebemos o quanto os valores da paciência, do amor e do cuidado são salientados. Na comunidade, ajudamos a família a pensar em como viver isso na prática. Refletimos, sobretudo, que para dar conta disso tudo, temos que buscar forças nos sacramentos da Igreja. Somente assim poderemos viver a dinâmica cristã neste mundo tão moderno e cheio de opções. Temos que viver a Eucaristia e nos fortalecer com a ajuda do próprio Cristo. O próprio Cristo é nosso médico, doutor, terapeuta”, destacou. 

 

DIA A DIA

“Às vezes, na família, estouramos por causa da toalha molhada na cama, do sapato na sala, de uma resposta mal dada. Para suportarmos uns aos outros é preciso buscar forças em Deus. Estamos numa luta constante, muitas vezes contra nós mesmos, nosso egoísmo, nossa falta de fé”, salientou Maria de Lourdes. Ao ser perguntada sobre os principais desafios no trabalho junto às famílias, ela respondeu que, na maioria das vezes, é difícil fazer com que as famílias acreditem que podem, com a graça, ser transformadas. 

“Muitas vezes, devido ao sofrimento, as pessoas começam a crer, realmente, que a família é uma instituição falida, que a Igreja é retrógrada etc. Precisamos ter a convicção e transmitir às famílias que é preciso ter esperança e acreditar que Deus pode renovar todas as coisas. Por isso, temos que lutar contra ideias como as de que a família não vale a pena, que o importante é só a carreira profissional ou que o que vale são as muitas e diferentes experiências e não a fidelidade do casal etc.”

Luciney Martins/O SÃO PAULO

NA COMUNIDADE

A participação na comunidade eclesial também é considerada fundamental para o aprofundamento da vivência da fé familiar. 

Adriana Maria da Costa Batista, 46, seu esposo, Carlos Rui Golveia Batista, 47, e o filho, Felipe Gabriel Costa, 15, começaram a participar da Paróquia Bom Jesus dos Passos, no Moinho Velho, zona Noroeste de São Paulo, há 11 anos. Eles são ministros extraordinários da Sagrada Comunhão há 6 anos e seu filho é coroinha há 7.

Ela contou ao O SÃO PAULO que, no início, ela e o filho participaram mais ativamente da comunidade, mas, aos poucos, o marido foi se aproximando por meio das orações em família, dos vínculos de amizade que foram criando na paróquia.

“Estar em comunhão com Deus e com os irmãos, servir e ver minha família também a serviço de Cristo, agradecer e confraternizar, ‘recarregar a bateria’ com a Palavra e a Eucaristia, ter os abraços fraternos”, foram alguns aspectos que Adriana destacou sobre a participação na vida paroquial. Ainda segundo ela, a participação familiar na Igreja faz muitíssima diferença na criação dos filhos, “pois não apenas plantamos a semente, mas damos o exemplo, mostramos com atos o que é ser católico”. 


Adriana enfatizou que o primeiro lugar para a evangelização é a própria casa, depois, sendo exemplo em todos os lugares em que estiver, como trabalho, escola, lazer. “Podemos estar em qualquer lugar e devemos levar conosco o Evangelho a serviço do Reino de Deus”, concluiu.

 

(Colaborou Fernando Geronazzo)
 

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24 de fevereiro de 2021

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